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De Psicóloga a Programadora, em Colônia, Alemanha, com Stefanie Cespedes #85
Episode 8528th December 2022 • TPA Podcast: Carreira Internacional & Tech • Gabriel Rubens
00:00:00 01:02:07

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Shownotes

A Stefanie tomou a decisão de mudar de carreira após perceber que seria difícil mudar de país e trabalhando como psicologa. Assim ela se inscreveu em um Bootcamp e conseguiu seu primeiro emprego como desenvolvedora, e na Alemanha.

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Stefanie Cespedes

Desenvolvedora frontend na DeepL. Formada em Psicologia, mudou de carreira para TI através de um bootcamp de desenvolvimento web, em 2019. Desde então, trabalha na área na Alemanha e se coloca a disposição a ajudar mulheres que desejem entrar na área. #womenintech

Créditos

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Por Gabriel Rubens ❤️

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Transcripts

Speaker:

[Música]

(Gabriel):

Fala pessoal, bem-vindos ao Tudo pro Alto e hoje novamente com mais episódio

(Gabriel):

Contando a história de brasileiros e brasileiras... pelo mundo né?

(Gabriel):

Trabalhando com desenvolvimento de software ou em Tech e morando fora.

(Gabriel):

E hoje, tenho o prazer de trazer aqui a Stefanie Cespedes, que tá lá em Colônia já há três anos.

(Gabriel):

E além disso tem uma história muito curiosa, né?

(Gabriel):

Porque não veio de TI, mas mudou de área, Já começou a trabalhar fora do Brasil. Né isso, Stefanie?

(Stefanie):

Exatamente, de Psicologia direto para desenvolvimento de software.

(Stefanie):

Muito obrigada pelo convite, muito feliz de estar aqui.

(Gabriel):

Eu que agradeço pelo teu tempo. E conta um pouco mais, então, de quem é você e como que foi essa mudança né?

(Gabriel):

Dá uma introduçãozinha, que depois a gente explora muito mais aí ao longo do episódio.

(Gabriel):

(Respira)

(Stefanie):

Beleza. Então, eu estudei psicologia, adorava trabalhar como psicóloga.

(Stefanie):

Mas tinha uma vontade muito grande de me mudar para Alemanha.

(Stefanie):

E aí, como tem muita vaga aqui em tecnologia,

(Stefanie):

É...

(Stefanie):

Foi por aí que eu fiz essa escolha né?

(Stefanie):

Eu olhava sempre no Linkedin

(Stefanie):

A quantidade de vaga que tinha pra... é... programação E pensei: "opa, pera aí" (risos). Porque... é...

(Stefanie):

Primeiro eu pensei em fazer um mestrado em psicologia aqui, mas aí eu pensei:

(Stefanie):

"Ah tenho que me manter financeiramente",

(Stefanie):

Não era exatamente esse tipo de vida que eu queria ter.

(Stefanie):

E...

(Stefanie):

Então...

(Stefanie):

Eu vi o bootcamp da Iron Hack.

(Stefanie):

Eles fazem aquela promessa né?

Do tipo:

"nessa quantidade de tempo você vai do zero até programador Full Stack".

Do tipo:

E de fato eles entregam, né?

Do tipo:

Assim, é bem tenso lá., o... o... O programa.

Do tipo:

Você tem vários desafios, pra você colocar em prática as teorias é... de programação.

Do tipo:

E... no final das contas, você termina formado em programação Full Stack pra web.

Do tipo:

Então Front-end com Java script. Back-end com node.

Do tipo:

E você aprende também Frameworks como React, é... lá.

Do tipo:

Então valeu super a pena.

(Gabriel):

Então vou dar um passo atrás e começar tipo com essa ida para Alemanha, né? Tipo, como surgiu.

(Gabriel):

Tu falou, assim, que já queria morar na Alemanha né? Então tua vontade já foi antes.

(Gabriel):

E tua vontade primeiro era mesmo trabalhar com psicologia, certo?

(Gabriel):

Na Alemanha? Ou não? só queria morar na Alemanha e depois resolveu descobrir qual que seria o modo mais sustentável

(Gabriel):

Então, trabalhar com psicologia seria ideal

(Gabriel):

Mas aqui eles têm um processo diferente

(Gabriel):

Porque você, após fazer a graduação.

(Gabriel):

Você faz o mestrado para trabalhar como terapeuta

(Gabriel):

E depois tem que fazer uma especialização que dura mais uns cinco anos aí

(Gabriel):

Então é um processo que, até você chegar ao primeiro momento de você conseguir o primeiro emprego, duraria bastante

(Gabriel):

E não vi aquilo sendo sustentável para minha vida, como você mesmo falou

(Gabriel):

E foi por aí que eu fiz a escolha.

(Gabriel):

Mas a Alemanha, foi porque eu gosto da língua

(Gabriel):

É... não tinha certeza se eu queria morar aqui.

(Gabriel):

Ou apenas visitar. Passei um tempo viajando, também

(Gabriel):

É... uns três meses viajando por aqui antes. Para tirar essa dúvida

(Gabriel):

E é não sei explicar. Assim, a cultura é receptiva

(Gabriel):

É, eles têm a fama, né? De serem bem fechados e tal. Mas de uma forma ou de outra

(Gabriel):

Eles são também receptivos. É... a comunicação ela é bem pragmática, ela é bem direta. Então você não fica, assim

(Gabriel):

Na dúvida do que a pessoa quer dizer, ou nada do tipo. É aquilo e pronto, né?

(Gabriel):

Burocracia, é burocrático? É.

(Gabriel):

Mas, é... a partir do momento que você se encaixa naquela burocracia para um visto ou coisa do tipo.

(Gabriel):

Você vai receber aquele é... benefício ou...

(Gabriel):

Seja lá o que for que você esteja indo atrás.

(Gabriel):

Então esse tipo de coisa eu gosto bastante aqui.

(Gabriel):

Ah então tu passou três meses,conseguiu testar, e nesses três meses tu falou:"É isso que eu quero, vou ficar aqui"

(Gabriel):

E aí que entra a ideia do bootcamp, né?

(Gabriel):

Foi, ainda voltei para o Brasil

(Gabriel):

Fiz o bootcamp no Brasil, né? em São Paulo

(Gabriel):

E aí no meio do bootcamp, a coisa estava indo bem e tal e eu já comecei a mandar... applications, né?

(Gabriel):

aplicou para umas vagas já

(Stefanie):

Isso, comecei a aplicar para vaga lá no meio do bootcamp

(Stefanie):

E... através de uma plataforma chamada MoBerries.

(Stefanie):

Enfim. Tipo, essa coisa de você ter um match com a empresa, né?

(Stefanie):

Então a empresa vê o seu perfil, você vê o perfil da empresa

(Stefanie):

Você fala que tem interesse, e a empresa também e eles mandam mensagem

(Stefanie):

E aí eu fiz duas entrevistas online.

(Stefanie):

A primeira de Fit cultural, então só um bate-papo. E a segunda que foi uma entrevista técnica

(Stefanie):

E aí como eles sabiam que eu era psicóloga e eu acabei de fazer essa transição para programação

(Stefanie):

Eles acharam muito interessante eu ter aprendido tanta coisa muito rápido

(Stefanie):

E ficaram impressionados, acho, com essa habilidade

(Stefanie):

Por isso me convidaram para essa terceira entrevista pessoalmente na Alemanha

(Stefanie):

Então... a terceira entrevista foi lá. Foi em Bonn, né? Uma cidade aqui perto, e...

(Stefanie):

Foi uma mistura de entrevista técnica com um Fit cultural.

(Stefanie):

E... foi tudo... Deu tudo certo e no final eles já falaram algo assim do tipo:

ct to be hired". Espere, tipo:

"vão te contratar"

(Gabriel):

Ah legal, legal.

(Gabriel):

Mas, assim, então tu passou o dia lá e depois tu voltou para o Brasil? Ou tu já ficou direto para trabalhar com eles?

(Stefanie):

Eu passei ainda duas semanas, é... meio que de férias.

(Stefanie):

E já recebi o contrato na semana seguinte

(Stefanie):

Assinei, e comecei a trabalhar, tipo basicamente uma semana depois.

(Gabriel):

Caramba!

(Stefanie):

Então foi tudo muito rápido.

(Gabriel):

Nossa! Que mudança né? Porque tu tá indo para lá para fazer entrevista né?

(Gabriel):

E tem um tempinho, e tu não sabe se vai ou se fica ou se volta, né? Dependendo do resultado. E acabou por ficar.

(Stefanie):

Exatamente. Mas assim, eu já meio que vim com essa ideia na cabeça

(Gabriel):

Preparada.

(Stefanie):

É, vim preparada mentalmente para isso

(Gabriel):

Legal. E como que foi nas entrevistas?

