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Service Delivery Manager em Dubai, Emirados Árabes Unidos, com Bianca Pitarello #116
Episode 11610th January 2024 • TPA Podcast: Carreira Internacional & Tech • Gabriel Rubens
00:00:00 01:20:31

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Shownotes

No episódio de hoje, conversamos com Bianca Pitarello sobre sua experiência de trabalhar em Dubai. Bianca nos conta sobre a segurança, oportunidades de crescimento e desafios de morar em Dubai. Ela também compartilha dicas sobre como lidar com a cultura local, adaptação, e as vantagens de lá.

Bianca Pitarello

Mudou para Dubai em 2016 através de um programa de transferência da empresa que trabalhava no Brasil.

Trabalha com IT e telecom há 15 anos. Tem experiência como Gerente de Serviços, de Projetos e de Programas, e também na área de Pré-Vendas. Com formação em Ciências da Computação e MBA em Gerenciamento de Projetos.

Atualmente gerencia plataformas de diferentes soluções na região do Oriente Médio e África.



Créditos

Lista de Episódios

Palavras-chave:

  • Morar em Dubai
  • Mulheres em Tech
  • Emirados Arabes Unidos
  • Service Delivery Manager

Por Gabriel Rubens ❤️

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Transcripts

Speaker:

Fala pessoal, bem-vindos ao TPA Podcast, aqui novamente o Gabriel Rubens e hoje,

Speaker:

como sempre, a gente vai para mais uma história de pessoas que decidiram trabalhar

Speaker:

fora do Brasil e atuam em tech.

Speaker:

E pela primeira vez a gente vai para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos,

Speaker:

e a Bianca Pitarello vai contar para a gente como está sendo trabalhar e morar

Speaker:

lá com seus sete anos já de experiências no país. Tudo bem, Bianca?

Speaker:

Tudo bem e você, Gabriel? Tudo ótimo. E, Bianca, estou muito feliz que você

Speaker:

está aqui e empolgado pelo episódio, por ser a primeira vez lá e ser uma pessoa

Speaker:

que já tem tanta experiência no país.

Speaker:

Para começar... Desculpa. Não, não. Só ia agradecer, falar obrigada pelo convite.

Speaker:

Eu gosto muito do seu trabalho, dos outros podcasts. podcast e eu espero ajudar outras pessoas também.

Speaker:

Sim, então vamos começar com uma introdução, acho que você já tem bastante tempo

Speaker:

aí e aí seria legal a gente entender

Speaker:

qual que é o background que você tem antes de se mudar para Dubai.

Speaker:

Sim, bom, em Dubai eu já estou, como você falou, sete anos e meio,

Speaker:

eu mudei aqui pela mesma empresa que eu trabalhava no Brasil,

Speaker:

em São Paulo, é uma empresa multinacional francesa, e eu tive a oportunidade

Speaker:

de participar de um programa que eles fazem,

Speaker:

de transferência de funcionários de um país para o outro.

Speaker:

E a minha formação é na área de Tec, eu fiz Ciência da Computação,

Speaker:

e no começo eu trabalhava com a parte mais técnica, mas hoje eu sou gerente

Speaker:

de serviços, gerente de projetos.

Speaker:

Sim, eu esqueci de mencionar, né? Ou, em inglês, a Service Delivery Manager. Sim.

Speaker:

E como que aconteceu isso? Tua empresa abriu oportunidade, te ofereceu,

Speaker:

ou você se candidatou e aí depois a próxima é, tipo, por que Dubai? O que você viu? Sim.

Speaker:

Bom, primeiramente, quando eu estava na universidade, eu fiz um intercâmbio

Speaker:

para os Estados Unidos, né? que foi um intercâmbio de três meses,

Speaker:

work and travel, chamava, tudo que você mudava para trabalhar e praticar o inglês.

Speaker:

O motivo principal, na verdade, foi tentar perder o medo de falar inglês,

Speaker:

porque eu tinha muito receio.

Speaker:

E eu sabia que seria importante para quando eu começasse a trabalhar.

Speaker:

E aí eu gostei muito dos Estados Unidos.

Speaker:

Fiquei pensando já, um dia, tomara que eu consiga voltar, trabalhar na minha

Speaker:

área, quem sabe, Porque eu trabalhava num café num aeroporto.

Speaker:

Então, não era na minha área. Era realmente para praticar o inglês.

Speaker:

É um lugar excelente para praticar, né? Para atendimento. Exato.

Speaker:

Então, eu vou... Já volto para a tua pergunta, mas como que foi isso?

Speaker:

Porque o medo do inglês é uma das coisas que mais trava a gente, né?

Speaker:

De trabalhar fora. Às vezes até estudar. Então, como que foi estar no aeroporto

Speaker:

com milhões de sotaques diferentes?

Speaker:

Foi bem difícil no começo, né?

Speaker:

Quando eu cheguei lá, eu percebi que tudo que eu tinha estudado de inglês,

Speaker:

assim, eu tinha feito em escola, né?

Speaker:

Eu percebi que parecia que não tinha adiantado, sabe? Porque eu não conseguia

Speaker:

entender o que as pessoas falavam no começo, assim.

Speaker:

Muito difícil, muito difícil mesmo. Depois de, sei lá, uma semana,

Speaker:

já começou a melhorar. Já comecei a entender um pouco.

Speaker:

Depois de duas semanas, então cada semana ia melhorando. e eu diria que depois,

Speaker:

sei lá, de dois meses que eu tava se sentindo um pouco mais confortável,

Speaker:

mas também porque o vocabulário era sempre o mesmo, né?

Speaker:

O vocabulário era o menu ali do lugar, da cafeteria, então era sempre,

Speaker:

as perguntas que eu fazia pro cliente eram parecidas, as respostas que eu ia

Speaker:

ter também, então daí também isso ajudou, né?

Speaker:

Mas no começo eu tinha muito medo, então quando eu via gente chegando assim,

Speaker:

eu meio que exausta e falava, ah não, não vem falar comigo.

Speaker:

Mas depois você vai perdendo medo, né? Você vai se acostumando,

Speaker:

vai entendendo e para mim foi uma experiência muito incrível.

Speaker:

Eu recomendo muito quem tiver essa opção, quem tiver essa oportunidade para

Speaker:

tentar, porque ajuda muito.

Speaker:

Perder o medo do inglês e também fazer uma faculdade para trabalhar com algo

Speaker:

específico. E aí trabalhar com algo totalmente diferente foi uma experiência

Speaker:

também bem interessante.

Speaker:

Eu tenho um amigo que ele também, ele era programador estagiário e ele foi pra

Speaker:

Irlanda e propositalmente ele só procurou emprego como barista,

Speaker:

porque ele queria estar mesmo com contato ao público,

Speaker:

tipo, um, pela vergonha, né, que ele falou que tinha um pouco de interagir,

Speaker:

dois, pelo inglês, falou, tipo, queria me colocar na situação mais difícil, longe de casa,

Speaker:

e ele falou que sim, foi muito difícil no começo, ele já falava inglês,

Speaker:

mas a mesma coisa de quando chega lá é um pouco diferente,

Speaker:

e talvez até pelo nervosismo, mas depois de um tempo ele ficava,

Speaker:

sentiu muito a vontade que aí,

Speaker:

interagir em inglês no trabalho já não era assustador,

Speaker:

continuou de físico e mudou o vocabulário mas eu já não estava assustado como

Speaker:

foi a primeira experiência como barista.

Speaker:

Eu consigo entender o que ele disse mas ninguém puxou conversa contigo? nunca aconteceu?

Speaker:

De alguém tentar puxar conversa e você ficar, caramba, agora não tenho vocabulário

Speaker:

sim, sim aos poucos você vai ganhando vocabulário e daí também a gente conheceu

Speaker:

eu estava com um grupo de outros brasileiros também, mas no Café Ué única,

Speaker:

eles trabalhavam em outros isso foi muito bom os outros brasileiros trabalhavam

Speaker:

em outros restaurantes em outros lugares dentro do aeroporto também também, né,

Speaker:

então assim, foi bom por eu não estar sozinha, mas foi bom de eu estar sozinha

Speaker:

no café, porque lá, naquele trabalho,

Speaker:

eu não conseguia falar português, né, porque não tinha ninguém que entendia.

Speaker:

Mas a gente, eu e os brasileiros, fizemos amigos, né, de outras nacionalidades,

Speaker:

então eu tive que praticar o inglês também num contexto fora do trabalho.

Speaker:

Aí, de novo, no começo foi difícil e foi melhorando.

Speaker:

E também tem, assim, outros contextos, por exemplo, por exemplo,

Speaker:

ir no supermercado, né, ir numa loja, eu atendente vim falar com você.

Speaker:

Então, teve outros ambientes e outros vocabulários também, né?

Speaker:

Já teve até uma situação que uma pessoa veio falar comigo e pediu para chamar o meu gerente.

Speaker:

E eu tinha certeza que era para reclamar, porque eu não estava entendendo direito,

Speaker:

sabe? E eu tinha certeza, falei, nossa, certeza, o que vai acontecer agora, né?

Speaker:

E aí a pessoa elogiou, ela falou assim, ah, só queria dizer que foi o melhor café que eu já tomei.

Speaker:

E aí aconteceu assim, lógico que aconteceu pessoas reclamarem mesmo,

Speaker:

sabe ou falar, né, ou tipo não saber onde é o Brasil,

Speaker:

tipo, falei, ah, eu sou do Brasil, aí a pessoa ah, você volta lá todo dia aí

Speaker:

eu, como assim, é outro país, né,

Speaker:

aham aí vocês foram, vocês foram sim, sim, tenho, toda manhã eu pego um avião

Speaker:

um avião, né sim, sim, de avião não, é o.

Speaker:

Eu até entendo um pouco, porque tipo, Costa do Marfim, eu conheci um cara de

Speaker:

lá, só que eles falam francês, então ele falou, sei lá, não lembro a pronúncia

Speaker:

e eu fiquei perdido, eu fiquei com muita vergonha porque eu não sabia,

Speaker:

eu vi que ele ficou incomodado também,

Speaker:

assim, eu fiquei, porra, aí depois que ele saiu, eu fiquei tentando ir no Google,

Speaker:

digitar o que eu entendi ele falar, e aí eu vi sei lá, Costa do Marfim,

Speaker:

francês, eu fiquei, puta merda, eu não sabia que eles falavam diferente,

Speaker:

né, tipo, parece óbvio, acontece.

Speaker:

Mas que legal, Parece uma experiência legal De ter ficado lá Ainda mais no aeroporto

Speaker:

Parece um desafio gigante Porque, mesma coisa, eu estudei inglês no Brasil Por um tempo, né,

Speaker:

Antes de fazer intercâmbio Chegando lá Eu não conseguia pedir um sanduíche de

Speaker:

queijo E aí um de frango Eu fui num lugar e falei Eu vou no mais fácil possível

Speaker:

Porque eu não gostava mais de apanhar o dia inteiro,

Speaker:

Tipo, de não conseguir me comunicar Eu tava sozinho no primeiro dia e eu falei,

Speaker:

ok, esse aqui não tem erro, só tem dois sanduíches e aí peguei o errado.

Speaker:

Mas no final vai, né, gradualmente e é muito da confiança acho que no começo

Speaker:

eu ficava com medo e o medo já atrapalhava ainda mais entender,

Speaker:

porque tu tá naquela tensão gigante, né tipo, pode ser que traduzir o que ele

Speaker:

tá falando se não me entender realmente afeta muito é, tu tem razão sim, sim,

Speaker:

então, vamos lá, eu te interrompi e aí a gente fez essa,

Speaker:

parte da inglesa, mas que eu acho muito importante mas tal, você fez o intercâmbio

Speaker:

e isso influenciou na tua na tua ideia de ir pra Dubai a ideia inicial era ir

Speaker:

pros Estados Unidos de novo.

