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Desenvolvedora de Software em Amsterdã, Holanda, com Julia Baldissera - Mudando com Gatos #98
Episode 9822nd March 2023 • TPA Podcast: Carreira Internacional & Tech • Gabriel Rubens
00:00:00 01:20:25

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Shownotes

No episódio, conversamos com Julia Baldissera, Desenvolvedora de Software que se mudou para Amsterdã em 2021 para trabalhar na VanMoof. A Julia falou sobre a sua decisão de mudar de país, das entrevistas em inglês, o planejamento da mudança, como é trabalhar e morar em Amsterdã, e também coisas para fazer na cidade.

Julia Baldissera

Julia é desenvolvedora de software há quase uma década. Ela é do interior de Santa Catarina e se mudou para Amsterdã em 2021 para começar a trabalhar com e-bikes na VanMoof. Seu objetivo é auxiliar na resolução de problemas através de soluções tecnológicas de qualidade.

Créditos

Lista de Episódios

Palavras-chave:

  • Dev no Exterior
  • Programadora em Amsterdã
  • Programadora na Holanda
  • Trabalho na Europa
  • Mulheres em TI
  • Mulheres em Tech

Por Gabriel Rubens ❤️

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Transcripts

Speaker:

Fala pessoal, bem-vindos ao TPA Podcast. Aqui novamente Gabriel Rubens e indo mais uma vez para a cidade que eu nunca visitei,

Speaker:

mas tenho muita vontade, que é Amsterdã, na Holanda.

Speaker:

E hoje a gente vai ter o ponto de vista da Julia Baltzera, que já mora lá um tempinho,

Speaker:

é desenvolvedora de software e vai contar pra gente como ela chegou lá, como que é

Speaker:

trabalhar lá e como que é morar na cidade. Tudo bem, Julia?

Speaker:

Oi, tudo bem, Gabriel? Muito obrigada por me receber aqui para falar um pouco sobre a minha experiência.

Speaker:

Eu tô morando há um ano e meio aqui em Amsterdã, trabalhando com desenvolvimento de software.

Speaker:

Então, queria compartilhar com a galera aí um pouquinho como é que foi a minha experiência,

Speaker:

como que tá sendo e poder ajudar o máximo possível o pessoal que tem esses planos também, né?

Speaker:

Sim, quem tem essa curiosidade. E a tua amiga, quem até te indicou, já participou, que foi a Marina Coelho,

Speaker:

que falou como que é o trabalho de DevRel na Google, lá em Londres, e ela te indicou e falou

Speaker:

olha, eu acho que tem mais uma pessoa que seria bem legal também de participar.

Speaker:

Então, estamos aqui para fazer esse episódio. Bem feliz por isso.

Speaker:

Muito obrigada, Marina, pela indicação. A gente troca muito a figurinha, eu e ela, porque foi mais ou menos

Speaker:

na mesma época que a gente decidiu, tanto que foi uma coincidência mesmo, a gente não tinha compartilhado os planos.

Speaker:

E a gente sempre troca muita figurinha sobre como a gente se sente, as dificuldades e também as partes boas, né?

Speaker:

Sim, sim. Então, vamos... Eu queria começar com esse contexto, vocês já se conheciam da onde...

Speaker:

Porque aí tu pode até falar de onde você é, o que você faz, e aí depois a gente entra assim, como vocês se conheceram?

Speaker:

Você era porque moravam perto, trabalharam juntas, ou como que foi isso?

Speaker:

Beleza, tá. Então, eu conheci a Marina na faculdade, em Florianópolis.

Speaker:

Na verdade, eu sou do interior de Santa Catarina, numa cidade menor chamada Videira.

Speaker:

E eu me mudei para Florianópolis justamente para estudar em sistemas de informação,

Speaker:

na Universidade Federal de Santa Catarina.

Speaker:

E lá eu encontrei a Marina. No nosso curso são pouquíssimas meninas,

Speaker:

então a gente acabou se abraçando mesmo, porque é muito bom ter esse conforto

Speaker:

ter outras meninas ali. E é isso, eu trabalhei com a Marina, tive a oportunidade de trabalhar

Speaker:

no laboratório da UFSC.

Speaker:

Eu morei em Florianópolis cerca de 7 ou 8 anos.

Speaker:

E... porque eu fiz a faculdade toda ali e depois eu ainda trabalhei na área.

Speaker:

Porque lá é um lugar muito, muito...

Speaker:

Forte, né, pra tecnologia. Sim. E aí, é, encontrei meu marido na faculdade também.

Speaker:

Daí, é, acabamos casando. Aí, acabei ficando por Floripa.

Speaker:

Até a gente decidir, é...

Speaker:

Tentar esse... morar fora, né? Tentar ter uma experiência de morar fora e

Speaker:

trabalhar pra uma empresa mais global.

Speaker:

Então já são quase 10 anos, contando pelo que tu tá falando aí de faculdade, trabalho no laboratório, já são uns 10 anos aí como desenvolvedora.

Speaker:

Sim, então eu tava fazendo as contas e falei, caraca, quase uma década, meu Deus.

Speaker:

É assustador olhar pro liquidinho, pra mim também, sei lá se eu tenho 12 ou 14 anos, eu pego, meu Deus, como passa rápido.

Speaker:

Sim, é. E aí...

Speaker:

É, aí... né, desde a faculdade eu tinha muita vontade de trabalhar fora, fazer estágio fora.

Speaker:

Tinha aquela época, o Ciências Sem Fronteiras, que eu tava querendo muito participar, mas acabei não conseguindo.

Speaker:

E aí sempre tinha aquele sonho adormecido, sabe? Tipo, ah, eu quero muito ter essa experiência de morar fora, conhecer outras culturas.

Speaker:

Eu sou muito curiosa pra isso, então...

Speaker:

Depois da pandemia, a gente acabou, eu e meu marido conversando,

Speaker:

escutando um podcast sobre falar inglês.

Speaker:

A gente tava escutando o Nerdcast Speak English, muito bom, recomendo altíssimamente, eles são muito bons.

Speaker:

E eles sempre trazem depoimentos de pessoas que moram fora, ou trabalham fora, trabalham com empresas globais

Speaker:

e precisam falar inglês no dia a dia.

Speaker:

E aí foi um gatilho muito forte, a gente falou, Não, a gente precisa começar a aplicar, a gente precisa começar a colocar no papel a ideia.

Speaker:

Que ano foi isso?

Speaker:

Foi em 2019? Não, 2019.

Speaker:

Mentira, acho que o podcast, o gatilho mesmo foi em 2021, que foi o ano que a gente começou a aplicar. 2021.

Speaker:

2021. Tá bom, mas isso é porque tu queria trabalhar em inglês ou foi só uma coincidência de

Speaker:

tipo, eu vou ver esse podcast aqui e agora eu quero morar fora.

Speaker:

É, eu, a necessidade de falar inglês veio numa das empresas que eu trabalhei,

Speaker:

que a gente tinha um escritório fora,

Speaker:

nos Estados Unidos, e aí eu precisava muito falar inglês no dia a dia,

Speaker:

e aí eu comecei a fazer curso de inglês, escutar esses podcasts, é, pra me aprimorar.

Speaker:

Hoje em dia, na área de TI, é extremamente importante, sabe?

Speaker:

Se tu quer visar algumas certas empresas pra trabalhar, tu precisa falar inglês.

Speaker:

E aí, calhou de que nesse podcast tinha essa experiência de um cara que era designer gráfico, e ele tava explicando

Speaker:

sobre como foi a experiência dele trabalhando numa empresa global.

Speaker:

E tipo, tirando todos esses medos que a gente tem no começo de Ah, eu vou cometer algum erro aqui, eu vou falar uma palavra errada, o pessoal vai rir de mim, vai me debochar de mim.

Speaker:

Cara, não!

Speaker:

Tipo, é muito normal cometer erros, é normal ter sotaque.

Speaker:

Tipo, hoje eu percebo no meu dia a dia muitos sotaques.

Speaker:

E é normal, e tá tudo bem, e as pessoas se entendem, e elas se fazem entender.

Speaker:

E o dia a dia acontece, não é um bicho de sete cabeças como eu achava que era no Brasil

Speaker:

quando eu tava aprendendo inglês, sabe?

Speaker:

Sim, mas como que era o teu inglês nessa tua experiência de trabalho com com colegas de fora? Você tinha que lidar com ele, tinha que conversar, fazer reuniões,

Speaker:

esse tipo de coisa ou era mais contato por texto?

Speaker:

Era mais texto mesmo, ticket inglês, o código também, geralmente a gente tem que fazer em inglês.

Speaker:

E tinha uma reunião só que eu participava em inglês, que era com o pessoal, tipo uma daily,

Speaker:

que aí eu precisava às vezes falar alguma coisa e entender também o que estava acontecendo.

Speaker:

Mas o meu dia a dia era num escritório brasileiro, então todos os desenvolvedores eram brasileiros,

Speaker:

a gente fazia tudo em português no nosso escritório.

Speaker:

Só essas reuniões que afetavam a outra branch, que a gente tinha que fazer em inglês.

Speaker:

Tá bom. Mas como que era o teu inglês? E aí a gente pode conectar com as entrevistas, né?

Speaker:

Porque as entrevistas vão ter que ser em inglês.

Speaker:

Exatamente. No momento que tu começou a fazer, o que tu sentiu, o que tu achava que seria, né, porque tu falou dos teus medos, e como que foi na prática, nas entrevistas?

Speaker:

É, nessa época meu inglês era intermediário, assim, eu não tinha muito vocabulário, acho que o que me faltava mesmo era vocabulário.