(Gabriel):

Tu falou que gosta da língua. Fiquei curioso se você já fala alemão, já falava antes ou não.

(Stefanie):

Eu tinha feito já uns dois anos de aula antes

(Stefanie):

Aulas online, através de um site chamado Lingoda

(Stefanie):

E isso já ajudou bastante. Então quando eu vim para cá já tinha um nível assim... B1, B2.

(Gabriel):

Ah que legal, que legal. E na entrevista eles testaram isso?

(Stefanie):

Testaram, mas é mais assim para fazer uma graça né? Porque não faz muita diferença você falar alemão ou não

(Stefanie):

Nessa área de desenvolvimento, porque as empresas normalmente falam inglês como língua oficial

(Stefanie):

Então, é mais para fazer um ponto a mais, né? Digamos assim.

(Gabriel):

Sim, sim, sim

(Gabriel):

Acho que pode ser um critério de desempate ali, né?

(Gabriel):

Tem mais alguém que tá com inglês e falar. Porque não precisa no dia-a-dia. Mas acho que pode ser a diferença

(Gabriel):

De você querer voltar para o Brasil ou não né?

(Gabriel):

Porque às vezes quem não fala a língua local fora do trabalho, dependendo da cidade que mora

(Gabriel):

Fica, é... um pouco mais complicado né?

(Stefanie):

Nossa! Total, faz toda a diferença para a integração

(Stefanie):

Porque as pessoas te tratam diferente, com certeza

(Stefanie):

Se você falar a língua que, na Alemanha especificamente você fala alemão, você vai ter mais oportunidade de conhecer outras pessoas, né?

(Stefanie):

Que pode até ser que falem inglês, mas as pessoas te tratam diferente assim, sabe? Quando vai falar só em...

(Gabriel):

É, meio que...

(Gabriel):

Primeiro que as pessoas vão se sentir mais à vontade, né?

(Gabriel):

Na língua materna delas, então é um esforço a menos que vão ter que fazer

(Gabriel):

E... por mais que pode ser mais complicado para outras pessoas, né? Ter que aprender uma língua a mais

(Gabriel):

Sendo que a gente no Brasil mal fala inglês, e eu me coloco nessa, né? Foi bem complicado.

pessoas se sentem mais, tipo:

"ó, essa pessoa tá fazendo um esforço, né? Para falar minha língua", né?

pessoas se sentem mais, tipo:

Então tu acaba ganhando. Acho que ganha, vamos dizer assim uns "pontos sociais" a mais, sei lá.

(Stefanie):

Sim, sim, com certeza

(Gabriel):

Mas, e deixa eu voltar então no trabalho, né?

(Gabriel):

A gente falou um pouco da língua e como isso influenciou para ti

(Gabriel):

E como que foi, e aí a tua experiência é muito única: conseguir o primeiro emprego, numa área nova e fora do Brasil

(Gabriel):

Cara, como que foi chegar nessa empresa? Como que tu sentiu?

(Stefanie):

Então assim, tem que saber se vender, sabe?

(Stefanie):

Por eu não ter experiência na área e também por vir de outra área

(Stefanie):

Sei lá, eu tinha que também vender essa coisa de: "Sou psicóloga, então eu sei me comunicar com as pessoas"

(Stefanie):

Isso também é positivo, se você pensar no contexto de que na área de programação muitas pessoas não têm

(Stefanie):

Essas habilidades sociais tão desenvolvidas assim. (risos)

(Stefanie):

Esse estereótipo, né? De que programador não sabe conversar, esse tipo de coisa. Lógico que não são todos né?

(Stefanie):

Mas isso faz uma diferença, principalmente na questão de Fit Cultural

(Stefanie):

Só que como... por eu vir de outra área, eu sempre também tive que focar muito em me comunicar de forma técnica, o mais claro possível

(Stefanie):

Para passar essa certeza para essoa que está me contratando também, né? De que eu consigo fazer o trabalho

(Stefanie):

Então foi meio que uma mistura dos dois assim na questão da entrevista.

(Stefanie):

E aí quando eu comecei a trabalhar

(Stefanie):

O meu primeiro emprego Foi numa Startup onde eu era a única desenvolvedor... desenvolvedora Front-end

(Stefanie):

Então, eu tinha uma liberdade para fazer o que tinha que fazer e para aprender enquanto fazia, né? Porque, meio que não tinha

(Stefanie):

Quase que um controle daquilo que... controle de qualidade. É...

(Gabriel):

Ninguém tava lá para te supervisionar, né? De certa forma

(Stefanie):

Ninguém tava me supervisionando, é.

(Stefanie):

Isso, tinha apenas uma pessoa que era o CTO lá que, é, fazia essa supervisão, né? Os code reviews da vida

(Stefanie):

Mas assim, não era uma pessoa especificamente Front-end

(Stefanie):

Era uma pessoa assim:

(Stefanie):

"Ah. Eu... tenho doutorado em Ciência da Computação, eu faço tudo, então eu vou fazer o code review aqui, sabe?", esse tipo de coisa

(Stefanie):

É... e assim essa coisa disse síndrome do impostor, né? Principalmente aí você vindo de uma outra área

(Stefanie):

Você pegando o seu primeiro emprego

(Stefanie):

A gente escuta muito isso de pessoas que estão começando, né?

(Stefanie):

Ela existe de fato. Principalmente quando você tá buscando também uma validação do que você tá produzindo

(Stefanie):

No primeiro emprego, por exemplo

(Stefanie):

Então para mim, principalmente por isso

(Stefanie):

Foi importante, o meu segundo emprego(risos)

(Stefanie):

No meu segundo emprego as coisas ficaram mais claras e mais validadas

(Stefanie):

Porque eu tive a oportunidade de trabalhar

(Stefanie):

Com outras pessoas, que também faziam Front-end

(Stefanie):

Com um time, né? E não tava mais sozinha, lá

(Stefanie):

Então, além de poder aprender com outras pessoas

(Stefanie):

Tinha um feedback do meu trabalho

(Stefanie):

Então isso foi bem positivo, para mim

(Gabriel):

E a tua experiência assim... nas empresas que tu trabalhou, né? Já são... Já são três aí

(Gabriel):

Nesses três anos que você tá

(Gabriel):

Como tu sente que é trabalhar com... Com a galera aí na Alemanha?

(Gabriel):

Assim, não sei se são todos eles da Alemanha mesmo, ou se é um time mais internacional

(Gabriel):

Porque assim, tu até comentou no começo que as pessoas são bem diretas, né?

(Gabriel):

Não sei se tu falou isso antes da gente começar a gravar, ou se já tava gravando

(Gabriel):

Então, mas tu mencionou que eles são bem diretos, né? Como eles falam e que você gosta disso, né?

(Gabriel):

Mas e como que foi trabalhar em time?

(Gabriel):

A partir da segunda empresa, você já tem um time inteiro

(Gabriel):

De Front-end's também.

(Gabriel):

Então, trabalhar em equipe foi bem positivo

(Gabriel):

É... a questão cultural...

(Gabriel):

Eu não cheguei a sentir muito, não

(Gabriel):

Assim, eu gosto dessa comunicação meio direta

(Gabriel):

Como eu falei, né? Eles são também engraçados é, não é só a comunicação direta

(Gabriel):

Eles são engraçados, eles são muito competentes

(Gabriel):

Então...

É isso que eu gosto:

quando a pessoa é direta

É isso que eu gosto:

E também tecnicamente direta, né?

É isso que eu gosto:

Do tipo assim competente mesmo, né?

É isso que eu gosto:

"A questão é isso, isso e isso"

É isso que eu gosto:

"E vamos fazer tal e tal coisa"

É isso que eu gosto:

A gente fazia muito pair programming

É isso que eu gosto:

O que eu adoro, porque principalmente também

É isso que eu gosto:

Por estar meio que começando na época

É isso que eu gosto:

Você tem a oportunidade de ver como uma pessoa

É isso que eu gosto:

Que tem mais de 10 anos de experiência na área trabalha

É isso que eu gosto:

E você vai pegando, então, essas práticas positivas daquilo

É isso que eu gosto:

E vai melhorando o seu...

É isso que eu gosto:

O que você faz, também

É isso que eu gosto:

Então... isso me ajudou bastante

É isso que eu gosto:

Então tudo isso

(Gabriel):

Ah isso é legal. Sim, ainda mais no começo de carreira, né?

(Gabriel):

Tipo, faz mais diferença ainda.

(Gabriel):

Diferença positiva, assim, né? Como você tá falando, então

(Gabriel):

Que legal que tu pegou empresas, que tem...

(Gabriel):

Que usam essas práticas, né?

(Stefanie):

Sim, dei sorte, e...