Speaker:

E aí eu tentei, na minha própria empresa, eu comuniquei que eu gostaria de trabalhar

Speaker:

nos Estados Unidos teria oportunidade, a empresa tinha,

Speaker:

tem ainda, tem sede lá então seria uma oportunidade aí eu me inscrevi cheguei

Speaker:

a fazer entrevista e acabou não dando certo,

Speaker:

aí eu fiquei tentando outros países, fiquei pesquisando que outro país poderia ser legal,

Speaker:

algum país na Europa porque a empresa também tem uma também tem uma representação

Speaker:

na Europa em geral, em vários países e eu fiquei tentando também pesquisando,

Speaker:

pesquisando vendo as oportunidades, o que eu podia fazer.

Speaker:

Porque o meu principal, o meu interesse era ter uma experiência internacional,

Speaker:

sabe? Não era morar pra mudar e morar pra sempre.

Speaker:

Era poder dizer, ah, eu tenho uma experiência internacional,

Speaker:

trabalhei com outras culturas e pratiquei meu inglês.

Speaker:

Aí, acabaram me oferecendo, falaram, olha, tem uma oportunidade em Dubai.

Speaker:

Na verdade, eles não sabiam ainda se a vaga ia ser em Dubai ou em Praga.

Speaker:

Mas me falaram se eu teria um interesse em um desses dois países.

Speaker:

Aí, eu falei que sim, que eu tinha interesse, né? Porque eu já estava querendo

Speaker:

mudar de qualquer jeito.

Speaker:

Aí, eu dei uma pesquisada nos dois, vi o que eu acharia, né?

Speaker:

Qual que seria a diferença entre um e outro.

Speaker:

Conversei com algumas pessoas, né? Como me falaram que a chance de ser em Dubai

Speaker:

era maior, eu conversei com mais gente em Dubai então a pesquisa foi maior,

Speaker:

em Dubai, conversei até com funcionários da própria empresa que já estavam lá

Speaker:

com algumas pessoas que me deram contato, sabe, você conhece alguém? que conhece alguém?

Speaker:

E aí eu conversei e tal o feedback foi muito positivo as pessoas estavam felizes

Speaker:

lá me falaram que, apesar da cultura ser bastante diferente do Brasil da distância

Speaker:

e tudo mais, que era muito internacional, tinha pessoas de vários países,

Speaker:

e assim, como Como o feedback das pessoas foi muito positivo,

Speaker:

eu falei, ok, talvez eu...

Speaker:

Acho que eu quero pegar esse desafio, né?

Speaker:

E aí, acabou dando certo. Acabou dando certo.

Speaker:

Inclusive, uma coisa interessante é que, assim, o processo de entrevista,

Speaker:

tanto para Dubai quanto para os Estados Unidos, foi parecido, eu diria.

Speaker:

E mesmo assim, por alguma razão, deu certo o Dubai e deu certo lá.

Speaker:

Às vezes isso acontece, né?

Speaker:

Destino? É, a entrevista é complicada, porque depende, às vezes,

Speaker:

do humor da pessoa, depende de quais outros candidatos passaram por lá,

Speaker:

então às vezes você é uma das melhores, mas tem alguém com alguma coisinha a mais, então é...

Speaker:

É sempre complicado. Mas, tá bom. E como que foram as entrevistas?

Speaker:

Você falou que as duas foram parecidas.

Speaker:

Elas eram também parecidas com as do Brasil? Ou foram diferentes?

Speaker:

Eu tive uma entrevista com, no caso de Dubai, foram com três pessoas, né?

Speaker:

Diferentes. Então foram três entrevistas diferentes. E foi perguntas assim,

Speaker:

como eu sou da, como era a mesma empresa, né? Era uma transferência.

Speaker:

Então, eu já entendi dos processos da empresa, né? Tem algumas coisas que não

Speaker:

precisam fazer parte da entrevista, eu diria.

Speaker:

Porque o meu perfil também provavelmente já é passado para lá.

Speaker:

E aí eles fizeram várias perguntas do meu próprio trabalho. Situações com clientes, situações de projetos.

Speaker:

Dificuldades que eu tive, como que eu gerenciei. Então foram perguntas mais gerenciais.

Speaker:

Porque a vaga não era tão técnica, era uma vaga mais gerencial. e,

Speaker:

nos dois, tanto nos Estados Unidos quanto Dubai, foi isso foram essas três entrevistas,

Speaker:

nos Estados Unidos teve também uma apresentação que eu tive que fazer,

Speaker:

então eles me deram um case e eu fiz uma apresentação e eu lembro que quando

Speaker:

terminou eu perguntei no caso dos Estados Unidos se eu não tinha sido aceita

Speaker:

por causa do inglês porque eu sabia que meu inglês naquele estágio não era fluente.

Speaker:

Apesar do defeito de intercâmbio foi só três meses, aí no Brasil eu já trabalhava

Speaker:

oito anos e nesses oito anos eu não usava tanto inglês o português era o principal língua com certeza,

Speaker:

e eles me falaram que não a gente entende que você não tem inglês como língua

Speaker:

materna e que você iria aprender aqui em um, dois meses,

Speaker:

morando aqui nos Estados Unidos você já estaria muito bem mas assim,

Speaker:

eles não falaram o porquê que não deu certo mas falaram isso,

Speaker:

que não foi isso é verdade também.

Speaker:

Eles não falaram o motivo mas falaram que não foi em inglês não sei se é verdade

Speaker:

ou não também mas foi a resposta que eu recebi na época,

Speaker:

E, no caso de Dubai, o inglês acabou sendo um pouco mais simples para mim,

Speaker:

porque a maioria das pessoas na empresa não tinham inglês como língua materna.

Speaker:

Não vou dizer na empresa, mas pelo menos na minha equipe. Então,

Speaker:

essa é onde acaba acontecendo em Dubai.

Speaker:

Por exemplo, hoje na minha equipe não tem ninguém que o inglês é a língua principal.

Speaker:

É sempre segunda língua.

Speaker:

Então, acaba facilitando um pouco, porque você pensa, a pessoa também não tem 100%.

Speaker:

Nesse sentido você fica um pouco mais tranquila, mas por outro lado você tem

Speaker:

que aprender a lidar com vários sotaques né sim, sim, sim mas acho que é um problema menor, não é?

Speaker:

Sim, de lidar porque acho que a confiança é diferente,

Speaker:

a confiança é diferente e tu automaticamente se abre pra tá,

Speaker:

como eu faço essa pessoa me entender e como que eu entendo ela,

Speaker:

então acho que a a relação fica mais igual.

Speaker:

Eu tenho essa impressão, assim, na minha equipe, porque nas reuniões que tá

Speaker:

só a galera da minha equipe mesmo, da minha empresa, eu não fico muito nervoso.

Speaker:

Hoje em dia eu já não fico em geral, né? Mas quando tava a galera do Reino Unido, sabe?

Speaker:

Aí era onde eu ficava antes da reunião, repassando na minha cabeça,

Speaker:

falando, tá, eu que vou puxar a reunião, então deixa eu repassar quais são os

Speaker:

pontos mais importantes.

Speaker:

E isso não acontecia com a galera, tipo, da Espanha, da Holanda.

Speaker:

Tá, eu acho que eu também, se eu tenho que falar com um nativo hoje,

Speaker:

também é diferente você fica mais atento, né, pra.

Speaker:

Sim, eu presto mais atenção com os outros não eu solto e alguém fala, não entendi,

Speaker:

eu nem ligo quando é um nativo eu já, ok, desacelera ainda tem um pouquinho

Speaker:

assim, eu não vou dizer que eu fico nervoso, mas não é 100%,

Speaker:

o meu sentimento sim, eu também.

Speaker:

Ah, legal. Tá, então a entrevista em inglês.

Speaker:

E como que tu se sentiu na segunda? Foi mais fácil, né, pra ti?

Speaker:

E qual que foi o feedback deles até depois? Tipo, eles chegaram a comentar algo

Speaker:

sobre o teu inglês? Na segunda entrevista?

Speaker:

Não, não. Um processo inteiro pra Dubai mesmo. Não comentaram, não.

Speaker:

Inclusive, assim, entrevista eu achei que houve uma empatia melhor do entrevistador, então eu senti que

Speaker:

sabe quando você sente que vai dar certo que o jeito que a conversa foi,

Speaker:

se sente bem a vontade, é, foi diferente eu diria que foi diferente,

Speaker:

eu sempre dou um feedback quando isso acontece, assim, em algumas entrevistas

Speaker:

eu me senti muito bem, assim, tem algumas pessoas que fazem,

Speaker:

né que conseguem tirar o melhor de ti, isso eu acho bem legal quando,

Speaker:

ou a equipe ou a pessoa do RH, né, de people que conseguem fazer isso,

Speaker:

eu sempre tento dar um feedback, porque tem várias que eu me sinto meio assim,

Speaker:

cara, parece que eu tô sendo interrogado. É verdade.

Speaker:

Mas só isso, então eles não comentaram nada do inglês especificamente,

Speaker:

mas quando eu cheguei em Dubai, eu peguei alguns projetos menores,

Speaker:

então eles me deram tempo pra me adaptar com a empresa, com a língua,

Speaker:

com a cultura, com o processo da mudança, para depois me alocar em projetos um pouco maiores.

Speaker:

Então, houve um entendimento por parte deles que haveria essa necessidade de

Speaker:

ir um pouco mais devagar, vamos dizer.

Speaker:

Ah, que legal. Isso é bom também. Isso ajuda, né? Não cair já no...

Speaker:

Sei lá, num projeto que tá pegando fogo. Porque aí é muita...

Speaker:

Acho que é muita pressão no começo.

Speaker:

E quais foram os próximos passos? Tu recebeu a notícia de, ok, Dubai aprovado.

Speaker:

Como que foi desse momento até mudar pra lá? Sim, foi razoavelmente rápido, tá?

Speaker:

Eu recebi o ok, fiquei, acredito que em maio, junho, mais ou menos,

Speaker:

e em janeiro já estava me mudando. Então, foram seis meses.

Speaker:

E o motivo maior de ser seis meses foi porque no Brasil estava num projeto grande,

Speaker:

então tinha que ser feito um handover, né, de forma organizada e tal.

Speaker:

Então, foi mais pelo Brasil, porque Porto Baio eles queriam logo,

Speaker:

né, eles queriam que fosse mais rápido.

Speaker:

E aí eu fui antes, em dezembro, na verdade, uma semana, em dezembro,

Speaker:

que eles chamam de Home Find Trip.

Speaker:

Na verdade, é uma semana pra você se ambientar com a cidade,

Speaker:

você escolher o lugar que você vai morar, você já conhecer as pessoas que você vai trabalhar.

Speaker:

Então, eles fazem parte do pacote de benefícios da empresa, mas nesse momento

Speaker:

que você vai, você não pode mais existir.

Speaker:

Porque eu falei, tem como eu ir essa semana, e depois, se eu gostar, eu assino e não deixar.

Speaker:

Eu falo, não, porque acho que eles pensam que a gente só vai pagar isso se a

Speaker:

pessoa aceitar o desafio.

Speaker:

Então, eu não lembro que eu assinei a oferta antes.