Speaker:

E aí eu comecei, aí teve um dia que um representante dessa branch externa veio pra Florianópolis

Speaker:

e eu travei muito pra falar com ele, assim, eu ficava muito nervosa.

Speaker:

Aí eu falei, não, eu vou começar a fazer alguma coisa pra melhorar meu inglês.

Speaker:

Daí eu consegui uma professora pra me ajudar, isso eu e o meu marido, ele também tava com

Speaker:

essa vontade de melhorar o inglês dele. Também é tech ele?

Speaker:

Ele também é de tech. Ele é front-end e eu sou back-end. Ah, legal, tá bom.

Speaker:

E aí a gente pegou uma professora de inglês pra começar a praticar.

Speaker:

Ajudou muito, assim. Principalmente porque a gente conseguia trazer vocabulários.

Speaker:

Tipo, ah, eu quero vocabulário desse assunto.

Speaker:

Aí ela ajudava a fortalecer nossas fraquezas, né.

Speaker:

Bem específico. E aí em 2021, ouvindo esse podcast, a gente falou não, vamos começar a aplicar, é isso aí.

Speaker:

Todo mundo fala pra ti que tu tá pronto, mas você não acredita, sabe?

Speaker:

A professora de inglês falava, não, vocês estão prontos para fazer entrevista?

Speaker:

Tipo, aí a gente, ah, então vamos dar a cara a tapa.

Speaker:

Vamos começar!

Speaker:

Tá. E quantas entrevistas você fez até conseguir essa vaga? Eu acho que foram umas... cinco processos seletivos.

Speaker:

Cinco. E como você se sentiu? Então agora, na prática, você tem que falar com eles e qual que foi?

Speaker:

Porque muitos desses recrutadores ou people team, eles são de outros países, né?

Speaker:

Às vezes eles são do próprio país, mas muitas vezes tem outros sotaques envolvidos.

Speaker:

Ou quando você fala com o pessoal da equipe também, né? Tem muitas...

Speaker:

Tem muita multiculturalidade lá, então são vários sotaques. Então como que você sentiu participando do processo seletivo?

Speaker:

Os primeiros foram mais difíceis, porque aí você... Por mais que você tente se preparar ao máximo, você fica nervoso, enfim, né?

Speaker:

Pelo menos pra mim, eu tentava me preparar.

Speaker:

E depois acaba sendo meio repetitivo. Então nos últimos processos seletivos era muito repetitivo.

Speaker:

As perguntas, o que eu tinha que falar sobre mim.

Speaker:

E aí eu acabava pegando confiança. E também eu tentava assim não criar muita expectativa em cima de uma empresa.

Speaker:

Então eu tinha vários processos seletivos acontecendo ao mesmo tempo.

Speaker:

E aí eu pensava assim se não é pra ser não vai ser e tá tudo bem.

Speaker:

E vamos para o próximo processo seletivo sabe.

Speaker:

E eu acho que daí isso me deixou calma e eu consegui eu consegui me dar bem assim me expressar bem e ficar mais tranquila.

Speaker:

Sim, isso tira o peso. Então tu não chegou a travar como quando o representante de fora tinha ido para Florianópolis.

Speaker:

É, eu, quando ele foi, eu não travei, mas eu tive muita dificuldade de achar vocabulário pra certos assuntos. Sim, sim.

Speaker:

E aí, eu tinha pessoas ao meu redor me ajudando, né. Então, quando eu dava aquela engasgada, assim, no que falar, meus amigos me ajudavam.

Speaker:

Tipo, eles continuavam o assunto, a gente contornava o assunto, faziam...

Speaker:

Que é o que acontece hoje em dia também, né. Se você não tem vocabulário, você dá uma contornada, explica de outra forma, e aí as pessoas entendem.

Speaker:

E tá tudo bem, não é?

Speaker:

Eu acho que o nervosismo me atrapalhava mais do que a falta de vocabulário, sabe?

Speaker:

Sim, sim. Ah, interessante. Não, mas é isso mesmo. Acho que no geral a gente tem que...

Speaker:

Eu tenho no meu dia a dia também.

Speaker:

Às vezes eu não sei a palavra, às vezes eu tô pronunciando errado e tenho que falar novamente.

Speaker:

E eu pronuncio bastante errado, sim.

Speaker:

Mas eu só entendi no geral. Mas às vezes tem que dar uma volta, né?

Speaker:

O que muda é que eu acho que eu consigo ser muito mais prático em português do que em inglês.

Speaker:

Que eu consigo falar exatamente o que eu quero. fala algumas vezes, como que eu falo isso aqui?

Speaker:

Eu preciso explicar uma coisa, outra coisa, outra coisa, agora chegar no ponto que eu queria, porque eu não sei,

Speaker:

uma, duas palavras específicas.

Speaker:

Eu sinto a mesma coisa. Tem um episódio do Modern Family que é

Speaker:

que a mulher fala assim, sabe como eu sou inteligente no espanhol.

Speaker:

É isso aí.

Speaker:

Ela fala pro Jay, é a...

Speaker:

Nossa, faltou o nome dela. Eu também não lembro. É, mas é muito bom, é. Sim, sim, sim, total.

Speaker:

Porque a personalidade muda, ainda mais quando você...

Speaker:

Mas no começo, né? Tipo, tu fala, putz, eu tenho uma piada aqui pra fazer,

Speaker:

eu não consigo fazer, eu não tenho time pra fazer, ela já passou, né?

Speaker:

Mas depois vai acostumando, né?

Speaker:

Sim, é. Com o tempo, melhora muito. Essa questão de timing pra piada, pra reunião também,

Speaker:

pra você dar o teu feedback, melhora muito com o tempo.

Speaker:

Tá, e agora tirando o página de inglês, tu fez cinco processos seletivos e queria saber como que eles eram,

Speaker:

você mudou dos que você já tinha feito no Brasil ou se foram diferentes?

Speaker:

É, teve alguns diferentes do que eu fiz no Brasil. A estrutura basicamente é a mesma, mas aí o technical assignment,

Speaker:

que é o desafio técnico, é diferente dependendo da empresa.

Speaker:

Tem empresa que gosta de fazer live code, então você tem que resolver o problema ao vivo,

Speaker:

com mais desenvolvedores olhando para ti, né?

Speaker:

E aí tem empresas que não, que dão um desafio fechado para ti,

Speaker:

dizem que você tem tantos dias para devolver esse desafio solucionado.

Speaker:

Aí eu tive esses dois modelos, né? Eu, particularmente, não me deu bem com live code,

Speaker:

porque eu fico muito nervosa. E aí.

Speaker:

E aí, esse da empresa que eu aceitei a oferta não foi assim, foi o desafio com uma semana.

Speaker:

Eu tinha uma semana para resolver um problema e devolver para eles.

Speaker:

Então, basicamente era assim, a primeira reunião era com o RH alinhando a vaga com o que eu quero,

Speaker:

com o que eles querem, aí eles vêm se tem match para a vaga.

Speaker:

Também com o currículo, eles dão uma revisada e eles vêem se está alinhado,

Speaker:

o que eles querem com o que eu tenho a oferecer.

Speaker:

Aí depois eu tive uma reunião com... Geralmente é o pessoal mais técnico, né?

Speaker:

Algum tech lead, manager, PO...

Speaker:

Pessoas mais técnicas pra conversar comigo sobre a vaga e mais detalhes técnicos.

Speaker:

E aí eu recebo esse desafio técnico, geralmente.

Speaker:

Aí eu tenho os dias pra resolver ou eu resolvo na hora. E aí tem mais um, o próximo passo seria tipo, eles avaliam o que você solucionou, né?

Speaker:

Se foi bom o suficiente, o que eles acharam que não foi bom, e se você passa ou não pra próxima etapa.

Speaker:

Que daí geralmente é a oferta, né? Tem algumas empresas que tem mais algumas etapas, mas geralmente é isso, né?

Speaker:

Aí acaba sendo bem cansativo se você faz muitos ao mesmo tempo.

Speaker:

Porque você tem, às vezes, vários desafios técnicos pra resolver,

Speaker:

no mesmo período, aí fica bem cansativo, né?

Speaker:

É, verdade. Do momento que tu tomou a decisão de eu quero morar fora,

Speaker:

a conseguir uma oferta, ou até a oferta que tu aceitou, quanto tempo demorou assim? Foi quanto tempo de busca?

Speaker:

Ah, foram meses. Porque o processo seletivo em si demora uns um mês a dois meses, né?

Speaker:

Nessa empresa que eu tô, eu comecei em julho de 2021 e a minha oferta só chegou em agosto.

Speaker:

Demorou quase dois meses com as reuniões, com o desafio.

Speaker:

E... É, acho que foram bastante meses. E também, é... Acho que foi bem no começo do ano mesmo que a gente resolveu começar.

Speaker:

No começo do ano 2021.

Speaker:

Então... É, é um processo. Sim, é verdade.

Speaker:

Tem algumas pessoas que é mais no susto, assim. Alguém mandou oferta, tem que... E aí...

Speaker:

Alguém mandou oferta, você faz um teste, tem que se mudar.

Speaker:

Eu acho meio...

Speaker:

Meio arriscado, assim, sabe? Tipo, tu não tem tempo de processar, pensar, eu acho...

Speaker:

Por mais que dá uma certa ansiedade, às vezes, né, quando você quer sair e aí começa a fazer as entrevistas,

Speaker:

fica, putz, quando eu vou passar? Eu acho que é melhor quando as coisas é assim, mais passadas,

Speaker:

tem esses um mês, né, todo o processo, que você já vai pensando, vai acostumando, pensando no que vai ter que mudar na vida,

Speaker:

se ele acertou ou não. Acho que acaba sendo uma mudança mais tranquila do que faz tudo no susto, né?