(Stefanie):

Na verdade não foi nem a empresa,

(Stefanie):

Foram as pessoas que estavam nessa equipe.

(Stefanie):

Porque a prática de pair programming, ela nem era vista

(Stefanie):

Tão de forma positiva na empresa.

(Stefanie):

Porque você sempre tem os managers.

(Stefanie):

Que pensam que são duas pessoas fazendo o trabalho de uma, né?

(Stefanie):

E só que o que acontecia era:

(Stefanie):

A gente entregava uma alta qualidade

(Stefanie):

E muito mais rápido que outras equipes

(Stefanie):

Porque você tem duas pessoas pensando ao mesmo tempo, né?

(Stefanie):

E produzindo algo, então o resultado

(Stefanie):

O feedback era sempre positivo

(Stefanie):

E dessa forma, a gente conseguia manter

(Stefanie):

Essa prática de pair programming na empresa

(Stefanie):

Então... foi isso, mas até foi esse o motivo de eu sair dessa empresa

(Stefanie):

Porque muitas pessoas saíram. Eu terminei ficando sozinha nessa equipe

(Stefanie):

E eu não gostei de trabalhar sozinha assim

(Stefanie):

Por mais que... É diferente, você tem essa sensação de:

(Stefanie):

"Ah, tudo bem. Eu tenho conhecimento para fazer o trabalho, é uma sensação legal"

(Stefanie):

mas ao mesmo tempo você para de crescer, né? Sem essa troca De conhecimento.

(Stefanie):

Então, foi o motivo principal de eu ir atrás do meu terceiro emprego, agora

(Gabriel):

Ah entendi

(Gabriel):

Mas deixa eu continuar ainda nessa equipe e até no atual, né?

(Gabriel):

Porque tu tem um gestor aí da tua carreira, né?

(Gabriel):

E provavelmente ele é uma pessoa alemã, certo?

(Stefanie):

Essa segunda empresa, é.

(Gabriel):

Essa segunda empresa, é e nessa atual, não?

(Stefanie):

Ela é, mas é diferente em relação a gestão. A gente chega lá depois. (Gabriel): Então conta aí como que foram a gestão dos dois

(Stefanie):

(Stefanie) Então, essa segunda empresa, realmente, a gestão era completamente alemã.

Assim, do tipo:

"a forma de ser feita é essa. Tem que ser dessa forma e a gente se comunica de tal forma"

Assim, do tipo:

Comunicação não transparente

Assim, do tipo:

Gestão que não comunica o que tá acontecendo na empresa com as pessoas que estão trabalhando lá

Assim, do tipo:

Que não estão numa hierarquia alta

Assim, do tipo:

Esse tipo de coisa. Então essa foi na segunda empresa. Teve um outro motivo de eu ter saído de lá:

Assim, do tipo:

Eu não gostava da gestão

Assim, do tipo:

E assim, não faziam um esforço para manter as pessoas lá, sabe?

Assim, do tipo:

Tipo a pessoa... Questão de salário assim, digamos.

A pessoa falava:

"quero receber...", "não quero", né?

A pessoa falava:

Mas assim, digamos assim, uma pessoa que tá na empresa há mais de 5 anos, e fala:

A pessoa falava:

"Ah, tô na empresa há mais de 5 anos, não recebo um aumento de salário há tanto tempo"

E a pessoa responder do tipo:

"não vai rolar" e não explica o motivo

E a pessoa responder do tipo:

Então lógico que as pessoas saíam

E a pessoa responder do tipo:

E...

nfim, aí o que aconteceu foi:

eu trabalho agora numa empresa chamada, DeepL

nfim, aí o que aconteceu foi:

É um site de tradução com inteligência artificial

nfim, aí o que aconteceu foi:

E eu usava muito esse site para traduzir as coisas, porque ele tem um serviço de tradução muito bom

nfim, aí o que aconteceu foi:

Então, para questões de visto, né? E meios mais formais que eu não queria fazer erro algum de gramática

nfim, aí o que aconteceu foi:

Eu sempre usava o site. E aí eu abri lá o site e vi assim embaixo, né? "Estamos contratando"

Aí eu pensava:

"Nossa! Eu tô aqui fazendo esse trabalho" digamos assim, em um momento ficou chato, né?

Aí eu pensava:

"Tô fazendo aqui. Tô fazendo esse trabalho chato e tem gente nesse momento trabalhando em produtos legais, né?"

Aí eu pensava:

"Em produtos que tem um sentido"

Então, eu falei assim:

"Ah, vou mandar um application lá"

Então, eu falei assim:

E mandei, né?

Então, eu falei assim:

E deu tudo certo e tal. Posso até contar do processo seletivo também

Então, eu falei assim:

Mas enfim. Aí a gestão lá é muito mais aberta, muito mais focada, assim, em manter a pessoa lá

Então, eu falei assim:

Em... eles chamam muito de nurture

Então, eu falei assim:

Você dá espaço para pessoa se desenvolver, crescer da forma que a pessoa é, né?

Então, eu falei assim:

E não da forma que você espera que ela se desenvolva

Então, eu falei assim:

Então...

Então, eu falei assim:

Tá sendo uma experiência muito positiva, assim do tipo...

Então, eu falei assim:

Sei lá, eu sinto como se fosse uma empresa assim padrão Big Tech, né? Ainda não Big Tech

Então, eu falei assim:

Então eu tô felicíssima.

(Gabriel):

E deixa eu tentar perceber. Nessa empresa nova, a gestão também é feita por alemães, ou não?

(Gabriel):

Só para entender tipo se era mais cultura da empresa mesmo ou se a cultura do... vamos dizer da região que você tá, na tua percepção?

(Stefanie):

É, então ela é mais internacional

(Stefanie):

Aí, por exemplo a língua falada na segunda empresa era alemão, oficialmente

(Stefanie):

E a língua falada nessa terceira empresa é inglês, oficialmente

(Stefanie):

É lógico que tem gente ainda que fala alemão, mas é... na maior parte das vezes, a gente fala em inglês

(Stefanie):

Acho que isso muda já a comunicação, no geral. As pessoas são mais simpáticas (risos) em inglês, no geral

a gestão ela é feita assim:

não é um gestor para empresa inteira. Você tem lá o CEO

a gestão ela é feita assim:

Você tem os managers para cada área

a gestão ela é feita assim:

E você ainda tem mais uma outra pessoa responsável. E vai descendo assim, né?

a gestão ela é feita assim:

Para cada equipe você tem um Tech Lead da vida

a gestão ela é feita assim:

E um Tech Lead que, de fato, tem autonomia

a gestão ela é feita assim:

Para...

a gestão ela é feita assim:

Para fazer a sua própria gestão daquela equipe, né? E não ter que fazer como a pessoa que tá lá em cima

a gestão ela é feita assim:

Tá falando para ele e tal, não sei o quê

a gestão ela é feita assim:

Então a flexibilidade, a autonomia das pessoas, em todos os níveis, né? Até eu, mesmo como desenvolvedora.

a gestão ela é feita assim:

É muito mais presente

(Gabriel):

E... Então na segunda empresa você tinha que falar em Alemão? Não era isso?

(Stefanie):

Era. Inclusive a gente tinha uns dois desenvolvedores que falavam em inglês, apenas

(Stefanie):

E, da noite para o dia, a empresa falou: "Olha, a língua a ser falada vai ser alemão"

E a gente assim:

"Sim, você quer contratar quem?", né?

(Gabriel):

Então pera aí, começou em inglês, e aí depois, quando você tava lá, mudou para o alemão? Não aí não é muito pior. Aí não

(Stefanie):

É, começou em inglês e aí, como a maior parte das pessoas falavam em alemão

(Stefanie):

Mudaram isso, porque tinha uma ou duas pessoas que não se sentiam confortáveis para falar em inglês

(Stefanie):

Não dá nem para acreditar numa frase dessas, né? Mas tinha uma ou duas pessoas

(Stefanie):

Que não se tinham confortáveis para falar em inglês

(Stefanie):

Então... É...

(Stefanie):

Em reuniões maiores, onde a empresa entrevistava

(Stefanie):

Eles, então, reclamaram internamente. Não é que reclamavam a ponto de abrir um debate

(Stefanie):

Para... para a gente discutir essa situação, não, reclamavam para o gestor

(Stefanie):

E o gestor, então...

(Stefanie):

Por qualquer... Sei lá como essa decisão foi feita, né? Fez essa decisão

(Stefanie):

Então, tinha uma pessoa lá que falava inglês, ficou sem saber o que acontecia com o trabalho dele, né?