Speaker:

E aí, eu fui lá, só que assim, eu não pude escolher meu apartamento,

Speaker:

porque a dinâmica de Dubai é quando você acha um imóvel, você já tem que assinar

Speaker:

e já tem que mudar rápido.

Speaker:

Então, eles têm uma dinâmica um pouco diferente, eles não podem esperar um mês, por exemplo.

Speaker:

Naquele período, teve períodos diferentes do mercado imobiliário em Dubai,

Speaker:

mas naquele momento era assim, então eu escolhi mais ou menos a região que eu

Speaker:

queria morar mas eu só realmente escolhi e realmente mudei só que eu não me

Speaker:

mudei oficialmente em janeiro.

Speaker:

A dinâmica está parecida aqui também eu acho que porque tem poucas opções,

Speaker:

mas eu e todo mundo que eu conheço que se mudou recentemente,

Speaker:

olharam alguns e fez a oferta na hora O meu mesmo, a corretora falou,

Speaker:

se você gostou, já me manda um e-mail assim que chegar em casa,

Speaker:

porque eu vou passar para o dono, né?

Speaker:

Já hoje, porque ela falou, tem outras pessoas e todo mundo chega e já manda na hora.

Speaker:

Então faz sua oferta, escreve alguma coisinha lá, sabe?

Speaker:

Eu me vendi na oferta, porque é difícil conseguir alguma coisa legal que não seja tão bom.

Speaker:

Provavelmente a mesma coisa aí, né? Principalmente agora, né?

Speaker:

Que acho que no mundo inteiro o mercado imobiliário está bem caro, né, vamos dizer?

Speaker:

Então, tá mais difícil de achar as opções, começa a ficar mais...

Speaker:

Se você quer pagar um pouco menos, você vai morar um pouco menos afastado, é mais difícil.

Speaker:

E como foi essa semana de ambientação que você teve aí?

Speaker:

O que você fez? Qual foi o sentimento? Eu queria que tu me ajudasse a entender, né?

Speaker:

Bianca chegando lá, tem uma semana pra, não sei, não sei se explorar,

Speaker:

ver casa, documento, então, o que que outras pessoas que vão se mudar pela primeira vez devem sentir?

Speaker:

Uma coisa que eu fiz, por exemplo, eu fui no supermercado, em algumas lojas,

Speaker:

pra dar uma pesquisa de mercado, né? Quanto é que custa e tal.

Speaker:

Porque isso é uma das coisas difíceis, eu acho quando você muda, né,

Speaker:

saber se quando você vai ganhar, como é que vai ser o seu estilo de vida,

Speaker:

né, porque no Brasil você sabe, né, você já morou sua vida inteira, né, você conhece,

Speaker:

é tudo automático, você sabe como é a economia e tal, no caso de Dubai eu não

Speaker:

sabia nada, e é um assunto um pouco difícil se você não tem alguém um pouco

Speaker:

mais próximo, né, pra perguntar, né,

Speaker:

não sei, pelo menos pra mim foi um pouco difícil entrar nesse assunto,

Speaker:

né, ah, o salário é suficiente, sabe, perguntas desse tipo eu não consegui fazer

Speaker:

pras pessoas, porque era eram pessoas que eu não conhecia, né?

Speaker:

Não tinha ninguém que eu tinha algum contato antes.

Speaker:

Então, eu fiz meio que uma pesquisa de mercado nessa semana também pra entender

Speaker:

como que funcionava Dubai.

Speaker:

Tentei escolher o bairro que eu ia morar, né? Na verdade, uma das pessoas que

Speaker:

eu conheci, ele era um mexicano, então, cultura parecida com o Brasil, né?

Speaker:

Então, eu também peguei várias dicas com ele, né?

Speaker:

Inclusive, a região que eu acabei decidindo pra eu morar.

Speaker:

E ele foi ter uma pessoa que acabou me ajudando bastante, né?

Speaker:

Porque quando você muda para um país tão diferente, tem muitas questões que

Speaker:

têm que ser vistas, e até porque era a primeira vez que eu mudava sozinha para

Speaker:

um país, porque no intercâmbio tinha uma agência por trás,

Speaker:

e não foi mudar para sempre, não foi mudar para um período longo.

Speaker:

Exatamente, e Dubai, o contrato era dois anos, podendo ser estendido para três,

Speaker:

mas não tinha assim ah, você tem que voltar em três foi um negócio meio aberto

Speaker:

e eu fui meio pensando não fui pensando,

Speaker:

ah, vou voltar, não vou eu achava que eu ia voltar, na verdade na minha opinião

Speaker:

eu iria voltar depois de dois anos mas as coisas acabou acontecendo e eu tô aqui ainda, né,

Speaker:

mas enfim, nessa semana o que mais?

Speaker:

Aí eu conheci as pessoas que iam trabalhar comigo a primeira percepção foi muito

Speaker:

positiva, né foram pessoas bem pessoas bem acolhedoras, eu gostei da equipe, então foi legal.

Speaker:

Mas mesmo assim, eu fiquei com receio de algumas coisas, quando eu cheguei,

Speaker:

por ver que era tão diferente do Brasil,

Speaker:

e aí, essa pessoa que eu comentei, o mexicano, ele me ajudou bastante,

Speaker:

ele falou, não, eu vou te levar a pontos turísticos, pra você perder o medo.

Speaker:

E aí a gente foi a alguns pontos turísticos, e aqui no bairro tudo é muito bonito, sabe?

Speaker:

Então acabou me convencendo. Falei, não, acho que vai ser legal o desafio.

Speaker:

E quais foram os medos?

Speaker:

Ah, não sei. Quando eu cheguei, cheguei no aeroporto, aquele monte de gente.

Speaker:

Foi assim, foi mais pessoal, sabe? Não foi algo... Não teve algo específico.

Speaker:

Foi eu chegar e não conhecer ninguém, aí eu chegar no hotel,

Speaker:

não ter ninguém pra conversar, sabe? É, sentir diferente.

Speaker:

Aham. Tá, entendi, entendi. E talvez até porque os Estados Unidos talvez você

Speaker:

não se sinta tão diferente de como é no Brasil, tipo, pessoas,

Speaker:

arquitetura, acho que estão essas pequenas coisinhas, né, que é mais é...

Speaker:

Hum... tá faltando a palavra em português, overwhelming. Sim.

Speaker:

Eu sinto, eu detesto quando isso acontece. Mas enfim, não é tão tipo,

Speaker:

não tem essa sobrecarga de informações novas, né.

Speaker:

É, e eu também, assim, eu nunca tinha ido pra um país com essa cultura, né?

Speaker:

E mesmo, sei lá, quando eu cheguei, eu lembro o impacto foi,

Speaker:

por exemplo, as roupas das pessoas.

Speaker:

Você já vê que é diferente do Brasil, né?

Speaker:

Foi algo que eu não tinha pensado. Ah, como que vai ser quando eu chegar e ver isso, sabe?

Speaker:

Tipo, talvez aquela de eu vou estar diferente, né? É, eu vou ser diferente.

Speaker:

Por mais que falam, não, Dubai é multicultural, tem vários países,

Speaker:

sim, tem vários países, mas tem uma uma cultura muito forte do islamismo,

Speaker:

então vai ter muita gente,

Speaker:

praticante da religião, usando uma roupa específica, aí também,

Speaker:

assim, apesar de em Dubai 80% da população é imigrante, mas dos 80%, 50% é da Índia.

Speaker:

Na Índia também, algumas partes ainda também tem uma vestimenta específica,

Speaker:

que é aquelas roupas mais coloridas e tal.

Speaker:

Então, você também vai ver isso bastante em Dubai. Então, você vê um...

Speaker:

Existe um choque cultural inicial talvez pra uma pessoa que já tenha viajado

Speaker:

pra algum país que tenha esse tipo de, né, essa população talvez tenha achado normal,

Speaker:

mas no meu caso eu não tinha nunca viajado pra um país com essas características,

Speaker:

vamos colocar assim então pra mim foi diferente claro e ainda mais porque se

Speaker:

você fosse de férias nunca vai ser a mesma coisa de você chegar lá e falar falar,

Speaker:

eu vou ficar aqui por dois anos, sabe?

Speaker:

Então, o sentimento não é o mesmo. Não é o mesmo mudando pra Portugal,

Speaker:

que, tipo, sei lá, não é tão diferente assim.

Speaker:

A diferença é mínima, vou dizer. Eu consigo imaginar pra Dubai.

Speaker:

E como que foi chegar na equipe? Passando agora pro ambiente de trabalho.

Speaker:

Passou essa primeira semana que você foi de uau, é tudo muito diferente pra

Speaker:

o teu amigo, ou teu colega de trabalho mexicano ir ajudando,

Speaker:

não falar ok, vou ficar, como que foi o comecinho com a equipe?

Speaker:

A equipe tinha pessoas de várias nacionalidades, né?

Speaker:

Então, já começou a eu ter que aprender os diferentes sotaques.

Speaker:

Uma coisa que ajudou foi que, apesar de... A gente sabe que na área de tech

Speaker:

não tem muitas mulheres, né?

Speaker:

Mas em Dubai tinha, né? Tinha algumas. Então, isso também acho que ajudou.

Speaker:

Interessante. É que sempre tem algumas dúvidas que talvez eu me sentiria mais

Speaker:

confortável em perguntar.

Speaker:

Até perguntas sobre a própria religião, curiosidades que eu tinha, foram sanadas por essas,

Speaker:

pessoas, a empresa pra você ter uma ideia na época tinha,

Speaker:

mais de 40 nacionalidades não sei hoje como é que tá, acredito que deve ser

Speaker:

parecido mas na época era uma empresa que chegaram a divulgar esses dados,

Speaker:

então você imagina o mix aí de Isso foi interessante,

Speaker:

porque me fez aprender muito sobre as várias culturas,

Speaker:

voltando que eu estou desviando do tópico principal,

Speaker:

a minha equipe, eu achei que eles foram bem acolhedores, eles me perguntavam

Speaker:

assim, já achou o apartamento,

Speaker:

já está tudo certo, como está o visto, sempre vendo como é que eu estava,

Speaker:

sabe, se preocupando, como eu disse, eles me deram projetos pequenos no começo, Então, houve uma...

Speaker:

Assim, eles perceberam que seria melhor começar com menos, vamos dizer assim, né?

Speaker:

Já não me sobrecarregar logo no começo, que às vezes eu vejo acontecer com algumas pessoas.

Speaker:

Comigo não foi assim. Conforme eu fui mostrando pra eles que eu dava conta,

Speaker:

que os projetos estavam acontecendo, aí eles foram me dando mais responsabilidades aos poucos.

Speaker:

Então foi bem bacana. É isso.

Speaker:

E é isso. Uma empresa multicultural... Essa era a dúvida.

Speaker:

Culturalmente, você sentiu diferente? Eu senti diferente porque...

Speaker:

Por exemplo, aqui eles têm a cultura de rezar cinco vezes por dia.

Speaker:

Então eles vão parar a gente está no escritório, sentado, trabalhando,

Speaker:

eles vão parar pra fazer a reza.

Speaker:

Normalmente tem lugares especiais pra pessoa, né, pras pessoas poderem rezar,

Speaker:

mas se a pessoa tá com pressa, ou se não vai dar tempo de ir até o lugar,

Speaker:

às vezes eles acabam rezando no próprio escritório. Então, do seu lado.

Speaker:

Então, isso foi algo diferente, algo que eu não tinha.

Speaker:

Alto? Ou, tipo, mais no pensamento? Mais no pensamento.