Speaker:

Sim, foi iniciativa minha, eu apliquei para as vagas específicas que eu queria.

Speaker:

E aí a gente decidiu quais lugares a gente quer aplicar, para quais lugares a gente moraria.

Speaker:

A gente começou a elencar todos os países primeiro, os prós e contras, imposto de renda.

Speaker:

A gente tentou se preparar ao máximo para saber o que estava esperando da gente.

Speaker:

Custo de vida também, até para você ter uma noção de o que você vai aceitar como oferta, se é baixo, se é alto,

Speaker:

então a gente deu uma estudada, aí acabou no final ficando entre Canadá e a Holanda.

Speaker:

A Holanda aqui a gente tem um casal de amigos que ajudou a gente muito a gente tinha considerado a Alemanha porque a gente sabe que a Holanda e a Alemanha

Speaker:

eles têm cidades que são mais internacionais e que aceitam bem o inglês.

Speaker:

Então, por isso que a gente considerou.

Speaker:

Mas, conversando com esse casal de amigos, a gente pensou, eu acho que a Holanda é mais... é o ideal.

Speaker:

Porque aqui eles são muito receptivos com expatriados, sabe?

Speaker:

Eu não sei se é porque, ao longo da história da Holanda, eles têm muito isso de tolerância e liberdade, e aceitar a diversidade,

Speaker:

muito antes dos outros países, eles são muito receptivos.

Speaker:

Aí a gente pensou, então, vamos aplicar para esses dois lugares, né?

Speaker:

Para Vancouver e para Amsterdam.

Speaker:

E a gente falou, o primeiro que aparecer é isso aí. E calhou que foi Amsterdam, mas a primeira oferta veio de Amsterdam.

Speaker:

E era o que a gente queria realmente, no fundo do coração, sabe?

Speaker:

Quando você joga a moeda e você já sabe qual que tu quer que caia, sabe?

Speaker:

Sim.

Speaker:

Tu já tinha tido alguma experiência fora? Ou com intercâmbio?

Speaker:

Porque férias é diferente, mas tipo, passando mais tempo em algum outro país?

Speaker:

Não. E eu nunca tinha vindo pra Europa também. Foi a primeira vez pra me mudar mesmo, nunca tinha vindo à visita.

Speaker:

Ah, tá. Mas tu já tinha viajado pra fora do Brasil, pra outros lugares?

Speaker:

Fora da América do Sul, por exemplo?

Speaker:

Sim, eu já tinha ido pros Estados Unidos. Aham.

Speaker:

E essa viagem pros Estados Unidos me ajudou a também identificar que eu não queria aquele estilo de vida, sabe?

Speaker:

E aí, por isso que eu...

Speaker:

O que que tu viu lá? Eu vi nos supermercados aqueles pacotes gigantes de comida, fast food,

Speaker:

o pessoal só anda de carro e tipo é o é o,

Speaker:

É aquele capitalismo absurdo, né? E aí, conversando com o pessoal aqui da Europa,

Speaker:

um estilo de vida totalmente diferente, aí eu falei, é, acho que eu não... acho que eu vou preferir ir pra Europa do que ir pros Estados Unidos, sabe?

Speaker:

Aí tem também algumas restrições de visto, né? Como a gente precisa de visto de trabalho pra se mudar, é...

Speaker:

Hoje, a gente tem um visto... eu tenho visto de partner, então quem é o meu sponsor é a empresa do... que o meu marido trabalha,

Speaker:

e eu posso trabalhar com o visto de partner.

Speaker:

Nos Estados Unidos as regras são diferentes, acho que não rola trabalhar com vício de partner.

Speaker:

Então não era uma opção também, os dois irem pra lá e um não poder trabalhar, sabe?

Speaker:

Claro, claro, tá. Então o teu marido conseguiu o emprego primeiro, ele foi o primeiro que passou. Sim, aham.

Speaker:

Tá. Boa, mas aí depois tu foi pra aí, certo? E quanto tempo tu demorou estando aí pra conseguir também a vaga como deve?

Speaker:

Então eu tive muita sorte, eu consegui a minha oferta ainda no Brasil, porque logo que ele recebeu a oferta,

Speaker:

deu menos de um mês eu recebi a minha oferta também, e isso ajudou muito no imposto de renda,

Speaker:

porque nós dois caímos na regra dos 30% que tem aqui na Holanda, que quem vem de fora para trabalhar como High Skilled,

Speaker:

que é o visto de pessoas qualificadas, né?

Speaker:

Sim, sim.

Speaker:

Tem essa regra de 30% livre de imposto de renda. Então, 30% do teu salário vem livre de imposto.

Speaker:

E ajuda muito, assim, no final do mês faz uma diferença.

Speaker:

E aí, nós dois conseguimos, porque eu fechei o meu contrato no Brasil.

Speaker:

Ah, tu tem que fechar o contrato antes de se mudar? Isso. Nossa, então não sabia disso.

Speaker:

É, talvez tenha algum tempo de tolerância. Eu não tenho muita certeza, porque pra mim, eu fechei no Brasil ainda, então deu tudo super certo.

Speaker:

Talvez quem se muda ainda tenha alguma tolerância para conseguir fechar contrato.

Speaker:

Tá bom, porque isso faz muita diferença mesmo no salário. Eu também tenho aqui.

Speaker:

Acho que trava em 20%, se eu não me engano, por alguns anos.

Speaker:

Só que até cair isso demora um tempo, sabe? Então no começo não era.

Speaker:

Nossa, faz uma diferença muito grande, né?

Speaker:

Quando você se muda, qualquer... Quando você se muda, o comecinho é mais difícil.

Speaker:

Então, eu acho que o salário faz mais diferença ainda.

Speaker:

Sempre faz, né? É melhor receber mais.

Speaker:

Mas enfim, acho que no começo que é mais complicado ter que comprar algumas coisinhas pra casa, se acomodar.

Speaker:

Então quando saiu isso, eu falei, nossa, ainda bem que eu fiz.

Speaker:

Porque eu nem sabia, na real.

Speaker:

Eu fui saber mais no meio do processo seletivo, quando eu já tinha falado.

Speaker:

E eles que me falaram até, sabe?

Speaker:

Então foi melhor ainda que foi uma surpresa positiva. Porque teve a surpresa negativa que Portugal era mais caro o posto do que o que eu via na internet, que eu comparava.

Speaker:

Então isso acabou compensando um pouco.

Speaker:

Ah, entendi. É, a gente ficou sabendo porque esses nossos amigos já comentaram,

Speaker:

ó, tenta pegar essa regra aí.

Speaker:

E ajuda muito mesmo. No final do mês. Sim, não, faz muita diferença.

Speaker:

Tu comentou como que foram as entrevistas, né? Que teve pequenas diferenças.

Speaker:

E eu queria saber, na prática.

Speaker:

Bom, passou o tempo, tu conseguiu, tem todo o estresse emocional de mudar de país, como que vai ser,

Speaker:

e eu queria saber de como que foi na prática, no trabalho.

Speaker:

Ou vamos dar um passo atrás, eu falei uma coisa aqui que eu acho que é legal também, né.

Speaker:

Vocês se procuraram ativamente, então tu criou a expectativa de mudar, né, então como que foi essa fase de

Speaker:

Agora falar com a família, a gente vai se mudar, ter que sair do trabalho atual, ir pra um novo, como que vai ser, achar casa,

Speaker:

então conta com... são esses meses aí entre conseguir alfaz de trabalho e pisei na Holanda.

Speaker:

É, então foi loucura, né? A primeira coisa que eu fiz foi levar meus gatos no veterinário e falar assim,

Speaker:

eu preciso levar eles junto. E aí eu comecei o processo dos gatos, que inclusive eu recomendo

Speaker:

quem tiver interesse em se mudar do país, fazer isso com mais antecedência.

Speaker:

Eu deixei muito para a última hora, foi bem mais difícil.

Speaker:

Então, porque você tem que pôr chip nos gatos, dar as vacinas.

Speaker:

Se você quer levar eles contigo no avião, você tem meses de quarentena para vacinar da raiva.

Speaker:

Então, eles tiveram que esperar dois meses de quarentena e eu já tinha que vir trabalhar.

Speaker:

Então, eu tive que deixar eles para trás por um tempo e eles vieram depois com um avião de carga.

Speaker:

Aí eu avisei a minha mãe, quando eu avisei a minha mãe, ó, é...

Speaker:

Aceitamos a oferta, foi aquela choradeira, né? Porque a gente acha assim, é...

Speaker:

A gente já tinha a distância entre Videira e Florianópolis, que eram seis horas de carro, mas agora é tipo, é...

Speaker:

Mais, assim, 12 horas de avião, enfim.

Speaker:

Então, foi... Triste por essa parte da família, dos amigos e tal,

Speaker:

mas todo mundo incentivou muito a gente a fazer...

Speaker:

A ir atrás desse sonho, é...

Speaker:

Todo mundo sabia que a gente tinha essa ansia de viajar, de conhecer outras culturas e tal.

Speaker:

E aí, esse casal de amigos nosso, eles ajudaram muito. Eles já davam todas as dicas.

Speaker:

A empresa que o meu marido aceitou a oferta, eles também ajudaram com o pacote de mudança.

Speaker:

Mas tem coisas que tu tem que se virar, né?

Speaker:

Bem no fim, a gente acabou pegando um hotel aqui por uns dias.