(Stefanie):

Enfim, tô entrando em detalhes aí, né? (risos)

(Stefanie):

Tô falando tudo da empresa, fazendo a maior imagem ruim da empresa mas é real

(Gabriel):

Mas então, essas pessoas tiveram que sair? Só para fechar aí

(Gabriel):

Ele não saiu, mas ele foi tipo ameaçado, do tipo assim:

(Gabriel):

"É,vai ser em inglês e seu trabalho meio que vai ficar... vai ser obsoleto"

(Gabriel):

Foi mais ou menos que ele comunicou para esse cara, né? Ele terminou saindo por vontade própria, no final das contas

(Gabriel):

Claro, mas a pressão é o motivo para não mandar embora, porque não é tão fácil, mas...

(Stefanie):

Exatamente, a empresa ela trabalhava dessa forma, do tipo assim:

(Stefanie):

Ia formando situações para que a pessoa quisesse sair no final das contas, sabe? E não ter que demitir a pessoa

(Stefanie):

E tipo, o cara que trabalhava na Croácia véi. Que tava com a mulher grávida, sabe?

(Stefanie):

Colocar a pessoa numa situação dessas assim nada a ver, mas nada a ver, mesmo!

Enfim... (Gabriel):

Bizarro...

(Gabriel):

É. Então ainda bem que que todo mundo saiu, né?

(Gabriel):

Espero que para uma melhor (risos). E você tá nessa terceira aí, que já é uma cultura completamente diferente, né?

(Stefanie):

Sim....

(Gabriel):

Mas caramba, que louco de trabalhar em alemão. Não deve ser fácil, né?

(Gabriel):

Porque, não é só a língua, é... É a língua, é um contexto novo, é uma profissão nova, né?

(Gabriel):

Porque, três anos... ok, já tem um tempo aí. Mas ainda não é... Não é que tu tá há 10 anos fazendo isso nessa língua, né?

(Gabriel):

Então acho que traz uma carga cognitiva muito grande, tipo de tu tá o dia inteiro conversando sobre isso, sabe?

(Gabriel):

Informações novas, aprendendo coisa nova

(Gabriel):

E ainda na outra língua, então, é um desafio gigante

(Gabriel):

Acho que sorte tua, né? Esses dois anos que tu teve antes de... De estudo de alemão, né?

(Stefanie):

Sim, total. E é que eu gosto também da língua eu acho que isso faz uma diferença

(Stefanie):

Tem gente que se irrita, que acha é uma língua chata e não gostam de falar

(Stefanie):

E aí, acho que tem essa diferença. Assim, eu acho uma língua bonita, é divertida

(Stefanie):

É difícil principalmente nas questões da gramática que tem a declinação do artigo e...

(Stefanie):

Essa coisa dos artigos, né? Neutro, feminino e masculino. Então é diferente das outras línguas, nesse sentido

(Stefanie):

E aí dependendo da situação que tá lá na frase, né? você troca esse artigo para uma declinação diferente

(Stefanie):

Por exemplo, Der, que vai para Den ou Das. Então tudo isso realmente é difícil

(Stefanie):

Mas assim, a partir de um tempo, eu comecei a não importar mais com essas coisas

(Stefanie):

Você escuta muito isso de pessoas que vem morar aqui, que não se importam mais com os artigos, e vão falando, né?

(Stefanie):

Enfim, no final das contas, eu me importo no geral, de que a comunicação esteja clara

(Stefanie):

E, de forma ideal, eu coloco o artigo certo no meio

(Stefanie):

Mas, não é sempre esse o caso, e...

(Stefanie):

Eles não ligam. Eles falam que não ligam e eu acho que não ligam mesmo assim

(Stefanie):

É que nem uma pessoa estrangeira no Brasil falando

(Stefanie):

Ah...

Sei lá:

"Há ônibus". É esquisito? É, mas a pessoa entende, né?

Sei lá:

[Música]

(Gabriel):

E agora já são três anos como developer e fora do Brasil, né? E o que que tu tá achando dessa mudança de profissão?

(Stefanie):

Sim. Então, eu gosto muito. Eu gosto da flexibilidade do horário de trabalho

(Stefanie):

Principalmente aqui na Alemanha, eles têm isso muito bem definido

Assim, de:

horário de trabalho é horário de trabalho, mas horário fora do trabalho, é fora do trabalho

Assim, de:

Ninguém vai entrar em contato com você

Assim, de:

Ninguém espera nada de você, após aquele horário

Assim, de:

E é isso. É isso, tipo, não tem pergunta

Assim, de:

Então é assim. Um trabalho que começa às 9h e às 17 horas

Assim, de:

Você pode começar de 9h e terminar de 17 horas com tranquilidade

Assim, de:

Então isso para mim é muito bacana ou então começar mais cedo e terminar mais cedo, também

Assim, de:

Além disso, eu gosto da flexibilidade de como você faz as tasks, né?

Assim, de:

Como você tá trabalhando no computador, vai ser uma grande diferença aí da psicologia, né?

Assim, de:

você tem acesso ao conhecimento a todo momento, então, é...

Assim, de:

Você tem...

Assim, de:

De fato não só o acesso ao conhecimento, mas a flexibilidade de realizar aquela task lá que você tá fazendo

Assim, de:

Da forma que você achar mais correta, né?

Assim, de:

E aí, você ainda passa por uma... pelo code review

Assim, de:

Onde o seu trabalho vai ser avaliado

Assim, de:

Antes de chegar até o próximo passo de você colocar numa...

Assim, de:

Na Brant aí ou você colocar em produção, exatamente. Então todas essas, a pessoa tem esse clichê, né?

Assim, de:

"Ah, não tenho medo de colocar código em produção, não sei o que"

Assim, de:

Nunca tive, porque todo lugar que eu trabalhei sempre teve um processo muito bem estabelecido de como esse código chega em produção, né?

Assim, de:

Você tem os testes, você tem tudo que acontece antes da pipeline

Assim, de:

Antes daquele negócio chegar em produção. Então para acontecer alguma coisa ruim

Assim, de:

Não é tão fácil assim. (risos)

Assim, de:

Quê mais?

Assim, de:

Bacana também é a questão da comunicação

Assim, de:

Eu trabalho remoto. Então toda comunicação é feita por Slack, pelo Zoom. Então...

Assim, de:

Eu gosto dessa flexibilidade, assim também, de estar no meu espaço, né?

Assim, de:

De vez em quando vou para o escritório, mas de poder trabalhar remotamente

Assim, de:

E a questão da Psicologia, como que eu aplico a psicologia no trabalho, acho que tem muito a ver com a comunicação de fato, né?

Assim, de:

Você saber ouvir a pessoa, você saber a forma de comunicar um feedback, de forma não...

Assim, de:

A ser efetivo e também não deixar a pessoa se sentindo mal, né? Caso seja feedback negativo, esse tipo de coisa

Assim, de:

E agora como tá sendo morar aí? em Colônia ou na Colônia, não sei qual que é o jeito que fala aí, né?

Assim, de:

(risos)

Assim, de:

Mas como que tá sendo a tua experiência de morar aí, né? Saindo de lá de Aracaju

Assim, de:

Para... Para um lugar que tenha variação de temperatura bem, bem maior do que onde você morava antes

(Stefanie):

É, eu passei também uns sete anos morando em São Paulo, então tem um pouco mais essa variação também, né?

(Stefanie):

É bem comparável com...

(Stefanie):

Não sei se é bem comparável, mas é um pouco comparável com o clima de São Paulo, assim

(Stefanie):

Tem dia no verão, é bem quente e...

(Stefanie):

Essa sensação assim abafada, sabe? Terrível, não sei se você sente isso também em Portugal

(Gabriel)Sim. (Stefanie)::

O verão, assim, abafado parece que vai... Enfim bem quente

(Gabriel)Sim. (Stefanie)::

E o inverno, por exemplo, agora a gente tá com temperaturas aí de -7°C, tá bem frio esse ano

(Gabriel)Sim. (Stefanie)::

Mas colônia é um dos lugares mais quentes da Alemanha, então é até não muito comum estar tão frio por exemplo, agora como tá

(Gabriel)Sim. (Stefanie)::

Mas assim, no geral morar aqui é bem legal. Eu passei seis meses também morando em Bonn, que é uma cidade aqui perto, menor

(Gabriel)Sim. (Stefanie)::

E foi bacana, mas assim você vê a diferença de estar numa cidade um pouco maior, com mais opções de

(Gabriel)Sim. (Stefanie)::

Cinema, restaurante e tal, a vida... a possibilidade na cidade, né? maiores do que você tá em uma cidade pequena

(Gabriel):

E como que, fora a temperatura, né? Como que tá a tua experiência morando aí, sabe? O quê que tu tá sentindo de diferente

(Gabriel):

Ou até o que que é a parte mais legal de morar em Colônia, comida? (Risos)

(Gabriel):

(Risos)

(Gabriel):

Tô brincando! Tô brincando! (risos)

(Stefanie):

Então, eu vim morar aqui por acaso, porque... Por acaso, não por acaso. Eu tava em Bonn antes, e aí conheci o meu namorado

(Stefanie):

E ele morava aqui em Colônia. Então, a gente se mudou juntos na época da pandemia por questões de isolamento, né?