Speaker:

Mas, por exemplo, a maioria, muitos deles, tem tem alarme no celular,

Speaker:

porque a reza tem um horário específico, né?

Speaker:

Então, um horário pra lembrar. Então, às vezes toca aquela música,

Speaker:

né, que é uma música que ela normalmente é tocada antes da reza.

Speaker:

Né, o call to prayer que eles chamam aqui.

Speaker:

Então, pra mim isso foi diferente. Ou foi diferente, por exemplo,

Speaker:

eu tinha um problema e eu precisava de alguém pra me ajudar,

Speaker:

eu já, né, já pegava o celular, já ligava, aí a pessoa não atendia e falava,

Speaker:

ah, a Bianca tava rezando.

Speaker:

É algo que no Brasil, né, no Brasil a gente tem esse senso de urgência você

Speaker:

não vai parar, você tem um problema, você vai ali. Eles não.

Speaker:

Pode ter um problema, pode ter o que for, dê o horário, eles vão parar.

Speaker:

Então, isso foi diferente, porque eu falava, gente, eu estou com um problema aqui,

Speaker:

até sempre fui um pouco mais acelerada para resolver as situações quando precisa,

Speaker:

então isso foi algo que eu tive que aprender a ver como que funcionava aqui.

Speaker:

Tá, então eles não são tão acelerados como você estava acostumada no Brasil.

Speaker:

Mas você aprendeu mesmo?

Speaker:

Eu acho que aprendi. Ou você se sente mais acelerada que eles?

Speaker:

Eu acho que, de certa forma, eu me adaptei, eu diria.

Speaker:

Outra coisa também de diferente é que especificamente na minha equipe inicial,

Speaker:

a maioria, a grande maioria, se não 95%, era muçulmano.

Speaker:

Então, como eles eram eram bastante praticantes, eles não consumiam bebida alcoólica.

Speaker:

Então, por exemplo, aquele famoso happy hour depois do trabalho,

Speaker:

que eu tinha com uma certa frequência em São Paulo, passou a não ter mais.

Speaker:

Então, foi isso algo também que, pra mim, foi bem diferente.

Speaker:

E eles fazem, obviamente, os eventos dele, o happy hour, vamos dizer assim, mas é diferente.

Speaker:

Então, por exemplo, eu já cheguei a ter um piquenique no parque,

Speaker:

ou ir num restaurante, mas restaurante árabe, mais local, que a gente vai comer

Speaker:

sentado no chão numa mesa,

Speaker:

né e o árabe tem muito desse quando você vai comer, normalmente você não pede

Speaker:

um prato cada um eles pedem uma porção de comidas e todo mundo come junto eles

Speaker:

tem mais esse tipo de cultura, vamos dizer assim,

Speaker:

então... E na pandemia?

Speaker:

Também era... Continua assim, dividindo prato?

Speaker:

É, não, isso é mais Mas se tiver um evento, vamos por, vamos no restaurante,

Speaker:

equipe, sai e vai no restaurante, aí normalmente é mais assim, todo mundo come junto.

Speaker:

Tá bom. Eu diria que isso é da cultura árabe, vendo outras pessoas da cultura,

Speaker:

eles são mais, tem mais esse conceito.

Speaker:

E o que que tu acha que tu adaptou bem hoje e tu faz diferente depois desse

Speaker:

tempo aí com eles por exemplo, tu falou de ser de ser menos acelerada né, é uma delas acho que bom,

Speaker:

né, é bom pra pra saúde mental em geral é, sim eu gosto bastante da comida árabe

Speaker:

e eu gosto desse conceito de,

Speaker:

você pedir várias porçõezinhas e experimentar várias coisas isso eu gosto bastante.

Speaker:

E apesar assim, eu acho que Dubai depende muito da empresa que você está da

Speaker:

equipe que você está, qual é o tipo de trabalho, qual é a área,

Speaker:

especificamente, se é tech ou se é outra área, eu acho que vai depender bastante,

Speaker:

porque no geral eu acho aqui as pessoas aceleradas então não quero trazer aqui

Speaker:

a ideia pra você de que aqui, porque eu acho que a Europa tem um pouco mais

Speaker:

esse conceito de ser menos acelerado eu não acho que Dubai tenha.

Speaker:

Não acho que tenha porque é uma cidade grande bem acelerada,

Speaker:

o número de pessoas aumentou muito desde quando me mudei aqui até hoje eu achei

Speaker:

que aumentou bem e eu estava até lendo um livro que chama When Cultures Collide

Speaker:

que é falando sobre as diferenças culturais o livro o autor divide as culturas do mundo em três,

Speaker:

a primeira ele fala que é linear que são as pessoas que fazem fazem uma atividade

Speaker:

por vez, uma tarefa de cada vez, que seria mais a cultura, por exemplo,

Speaker:

Alemanha, Suíça, talvez Estados Unidos também se enquadre aqui.

Speaker:

Depois o Mood Active, que seriam aqueles que fazem muitas coisas ao mesmo tempo.

Speaker:

A Árabe está aqui, e o Brasil está aqui também. A América Latina está aqui no geral, italianos.

Speaker:

E o último é Reactive, que são aqueles com mais cortesia, eles tomam mais cuidado

Speaker:

para ouvir o interlocutor, que seria o Japão, China.

Speaker:

Só que um país pode ter mais de uma dessas culturas, não significa que você

Speaker:

vai enquadrar 100% um em outro.

Speaker:

Mas o Brasil e o Árabe são parecidos, de ser esse não planejamento, eu diria.

Speaker:

Eu sou uma pessoa que gosto muito de planejamento, por isso que eu gosto de projetos.

Speaker:

Mas aqui uma coisa que pesa muito aqui da diferença cultural é exatamente isso

Speaker:

de querer ficar mudando o escopo no meio do projeto. projeto.

Speaker:

Para mim, isso é o mais diferente.

Speaker:

No Brasil também tem essa cultura, mas menos. Aqui, assim, você vai começar

Speaker:

um projeto, você vai começar qualquer coisa, você sabe que vai mudar no meio.

Speaker:

Ou que eles vão pedir alguma coisa que não estava na especificação,

Speaker:

e aí, provavelmente, eles não vão querer que tenha um acordo comercial em cima do pedido.

Speaker:

Eles vão querer que você, ser o famoso de graça, né?

Speaker:

Então isso acontece muito aqui. Eu diria que pra mim hoje é o principal problema.

Speaker:

Né? E diferença cultural.

Speaker:

E isso se reflete no dia a dia também? Porque tem algumas culturas como,

Speaker:

sei lá, Turquistão, que eu tinha ouvido assim, que todo lugar tu tem que ficar, sabe.

Speaker:

Naquela conversa de preço pra tudo, sabe?

Speaker:

Tem um amigo da minha esposa que tá num país desse, porque a esposa dele é de

Speaker:

lá, e ele falou que teve que aprender a ficar questionando todo o preço e tudo.

Speaker:

Vai na feira, às vezes no mercado também.

Speaker:

Esse é um bom ponto. Aqui a cultura árabe é totalmente assim.

Speaker:

Então quando você vai aqui nos mercadinhos, que tem é chamado suque,

Speaker:

que seria os mercadinhos. Tem tanto de...

Speaker:

Quando você vai comprar mesmo souvenir, ou roupa, aqui eles também tem muito,

Speaker:

esse suque que é um conceito muito grande aqui, você tem que negociar o preço.

Speaker:

Você já tem que chegar sabendo que o preço que eles vão falar inicialmente não

Speaker:

é o preço que vai ser o final.

Speaker:

E eles esperam que você negocie. É algo cultural.

Speaker:

Isso é difícil também. Para mim é muito difícil também. Eu não gosto dessa...

Speaker:

Detestava meu pai fazendo isso na feira?

Speaker:

Não, isso é necessário aqui. É algo que eu aprendi também.

Speaker:

Então, por isso que durante o projeto você vai ter muita discussão.

Speaker:

Porque ele vai falar, isso aqui não está no escopo, eu quero.

Speaker:

Você vai começar a discutir, e parece que eles gostam da discussão,

Speaker:

sabe, não é algo, tipo, eu vejo discussão como algo que não é legal, sabe,

Speaker:

ah, a gente acordou isso, vamos fazer, sabe, não tem que ficar discutindo toda

Speaker:

hora, eu acho que dá uma, quebra um pouco o projeto, não sei,

Speaker:

aqui você tem que gostar de discutir, porque eles gostam, acho que tá no sangue deles.

Speaker:

Acho que eu teria dificuldade também de ficar assim.

Speaker:

Talvez no projeto menos, acho que na feira seria mais tenso para mim o dia inteiro.

Speaker:

Me sinto meio incomodado de ficar discutindo o preço da pessoa.

Speaker:

No shopping, supermercado, o preço é mais fixo. Você não vai ter tanta margem.

Speaker:

Então isso é bom, é mais normal. Vai ser o preço lá, provavelmente você não

Speaker:

vai conseguir negociar.

Speaker:

Mas nesses locais mais áridos, esse suque, lugar turístico,

Speaker:

aqui também tem um lugar turístico que se chama Global Village que são tendas

Speaker:

de vários países, todos os países estão sendo representados,

Speaker:

vendendo os produtos locais esse lugar também é um lugar que com certeza você

Speaker:

tem que fazer negociação,

Speaker:

mercado de ouro aqui também que é bem comum também tem que negociar e hoje você

Speaker:

gosta de estar nesse lugar?

Speaker:

Eu aprendi a negociar, mas não

Speaker:

é algo que eu falo, nossa eu amo negociar é algo que foi aprendido mesmo.

Speaker:

Tá e já que a gente começou a falar

Speaker:

sobre morar aí, né, eu acho que eu vou totalmente focar agora nisso, que é,

Speaker:

como que tá sendo a vida por aí, já é bastante tempo né, então já não tem mais

Speaker:

aquele choque porque tu já sabe como as coisas funcionam então,

Speaker:

o que que alguém pode esperar de ir morar aí em Dubai,

Speaker:

é, bom, como todo lugar tem ponto positivo e ponto negativo não tem como,

Speaker:

né? Em nenhum lugar é perfeito.

Speaker:

Vamos começar pelos pontos positivos, né? O primeiro eu diria que é a qualidade de vida, né?

Speaker:

Eu sei que qualidade de vida também depende de pessoa pra pessoa,

Speaker:

mas assim, nos quesitos por exemplo, segurança.

Speaker:

Dubai é muito segura, até pelas leis serem mais rígidas, né?

Speaker:

Não tem uma democracia, vamos dizer.

Speaker:

As leis são bem rígidas aqui e o pessoal respeita muito.

Speaker:

Então, por exemplo, você pode ir na praia se você estiver sozinho você pode

Speaker:

entrar no mar, deixar sua bolsa,

Speaker:

de praia com celular, dinheiro, tudo ali e ficar no mar, voltar depois tá tudo

Speaker:

lá, ninguém vai ter mexido,

Speaker:

é esse nível de segurança mesmo tem gente que não tranca a porta assim,

Speaker:

eu acho demais, sabe como eu venho do Brasil eu prefiro fazer as coisas com mais cuidado,

Speaker:

não importa mas eu sei de pessoas aqui que realmente se mora em casa deixa a porta do jardim aberta,

Speaker:

então assim, é realmente muito seguro aqui,

Speaker:

então assim, eu até perdi um pouco com a manha, assim, de ter que, ah, eu vou,

Speaker:

igual quando você morava em São Paulo, por exemplo, e estacionava o carro,

Speaker:

né, se eu ia depois à noite, sozinha, entrar no meu carro, eu tava meio ligada,

Speaker:

né, olhando, já entrava rápido, eu perdi um pouco essa manha,

Speaker:

sabe, que é muito tempo aqui, sem precisar,

Speaker:

ter medo de nada, né,

Speaker:

então eu senti até que quando eu vou pro Brasil, agora eu perdi um pouco a manha.