Speaker:

Depois a gente foi ficando em casa de amigos, até conseguir encontrar um apartamento.

Speaker:

Aí... Que tempo demorou pra encontrar um apartamento? Aí foi questão de três semanas, eu acho. Três semanas.

Speaker:

Aqui em Amsterdam tem uma demanda muito grande por moradia. É que nem a situação de Dublin.

Speaker:

Se tu encontrou um apartamento livre, você tem que correr pra pegar ele,

Speaker:

porque é muita pessoa procurando apartamento e é muito caro também.

Speaker:

É uma das partes mais pesadas do custo de vida que é o aluguel.

Speaker:

Então...

Speaker:

Mas voltando ali pra sair do Brasil, aí a gente teve que vender todas as nossas coisas,

Speaker:

anunciar pra todos os amigos, assim, ó, tamo vendendo o Electrodoméstico.

Speaker:

Foi um desapego, né? Vender tudo. Limpar a casa e...

Speaker:

E arrumar só duas malas, assim, de 32kg com a tua vida. É bizarro.

Speaker:

Tu tinha casa própria ou não? Não, não.

Speaker:

É um pouquinho mais fácil, mas mesmo assim é meio difícil.

Speaker:

Olha ao teu redor, acho que é um exercício pra todo mundo que estiver ouvindo.

Speaker:

Se tu tá no Brasil ainda, olha ao teu redor e pensa, tu tem que desfazer de tudo.

Speaker:

Exatamente. Rápido, né, pra sair. Tu não dá tempo nem de pensar o que eu quero ou não quero, tem que ser o máximo possível.

Speaker:

Porque se eu não vender alguma coisa aqui, ou vai ter alguém da família que vai vender, ou tu vai ter que...

Speaker:

Sim. Que se desfazer só, né.

Speaker:

É, teve um detalhe importante que não foi tanto nas pressas, porque a gente precisava do visto, né, pra vir pra...

Speaker:

Foi no final da pandemia, então não tava aberta as fronteiras pra turismo.

Speaker:

Era só pra quem tinha visto de trabalho ou morava, né, passaporte europeu, que não é o nosso caso.

Speaker:

O nosso caso é visto de imigrante que tem alta qualificação, né.

Speaker:

Então, a gente teve um tempão pra esperar pra pegar esse visto.

Speaker:

A gente teve que ir pra São Paulo pra fazer esse visto.

Speaker:

Então, eu acho que a nossa situação foi diferente. Foi mais demorada do que normalmente seria sem a pandemia.

Speaker:

Aí, conseguindo esse visto, depois, acho que demorou um mês e meio,

Speaker:

tipo, quase dois meses pra conseguir esse visto no passaporte,

Speaker:

conseguir marcar a viagem.

Speaker:

E pra o padrão holandês isso é demorado, uns dois meses?

Speaker:

É, eu não faço ideia, porque agora se as pessoas querem vir pra cá trabalhar, acho que elas conseguem vir como turista, e aqui elas conseguem pegar a permissão de residente, né? Sim, entendi.

Speaker:

Eu acho que naquela época... Eu não sei se pode, mas pela minha empresa eu tive que esperar, então foram seis meses talvez, sabe?

Speaker:

Então foi isso, foi antes da pandemia. mas eu sei que isso era o normal eu não sei se dá para fazer isso em portugal

Speaker:

tu vem como turista e consegue eu acho que sim mas não é uma coisa que a minha

Speaker:

empresa pelo menos fazia no passado e outros que eu conheço também não fazem

Speaker:

né então acho que quem tiver ouvindo pesquisem mais a gente tá falando só pelas nossas experiências é que é assim porque essa parte disso muda com muita

Speaker:

frequência então pesquisem mas interessante nosso foi um pouco diferente e eu tive muito mais tempo então o meu gerava foi ansiedade tipo de,

Speaker:

quando vai sair não tem previsão de quando saiu visto então eu ficava naquela por seu peço de missão do meu emprego atual não eu falo

Speaker:

que vou sair e ou não que eu até falei para algumas pessoas né tipo gestora,

Speaker:

Mas fica aquela situação estranha, né? Tipo, tá, quando você vai sair ou não?

Speaker:

Então, é...

Speaker:

Acho que os dois meses é mais o ideal, né? Tipo, dá pra ter tempo de tu fazer tudo, de vender as coisas, se preparar, mas...

Speaker:

Menor que isso, eu acho que é muito rápido, e maior que isso gera ansiedade pelo outro lado.

Speaker:

Sim... É...

Speaker:

É, eu acho que foi uns dois meses mesmo, porque... A minha oferta veio em agosto, e eu cheguei em Amsterdã em outubro.

Speaker:

E a gente aplicou o visto um pouco antes da minha oferta, né?

Speaker:

Porque o meu marido recebeu a oferta antes, né?

Speaker:

Então, deve ter sido uns dois, três meses. Então, aí ficava naquela expectativa que você falou, né?

Speaker:

A gente deixou os passaportes na Embaixada dos Países Baixos.

Speaker:

E aí a gente ficava naquela, quando que a gente vai receber por correio,

Speaker:

o passaporte com o visto, né?

Speaker:

Sim, sim. E o medo de não estar em casa no dia que vai chegar.

Speaker:

Meio destraviar, porque teve colega que foi extraviado, que chegou depois de mim.

Speaker:

Acho que perderam o passaporte dela. Depois acharam. Mas perderam o passaporte, então é... Nossa, aja coração.

Speaker:

Aja coração. E o dela foi muito bom, foi na pandemia também.

Speaker:

Chegou em Portugal na pandemia. Começou a trabalhar do Brasil mesmo, né.

Speaker:

Mas a gente ficava... Foi uma novela. O dela foi pior que o meu.

Speaker:

Tipo, o que acontece, quando vai ser, não sabe. Aí o que tá acontecendo? Tá demorando demais.

Speaker:

Ah, descobriram que perderam o meu passaporte. Quando que acha, não sei.

Speaker:

Então... Sim. substâncias.

Speaker:

Agora, eu queria saber na chegada aí. Então eu vou dividir em duas partes, que é o trabalho,

Speaker:

você já tá trabalhando aí um ano e meio, então já é mais que tempo suficiente

Speaker:

pra ir se adaptando, né, de qualquer forma das pessoas daí.

Speaker:

E depois a vida em Amsterdã, né, porque eu acho que nos episódios que a gente tem sobre Amsterdã, todo mundo,

Speaker:

a maioria das pessoas são maravilhadas na quantidade de coisa que tem pra fazer,

Speaker:

enfim, então a gente pode explorar mais aí.

Speaker:

Mas trabalho, tu já tinha uma carreira no Brasil, então já estava há um tempo, já sabia a forma de trabalhar que era lá, como lidar com as pessoas, já tinha trabalhado em empresa internacional também,

Speaker:

mas agora tu tá num contexto diferente, tu mudou de país, tu tá dentro da cultura do país, mas não só disso, a cultura da empresa também, que muitas vezes tem gente do mundo inteiro, né,

Speaker:

Eu queria saber qual que é o teu contexto de equipe e pessoas de outros lugares

Speaker:

e depois como tem sido trabalhar com essas pessoas.

Speaker:

Tá bem, então eu vim pra cá pra trabalhar numa empresa holandesa,

Speaker:

então isso já é um diferencial, que também é global.

Speaker:

E nessa empresa eu trabalho hoje com um time mais focado em back-end e na bike,

Speaker:

Então é um pouco internet of things também, né?

Speaker:

Internet das coisas. E a estrutura, ela é parecida com o que eu já trabalhei no Brasil.

Speaker:

Tipo, tem PO, que é Product Owner.

Speaker:

Tem alguém de QA, pra te ajudar a direcionar a qualidade do projeto.

Speaker:

Backend, full stack. Um diferencial legal é que aqui eu tenho um Engineering Manager.

Speaker:

Para me ajudar no meu processo do trabalho e também eu respondo diretamente a ele, né?

Speaker:

Então, lá no Brasil isso era meio vago, o papel desse engineer manager pra mim.

Speaker:

Aqui eu vejo mais as coisas acontecerem e é basicamente isso, essa é a estrutura.

Speaker:

E aí são pessoas do mundo todo, né? Eu trabalho com pessoas que são da Rússia, da Ucrânia, pessoas de Londres, vários sotaques, né?

Speaker:

Também trabalho com brasileiros, que é legal, a gente sempre fecha um canal no Slack pra trocar ideia.

Speaker:

Quantos no canal do Slack?

Speaker:

Ah, eu acho que deve ter uns 10. 10, tem bastante. E outros setores, não só do setor de TI.

Speaker:

Eu trabalho com holandeses também, né? Então é muito bacana ter pessoas do próprio país pra te...

Speaker:

Até. Tipo... Tchau!

Speaker:

Como é que eu posso dizer? Eles mostram pra ti a cultura, né? E como é que era na infância deles, e é legal você ter essa experiência também do país que você tá morando, né? Alguém nativo.

Speaker:

E o que eu senti de diferente é que eles são bem diretos, assim. Eles não fazem aquela conversinha que brasileiro faz pra ir chegar ao ponto.

Speaker:

Eles falam, são extremamente diretos, o que eu gosto.

Speaker:

Economiza tempo, você não leva pro teu pessoal, porque é assim com todo mundo, sabe?

Speaker:

E as coisas acontecem.

Speaker:

Então eu gosto muito disso, deles serem diretos ao ponto.

Speaker:

Como eu já falei, aqui a galera é muito receptiva, tanto os holandeses quanto os expatriados.