(Stefanie):

E uma coisa foi levando a outra, a gente, né? Foi morar juntos, aqui em Colônia

(Stefanie):

E meu segundo trabalho já procurei ativamente aqui em Colônia, por isso eu fiz essa mudança

(Stefanie):

Mas assim, o pessoal é bem bacana, no geral, bem receptivo

(Stefanie):

O que é um contraste, em relação a outras cidades da Alemanha

(Stefanie):

Eu escuto bastante as pessoas falando, assim, de que eles não são... As pessoas não são receptivas

(Stefanie):

E é de fato assim, várias cidades... Eles não têm essa abertura, não são muito flexíveis no primeiro contato assim, sabe?

(Stefanie):

Demora bastante para você fazer amizade com alemão, porque

(Stefanie):

Não é... Você tem que ter alguma coisa em comum, tipo, ou você conhece a pessoa...

(Stefanie):

Sei lá, na academia, ou alguma coisa que coloque esse ponto em comum entre vocês, é o trabalho ou algo assim

(Stefanie):

ou não vai acontecer essa amizade, porque demora um tempo para se desenvolver aquela coisa, né?

(Stefanie):

Eu não sei se em Portugal também é assim

(Stefanie):

(Gabriel pensa)

(Gabriel):

Não é igual ao Brasil, mas não vou dizer que é tão difícil quanto ouço falar de outros lugares, né?

(Gabriel):

Acho que o que influencia muito mais é a questão das pessoas já terem a vida delas, sabe?

(Gabriel):

Tipo vida, família, os amigos. E você é uma pessoa nova

(Gabriel):

Então para mim é a mesma coisa. Acho que consegui fazer boas amizades, amigos muito próximo mesmo, portugueses, no trabalho

(Gabriel):

Mas, fora isso... Mas também não tem mais nada que eu faça, assim, porque as outras que eu vou fazer tô com outras pessoas ou amigos, né? Então...

(Gabriel):

Mas sim no trabalho, e...

(Gabriel):

Não sei se demorou tanto assim. É difícil comparar, porque eu não lembro como se falasse: "agora essa pessoa é minha amiga"

(Gabriel):

Mas assim, só tenho a impressão que foi mais fácil do que o que eu ouço das pessoas na própria Alemanha

(Stefanie):

Sim, é, não é muito fácil não aqui mesmo, não é

(Stefanie):

Tipo, eu tive sorte, de fato, por ter meu namorado aí, que já tinha amigos, né?

(Stefanie):

Então você termina virando amigo dos amigos e tal

(Gabriel):

É, por tabela.

(Stefanie):

Sim, é

(Stefanie):

Mas assim, você fazer uma amizade, aquela amizade, né? Boa e tal, assim, não é tão fácil, não, realmente como falam

(Gabriel):

É, eu imagino que sim, mas tipo com outros estrangeiros ou com brasileiro? Como que foi para ti?

(Gabriel):

Porque também é difícil, porque tu pegou fase de pandemia, né? Então é uma das perguntas mais difíceis

(Gabriel):

Porque é totalmente... É um período de tempo no mundo que as coisas são muito diferentes, né?

(Stefanie):

Sim, exatamente. Agora, no final da pandemia. (se corrige) Agora, no final de do ano passado

(Stefanie):

Eu comecei a fazer CrossFit, e aí lá eles têm muita coisa de comunidade, e muito estrangeiro também

(Stefanie):

Então foi muito mais fácil, ficou muito mais fluido essa coisa da vida social depois que eu comecei a frequentar lá

(Stefanie):

Até mesmo em alemão, porque é um ambiente mais informal, né?

(Stefanie):

Então, até quando a pessoa tá falando em alemão, é aquela coisa mais, assim, aberta, um pouco mais simpática

(Gabriel):

É possível em alemão? (Stefanie): É, é possível (risos)

(Gabriel):

É, porque também... Mas é o que tu falou, né? Tu tem que ter alguma coisa em comum de, tipo CrossFit, e tu estar num grupo de pessoas, né?

(Gabriel):

Independente do país, você tem uma uma conexão então isso acaba ajudando mais, né?

(Stefanie):

Com certeza.

(Gabriel):

Agora eu queria saber da comida. Eu até brinquei lá no começo, né?

(Gabriel):

Que, perguntando qual que eram os pontos legais, eu falei: "talvez a comida", né?

(Gabriel):

Mas como que é para ti? Porque, apesar da brincadeira, eu tenho um amigo que

(Gabriel):

Também ele não mora, né? Sempre vai para visitar, mas ele gosta muito da comida, dos joelhos de porco, das coisas fritas

(Gabriel):

Então, ele adora. Mas como que é para ti?

(Stefanie):

Então, eu sou vegana (risos)

(Stefanie):

Então, muitas das comidas típicas aqui é tudo com carne, como você falou: joelho de porco ou coisa com batata, mas também com manteiga e tal

(Stefanie):

Então, eu termino não comendo quase nada típico, assim

(Stefanie):

É, só comendo coisa vegana. Agora, na questão do veganismo

(Stefanie):

Aqui a Alemanha é um dos países que mais tem essa coisa desenvolvida, né? então tem várias opções de alternativas veganas, né?

(Stefanie):

No supermercado, por exemplo. Então isso já facilita a vida

(Gabriel):

Mas é muito mais caro? Ou é igual às outras coisas?

(Stefanie):

Então, eu acho assim, quando a pessoa compra carne,ela também paga um preço por aquilo, né?

(Stefanie):

Então, sei lá. Eu meio que... Eu não acho assim extremamente mais caro, mas eu também já sou vegana há uns cinco anos

(Stefanie):

Então eu não sei se eu perdi um pouco do senso do quê que é fazer a compra sem essas alternativas, né?

(Stefanie):

Mas, no final das contas, você também pode comprar, tipo, verduras, coisas assim, não industrializadas, que no final das contas não são tão caras

(Stefanie):

Para ter uma alimentação vegana

(Gabriel):

Entendi, entendi. A minha companheira é vegana, né? Então eu vejo que pelo menos aqui em Portugal... E aí, por tabela eu sou

(Gabriel):

Então comer carne, para mim, é coisa que acontece de vez em nunca

(Gabriel):

Mas eu sinto que os preços estão diminuindo e as coisas estão ficando melhores, sabe?

(Gabriel):

Tipo eu, cada vez mais eu gosto... Quer dizer, eu sempre gostei de comida vegana na real, sabe?

(Gabriel):

Nunca tive nada contra, mas eu gosto de carne também, é a diferença

(Gabriel):

Mas, eu sempre achei bem bom. O que eu acho que é legal, é que agora eu sinto que o preço tá diminuindo

(Gabriel):

Se eu for comparar as opções, ainda é mais caro, mas pelo menos aqui não tá tão mais caro e eu acho isso bem legal, né?

(Gabriel):

Porque é justo para todo, né?

(Stefanie):

Sim, e tá cada vez mais normalizado, né?

(Stefanie):

[Música]

(Gabriel):

Ainda pensando, assim, em morar aí, né? Uma das vantagens de estar na Alemanha, né?

(Gabriel):

Ou aqui na Europa, em geral, é que é um pouco mais fácil se locomover para outras cidades e às vezes nem tão caro, né?

(Gabriel):

Tem conseguido aproveitar, nesse tempo aí, ou a pandemia também te impediu?

(Stefanie):

Olha, viajei pouquíssimo desde que eu moro aqui, por causa da pandemia, de fato

(Stefanie):

Mas, por exemplo, tem como ir para Amsterdam aqui, super fácil, de trem mesmo

(Stefanie):

Acho que três horas de trem já tá em Amsterdam, e não é tão caro assim, quê mais?

(Stefanie):

Até dentro da Alemanha, eles estão agora fazendo iniciativas de como fazer esse transporte mais barato

(Stefanie):

Eles testaram por uns meses esse ano, o tal do ticket de 9 euros.

(Stefanie):

Por 9 euros você tem acesso a transporte por todo o país. Nove Euros por mês, apenas

(Stefanie):

E funcionou super bem, tão bem, de uma forma que, claro, sobrecarregou o sistema de transporte aqui

(Stefanie):

Então, eles pararam com essa iniciativa e vão, a partir do próximo ano oferecer um ticket de 49 Euros por mês

(Stefanie):

E você tem acesso novamente a poder locomover por todo o país

(Gabriel):

Hmm, ok, ok.