Speaker:

Outra coisa daqui, é,

Speaker:

questão financeira, eu acho que vale Vale ressaltar, os salários em gerais,

Speaker:

os benefícios em gerais que as empresas oferecem são maiores do que outros países.

Speaker:

O custo de vida alto, sim, mas os benefícios são bem relevantes também.

Speaker:

De novo, depende da situação, de cada pessoa, do cargo, da empresa,

Speaker:

mas eu diria que, no geral, a gente pode falar isso.

Speaker:

Por exemplo, a maioria das empresas oferecem uma passagem por ano para o seu país de origem.

Speaker:

O que já ajuda, você saber que você vai poder voltar para o seu país todo ano,

Speaker:

toda empresa vai te oferecer o seguro saúde,

Speaker:

porque é obrigatório na verdade faz parte do processo de Dubai,

Speaker:

depois o processo de visto aqui é muito fácil, porque como 80% das pessoas são

Speaker:

expatriadas, então é uma coisa que a empresa está acostumada,

Speaker:

então para ela não é algo que às vezes você vê na Europa talvez dando preferência

Speaker:

pra alguém com passaporte europeu, alguma coisa do tipo,

Speaker:

ou nos Estados Unidos, que o processo de visto é mais complexo,

Speaker:

né, aqui é muito simples, né, eles conseguem fazer o visto em um mês, um mês e meio,

Speaker:

né, então é algo, às vezes até menos, mas eu diria que essa é a média,

Speaker:

vamos dizer, do que eu ouvi falar, né, então o processo acaba facilitando.

Speaker:

Que mais? O serviço aqui, né, existe uma mão de obra aqui um pouco mais barata,

Speaker:

de alguns tipos de serviço, então você acaba tendo algumas facilidades em Dubai.

Speaker:

Você tem delivery de tudo aqui, né, essas entregas de supermercado, água, qualquer coisa.

Speaker:

Eu sei que agora, depois da pandemia, principalmente isso, quase todos os países

Speaker:

talvez tenham um pouco mais, mas Dubai realmente é o extremo,

Speaker:

assim, você consegue pedir qualquer coisa no supermercado, por exemplo,

Speaker:

uma compra gigantesca e vai chegar em menos de uma hora.

Speaker:

Já aconteceu de eu pedir muita coisa e chegar em 20 minutos.

Speaker:

E pedir qualquer coisa que você pedir, porque eu vejo que às vezes em outros

Speaker:

países não entrega tudo, a qualidade às vezes não é tão boa,

Speaker:

não sei, já ouvi alguns, sei lá. Aqui.

Speaker:

Supermercado mesmo, normalmente demora um pouquinho, você tem que agendar,

Speaker:

para comprar na hora só coisas pequenas.

Speaker:

Aqui tem, por exemplo, também o serviço de lavanderia, então alguém vai na sua

Speaker:

casa, busca a sua roupa, passa e te devolve em dois dias.

Speaker:

Tipo, é barato e você não precisa, você não precisa nem atender a pessoa,

Speaker:

você pode deixar uma sacola na frente da porta, que como eu disse é seguro,

Speaker:

e eles devolvem e colocam na fechadura ali da porta, em algum lugar também,

Speaker:

então se você não quisesse, não precisa nem.

Speaker:

O Amazon também aqui funciona muito bem, o Deliver Next Day,

Speaker:

não é propaganda, que realmente é muito bom.

Speaker:

O que mais? Aqui tem um serviço, por exemplo, Deliver até de gasolina do carro.

Speaker:

Quando você não quiser ir até o posto de gasolina.

Speaker:

Bem louco. Você não precisa nem ver também. Você pode deixar a portinha ali

Speaker:

de onde vai encher a gasolina aberta.

Speaker:

Você pede pelo aplicativo. Alguém vem, enche, paga pelo aplicativo. Você nem vê.

Speaker:

Você recebe um SMS e depois só falando ah, seu carro está completo.

Speaker:

Tem um serviço também se você vai para uma balada, por exemplo, com o seu próprio carro.

Speaker:

Ou para o bar, restaurante, enfim. você bebe e você não quer dirigir porque

Speaker:

não é bom então você pode pedir em vez de você pedir um táxi,

Speaker:

você pede uma pessoa pra dirigir o seu carro até a sua casa,

Speaker:

Então, assim, as facilidades de Dubai são... Tem um amigo da rodada. Exato.

Speaker:

Então, tem esse tipo de facilidade, eu diria, em Dubai.

Speaker:

A praia aqui é muito legal também. A pessoa fala que Dubai tem natureza.

Speaker:

Claro que não tem uma natureza como a Europa, mesmo o Brasil.

Speaker:

As praias não são iguais, obviamente.

Speaker:

Mas eles têm se esforçado bastante para aumentar a área verde.

Speaker:

É um projeto da cidade, né, aumentar espaços com praça, eles construíram um

Speaker:

lago, tudo bem, artificial, mas existe, né, existe esse tipo de,

Speaker:

existem alguns parques também.

Speaker:

Existe agora também, já há um tempo, mas existe pista de bicicleta,

Speaker:

ciclismo, na verdade, ficou muito famoso em Dubai,

Speaker:

mas é algo interessante, que você nunca imagina, né, que um lugar tão quente, vai funcionar mas,

Speaker:

realmente, obviamente quando a temperatura está muito alta, diminui mas a outra

Speaker:

parte do ano que eu tento é muito bom, você vê muita gente fazendo ciclismo.

Speaker:

Falando em tempo, como que é durante o ano? Esse é um dos pontos negativos já, que é o clima,

Speaker:

então é muito quente no verão começa mais ou menos em abril,

Speaker:

mas abril ainda ok maio também, começa a ficar quente mas ainda é possível,

Speaker:

ficar fora, em ambiente aberto, a partir de junho já é muito quente,

Speaker:

e aí vai até outubro outubro começa a melhorar mas ainda é quente,

Speaker:

então de novembro a março é a melhor época do ano em Dubai, se o pessoal quiser,

Speaker:

fazer turismo aqui essa é a época mais recomendada Agora a gente está em agosto,

Speaker:

quando a gente grava o podcast, e é extremamente quente.

Speaker:

E aí, assim, às vezes você fala, ah, mas eu vi a temperatura 40 e pouco.

Speaker:

Sim, mas vai ter temperatura, né? E tem aquele, o que você realmente sente.

Speaker:

E o que você realmente sente é... Sensação térmica. Sensação térmica, exato.

Speaker:

A sensação térmica aqui é muito alta, é mais de 50 graus, né?

Speaker:

E ela é úmida, então é a sensação de quando você abre o fogão e vem aquele...

Speaker:

Fono, né? Sim. É, e aí é o úmido que o seu óculos fica molhado, né? Fica embaçado.

Speaker:

Se você tá com uma bolsa, você também dá uma molhadinha. Então, assim, é quente.

Speaker:

Quente mesmo. Traz o cabelo rápido, né? Se for no salão. Horrível. Não fica.

Speaker:

Então, tudo tem ar-condicionado, tudo aclimatizado, então você não sofre nesse sentido, né?

Speaker:

É como morar no Canadá, nos Estados Unidos, nessas regiões muito frias,

Speaker:

que você tem aquecimento em todo lugar. Aqui é só o oposto.

Speaker:

Você vai dentro tem ar-condicionado mas aí,

Speaker:

andar fora que é o problema é a parte ruim, porque às vezes você sente a vontade

Speaker:

de caminhar ou mesmo de ir na praia e tal e não tem como,

Speaker:

não tem como, é impossível mesmo aí você acaba ficando só dentro de casa,

Speaker:

por isso que tem muitas coisas indoor aqui dentro com ar-condicionado o país é adaptado pra isso.

Speaker:

E o que mais? É difícil a lei da temperatura Bom,

Speaker:

custo de vida Eu já falei É realmente tudo muito caro Em Dubai,

Speaker:

principalmente O custo de aluguel De mercado imobiliário Que como toda situação

Speaker:

mundial Eu diria agora, houve um aumento geral Dubai não é diferente Dubai aumentou muito,

Speaker:

Com a guerra Que a gente teve na Ucrânia muitas pessoas da Rússia emigraram

Speaker:

para cá e com isso houve também um aumento significativo nos preços.

Speaker:

Como em todo lugar mas que mais a concorrência no mercado de trabalho eu também

Speaker:

gostaria de colocar como ponto negativo.

Speaker:

É alta é alta porque muita gente quer migrar para Dubai porque eles tem essa visão,

Speaker:

não sei se porque Dubai mostra não sei

Speaker:

qual é a sua visão por exemplo a visão das pessoas que não

Speaker:

conhecem Dubai mas eu acho que muita gente tem a visão de muito luxo não sei

Speaker:

e também porque os países vizinhos que tem assim talvez uma qualidade de vida

Speaker:

ou não tem tantos benefícios eles veem Dubai como uma opção de uma oportunidade

Speaker:

de vida e por ser mais perto,

Speaker:

por exemplo uma pessoa da Índia, ela consegue 3 horas de voo tá de volta pra

Speaker:

casa então Índia, Jordânia Egito, Líbano eles estão próximos e esses países

Speaker:

que às vezes tem algum conflito maior maior,

Speaker:

vamos dizer assim, né? Eles vêm do bar como oportunidade.

Speaker:

E aí toda vaga que abre, você tem muitos candidatos.

Speaker:

Claro, tem muitos candidatos, talvez que não sejam qualificados,

Speaker:

tem tudo isso, mas o número de inscritos por vaga é muito grande.

Speaker:

Eu acho que é maior do que outros países. Então, a concorrência aqui, no geral, é grande.

Speaker:

Então, eu diria que não é tão simples conseguir uma vaga, mas é possível, né?

Speaker:

A gente vê aí muitas Muitas pessoas, muitos brasileiros, inclusive,

Speaker:

se mudando para cá. Eu já recebi uma.

Speaker:

Ah, é? Já, já. E o e-mail começa com todos os benefícios. Qual que é a faixa

Speaker:

salarial, qual que é o custo de vida.

Speaker:

E você fica, cara, é muito impressionante. Porque, sim, o custo de vida é muito

Speaker:

alto, ainda comprando Portugal.

Speaker:

Mas o salário era muito maior. Ó.

Speaker:

Do que, tipo, do que do que eu custo de vida e era meio estranho,

Speaker:

aí até explicar, muitas pessoas ficam por dois anos, três, é uma oportunidade

Speaker:

boa pra guardar dinheiro, falei, cara, que.

Speaker:

Proposta de, era só pra entrevista ainda, sabe, tipo, mandaram pro LinkedIn,

Speaker:

eu falei, cara, que proposta sensacional aí fui ver a empresa,

Speaker:

realmente é uma empresa com vários estrangeiros então,

Speaker:

pra mim pareceu muito atrativo o que deve assustar um pouco é a temperatura cultura, né, e,

Speaker:

a cultura aqui é bem diferente, assim, até acho que por isso que o cara falou

Speaker:

já no e-mail, que a maioria das pessoas ficam por dois anos pra juntar dinheiro, etc,

Speaker:

mas se tu pensa só financeiramente, eu achei bem impressionante.