Speaker:

Tem muitos expatriados aqui, então eles são muito receptivos.

Speaker:

Eles falam inglês contigo, eles são muito bons em falar inglês.

Speaker:

O idioma oficial é Dutch, mas a maioria das pessoas fala inglês.

Speaker:

É muito difícil encontrar alguém que não fale, sabe?

Speaker:

E aí no meu dia a dia do trabalho, é parecido com o que eu trabalhava no Brasil,

Speaker:

tipo, minha rotina de desenvolver tarefas, usar as mesmas ferramentas que eu usava, né?

Speaker:

Mas o que modifica um pouco, o que muda um pouco é a questão de saúde mental.

Speaker:

Aqui eles se preocupam muito com a sua saúde mental, se você está se sentindo bem, o que eles podem fazer para te ajudar.

Speaker:

Eles prezam muito por isso.

Speaker:

Aqui também tem o esquema de se equilíbrio, que se você não está se sentindo bem, você só pede o seu dia de folga para descansar, para se recuperar,

Speaker:

sem precisar testar do médico, provar que tu tá doente, enfim.

Speaker:

Eles são super tranquilos quanto a isso. É claro que depois de certa recorrência, você tem que mostrar a testar dos médicos, mas tipo,

Speaker:

peguei um resfriado, não tô conseguindo...

Speaker:

Não tenho energia pra trabalhar hoje. É super compreensível.

Speaker:

E... ninguém faz hora extra, assim. Eu fiquei realizadíssima quando na sexta-feira às 5 da tarde eu estava saindo da empresa da VanMoof,

Speaker:

e eu encontrei o CTO saindo comigo no mesmo horário.

Speaker:

E eu fiquei assim, cara, é isso! A gente tem vida depois do trabalho, sabe?

Speaker:

Foi o meu momento de realização profissional, assim. Eu não ter que fazer hora extra, deles prezarem isso da saúde mental.

Speaker:

É muito, muito bom.

Speaker:

Ele não te perguntou se você estava desmotivada não? Tá saindo mais cinco? Não.

Speaker:

E nós dois de bike ali, né? Tipo, saindo. É muito legal. Todo mundo usa bike. É muito maneiro.

Speaker:

Tipo, é muito comum aqui você ver pessoas importantes, tipo o primeiro-ministro,

Speaker:

indo trabalhar de bike.

Speaker:

Sabe? É muito massa. Sim. Tem um vídeo interessante do primeiro-ministro.

Speaker:

Não sei se ele é assim, mas pelo menos é o vídeo de ele derrubando um café no lobby do...

Speaker:

Talvez era um hotel. E aí ele vai limpar, e a mulher vem pra limpar, sabe?

Speaker:

E ele fala, não, não, tá tranquilo.

Speaker:

Eu não sabia desse vídeo, mas eu acredito totalmente. Não sei se é só porque tinha câmera lá, mas achei legal.

Speaker:

E também quando ele foi falar...

Speaker:

Numa entrevista, foi agora, sobre a guerra.

Speaker:

Tavam vários primeiros ministros ou presidentes de alguns países num lugar.

Speaker:

E tinha... Uma repórter cadeirante, sabe?

Speaker:

E aí ele se abaixou, se ajoelhou pra falar com ela, sabe? Também, eu falei, puts, esse cara parece bem legal mesmo.

Speaker:

Ele parece mesmo. Eu vou falar de política, não sei como que ele é, não sei o partido, não sei.

Speaker:

Mas falando, a pessoa parece bem legal.

Speaker:

Foram duas coisas que eu vi dele, assim, por coincidência, né, caiu no YouTube.

Speaker:

Foi essa do cafezinho que ele foi, limpou, quando derrubou. E da cadeirante, tava todo mundo falando com ela, né.

Speaker:

E a mulher tinha até como se fosse um...

Speaker:

Que ele, sei lá, o microfone era mais longo, ela tinha tipo um braço assim pra fazer mais longo

Speaker:

e aí ele falou, não, não precisa, ele se ajoelhou pra falar, e eu falei, putz, que atitude legal de qualquer pessoa

Speaker:

mas às vezes quando é alguém que tá mais alto na cadeia, né, assim, da hierarquia do trabalho

Speaker:

e vamos dizer ele como primeiro-ministro, juntam com o que você fala do teu CEO, né, porque.

Speaker:

Eu já trabalhei em alguns lugares que as pessoas falavam, não precisa trabalhar muito, não precisa fazer horário extra

Speaker:

mas eu ficava, mas se o gestor tá fazendo, sabe, se o dono da empresa tá fazendo,

Speaker:

gerava uma pressão. Por mais que eu sei, eu sei que eu tô ouvindo, eu sei que eles estão dizendo,

Speaker:

mas não sei, eu acho que faltava um alinhamento na mensagem, né. Pelo menos é o que eu sentia na época, sim.

Speaker:

É, tanto essa situação que eu falei como essa situação do primeiro-ministro,

Speaker:

quem tá nesses cargos mais altos e tem mais visibilidade tem que dar exemplo.

Speaker:

Sim, sim. Que nem tem empresas hoje que incentivam tanto a licença paternidade, mas aí o manager acaba não tirando direito a licença paternidade pra trabalhar.

Speaker:

Pô, tu tem que dar o exemplo, sabe?

Speaker:

E não é assim, não falta comprometimento né, porque eu tenho, minha empresa também ela é holandesa né, eu trabalho pra uma, e eu tava com reunião com minha manager porque

Speaker:

eu tinha feito hora extra e ela queria saber o porquê né, a gente tem reunião a cada duas semanas, e aí eu falei não, porque tinha que acabar tal coisa, ela falou tudo bem, mas na hora do trabalho você tem tempo pra fazer suas coisas?

Speaker:

Então eu falei sim, porque o que eu falo, eu não tenho problema com hora extra nenhum,

Speaker:

desde que haja esse equilíbrio, essa troca justa de que, como você comentou do quando

Speaker:

você tá doente, não ter que falar nada, mas ó, não vou fazer hoje, alguém pode

Speaker:

segurar isso aqui pra mim, né?

Speaker:

Claro que sim, sem a recorrência.

Speaker:

Mas quando eu vejo um gestor fazendo hora extra ou dando um gás a mais em um mês específico,

Speaker:

algo assim, acho que é normal quando você vê que ao contrário também acontece, tipo,

Speaker:

a pessoa tá saindo mais cedo agora.

Speaker:

E eu não sei como é na tua experiência, mas pra mim pelo menos,

Speaker:

na empresa anterior já era assim também, mas eu ainda me sentia desconfortável, sabe?

Speaker:

Mas as coisas não são tão oficiais, né? Tipo, tanto quando eu vou sair mais cedo, por algum motivo,

Speaker:

quando eu vou ficar mais, a gente não registra em lugar nenhum isso.

Speaker:

E como que é pra ti aí?

Speaker:

É, no começo eu achei muito estranho. Eu também ficava, se eu achava que eu precisava, eu fazia hora extra pra entregar alguma coisa e tal.

Speaker:

E eu ficava muito, será que é verdade assim? O pessoal parece tão de boa com tudo.

Speaker:

Eu ficava ali naquela mentalidade do Brasil, sabe?

Speaker:

De ter que trabalhar até acontecer aquilo, se não tentando provar o meu valor, provar que eu, enfim...

Speaker:

E aí com o tempo que eu comecei a ver as pessoas ao meu redor que elas não faziam hora extra, que elas não deixavam...

Speaker:

Saiam no horário certo, enfim... Quando ficavam doentes e não mandavam atestado, só davam aquela avisadinha ali no Slack, né?

Speaker:

Que nem você falou lá, cobre pra mim, por favor.

Speaker:

Aí que eu fui desencanando. Daí eu fui pensando, pô, é isso aí mesmo, né?

Speaker:

A gente tem que cuidar da nossa saúde mental e ter esse balanço de vida profissional e vida pessoal.

Speaker:

Mas tu consegue fazer naturalmente isso? Hoje sim.

Speaker:

Ah, eu demorei muito, mas...

Speaker:

É. Que é uma pena. Acho que foi ruim pra mim porque ninguém ligava, sabe?

Speaker:

E até conversando com minha gestora, ela até falava que eu estava preocupado com isso. brincava que é.

Speaker:

E tem alguma coisa urgente? Alguém vai morrer se você não fizer isso?

Speaker:

E assim, claro que existia cobrança por performance e entrega.

Speaker:

Também não quero pintar a imagem, porque existiam sim, e depois quando a gente fazia

Speaker:

as reuniões, revisões, a gente olhava praquilo, né?

Speaker:

Mas às vezes, acho que era a coisa de um dia não vai fazer diferença nenhuma no seu trabalho

Speaker:

que a gente tem que entregar nesse trimestre, sabe?

Speaker:

E era essa mensagem que ela tentava falar, tipo, esse um dia não vai mudar em nada.

Speaker:

Se você ficar essa uma hora a mais não vai mudar em nada. Uma coisa é, sua reunião é importante amanhã e você quer acabar as coisas agora.

Speaker:

Ela fala, ok.

Speaker:

Mas fora isso, eu não vejo situação nenhuma de que você precisa fazer.

Speaker:

E, tipo, pra mim era um pouco mais difícil entrar na cabeça.

Speaker:

Mais que eu ouvia, mais que eu saía.

Speaker:

Mas eu não consigo dizer que eu não ficava com aquilo na cabeça.

Speaker:

Puts, não acabei essa paradinha aqui, sabe?

Speaker:

Então, aí novamente, acho que bom que pra Tilda esse um ano e meio já virou a chave, mas pra mim demorou.