(Gabriel):

Só que assim, depende muito da cidade que você tá, por aqui. Por exemplo, Colônia, é lógico que você tem opções de transporte público

(Gabriel):

Mas ela não é bem conectada.

(Gabriel):

Você quer ir para o outro lado da cidade, você tem que passar ali para o centro, depois ir para outro... Fazer uma arrudeio, assim

(Gabriel):

Se você tem um carro, você tá no mesmo local, que você chegaria com transporte público em 40 minutos você chega com o carro em uns 10, 15 minutos, sabe?

(Gabriel):

Eu não dirijo, infelizmente, mas eu vejo que essa é a realidade

(Gabriel):

Ah, eu sei como que é. Aqui também eu tenho essa para ir para para praia ou minha empresa, mesmo

(Gabriel):

Demora de transporte público 40 minutos, mas porque dá uma volta. Tipo, de carro dá em 15 minutos a mesma coisa, então

(Gabriel):

Também não dirijo e sofro um pouco com isso

(Gabriel):

Mas pelo menos a cidade é pequena o suficiente para não ser normal eu ter que pegar o transporte público, né?

(Gabriel):

E qual que é a parte que tu teve mais dificuldade na adaptação aí, nessa parte da Alemanha?

(Stefanie):

Acho que mais essa questão das amizades, mesmo

De às vezes você pensar:

"pô, no Brasil minha vida era outra, né?", nessa questão de vida social

De às vezes você pensar:

Era tudo muito mais fácil. É tudo mais fácil, como dizem mesmo, assim, no Brasil

De às vezes você pensar:

É lógico que aqui, é assim é... Uma balança, né? Você tem aqui os benefícios de você ter qualidade de vida

De às vezes você pensar:

E uma sensação de segurança muito maior que no Brasil. E para mim isso é mais importante do que os outros pontos

De às vezes você pensar:

Então é... Acho que eu nem falei, né? Que esse é um dos motivos de eu ter mudado

De às vezes você pensar:

Eu falei apenas que eu gostava da Alemanha. Mas também tem essa questão de querer mais qualidade de vida e querer mais segurança

De às vezes você pensar:

Sem contar a questão de sistemas de educação. Que as crianças aqui estudam de graça, né? Têm acesso à educação

De às vezes você pensar:

Então eu penso que, quando eu tiver filhos, eles vão ter acesso a uma educação boa, eu não vou ter que pagar, tudo excelente

De às vezes você pensar:

Até a universidade aqui é gratuita, para quem mora aqui

(Gabriel):

Ah, eu não sabia disso, mas a Alemanha inteira?

(Stefanie):

Sim, a Alemanha inteira. Você paga apenas uma taxa de manutenção, assim

(Stefanie):

Mas não chega nem a ser 1000 Euros por semestre. Acho que uns 600 Euros por semestre, no máximo

(Gabriel):

Entendi, entendi. Também, né? Tendo que estudar, sei lá, 9 anos pra se tornar psicóloga. Ia ser difícil, pagando isso

)É burocrático. (Gabriel)::

Sim, sim

(Gabriel):

Tá, entendi, legal. Acho que... E para ti novamente, volta sempre no ponto da pandemia, né?

(Gabriel):

Tô falando tanto isso, que eu tenho até medo das plataformas, sabe? (risos) Tipo, colocar sinalização

(Gabriel):

Mas acho que complica mais ainda também o período, né?

(Gabriel):

Que eu tava... tenho colegas de trabalho que se mudaram nesse período e eles contam isso também

(Gabriel):

O que já é difícil numa situação normal, né? Você sabe que tá em outro país não é exatamente a mesma coisa

(Gabriel):

E aí chega um períodozinho, que a gente teve no mundo, que traz ainda um pesinho a mais, né?

De:

"Ó, tem que ficar em casa", então é mais difícil construir essa essa amizade aí, né?

De:

Mas tu acha, então, que para ti, né? Esse foi o ponto mais difícil. Não teve mais nenhum, né?

De:

Porque talvez como tu já gosta tanto da Alemanha, já sabia a língua, pode ser que tenha sido um pouco mais fácil

(Stefanie):

Sim, acho que é mais esse ponto mesmo

(Stefanie):

É... Questão de como eles veem imigrantes também, no geral

(Stefanie):

É, muito interessante, no Brasil, por exemplo, quando uma pessoa nasce lá, na nossa cabeça é brasileiro, né?

Ninguém questiona:

"sim, e sua mãe nasceu onde?", ninguém pergunta, ninguém tá nem aí

Ninguém questiona:

Aqui na Alemanha é diferente. Se a pessoa, por exemplo, quando eu tiver um filho aqui

aqui, digamos, mas vão falar:

"você é brasileiro"

aqui, digamos, mas vão falar:

É assim. a pessoa é brasileira, só porque os pais, é... Um dos pais, por exemplo, é brasileiro

aqui, digamos, mas vão falar:

Então assim, não que eu ache isso negativo, né? Assim, acho bacana a questão, se fosse visto de forma positiva, né?

Do tipo:

"ah, bacana, a questão cultural", não, é visto de forma negativa, do tipo...

Do tipo:

Por muitas pessoas, né? Do tipo, eles chamam até de um termo: "uma pessoa com histórico de imigração"

ses pontos assim... (Gabriel):

É engraçado, porque eu já comentei uma coisa parecida disso

ses pontos assim... (Gabriel):

De que eu só tive essa sensação, saindo do Brasil também, de...

ses pontos assim... (Gabriel):

Assim, eu não falo nem de forma negativa também, mas, algumas pessoas do Sul, eles têm mais essa de...

ses pontos assim... (Gabriel):

Eu até brinco com minha companheira, ela não é brasileira, né? Mas toda vez que a gente conhece alguém do Sul

Eles sempre falam:

"não, minha família é da Alemanha", não eles...

Eles sempre falam:

Sempre, tipo, até hoje a gente... Eu tenho um histórico com ela de que sempre sendo as pessoas do Sul que a gente conhece

Eles sempre falam:

Tipo um amigo meu, mas quando vai falar um pouco da onde eles são, sempre falam isso

Eles sempre falam:

Mas crescendo... Eu nasci na Bahia e cresci em São Paulo, no litoral

nca tive esse conceito de que:

"não, você não é brasileiro". Você tem muitos imigrantes, do Japão, né?

nca tive esse conceito de que:

Que os pais ou os avós, são. Conheci bastante, ou de outros países também, Espanha, até da Argentina

nca tive esse conceito de que:

Mas ele sempre eram... Sempre brasileiros, sabe?

nca tive esse conceito de que:

E aí estando fora, que eu comecei a ter esse sentido de que, dependendo do país que você tá

nca tive esse conceito de que:

As pessoas sempre vão falar que você é é de outro lugar, né?

nca tive esse conceito de que:

Porque para mim é que nem você falou, soa muito estranho quando alguém fala assim, né?

você não é italiano", tipo:

"ah não seu avô veio da Polônia, então você não é italiano mesmo", sabe?

deles isso, assim, e eu fico:

"cara, tipo assim, o avô dele veio de lá ,os pais nasceram aqui,

deles isso, assim, e eu fico:

Ou até só a pessoa tivesse, né? E ela não é". Não sei, eu acho estranho

deles isso, assim, e eu fico:

Depende muito, né? Como você falou tem algumas pessoas que falam isso de forma negativa, e esse é o ruim

deles isso, assim, e eu fico:

Se não for negativo, só é diferente do que...

deles isso, assim, e eu fico:

Eu no geral tenho um conceito, eu acho que... E eu tenho um conceito mais assim:

deles isso, assim, e eu fico:

Cara, tu tá nesse país, teu visto é legal, para mim

deles isso, assim, e eu fico:

E eu conheço, por exemplo, tenho uma amiga que ela é venezuelana,(se corrige) boliviana.

Nossa, vou editar:

eu tenho uma amiga que é boliviana, né?

Nossa, vou editar:

Ela mudou para lá quando ela tinha uns 15 anos, no Brasil, né? Conhecia

Nossa, vou editar:

Mas cara, imagina, mano você estar com o visto legal, você trabalha, paga imposto, estuda

Nossa, vou editar:

Para mim, ela é simplesmente brasileira, sabe?

Nossa, vou editar:

Não sei, eu só tô falando tanto sobre isso, porque é uma coisa que fica na minha cabeça às vezes, sabe?

Nossa, vou editar:

Eu sempre pensei, também, nisso que, eu acho estranho quando o pessoal tenta

Nossa, vou editar:

Colocar isso de uma forma negativa, e para mim é pelo contrário, que legal que, né? Tem essa diversidade numa família

(Stefanie):

Total. E tipo, isso me frustrava, assim, no início. Me frustra, ainda um pouco

(Stefanie):

Porque você faz um esforço para ser "integrar", né?