Speaker:

Aí do salário também, dos pontos negativos, é que não tem imposto de renda pra

Speaker:

pessoa física, então tudo que você receber é seu, né, igual...

Speaker:

Ponto positivo, né ponto positivo, com certeza não tinha imposto,

Speaker:

tava no e-mail também você acaba tendo que obviamente pensar na sua aposentadoria ou pensar ter algum,

Speaker:

você mesmo tem que gerenciar a sua situação financeira tipo seguro social.

Speaker:

Exato se você vai ficar por dois anos eu acho que não é tão crítico mas se você

Speaker:

vai ficar por mais tempo aí realmente eu acho que já vale você ter um plano

Speaker:

ano, né, que é o meu caso. Eu não pensei nisso pro Vimeo.

Speaker:

Porque ele falou do imposto ser baixo, tipo, não tem imposto,

Speaker:

e aí eu falei, ah, legal, mas eu não pensei nessa parte de...

Speaker:

Quando eu cheguei aqui, não tinha imposto nem pra o VIT, que eles falam,

Speaker:

né, que é o Value Added Service, que tem roupa, comida, não tinha nem esse, não tinha nem essa taxa.

Speaker:

Aí foi implementada, não lembro quando agora, agora, talvez 2019.

Speaker:

Então, hoje tem 5% de imposto dentro de roupa, comida, mas não do salário de pessoa física.

Speaker:

E aí do seguro social que a gente estava falando quando eu me mudei pra cá como

Speaker:

eu vim por um pacote despatriado, que eu falei que a empresa ofereceu no meu

Speaker:

caso eu ainda tinha um vínculo no Brasil, então eles ainda pagavam o meu,

Speaker:

INSS, que a gente fala que seria o seguro social do Brasil,

Speaker:

e o FGTS também, então eu ainda tinha um vínculo no Brasil que depois de dois

Speaker:

anos eles mudaram meu contrato e eu passei a ser uma pessoa local aqui em Dubai Dubai.

Speaker:

Então, aí foi, né, eu não tinha mais aí, aí não tinha mais vínculo nenhum com

Speaker:

o Brasil, né, e a partir daí eu tinha que eu gerenciar a minha vida financeira, né.

Speaker:

Então, se eu quiser guardar, enfim, aí eu que tinha que fazer do meu jeito.

Speaker:

E o que que tem pra fazer em Dubai? Você comentou que as pessoas vêm,

Speaker:

é um lugar de luxo, e sim, acho que viagem pra Dubai é stories no Instagram

Speaker:

o dia inteiro. Quem vai mostrar tudo, né?

Speaker:

Porque é considerado um lugar top para quem tem muito dinheiro estar aproveitando a vida lá, né?

Speaker:

Então, como que é na realidade para alguém que está há sete anos aí?

Speaker:

Tem muitos pontos turísticos, né? Então, igual você falou, por isso que tem muitos turistas agora.

Speaker:

Aumentou muitos pontos turísticos desde quando eu cheguei até agora,

Speaker:

né? Dubai é uma cidade em construção. O país inteiro, né? Não só Dubai.

Speaker:

Então, aumentou muito o número de pontos turísticos. E no começo,

Speaker:

assim, nos dois primeiros anos, eu diria, todo final de semana era quase como estar de férias.

Speaker:

Eu sempre ia num lugar novo, né?

Speaker:

O pessoal fala, né? Eu até ouvi em algum podcast falando que é a lua de mel, né? De quem muda.

Speaker:

No começo. Porque você tem lugares novos pra conhecer, né?

Speaker:

Mas em Dubai, o que tem pra fazer, né? Que você falou. Tem muito restaurante, muita coisa diferente.

Speaker:

Eu não sei de onde as pessoas são do Brasil, mas eu venho de uma cidade do interior,

Speaker:

bem pequena, que não tinha tantas opções para fazer. Dubai tem muitas coisas para fazer.

Speaker:

Você tem parques, tem parques inclusive indoor, com ar-condicionado.

Speaker:

Como eu falei, a cidade é preparada.

Speaker:

Inclusive tem uma estação de ski em Dubai com ar-condicionado.

Speaker:

Então se você quiser, ah, tá super quente, 50 graus, mas tô afim de esquiar,

Speaker:

você tem essa opção, que é doido, né, pensar.

Speaker:

É surreal. É surreal. Aqui eles têm, né, mania de grandeza, né,

Speaker:

então tem o prédio mais alto do mundo, que é o Burj Khalifa,

Speaker:

tem o aquário com a maior, é,

Speaker:

o maior aquário do mundo, né, que aquela tela ganhou o Guinness de maior tela de aquário.

Speaker:

Em Abu Dhabi tem a Warner Bros agora tem o SeaWorld que abriu todos os pontos

Speaker:

turísticos também que eu não vou enumerar aqui porque eu posso acabar esquecendo

Speaker:

agora eles criaram a roda gigante para competir com Londres para ser a maior roda gigante também,

Speaker:

então assim, tem para quem já mora e já conhece todos os lugares no fim de semana

Speaker:

eu acabo sempre tentando ir para algum restaurante novo novo,

Speaker:

né, tem muitos shoppings aqui, e como eu falei, sempre tem um lugar novo abrindo.

Speaker:

Então, mesmo pra quem mora aqui há muito tempo, eu ainda sinto que tem novidade.

Speaker:

Né, e assim, eu gosto de, quando tem um ponto turístico novo, eu gosto de conhecer.

Speaker:

Então, eu acabo, é, é bom, né, você vê algo diferente,

Speaker:

até pra quando, se algum turista, né, eu tive alguns amigos,

Speaker:

né, eu tive a sorte de ter amigos que vieram me visitar em Dubai, enquanto eu moro aqui,

Speaker:

então eu sempre ajudei a decidir qual vai ser o guia, onde eles vão visitar

Speaker:

então eu gosto de já ter ido pra dar a minha visão também de como é o lugar.

Speaker:

Tem muitos shoppings aqui porque infelizmente quando tá quente shopping é uma

Speaker:

opção mas como eu falei, no shopping não vai ter só loja vai ter restaurante

Speaker:

diferente, vai ter um café vai ter parque parque de diversão, enfim,

Speaker:

então tem bastante entretenimento, eu diria,

Speaker:

isso é bom, porque não dá pra mudar a temperatura do país, né mas se tá adaptado,

Speaker:

você não tem que ficar preso dentro de casa por causa do calor se esse não é

Speaker:

o caso, então isso já ajuda e também se o poder aquisitivo permite conseguir fazer essas coisas,

Speaker:

eu acho que isso já ajuda bastante, né e como tem deserto aqui,

Speaker:

tem muita gente também que tem como hobby ter um carro 4x4, fazer tipo safari

Speaker:

no deserto também é uma opção.

Speaker:

Acampamento no deserto aqui também

Speaker:

é muito conhecido, os árabes gostam bastante, também é bem cultural.

Speaker:

Você simplesmente montar uma fogueira,

Speaker:

fazer um jantar ali, algo mais descontraído. Ver as estrelas, né?

Speaker:

O céu deve ser bem mais bonito no meio.

Speaker:

Sim, mas quando tem bastante poeira aqui também, aí não fica tão visível mas

Speaker:

na época que o tempo está bom aí sim, aí é bem bonito.

Speaker:

E como que é Dubai em comparação com os outros seis Emirados sim,

Speaker:

exato tu já chegou a visitar os outros?

Speaker:

Sete, é sete com Dubai ah sim, Dubai e mais seis isso já visitei é bem diferente

Speaker:

Dubai é o mais mais desenvolvida, eu diria, com mais atração turística,

Speaker:

mais pensando no público que viaja para cá.

Speaker:

O segundo maior, eu diria, que é Abu Dhabi, que é a capital,

Speaker:

que também tem bastante atração turística.

Speaker:

A principal atração turística é a maior, eles têm a maior mesquita,

Speaker:

não é do mundo, acho que é a segunda ou a terceira, não lembro agora,

Speaker:

a maior mesquita do mundo.

Speaker:

Também é um ponto turístico, ela é muito bonita, também vale muito a pena quem

Speaker:

vem para cá dar um pulinho, porque é só uma hora de carro, entre Dubai e Abu Dhabi.

Speaker:

E os outros emiliados, eles não estão tanto atração turística,

Speaker:

o que eles têm mais? Eles têm bastante resort.

Speaker:

Ah, outra coisa muito importante que eu não mencionei, Dubai tem muito esse

Speaker:

conceito de hotel resort, né?

Speaker:

Que acho que é um conceito... Bom, a gente tem no Brasil, tem em outros países,

Speaker:

mas aqui o nível de, eu diria assim, de luxo mesmo é um pouco maior.

Speaker:

O nível de serviço, né? De quando você está hospedado nesses hotéis é muito grande.

Speaker:

Então, você tá na piscina, tem alguém te servir, sabe? A piscina é muito grande.

Speaker:

Assim, tem umas mordomias, eu diria, que é típico da cultura árabe e é típico da Ásia, eu diria, né?

Speaker:

Quando você viaja pra outros países da Ásia, na Indonésia, Tailândia,

Speaker:

também tem um pouco disso, né? Eu diria.

Speaker:

E os hotéis aqui são muito bonitos. Eu diria que todo mundo que vier pra cá,

Speaker:

se tiver oportunidade, se quiser ficar no hotel mais simples pra conhecer os

Speaker:

pontos turísticos, mas se tiver oportunidade de um dia ficar em um desses hortos,

Speaker:

eu acho que é uma experiência bem interessante.

Speaker:

Porque eles são muito bonitos. E assim, aqui, você não precisa estar hospedado

Speaker:

no hotel pra entrar no hotel. Pelo menos se você vier pra Dubai,

Speaker:

eu aconselho você entrar no

Speaker:

hotel e conhecer a arquitetura, como que ele é, ver a beleza dele, sabe?

Speaker:

Você pode de repente tomar um café, ou fazer uma reserva em um dos restaurantes desse hotel.

Speaker:

Você não precisa necessariamente ter uma diária no hotel pra entrar nele,

Speaker:

alguns hotéis é como um restaurante também exatamente,

Speaker:

até porque um bar aqui em Dubai você não vai ter em Dubai,

Speaker:

por exemplo igual no Brasil que você tem a Vila Madalena que você vê todos os

Speaker:

barzinhos o pessoal bebendo na rua e tal, aqui não tem isso se você quiser com

Speaker:

sinônimo de vida alcoólica, vai ter bar e restaurante mas normalmente vai ser dentro de um hotel,

Speaker:

então Então, se você quiser consumir, você vai ter que ir em algum hotel de qualquer jeito.

Speaker:

Os hotéis mais famosos, tipo o Burj Al Arab, que é o hotel sete estrelas famoso

Speaker:

aqui, ele você precisa de uma reserva para entrar, porque ele é um hotel especial.

Speaker:

Mas a maioria, os outros, a maioria você pode entrar sem reserva.

Speaker:

E é algo que vale a pena para quem está aqui, ter essa experiência.

Speaker:

Ou comprar o que eles chamam de day pass, que você paga pra poder ficar um dia

Speaker:

ter acesso a piscina se o hotel tiver uma praia, ter acesso a praia é algo que

Speaker:

é bem legal de fazer também,

Speaker:

você não está hospedado lá, mas você pode ainda aproveitar a parte do resort interessante,

Speaker:

bom saber, como turista é uma informação importante e com turista ou com turista

Speaker:

diferente como você se sente como mulher morando aí,

Speaker:

tendo morado em São Paulo também, né Que é uma cidade gigante,

Speaker:

já não é tão simples, e agora morando aí.