Speaker:

Eu acho que nessa empresa nova, que eu já... e já são quatro anos depois, né?

Speaker:

Que eu consigo mais falar assim, galera, como a pessoa faz,

Speaker:

não dormir bem, vou começar daqui a duas horas, sabe?

Speaker:

Então, se precisar de mim, manda uma mensagem, Mas eu não vou estar online agora, sabe?

Speaker:

É, é isso aí. Tem que... Que nem você falou, não vai mudar nada, você vai sobrecarregar.

Speaker:

Tipo, trabalhar doente também, você não tá ajudando o teu corpo a se recuperar,

Speaker:

então provavelmente no dia seguinte tu ainda não vai estar recuperado.

Speaker:

É melhor você tirar esse tempo pra você mesmo se recuperar, o teu corpo trabalhar pra ti, né?

Speaker:

Sim, sim.

Speaker:

Parece utópico, mas eu não... eu tenho gostado, assim. Parece utópico pra o Gabriel de 5 anos atrás, esse tipo de pensamento.

Speaker:

Eu gosto de reforçar que eu trabalhava em empresas legais, mas mesmo assim não é

Speaker:

exatamente a mesma coisa para o meu contexto.

Speaker:

Tu comentou que trabalha com crânianos e russos. E eu acho que é uma cultura que a gente tem menos contato no Brasil.

Speaker:

Talvez a gente tenha um pouco da europeia, talvez não por convivência, mas pela cultura

Speaker:

em si, pelo que a gente vê na TV, pelo que a gente ouve de notícias com mais frequência.

Speaker:

Talvez a Rússia e a Ucrânia, a gente ouve muito mais agora por causa da guerra, da invasão russa e ucrânia,

Speaker:

mas eu queria saber como foi para ti trabalhar com eles, porque está um pouco mais distante do que normalmente a gente está acostumado.

Speaker:

Eu acho que foi bem tranquilo, o pessoal é muito querido, muita gente boa, eu não tive nenhuma dificuldade.

Speaker:

Eu também trabalhei com pessoas de outras origens do Oriente Médio, então eu tenho um casal de amigos turcos aqui muito queridos também.

Speaker:

Eu acho que o pessoal aqui que vem pra cá pra trabalhar com esse objetivo, eles são muito abertos a outras culturas, então...

Speaker:

Não tenho o que dizer, é muito legal porque, eu não sei se todo mundo sabe, mas aqui em Amsterdã, na Holanda,

Speaker:

tem uma cultura de que no teu aniversário você que traz o bolo.

Speaker:

E é muito legal, tipo, cada cultura eles trazem uma sobremesa, sabe? Aí você...

Speaker:

Todo mundo muito aberto pra experimentar coisas novas, pra conversar sobre coisas como era no teu país, como que é no meu país, sabe?

Speaker:

É bem bacana. Legal, acho que só acaba enriquecendo mais a vida da gente e aprender mais culturas. Sim.

Speaker:

E aí tu comentou da cultura da Holanda de trazer o bolo, então eu queria já entrar

Speaker:

agora na vida em geral, né?

Speaker:

O trabalho são 8 horas no nosso dia, mas todo o resto a gente tá vivendo nesse país

Speaker:

novo e talvez eu vou até isolar um pouco a Amsterdã, né?

Speaker:

Porque eu ouço com muita frequência que Amsterdã é um mundo à parte do resto da Holanda, né.

Speaker:

Então, como que tem sido essa mudança de morar aí? O que no teu dia a dia tem mudado,

Speaker:

o que você tem gostado? E depois a gente vai mais para o lado do que tem sido mais difícil.

Speaker:

Beleza. Então, sobre morar aqui, no começo foi muitos aprendizados,

Speaker:

Eu tive que aprender desde a como contratar a luz internet aqui, porque é diferente,

Speaker:

até como é funciona as compras aqui no mercado, porque é tudo em holandês,

Speaker:

usar a bicicleta como o principal meio de locomoção também.

Speaker:

Não sei se aqui em Portugal também é assim, mas aqui as geladeiras são muito pequenas, o freezer é muito pequeno.

Speaker:

A minha é. Eu não sei se é parte da cultura, mas a minha é.

Speaker:

Então eles têm esse hábito de ir muito para o mercado e assim, todo mundo vai lá com a bicicletinha, com a sua cestinha na bicicleta, né?

Speaker:

Para comprar comida quase que com muita frequência, assim.

Speaker:

Sem compras do mês, né? É, não tem compras do mês e...

Speaker:

Você geralmente compra tudo fresco, né? A carne fresca, a verdura fresca, tudo super fresco.

Speaker:

É... E além disso, o que eu posso falar... Aqui tem uma burocracia muito forte por cartas também, que isso foi diferente pra mim.

Speaker:

Tudo por carta.

Speaker:

Por exemplo, eu tive que criar o meu CPF aqui na prefeitura e chegou por carta.

Speaker:

Aí se você tem acesso a um portal aqui que liga todas as suas informações, tipo teu endereço, teu CPF, teu visto, tudo tá linkado a esse portal.

Speaker:

Se você esquece o seu usuário e senha, você tem que pedir por carta. É muito bizarro.

Speaker:

Não sei como é que é em Portugal. Eu sei que Alemanha também é assim, muita carta para tudo.

Speaker:

Tem algumas também. Acho que a senha para o portal das finanças chega por carta.

Speaker:

É verdade, eu não tinha pensado, mas aqui a gente também tem.

Speaker:

Talvez menos, porque eu ouço isso com recorrência sobre a Alemanha, e aí eu acho que aqui pode

Speaker:

um pouquinho menos mas também tem algumas cartas que no Brasil a gente já não recebia né ou era

Speaker:

Você vai no lugar e tá na hora, né? Já tem o acesso.

Speaker:

Ou você receberia por e-mail, né?

Speaker:

É, é muito...

Speaker:

E fora isso, aqui eles têm muito costume de comer sanduíche no almoço também, então no escritório é muita opção de sanduíche.

Speaker:

Não tem uma culinária holandesa muito forte, tipo a francesa, que é pratos muito elaborados.

Speaker:

Aqui é muito aperitivo, tem alguns croquettes que são específicos aqui da região, tem uma bolinha frita que eles chamam de Bittenballen,

Speaker:

que é tradicional daqui também, que todo mundo que vem precisa provar.

Speaker:

De manhã cedo eles gostam de comer pão com manteiga e chocolate granulado.

Speaker:

É tipo outra tradição deles, que é muito estranha. Manteiga e chocolate ok.

Speaker:

É, enfim.

Speaker:

Mas você gosta? Experimentou já? É, eu experimentei, mas não fez minha cabeça não.

Speaker:

Não. O sanduíche no almoço é o que a empresa disponibiliza, eu como e tal, mas eu ainda fico pensando,

Speaker:

ah, mas não é comida de verdade. Brasileiro tem isso, né? Tipo, comida de verdade é arroz, feijão, salada, carne.

Speaker:

E aí eu como aquele sanduíche pensando, mas não é muito comida de verdade, né?

Speaker:

Mas o pessoal leva o almoço? Ou leva os sanduíches deles pra tua empresa? Ou eles sempre comem os da empresa mesmo?

Speaker:

É, a empresa tem tipo um self-service, aí você monta o teu sanduíche como você quer e a maioria das pessoas come ali, né?

Speaker:

Faz o próprio sanduíche. E tem dias que a gente tem pratos diferentes, tipo, ah, hoje vai ser risoto.

Speaker:

Aí tem alguns pratos de outros lugares, né?

Speaker:

Tu tá indo mais pra empresa ou teu trabalho é parte remoto?

Speaker:

Eu tô híbrida, eu vou duas vezes na semana pro escritório, trabalho mais em casa.

Speaker:

Depois da pandemia, a maioria das empresas tech estão voltadas a isso, né?

Speaker:

A fazer meio a meio. Explicivel, né? Pra mim, eu acho muito bom, assim.

Speaker:

Principalmente aqui, no inverno, é muito frio. Amanhece às 9 da manhã, então...

Speaker:

Zero vontade de sair da cama pra ir trabalhar. sair no escuro e voltar no escuro, sabe? É muito deprimente.

Speaker:

Tá, então eu acho que eu vou pegar esse gancho pra saber o que dá pra fazer aí no inverno.

Speaker:

Você já tá um ano e meio, então passou por tudo.

Speaker:

Então eu vou começar pelo mais difícil, que é o inverno. Como que você sobrevive no inverno, o que dá pra fazer, o que a cidade tem de estrutura nesse período.

Speaker:

Ou talvez tenha estrutura, mas você fica mais em casa, né? Mas como que é a tua vida aí no inverno, mais frio do que você estava acostumado antes?

Speaker:

É, aqui pra sobreviver ao inverno eu tenho um kit de sobrevivência, né?

Speaker:

Que é vitamina D, tem que tomar, não adianta, você não consegue muito sol aqui no inverno.

Speaker:

Capa de chuva, porque chove bastante.

Speaker:

Uma capa de chuva boa, ou casaco à prova d'água, né? porque o guarda-chuva não funciona aqui, tem muito vento,

Speaker:

e além disso é roupa térmica, meia térmica, segunda pele térmica e tal ajuda muito, faz muita diferença.

Speaker:

E aí, tendo esse kit de sobrevivência, o que eu gosto de fazer no inverno é...

Speaker:

Aqui tem vários mercadinhos de Natal, então em dezembro tu consegue ir nos mercados de Natal.

Speaker:

Tem as pistas de patinação no gelo, que eu descobri que eu gosto de patinar no gelo, então...