(Stefanie):

A pessoa, pô, fala alemão, como você falou, pago o imposto, né? Faço tudo aí para... Normal tudo certo, correto

(Stefanie):

Para ser vista, ou para ter uma sensação de que algumas pessoas, não são todas, né?

(Stefanie):

Mas que algumas pessoas me veem como não pertencente ao país

(Stefanie):

Eu não quero que me vejam como ela alemã, não é esse o foco, mas tipo assim

(Stefanie):

Sei lá, é como se você tivesse que ficar se provando a todo momento, assim, do tipo:

(Stefanie):

"Ah veja Estou sim de fato integrada", "Ah veja, eu falo..." Eu tenho que falar alemão perfeito, sabe?

(Stefanie):

Esse tipo de cobrança que eu faço comigo mesmo

(Stefanie):

que não tem a menor necessidade, menor necessidade

(Stefanie):

Isso é frustrante, então...

Aí você para para pensar:

"pô, aí vai ter filho aqui. A pessoa vai passar por coisas parecidas, mesmo nascendo aqui?"

E você pensa:

"isso é absurdo, assim, né?", parece tão absurdo, mas eu escuto...

E você pensa:

Mas tem várias histórias de pessoas, assim, que nascem aqui, falam alemão normal, porque nasceram aqui, né?

E você pensa:

Mas ainda sofrem algum tipo de preconceito, de julgamento, por isso

E você pensa:

Eu fico impressionada assim, eu fico de fato, assim, frustrada, com tudo isso

(Gabriel):

É, não... Entendo, entendo, completamente, assim. Isso é meio engraçado, não num sentido bom, né?

(Gabriel):

Mas é meio chato, mesmo. Até devaguei muito nesse assunto, meio que desabafando, porque é uma coisa que eu penso bastante

(Gabriel):

E do outro lado, né?

(Gabriel):

Tu comentou que gosta dessa sensação de segurança, né? Que tu tem aí

(Gabriel):

Mas se alguém for te perguntar quais são as coisas legais que a pessoa vai encontrar aí em Colônia, e que tu gosta

(Gabriel):

O quê que tu destaca? Além das várias opções vegetarianas, né?

(Gabriel):

Que eu já ouvi falar bastante de como a Alemanha tem mais opções do que outros lugares

(Gabriel):

"O quê que ela encontra aqui, de bom?", então...

(Gabriel):

Tô pensando, porque, assim, não é uma vida assim, muito glamourosa, não. Tipo assim, você pensa, Londres

(Gabriel):

Pô, Londres é aquela coisa, né? "Um monte de opções, você encontra pessoas do mundo todo aqui..."

(Gabriel):

Aqui você também encontra pessoas do mundo todo, mas é uma vida bem normal assim, sabe?

(Gabriel):

Do tipo, não faz muita diferença

(Gabriel):

No final das contas é de fato, para mim, essa coisa da qualidade de vida

(Gabriel):

Então, do governo funcionar relativamente um pouco melhor, de você ter um pouco mais como cidadã

(Gabriel):

Ter... sentir que você tem os seus direitos garantidos, né?

(Gabriel):

Então...

(Gabriel):

Eu nunca cheguei muito a romantizar essa coisa, assim, da vida aqui, né?

(Gabriel):

Você vê fotos da Alemanha, você vê as casinhas e tal, tudo bonitinho, e tal

(Gabriel):

Ali, assim, é mais sul da Alemanha, que você vai encontrar aquilo

(Gabriel):

Aí você vai para outros lugares da Alemanha, você prédios mais normais. É lógico que é muito bacana... É bonito

(Gabriel):

Mas assim, depois de um tempo, você tem que querer mesmo estar aqui

(Gabriel):

Porque não existe essa romantização, assim, ela não sustenta a situação por muito tempo

(Gabriel):

Você talvez também tenha vivido isso aí, em Portugal, não sei

(Gabriel):

Eu nunca romantizei. Eu sou um cara chato quando alguém me perguntar isso, normalmente

(Gabriel):

Porque acho que as opiniões são sempre polarizadas, de: é tudo bom ou é tudo ruim

(Gabriel):

Aí quando você acha que é ruim, então porque não volta para o Brasil, sabe?

(Gabriel):

Os brasileiros mesmo. Ou quando você tiver algum problema, por que não volta para o Brasil?

(Gabriel):

Ou quando você vê algo que tá bom aí tipo: "ah não...", Síndrome de Vira-Lata

Então para mim sempre foi:

tem pontos legais, pontos ruins, mas pesando na balança, para mim, pesa para cá

Então para mim sempre foi:

Principalmente por questão de poder viajar, esse é o máximo e segundo, acho que, segurança

Então para mim sempre foi:

Porque de resto, eu vou colocar diferente coisas para cada lado, ou Brasil, ou Portugal, sabe?

ara mim, sempre é mais assim:

"o quê que você valoriza, o que que você tá buscando?

ara mim, sempre é mais assim:

Porque nem tudo vai ser perfeito e tem uma coisa que comentou, que eu falo também, que

ara mim, sempre é mais assim:

Sou privilegiado de trabalhar em TIentão acho que tem menos preconceitos, do que

ara mim, sempre é mais assim:

Dependendo do trabalho que você tá como imigrante, mas mesmo assim você é imigrante e vai ser para sempre

ara mim, sempre é mais assim:

Então tem que ficar claro. Talvez acho que tenham alguns outros países, né?

ara mim, sempre é mais assim:

Eu vejo pessoas que são legalizadas nos Estados Unidos e eu não vejo reclamar tanto disso

De falar:

"não você é imigrante para sempre", pessoas com Green Card

De falar:

Mas acho que aqui na Europa sempre de vez em quando algumas coisas vão sempre te lembrar

De falar:

É uma burocracia a mais, é uma coisa que você não consegue fazer

De falar:

Então tem esse lado negativo, mas, para mim, pesando na balança, hoje, eu não me vejo morando no Brasil

De falar:

Principalmente por questões de viagens

(Stefanie):

Sim. É interessante isso que você falou, a questão de que você vai ser sempre imigrante, né?

(Stefanie):

Eu super sinto isso também, assim, não é todo mundo, mas pessoas que tem essa mentalidade

(Stefanie):

Eu sinto, assim, que me subestimam muitas vezes, sabe?

Aí quando a pessoa fala:

"ah você faz o que da vida?", aí você fala: "ah, eu sou programador", "nossa!"

Aí quando a pessoa fala:

Aí, sabe uma outra reação, do tipo, nunca tinha passado nem na cabeça da pessoa

Aí quando a pessoa fala:

Que você pudesse fazer algo legal, também, sabe? Assim, interessante

Aí quando a pessoa fala:

Isso e um outro ponto que você falou de ter coisas ruins.

Aí quando a pessoa fala:

A questão das consequências da Segunda Guerra, sabe?

Aí quando a pessoa fala:

Questões históricas, aqui, que muitas vezes nem eles processaram 100%, ainda

Aí quando a pessoa fala:

Então...

Aí quando a pessoa fala:

Você tem ainda vários grupos neonazistas, aqui

Aí quando a pessoa fala:

Às vezes, muitas vezes, ligados com a polícia, com políticos, então é terrível eu acho isso terrível

sabe? Você fica romantizando:

"Ah, a Alemanha é ótimo, politicamente também é ótimo". Não é

sabe? Você fica romantizando:

Por mais, assim, que seja melhor que o Brasil, sim

sabe? Você fica romantizando:

Ao mesmo tempo você tem ali é, cada vez mais, a direita também crescendo

sabe? Você fica romantizando:

Aqui também, com a FD, né? O partido, lá

sabe? Você fica romantizando:

Um dia desses aí, essa semana, pegaram um escândalo dessa organização Neonazi. (Stefanie): P*rra, com polícia, com político.

(Stefanie)Você pensa::

"o quê, velho?"

(Stefanie)Você pensa::

E tipo, as consequências mínimas, assim, não fazem nenhum escândalo da situação, né?

(Stefanie)Você pensa::

Porque é tão institucionalizado, já, essa coisa toda

(Gabriel):

Sim, mas acho que tu tem uma experiência diferente do que a galera de Berlim, né? Por exemplo, em Colônia

(Stefanie):

Em que sentido? (Gabriel) Porque eu vejo Berlim muito mais cosmopolita, sabe?

(Stefanie):

E eu vejo o pessoal falar menos dessa questão de se sentir imigrante, de ter problema de fazer amizade, né?

(Stefanie):

É, a última vez que eu fui em Berlim foi em 2018, e era difícil achar a gente falando em alemão nas ruas

(Stefanie):

Tipo assim, você anda na rua, você escuta mais em inglês, inglês, inglês, então é uma outra cultura

(Stefanie):

Completamente, até dentro da Alemanha, né? existe muitas piadas, claro, assim, sobre a questão da cultura de Berlim

(Stefanie):

Você tem que gostar, né? Aquela coisa, né?