Speaker:

É, essa é uma pergunta, eu sabia que ia ter essa pergunta, né?

Speaker:

Sempre é um tópico, eu diria, Dubai realmente é multicultural,

Speaker:

tem vários países, e eu acho que ele é bem mais aberto do que qualquer outro

Speaker:

país árabe, muçulmano, né?

Speaker:

Dubai é diferente. Eu acho que depende, como eu falei já antes,

Speaker:

da empresa que você está, da área que você está, né?

Speaker:

Como que as pessoas que trabalham com você,

Speaker:

veem essa questão, né? Eu, assim, eu nunca tive nada, assim,

Speaker:

de preconceito, eu diria, sabe?

Speaker:

Nada, assim, grave, né? Eu diria.

Speaker:

Mas eu sinto que é uma cultura diferente, né? Não é igual no Brasil,

Speaker:

que os homens já vêm falar com você, já abraçam, né? Tem toda essa...

Speaker:

Mais warm, né? Que a gente fala, não sei como que fala em em português.

Speaker:

É mais quente, amigável, mais caloroso. Caloroso, eu falava.

Speaker:

Então, obviamente que isso não é aqui. Então, pra mim foi meio difícil,

Speaker:

sabe? No começo, eu às vezes tenho mania de, enquanto eu falo,

Speaker:

meio que tocar na pessoa.

Speaker:

É algo, né? É algo que acho que é do brasileiro mesmo.

Speaker:

Então, no começo, eu senti que eu... É que abraçar, eu já sabia que aqui é diferente.

Speaker:

Mas tocar, eu não tinha tinha pensado. Então, quando eu cheguei aqui,

Speaker:

eu já cheguei a tocar nas pessoas e ver que elas não gostam tanto. Bom, parei.

Speaker:

E a questão também de que você encontra alguém. Como que você vai cumprimentar essa pessoa?

Speaker:

Você vai dar a mão? Você vai falar oi só? Depois da pandemia ficou mais assim, né? Como que eu faço?

Speaker:

E aqui, esse foi um ponto complicado, porque eu tive uma reunião aqui que estava

Speaker:

muita gente e todo mundo estava dando a mão.

Speaker:

Então, eu nem cogitei a possibilidade de eu não dar a mão também.

Speaker:

Então eu fui dando a mão pra todo mundo quando chegou um cara, ele fez assim,

Speaker:

E aí foi algo que ninguém tinha me avisado, né? Foi algo que eu realmente não

Speaker:

recebia informação, que algumas pessoas que tivessem a religião muito forte,

Speaker:

elas não iriam nem dar a mão.

Speaker:

E foi algo que eu, infelizmente, não tive o conhecimento antes.

Speaker:

Então, na hora, eu fiquei meio tipo, o que eu faço?

Speaker:

Me senti meio mal na hora, vamos dizer assim, né? Então, hoje,

Speaker:

na verdade, hoje eu não...

Speaker:

Eu espero a pessoa. Se a pessoa vem e dá a mão, eu dou.

Speaker:

Se a pessoa fica na dela, eu fico na minha também. isso é algo que até hoje pra mim é um pouco ainda.

Speaker:

Meio esquisito eu diria mas eu acostumei, porque você tem que acostumar e como

Speaker:

eu disse, depende da empresa que você está,

Speaker:

talvez se você estiver numa empresa, porque recentemente essa semana eu tive

Speaker:

oportunidade num projeto pessoal meu, eu acabei indo numa, eu tive que ir numa empresa,

Speaker:

e uma empresa menor, não é startup, mas é uma empresa um pouco menor e eu vi

Speaker:

que a cultura lá era diferente por ter muita gente mais com a cultura europeia.

Speaker:

Então, eu senti um pouco mais warm, né? Ou mais caloroso aí que a gente falou.

Speaker:

Então, por isso que eu acho que depende da empresa e da equipe que você está.

Speaker:

Porque mesmo dentro da minha empresa, eu vejo equipes com uma dinâmica diferente.

Speaker:

Eu vejo isso também porque a minha empresa é grande. Então, tem vários departamentos.

Speaker:

Então, mesmo dentro da própria empresa, eu vejo uma dinâmica um pouco diferente.

Speaker:

Então, eu diria que pra mulher você tem que ter uns ajustes e depende de onde você está, né?

Speaker:

Depende do tipo de pessoa que você vai interagir.

Speaker:

Como eu tenho projetos, eu tenho clientes, eu interajo com pessoas diferentes, né?

Speaker:

E fora da empresa. Eu tô te perguntando também, assim, tua experiência como

Speaker:

mulher, mas eu sei que até pra mim mudaria também, né?

Speaker:

Até pros homens, porque tu tem que se comportar de uma forma diferente,

Speaker:

né? Principalmente com polícia, segurança.

Speaker:

Eu sempre penso, assim, por eu não ser branco, com o meu cabelo cacheado, sabe?

Speaker:

É estranho, mas quando eu tô em países diferentes, até dentro da Europa mesmo,

Speaker:

assim, eu fico um pouco mais.

Speaker:

Consciente das coisas. Eu não sei se tu também se sente assim aí.

Speaker:

É, a gente começa a perceber outras coisas que a gente não percebia morando no Brasil, né?

Speaker:

Que você começa a lidar com pessoas diferentes.

Speaker:

Mas assim, no seu caso, eu não acho que seria tão diferente,

Speaker:

porque, por exemplo, os árabes também usam barba, que você está usando.

Speaker:

Tem alguma... Eles não têm... Eu me ajustaria.

Speaker:

Não olhariam para mim diferente. Não olhariam diferente. Diferente,

Speaker:

eu não diria... E assim, por você homem, eu acho que você já teria alguns pontos positivos.

Speaker:

Pra quem tem a cultura mais rígida. Mais facilidade, né? De novo,

Speaker:

não quero colocar aqui, né?

Speaker:

Porque, como eu falei, depende de muitas variáveis.

Speaker:

Mas eu ainda acho que um homem se adapta mais rápido no bar do que uma mulher.

Speaker:

Tá bem, tá bem. Mas essas coisas que você falou tudo se estende,

Speaker:

tu sente também fora do trabalho? Menos.

Speaker:

Menos, porque daí vai estar mais misturado e aí os turistas talvez principalmente

Speaker:

nos pontos turísticos aí eu tenho amigos brasileiros não brasileiros também

Speaker:

mas vamos dizer um pouco mais próximo da minha cultura,

Speaker:

Então, fora eu diria que é menos, mas depende dos lugares.

Speaker:

Se você frequentar um lugar que é muito frequentado por árabes,

Speaker:

você vai sentir um clima diferente do que de você ir num bar com pessoas bebendo.

Speaker:

Então, o que eu falei, tudo depende do lugar que você está. E uma coisa interessante

Speaker:

de trazer, já que a gente é o primeiro episódio sobre os Emirados.

Speaker:

Como eu comentei, Dubai mudou muito desde quando eu comecei aqui.

Speaker:

E eu achei que eles estão cada vez mais tentando se adaptar ao mundo.

Speaker:

Então, quando eu cheguei aqui, por exemplo, eu trabalhava de domingo.

Speaker:

Então, a semana aqui era de domingo à quinta.

Speaker:

E eu folgava de sexta e sábado. E eles mudaram isso para ficar mais igual aos outros países.

Speaker:

Então, isso já mostra que eles estão querendo. Porque, por exemplo, o Catar não mudou.

Speaker:

E eu tenho cliente no Catar. Então, já complica um pouco o domingo eles estarem

Speaker:

trabalhando e eu não. Entendeu?

Speaker:

Jordânia também, trabalho de domingo Mas Dubai mostra o que?

Speaker:

Eu quero mudar, os Emirados querem tentar Ficar mais próximo da cultura.

Speaker:

Dos outros países E daí, por exemplo, quando eu mudei aqui também Você não podia

Speaker:

morar com alguém Se não fosse da mesma família,

Speaker:

Acontece, a gente sabe que eles fechavam os olhos Mas era oficial pela lei Que

Speaker:

não podia, hoje pode Hoje você pode morar com alguém Você pode morar com um

Speaker:

amigo Você pode morar sem estar sendo casado. Antes não podia.

Speaker:

Então, assim, isso mostra o quanto o Dubai quer estar mais adaptado ao mundo.

Speaker:

São várias mudanças, eu não vou lembrar todas, tem várias leis,

Speaker:

dias de licença maternidade mudou, teve muitas mudanças mesmo.

Speaker:

E isso acaba ajudando. Eu acho que eles querem atrair mais gente,

Speaker:

eles querem atrair pra crescer a cidade.

Speaker:

Eles têm dinheiro, algo que talvez outros países tem um pouco mais de problema,

Speaker:

eles têm e eles querem usar isso da melhor forma possível, então eles querem atrair mais gente.

Speaker:

Eles querem atrair mais empresas também tem bastante incentivo pra startup agora

Speaker:

tá começando, né, obviamente não tá como Europa, como Brasil que eu sinto que

Speaker:

o movimento de startup tá um pouco maior,

Speaker:

hein, mas já é um começo eles mostrarem isso, né, queremos mudar,

Speaker:

Tu comentou sobre amizades aí, e como que foi, essa também é outra parte,

Speaker:

quando se muda pra morar, né, é uma parte que acaba pesando bastante em decisão

Speaker:

de ficar ou voltar, então eu queria saber ver se foi difícil,

Speaker:

e também a composição de países, de quem tu achou tipo, da onde as pessoas são, que foram,

Speaker:

que tu achou mais fácil, assim, de fazer amizade, continuar,

Speaker:

disso aí Bom, mais fácil de fazer amizade brasileira, né, que a gente tem não

Speaker:

tem como, né, a gente tem a língua em comum.

Speaker:

Então acaba facilitando muito, tem bastante brasileiro aqui em Dubai,

Speaker:

acho que menos que outros países, uma época eu tinha ouvido 10 mil oficialmente,

Speaker:

mas faz tempo que eu ouvi isso, acredito que hoje seja seja mais.

Speaker:

Eu achei um pouco difícil de fazer amizade aqui, pra falar a verdade,

Speaker:

porque Dubai, como você mesmo comentou, muita gente vem e fica dois anos,

Speaker:

três anos e acaba indo embora.

Speaker:

Então, às vezes você fala, nossa, eu me esforcei tanto pra ficar amiga dessa

Speaker:

pessoa, ela foi embora, vou ter que se esforçar de novo pra fazer novos amigos.

Speaker:

Então, eu acho isso de Dubai um pouco difícil. Embora hoje eu conheça bastante

Speaker:

gente que tá aqui muito tempo,

Speaker:

Mas quem está aqui muito tempo, eu sinto que é porque, por exemplo,

Speaker:

no meu trabalho, as pessoas que estão há mais tempo, eles têm parente aqui,

Speaker:

então tem um irmão, um primo, meio que fizeram uma pequena comunidade ali, sabe?

Speaker:

Então eles têm um motivo maior para estar aqui.

Speaker:

E como eu comentei, essa facilidade de, por exemplo, você é da Índia,

Speaker:

você tem três horas de voo, Jordânia, Egito, é tudo mais perto do que Brasil,

Speaker:

você tem aí 14, 15 horas de voo, é bem mais longe.

Speaker:

Aliás, esse é um ponto negativo, a distância do Brasil.

Speaker:

Então, pra mim foi... Eu achei um pouco difícil também, porque eu sou uma pessoa

Speaker:

também um pouco mais tímida.

Speaker:

Eu acho que no Brasil, pra mim, facilitava muito. Porque o brasileiro é mais expansivo, né?