Speaker:

Eu acho que aqui, esses países, principalmente que não é na Europa, esses lugares frios, na verdade, né?

Speaker:

Eles têm os esportes de inverno como uma motivação para as pessoas saírem e socializarem e,

Speaker:

fazerem algum tipo de exercício físico, né?

Speaker:

E eu achei aí muito legal a patinação no gelo.

Speaker:

E fora isso, tem algumas opções de teatro em inglês também, que dá pra ir, mas não é tanto quanto Londres, né?

Speaker:

Londres é muito bom as opções de teatro e de musical.

Speaker:

É... A gente tem muitos amigos que a gente se encontra pra...

Speaker:

Jantar um na casa do outro. É...

Speaker:

Tem uma rede de amigos, é muito importante no inverno, assim, porque...

Speaker:

Porque você fica, tipo, muito solitário, né? Muito deprimente, porque é escuro, é chuvoso, enfim.

Speaker:

Então, a gente acaba marcando jantinhas nas casas dos outros.

Speaker:

A gente tem muito board game pra passar tempo também. Eu não sei se eu comentei, mas quando eu cheguei, teve outro lockdown em novembro, né?

Speaker:

Então, o primeiro inverno que eu passei aqui teve lockdown.

Speaker:

E a gente encheu o nosso armário de jogos, assim, pra passar tempo, pra convidar amigos e...

Speaker:

Porque não tinha como sair, né? Não tinha como ir em restaurantes, enfim.

Speaker:

Você jogava no Brasil também? Eu curtia, mas eu não era tão viciada assim, né?

Speaker:

Não tinha tantas opções. Agora eu tenho várias opções e...

Speaker:

Mas você já tinha em casa, né? Alguns. É. Agora eu tenho várias opções também.

Speaker:

Eu também virei um jogador de board games, jogos de tabuleiro.

Speaker:

Agora no inverno daqui... Não, no inverno não. No lockdown daqui também.

Speaker:

Nunca fui fã mais do que War, jogo de banco imobiliário e sei lá.

Speaker:

Tinha esses mais famílias né mas eu não tinha muita paciência porque quando demora muito pandemia

Speaker:

mudou agora também tem alguns em casa tava jogando ontem inclusive ontem a noite que tava precisando

Speaker:

sair por causa do frio também então tava eu e a vitória aqui jogando então é uma coisa que mudou

Speaker:

e hoje à noite eu tô indo em casa de um amigo para jogar a gente não fica tanto então é totalmente

Speaker:

A gente também hoje de noite planejou jogar Tickets to Ride.

Speaker:

Ah, sim, eu tenho esse.

Speaker:

Esse demora. Demora, demora. E você vê, né, a gente tá gravando num sábado e a gente vai sábado à noite jogar board game.

Speaker:

Outra coisa que eu consegui imaginar cinco anos atrás, eu falando,

Speaker:

olha, eu vou sábado à noite jogar board game na casa de amigos.

Speaker:

Com os amigos. Sim, foi o que salvou o lockdown, foi para manter a sanidade mental. Sim, e agora eu gosto bastante.

Speaker:

Vamos sair do inverno, né? Vamos pensar primavera, verão e até outono. Amsterdã, os episódios de Amsterdã

Speaker:

são bem curiosos porque tem uma variedade muito grande de coisa para fazer e o que eu que tenho

Speaker:

legal mesmo, e eu acho que a Espanha aparece um pouco nisso, é na variedade de coisas.

Speaker:

Dependendo do estilo da pessoa, você tem milhares de coisas, desde do space cakes até os cafés.

Speaker:

Café também eu descobri no episódio anterior, no que foi pro Até Agora, que quando você

Speaker:

fala em café, já é mais o lugar pro space cake, né?

Speaker:

Até pessoas que gostam muito de parque, pessoas que gostam muito de andar, então tem uma

Speaker:

variedade que eu fiquei muito surpreso e nunca fui e a vontade vai aumentando.

Speaker:

Então eu queria saber pra ti quais são os pontos altos de Amsterdã e o que se

Speaker:

se dá pra fazer mais durante todos esses meses que não é inverno.

Speaker:

Ah, então, tô preparando até um roteiro pra minha família que vai me visitar agora em março. Ótimo timing.

Speaker:

É, sim. Ah, então, os canais são muito fofos, então, tu tem vários lugares ali no centro de Amsterdam

Speaker:

que você pode andar de barco, principalmente no verão, é muito gostoso, sabe?

Speaker:

Andar de barco com os amigos, tomar uma cervejinha.

Speaker:

Tem um lugar muito legal que se chama Winkle 43, que tem uma torte de maçã caseira super gostosa, que é bem típica daqui.

Speaker:

Se você vem na primavera, tem os campos de tulipa, que são muito maravilhosos. De longe parece um tapetão super colorido.

Speaker:

Que daí eles fazem uma faixa de cada cor, né? Então é uma faixa vermelha, uma faixa rosa, uma faixa branca.

Speaker:

É o clássico do Instagram, exato. É, mas é lindo, lindo, lindo. Eu fui no parque de diversão perto dos campos de tulipa.

Speaker:

Isso é fora de Amsterdã, né? É Flavel Park, eu acho.

Speaker:

E aí, em cima das montanhas russas, tu via de longe os tapetes coloridos, assim. Muito massa.

Speaker:

Que legal, que legal. Sim, é... deixa eu ver o que mais. Tem vários museus muito legais aqui.

Speaker:

E recomendo muito o do Van Gogh, que tem o áudio guia pra tu entender a trajetória dele como artista, até a tragédia que aconteceu no final, mas enfim.

Speaker:

Você entende como ele teve esse progresso e as principais obras dele, os motivos por trás delas.

Speaker:

Eu achei muito legal também o museu da Anne Frank. Eu já tinha assistido o filme, e aí você entra lá no esconderijo deles e tem todos os recortes do diário dela lá.

Speaker:

Eu achei bem emocionante, acho que as pessoas têm que ir lá também.

Speaker:

Deixa eu ver. Eu vou até abrir aqui o roteiro, porque tem muita coisa que eu tô colocando.

Speaker:

Posso te pedir esse roteiro também?

Speaker:

E aí eu coloco na newsletter? Então quem estiver ouvindo, vai estar o link na descrição do episódio com a newsletter,

Speaker:

e lá vai ter o roteiro também do que fazer Amsterdã, né?

Speaker:

E legal que é um roteiro pra tua família, então certeza que tu pensou com carinho, né?

Speaker:

Sim, esse roteiro é family friend, porque aqui em Amsterdã é muito conhecida por outras coisas também.

Speaker:

Tem um turismo mais voltado para adolescentes, jovens querendo outras coisas.

Speaker:

Então, tem um Amsterdã Boss aqui que é um parque gigante, que acho que tu pode comparar com o Central Park, lá em New York.

Speaker:

Ele tem umas 400 cerejeiras que foram doadas por um instituto de mulheres japonesas.

Speaker:

E aí, quando essas cerejeiras florescem, parece que é um monte de árvores de algodão, assim.

Speaker:

É lindo. E cada cerejeira tem um nome.

Speaker:

Metade das cerejeiras tem nomes de mulheres japonesas e a outra metade tem nomes de mulheres holandesas.

Speaker:

Então, tipo, é uma coisa bem bacana.

Speaker:

E se você vai na época que elas florescem, tem muita gente lá, tipo, pessoas orientais.

Speaker:

Celebrando, sabe, as cerejeiras florescendo.

Speaker:

É bem bacana. No outro episódio com a Alana Pacheco, eu comentei que tinha um jardim japonês,

Speaker:

e eu não sabia o que eu tava falando.

Speaker:

Foi só que eu vi fotos e eu vi muitos orientais, e eu acho que talvez era esse lugar.

Speaker:

Eu já vi algumas fotos em algum parque que sempre tinham bastante pessoas com aquela roupa oriental, eu não sei o nome,

Speaker:

mas algumas parecendo geishas, assim, sabe?

Speaker:

E eu vi por essas fotos, na época que eu vi várias delas, pelo Instagram tu consegue clicar e vai ver mais parecidas,

Speaker:

e eu achei que era tipo jar de japonês, então...

Speaker:

Quase 100% certeza que é esse parque. Eu acho que é, aham. Eu tenho quase certeza que é esse parque, aham.

Speaker:

E eles florescem na época da primavera, né, ali por março, abril, então...

Speaker:

Se você tá por aqui na primavera, tu vai ver muitas flores, assim, tulipas, cerejeiras e...

Speaker:

Inclusive tem um parque que tem várias...

Speaker:

Flores, enfim... É um jardim chamado Kinkof?

Speaker:

Kukenof? Eu não sei pronunciar, a pronúncia aqui das palavras em holandês é um pouco complicada pra mim ainda.

Speaker:

É, que é bem bacana. A Heineken Experience aqui é muito bacana também, eu recomendo altíssimamente, é muito bom.

Speaker:

Você passa por dentro da fábrica da Heineken, que é uma empresa de origem holandesa, e aí explica como é que foi a origem.

Speaker:

É uma empresa familiar, então passou de pai pra filho, o que cada filho contribuiu pra empresa, sabe? É bem bacana.

Speaker:

Bacana. Tu também tem umas experiências interativas assim que eles fizeram no final

Speaker:

do museu pra tu brincar com as coisas da Heineken. Porque a Heineken tem um marketing muito forte,

Speaker:

né? Então eles fazem umas experiências interativas no final bem legais. Deixa eu.

Speaker:

Ver o que mais... É, aí tem a Red Light, que é aquele bairro das luzes vermelhas,

Speaker:

isso aí é mais para o pessoal mais adulto, né, enfim.