(Stefanie):

Balada (risos)

(Stefanie):

É balada, inglês e essa coisa que você falou, bem mais cosmopolitano

(Gabriel):

Sim, mas e até, antes de fechar, tipo porque eu acho que a gente teve uma conversa legal

(Gabriel):

Assim, sobre os pontos legais, os pontos ruins e de não romantizar, né?

(Gabriel):

Mas hoje, quando tu coloca tudo isso na balança, ela pesa mais para morar aí ou morar no Brasil?

(Stefanie):

Então, tenho 0 plano e vontade de voltar para o Brasil

(Stefanie):

Eu gosto muito de morar aqui também, meu namorado é alemão, então ele gosta também da Alemanha, no geral

(Stefanie):

Então assim, da cultura alemã, da cultura pop, né? Digamos assim

(Stefanie):

Então assim, eu me sinto integrada, por mais que tenha essas questões aí de eu ficar me questionando, né?

(Stefanie):

Me sinto integrada, gosto de morar aqui, gosto dos benefícios, então pesa muito mais para ficar aqui do que para sair

(Stefanie):

Mas assim, quando eu escuto história de brasileiros que voltaram para o Brasil, eu super consigo entender

(Stefanie):

Porque não é fácil e não tem também essa coisa aberta e super cheia de vida que o Brasil tem

(Stefanie):

Inclusive, eu nem lembro quase, como é isso. Eu tô super animada para visitar lá, daqui a dois dias

(Stefanie):

E sentir um pouco disso de novo (risos)

(Gabriel):

Que legal. Não, mas faz todo sentido, eu já falei algumas vezes e quero repetir

(Gabriel):

Tipo, se você mora fora e quer voltar para o Brasil, não tem problema nenhum

(Gabriel):

Não sei... Sei que algumas pessoas pensam assim: "ah, não, mas dá um passo para trás"

(Gabriel):

Não, dá um passo para trás não, a vida é longa, né? Mas também, de certa forma, é curta para ficar sofrendo

(Gabriel):

Tipo, tá em qualquer outro país, quer voltar.

(Gabriel):

Se algum dia - complica porque minha companheira não é brasileira, né? Então -

(Gabriel):

Mas beleza, mas se algum dia eu quiser voltar eu vou conversar com ela

(Gabriel):

E eu não vejo problema nenhum, não vejo um passo atrás. Se depois, no futuro, quiser ir para outro lugar, tá tudo ok, né?

(Gabriel):

Não tem essa, não tem glamour, é um país, todo lugar que eu vou estar tem desvantagens.

(Gabriel):

Algum se encaixa melhor para diferentes pessoas, né? Como você contou agora

(Gabriel):

Com todos os problemas, vantagens, desvantagens tu se vê melhor aí, e é isso, se no futuro isso mudar, né?

(Gabriel):

Conversar, se organizar e partir para a próxima, porque a gente tem certo privilégio em TI, né?

(Gabriel):

Como você viu, tipo, a psicologia já complica um pouco mais para fazer essas mudanças

(Gabriel):

Então, vamos aproveitar e, sei lá, desmistificar essas mudanças, né? De: "mudar de país e voltar para o Brasil é ruim"

(Gabriel):

Não, não é ruim. Se um dia eu quiser, eu vou sem pensar duas vezes

(Gabriel):

Com certeza, e assim, hoje em dia o Brasil tá tão, em questão de de tecnologia mesmo

(Gabriel):

Você tem ótimas empresas lá para se trabalhar

(Gabriel):

Sei lá, falar uns nomes aleatórios que eu vejo assim, que parece ter uma cultura legal:

(Gabriel):

Nubank, Adasa. Empresas grandes e que o povo só escuta coisas positivas de se trabalhar lá

(Gabriel):

Então, você saindo daqui da Europa, ainda mais com maior experiência nternacional na área

(Gabriel):

Você vai chegar no Brasil com uma outra cara, um outro currículo, só tem coisas positivas

(Gabriel):

Não, de forma alguma eu voltar para o Brasil é algo negativo, é você "fracassar"

(Gabriel):

Algumas pessoas têm isso, essa mentalidade, que é fracassar, porque é como se não tivesse dado certo

(Gabriel):

E é muito pelo contrário, você veio, você teve uma experiência. E tá com vontade de voltar?

(Gabriel):

Volta, até porque se quiser voltar depois, de novo para Europa, volta também, não é isso?

(Gabriel):

É isso, é isso. Vamos simplificar as coisas

(Gabriel):

Stefanie, antes de fechar, queria deixar o espaço para ti

(Gabriel):

Se tu quiser divulgar teus links, redes sociais ou qualquer mensagem final, fica à vontade

(Stefanie):

Sim. Então, eu gostaria de promover aqui a questão das mulheres na tecnologia (risos)

(Stefanie):

Acho que é bem importante. A gente tem uma representatividade ainda bem pequena, na área

(Stefanie):

Então, se você é mulher e está ouvindo esse podcast, tá com vontade de entrar na área

(Stefanie):

Pode entrar em contato comigo. Pode ser através do site, que tá na descrição

(Stefanie):

Ou através do LinkedIn. E a gente conversa, eu te ajudo te mostro uns caminhos

(Stefanie):

Porque é super possível, e vale a pena

(Stefanie):

Acho que o Gabriel também tem experiências positivas para contar aí, de trabalhar na área

E... É isso. (Gabriel):

É isso, muito bom, muito bom mesmo o recado, acho que assino embaixo

(Gabriel):

Acho que falta, né? E também, eu já conversei em outros episódios com as mulheres que eu convido, né?

(Gabriel):

Também as mulheres têm muito mais a Síndrome do Impostor, então por isso que eu tento trazer

(Gabriel):

Desde que eu percebi isso, trazer mais mulheres pro podcast, para mostrar que também tem pessoas, né?

(Gabriel):

Como vocês, que tá fazendo coisas muito legais, talvez ficam às vezes... São encobertas, né? Pelo padrão, né?

(Gabriel):

Do que a gente tem em TI que são, normalmente, homens brancos, né? Liderando tudo

(Gabriel):

Mas não, por exemplo agora mesmo. Nossa, qual que foi a empresa que uma mulher virou CEO?

(Gabriel):

Brasileira, esqueci o nome. Do Slack. Sim, uma brasileira acabou de virar CEO do Slack então sim, muito bom

(Stefanie):

Nossa, que bacana!

(Gabriel):

Sim, sim, sim, o CEO, ele assumiu outro cargo e aí ficou com ela. É, eu só não entendi se ela já nasceu no Brasil ou se nasceu aqui

(Gabriel):

Porque quando eu abri o link dela, eu vi toda carreira nos Estados Unidos e eu fiquei com dúvida. (Stefanie): Ah, tá

(Gabriel):

Mas de qualquer forma, é sempre bom ver essas coisas, né? Acho que é legal

(Gabriel):

Quando você vê pessoas semelhantes, né? Porque, por mais que a gente saiba que dá, mas acho que dá uma inspiração maior, então

(Stefanie):

Não, com certeza, pra mim também fez toda a diferença ver mulheres como a Emma Bostian, que trabalha no Spotify

(Stefanie):

E pessoas que você vê, então, alcançando cargos maiores

(Stefanie):

Como você falou, a gente sabe que é possível, mas você vê mulheres representando também, estando nessas posições

(Stefanie):

Se torna cada vez mais possível, no nosso cérebro, né? Então, para mim foi importante, como você falou

(Stefanie):

A questão da Síndrome do Impostor, você vê o quê? Qual foi o caminho dessa pessoa para chegar em tal lugar?

(Stefanie):

Como que ela fala sobre tal assunto?, né? Como que ela também fala sobre Síndrome do Impostor?

(Stefanie):

Como que ela passou por aquilo? Então, foram essas coisas que me fizeram não desistir de continuar na área, nos primeiros anos

(Stefanie):

Então, com certeza faz toda a diferença

(Gabriel):

Muito obrigado pelo tempo, acho que foi uma conversa sensacional, espero coisas melhores

(Gabriel):

Ainda bem que tu tá numa empresa, né? Que a cultura agora é melhor. Então espero que tudo fique melhor ainda

(Gabriel):

E que CrossFit traga boas pessoas para se conectar, porque faz toda a diferença na vida, em qualquer lugar que você tá

(Gabriel):

Mais fora, né? Faz uma diferençazinha maior ter boas conexões, né?

(Gabriel):

Então que dê tudo certo para ti e brigadão

(Stefanie):

Maravilha, muito obrigada, adorei participar e quando estiver na Alemanha, manda aí uma mensagem que a gente se encontra

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