Speaker:

Tipo, eu sentia no Brasil que eu não precisava fazer esforço.

Speaker:

Que as pessoas vinham até mim e a amizade acontecia de forma normal.

Speaker:

Eu não precisava me esforçar.

Speaker:

Eu senti que eu nunca me esforcei no Brasil pra fazer um amigo.

Speaker:

Sempre foi tudo natural.

Speaker:

E aqui eu senti, não, vou ter que me esforçar. Vou ter que convidar a pessoa,

Speaker:

vou ter que... Então, eu achei difícil. difícil.

Speaker:

Eu gosto bastante de ter contato com brasileiro, eu tenho algum meu grupo aqui, vamos dizer,

Speaker:

outra nacionalidade que eu tenho bastante contato é a Alemanha,

Speaker:

porque o meu marido é alemão, então acaba, ele acaba tendo amigos da Alemanha,

Speaker:

então eu acabo tendo também, então foi uma cultura também que eu acabei aprendendo bastante,

Speaker:

as diferenças, eu tive diferença cultural não tanto no trabalho,

Speaker:

trabalho, namoradia, como também no próprio relacionamento.

Speaker:

Acho que você também, né? Acho que você comentou em algum episódio. Sim, sim, sim.

Speaker:

Pouca coisa, mas tem diferença.

Speaker:

Tem, tem. Depois eu tenho também, assim, eu tenho algumas amigas que têm marido

Speaker:

e namorado de outra nacionalidade.

Speaker:

Então, tem uma amiga que é casada com um grego, então também tem bastante contato.

Speaker:

Também acabei aprendendo bastante bastante da cultura grega.

Speaker:

Aí tem alguns amigos árabes também. Uma coisa interessante dos árabes,

Speaker:

que muitos deles também não se consideram uma nacionalidade só,

Speaker:

porque eles já mudaram de país algumas vezes.

Speaker:

Então, tem uma amiga, por exemplo, que a gente está ficando bem próximo agora,

Speaker:

e ela é da Síria, mas ela nunca morou na Síria.

Speaker:

Mas a família é da Síria, pai, mãe, família inteira.

Speaker:

E ela morou muitos anos na Arábia Saudita e no Canadá. E agora mora em Dubai.

Speaker:

Então, foram os três países que ela morou. até falou, às vezes eu não sei qual

Speaker:

é a minha nacionalidade, sabe quando pergunta, tipo, qual é o seu país?

Speaker:

Essa é a primeira pergunta que é feita em Dubai, quando você conhece qualquer

Speaker:

pessoa, né, e ela falou, eu não sei o que responder, e isso eu vejo que acontece

Speaker:

com frequência aqui em Dubai, as pessoas terem morado em vários países,

Speaker:

né, e terem experiência, uma experiência cultural grande,

Speaker:

que é uma coisa que eu não tinha, né, passei até agora morando aqui,

Speaker:

então eu conheço gente também da Jordânia, Egito, que são pessoas que trabalham

Speaker:

comigo também, algumas desses dois países.

Speaker:

Tunísia, Turquia acho que eu lembrei agora França também, bastante,

Speaker:

é isso tem bastante gente é difícil ficar próximo, né isso sempre vai ser um

Speaker:

grupo menor e como você falou, vai ser sempre mais fácil de quem tá,

Speaker:

talvez da Alemanha e do Brasil, né vão ser os mais fáceis por causa da da cultura,

Speaker:

proximidade, vocês vão ter alguma

Speaker:

coisa em comum, né, mas em geral é legal conhecer outras galera porque é,

Speaker:

parte da experiência de morar fora, né também tem que ser isso a gente conseguir se expor a isso.

Speaker:

E agora perguntas mais abertas pra gente fechar aqui é qual que é a coisa mais

Speaker:

legal de morar aí e aí é o contrário a coisa mais difícil,

Speaker:

pra ti, os dois são é claro que é muito pessoal cada um deles,

Speaker:

mas tipo você, no teu ponto de vista essa experiência toda aí,

Speaker:

o que é o ponto alto e o ponto baixo?

Speaker:

O ponto alto segurança e essa diversidade cultural, assim, pra mim foi bem legal

Speaker:

conhecer pessoas diferentes, acho que ampliou assim minha visão de mundo, sabe,

Speaker:

acho que se eu tivesse, porque no Brasil tinha contato com estrangeiro,

Speaker:

mas era pouco, quando você você viaja também a turismo, é diferente.

Speaker:

Então, acho que isso, para mim, foi bem... Uma experiência de vida foi bem interessante.

Speaker:

A parte difícil é estar longe do Brasil, das pessoas, da minha família,

Speaker:

dos meus amigos. Eu tinha muitos amigos no Brasil.

Speaker:

Isso, para mim, é um ponto que pesa muito. Eu diria que é o principal ponto,

Speaker:

na verdade, porque, do resto, comida, moradia, trabalho, a gente se adapta.

Speaker:

Mas isso é um ponto que pesa bastante e culturalmente falando também.

Speaker:

Por exemplo, eu gosto bastante de viajar para a Europa.

Speaker:

Quando eu estive aí, eu acho que a Europa tem muitos benefícios culturais e de natureza também.

Speaker:

Embora o clima em alguns lugares possa ser um pouco questionáveis.

Speaker:

É um pouco extremo. É, às vezes é um pouco extremo.

Speaker:

Mas eu gosto bastante de viajar para a Europa. e tal, eu sinto falta,

Speaker:

às vezes, em Dubai de não ter esse mesmo ambiente, vamos dizer,

Speaker:

que a gente encontra em cidades europeias.

Speaker:

E aí, lembrando só do ponto negativo que eu não mencionei, além do custo de vida,

Speaker:

a questão da educação aqui, que ela é bem cara, a gente sabe que na Europa,

Speaker:

principalmente se você é europeu, você tem alguns privilégios,

Speaker:

acho que a educação, se não sai de graça, é um valor bem pequeno,

Speaker:

aqui em Dubai, ela paga durante todo o tempo, e ela é bem expressiva.

Speaker:

Algumas empresas e alguns cargos, alguns trabalhos vão te oferecer cobrir o

Speaker:

custo de educação, o que ajuda muito, mas não é todo mundo. Então,

Speaker:

é algo que eu queria colocar.

Speaker:

E o Time Zone para o Brasil também, que são sete horas de diferença.

Speaker:

Então, por exemplo, com a possibilidade do home office agora,

Speaker:

eu poderia, vamos supor, trabalhar no Brasil, mas com as sete horas de diferença,

Speaker:

atrapalha demais. mais.

Speaker:

Você tem que trabalhar de madrugada, acaba não funcionando muito bem.

Speaker:

E a última coisa que eu não mencionei foi em relação à comida.

Speaker:

Não comem nisso, tem restaurantes maravilhosos aqui, mas toda a comida é importada.

Speaker:

Tudo é importado, né? Dubai não produz nada, embora estão começando a produzir,

Speaker:

sim, alguns vegetais você já encontra, tipo tomate feito aqui em Dubai, você já encontra.

Speaker:

Mas a maioria é importada, então, às vezes, a qualidade não é tão boa quanto

Speaker:

você, por exemplo, comer, eu sinto diferente. De fruta, é.

Speaker:

Vegetais quando você come na Europa, no Brasil, enfim.

Speaker:

Sim. Até aqui eu sinto um pouco diferente também, as coisas que estão lá,

Speaker:

como da América do Sul, mas não é o mesmo gosto.

Speaker:

Mas não é, porque eu acho que eles têm que trazer ainda verde, sabe?

Speaker:

Então, o gosto não é não é, tipo, sei lá, banana banana, por exemplo,

Speaker:

tem tem a local daqui até OK, mas se você comprar alguma da América do Sul,

Speaker:

normalmente ela ainda tá meio verde, então não é...

Speaker:

É uma coisa que faz bastante diferença, assim, pra mim também.

Speaker:

Mas, enfim, eu sempre falo, acho que comida não dá pra reclamar em Portugal.

Speaker:

Então, isso não é um ponto negativo. Eu sinto falta do Brasil, ok?

Speaker:

Mas não que eu tô insatisfeito aqui. Bem longe disso.

Speaker:

Legal, interessante. Vamos ver, né, agora, sete anos já.

Speaker:

Eu acho que várias pessoas que eu converso que já estão há tanto tempo sempre

Speaker:

tem aquela decisão depois de e agora, vou ficar aqui ou é hora de ir para o

Speaker:

próximo, então vamos ver se tiver próximos capítulos a gente conversa novamente sobre,

Speaker:

isso, mas antes de fechar eu queria deixar aberto para ti também novamente mensagem

Speaker:

final e também teus contatos, se alguém quiser entrar de contato,

Speaker:

onde que te achariam sim, obrigada mais uma vez pelo convite,

Speaker:

espero que eu tenha ajudado algumas pessoas entenderem como funciona

Speaker:

a vida aqui em Dubai se alguém quiser conversar comigo mesmo pra saber sobre

Speaker:

Dubai ou sobre o mercado de trabalho aqui na Agitec qualquer coisa pode entrar

Speaker:

em contato pelo meu LinkedIn que é o meu nome completo,

Speaker:

Bianca Pitarello acho que vai estar na descrição do episódio,

Speaker:

pode entrar em contato que com certeza eu estarei aberta te ajudar,

Speaker:

eu gosto bastante também de conversar com pessoas,

Speaker:

diferentes, acho que é sempre essa troca muito legal, seu podcast muito valioso,

Speaker:

me ajudou muito também, porque como você falou também estou sempre pensando

Speaker:

qual vai ser o próximo passo,

Speaker:

e aí ver a jornada das outras pessoas sempre me ajuda e me inspira pra saber o que fazer próximo.

Speaker:

Que legal, muito obrigado ficou eu falo isso com frequência,

Speaker:

mas realmente de verdade, ficou bem legal mesmo o episódio, diferente,

Speaker:

eu já tinha visto vídeos sobre o Dubai mas sempre foram muito mais superficiais

Speaker:

sabe, era o pessoal falando sobre como que era morar ok, algumas diferenças

Speaker:

culturais mas acho que até hoje eu não ouvi nenhum podcast,

Speaker:

né mas eu não tinha ouvido nada com mais profundidade assim,

Speaker:

então foi interessante acompanhar,

Speaker:

que bom que você, no geral, tem gostado,

Speaker:

talvez, eu sei que deve ser muito complicado, é difícil falar isso porque eu

Speaker:

sei que deve ser muito complicado pra todo mundo estar numa cultura muito diferente,

Speaker:

ou você se adapta totalmente e muda como você vive no Brasil,

Speaker:

ou aquela tensão vai sempre existir onde talvez o positivo ganha,

Speaker:

mas a tensão vai estar sempre ali porque é diferente do que a gente está acostumado.

Speaker:

Mas, novamente, obrigado mesmo pelo episódio, ficou.

Speaker:

Excelente, fiquei feliz de gravar porque eu tava bem empolgado pra fazer esse

Speaker:

logo então pessoal, todos os links vão ficar aqui na descrição,

Speaker:

Bianca, novamente, muito obrigado pelo episódio, vai estar também aqui teu LinkedIn,

Speaker:

a bio, então as pessoas vão conseguir te achar,

Speaker:

lembrando que esse é o episódio de volta do podcast, né, depois dessa pausa,

Speaker:

eu não sei que dia está saindo exatamente, mas voltamos com episódios novos

Speaker:

e E muito legal que foi com Da Bianca sobre Dubai.

Speaker:

Music.

Chapters

Video

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