Speaker:

É uma cultura, assim, que desde antigamente, né, que tem essas vitrines com as mulheres que trabalham.

Speaker:

E eu fiquei sabendo que tem até sindicato pra elas.

Speaker:

Tipo, que elas são bem... É tipo como se fosse uma profissão mesmo, né.

Speaker:

E o bairro em si, ele fica bem bonito, com todas as luzes vermelhas, assim, é bem...

Speaker:

E é um alvo de turismo gigante também, né?

Speaker:

Se você vai no verão, você quase não se mexe. A Prefeitura tem que fazer uma estrutura

Speaker:

pras pessoas passarem, porque é muita gente, sabe?

Speaker:

Na beira dos canais. É, e aqui tem várias cervejarias também.

Speaker:

Ah, tem uma cidade aqui perto que tem vários moinhos na beira do canal também, muito legal.

Speaker:

Que é Zansche Schans.

Speaker:

Eu já fui lá.

Speaker:

A única cidade que eu já fui na Holanda.

Speaker:

Também tá no roteiro aqui. É o New Tret, sim.

Speaker:

Tem umas feirinhas de rua, também tem várias feirinhas de rua aqui no fim de semana.

Speaker:

Aí você pode passar lá pra comer Strip Waffle, que é aqui...

Speaker:

Eu não sei se você já ouviu falar no Strip Waffle.

Speaker:

É uma bolacha redonda assim, bem fininha. Sim, já comprei de aeroporto.

Speaker:

Então já me falaram que não é tão bom.

Speaker:

Mas eu gostei.

Speaker:

Essas feirinhas são especiais, elas são muito boas. Eles fazem na hora, eles fazem o waffle na hora, eles cortam no meio e colocam caramelo ou Nutella, o que você escolher.

Speaker:

E é bem gostoso.

Speaker:

E aqui tem um peixe também que você consegue nessas feiras, que é o Harin.

Speaker:

Que tu come tipo um peixinho...

Speaker:

Cru? É, cru, em conserva. Em cebola?

Speaker:

Isso. Parece muito bom.

Speaker:

É, eu nunca prometei. Eu tô brincando sendo irônico, porque deve ser ruim tu sair com a galera e todo mundo comer isso, deve estragar a noite.

Speaker:

É, enfim, eu ainda não tive coragem de provar, mas é uma coisa típica.

Speaker:

Eu vou, eu vou. Sim, se eu for eu vou.

Speaker:

Levar um house não, né, não sei se tem aqui, acho que tem, mas algum chiclete, né, pra depois comer.

Speaker:

Um mini xaguante bucal depois.

Speaker:

É, tem vários passeios de barco aqui. Imagina, aqui é o lugar que mais tem canais no mundo, né?

Speaker:

Tipo, passa a Veneza.

Speaker:

Tem muito passeio de barco, muitos passeios bacanas. Tem passeio de barco pra família, tem passeio de barco pra quem gosta de usar...

Speaker:

Como é que é?

Speaker:

Substâncias legais. Substâncias recreativas, né? negativas e legais na Holanda.

Speaker:

Isso, tem barcos temáticos, é bem bacana.

Speaker:

E eu acho que é isso assim basicamente do meu roteiro. Tem vários outros museus também, além dos museus que eu comentei.

Speaker:

Então na Muse and Plane tem vários museus, inclusive o do Van Gogh.

Speaker:

E esse Rijksmuseum também ele é muito famoso, tem várias peças muito importantes.

Speaker:

Que também o pessoal fala, recomenda assim, ir lá.

Speaker:

Então o pessoal que gosta mais de cultura, arte, enfim, tem muita opção também.

Speaker:

Que legal. E esse espaço que tu falou é um espaço com vários museus?

Speaker:

Isso, é uma praça. Se você for traduzir Muse and Plane é praça dos museus.

Speaker:

Então, era onde antigamente ficava o letreiro do Amsterdam, mas aí eles moveram pra perto do aeroporto agora.

Speaker:

Então, quando tu desembarca do aeroporto, tu tem o letreiro lá perto.

Speaker:

E agora esse Muse and Plane só tá um gramadão bem bonito, É bom pra ir no verão, tipo, ficar ali curtindo o solzinho.

Speaker:

E no inverno, eles fazem uma pista de patinação bem legal ali também.

Speaker:

Com várias... tipo, uma feirinha de rua com várias opções pra comer, tipo, de Natal.

Speaker:

Fica bem bonitinho, assim. Eu, sinceramente, não sei o que eu prefiro, ser inverno ou verão aqui.

Speaker:

Porque eles sempre deixam tudo super bonitinho, enfeitadinho.

Speaker:

O inverno é mais charmoso, né? O inverno é charmoso, por mais que a natureza esteja morta, eles compensam com luz, com enfeites de natal, enfim.

Speaker:

E o verão é calor e muitas flores, assim, você vê flores em todas as ruas, é bem bonitinho também.

Speaker:

Tu comentou de várias coisas aí, tipo, tanto trabalho, como coisas pra fazer, e aí eu queria saber,

Speaker:

então, essa mudança de ambiente, né, que você tem, eu queria saber de mudanças internas, vamos dizer,

Speaker:

pessoais, assim, o que que tu sente que você mudou nesse um ano e meio que você tá morando aí?

Speaker:

E eu sei que é uma pergunta muito aberta, filosófica, mas o que você sente que você é diferente de antes?

Speaker:

Eu acho que eu sou muito mais tolerante agora as coisas fugirem das minhas mãos.

Speaker:

Porque desde o começo foram muitas situações que eu nunca tinha parado pra pensar no Brasil.

Speaker:

Toda decisão exigia de mim muita energia e eu ficava muito preocupada porque aqui era tudo diferente, sabe?

Speaker:

Então eu acho que agora eu tô mais resiliente a novidades e a coisas que eu não esperava, porque é o que acontece, né?

Speaker:

Não dá pra fantasiar que tudo vai funcionar perfeitamente nos primeiros meses, porque você vai se deparar com muita surpresa.

Speaker:

Por mais que eu tentei me planejar o máximo possível, teve muitas surpresas e coisas que eu não esperava, que eu tive que aprender a lidar.

Speaker:

A terapia me ajudou muito a trabalhar com isso. Desde o começo, desde antes no Brasil, quando eu estava fazendo os processos seletivos,

Speaker:

eu também estava com a terapia em dia, para manter a minha calma e lidar com essas circunstâncias.

Speaker:

Eu acho que também ter mais empatia com outras culturas, ter contato com essas outras culturas e aceitar que as pessoas são diferentes, mudou muito para mim também. Posseu!

Speaker:

Você vê o dia a dia das pessoas e você entende que elas tiveram uma forma de...

Speaker:

Cresceram de uma forma diferente, né? É, cresceram, foram ensinadas e, enfim, cada país tem as suas peculiaridades, então...

Speaker:

Eu acho que isso é muito bacana.

Speaker:

Sim, total.

Speaker:

Tava falando nisso hoje, né? Eu tava brincando que o meu pai fala que não almoça sem feijão,

Speaker:

E aí a gente já foi em outros restaurantes com ele, talvez eu fui duas vezes na vida,

Speaker:

eu falei nunca mais, tipo, sei lá, foi num italiano e aí ele ficou resmungando, pá,

Speaker:

não tem arroz e feijão, sei lá.

Speaker:

A gente foi no árabe, mesma coisa, ele não pegou nada. Não, foi três, aí foi uma vez no japonês, mesma coisa, resmungando, falei, ok, meu pai,

Speaker:

se for sair com ele é só nesse lugar, né.

Speaker:

E porque ele fala que não se deve comer sem feijão, assim. E eu só lembrei disso porque eu tava falando hoje com minha esposa também disso de diferenças de como que é a alimentação de diferentes países, né.

Speaker:

E...

Speaker:

E acho que o que a gente tem na cabeça de... Pra comer tem que ter arroz e feijão vem do que a gente vem fazendo sempre, né.

Speaker:

Mas, tipo, eu tento fazer... Eu vi isso num livro. O nome do livro é...

Speaker:

Think Again, já tem em português, que ele fala que é uma das formas de...

Speaker:

Quando você se vê nessa de...

Speaker:

Tua visão política é diferente, tu torce pra um time e você não gosta da pessoa,

Speaker:

ele fala que o exercício mental bom de fazer é...

Speaker:

Se eu tivesse nascido naquele lugar, será que eu torceria pro mesmo time?

Speaker:

Teria a mesma opinião política? Como iria da mesma forma, sabe?

Speaker:

E acho que é isso que a gente tá mais exposto morando em algumas outras cidades, né,

Speaker:

não é um saque São Tom como cosmopolitan como Amsterdã, que é. Tá bom, sanduíche estranho. Eu

Speaker:

acho que no Brasil eu teria uma versão muito grande. Eu lembro que até quando eu comecei a,

Speaker:

trabalhar, uma equipe que eu tinha, a gente almoçava fora uma vez por semana, com frequência

Speaker:

McDonald's ou Burger King, no começo eu tinha uma versão muito grande, porque ficava, cara, isso é,

Speaker:

errado, isso tem que ser almoço, sabe? E depois eu fui, beleza, flexibilizando. Isso me lembra o que

Speaker:

também do sanduíche, de ok, essa é a cultura das pessoas, qual que é a parte da alimentação deles que é mais importante, o porquê, né?

Speaker:

E talvez se tivesse crescido lá, isso que tu acreditaria também, né? Então, acho que isso conecta um pouco com o que tu tá falando,

Speaker:

essa tolerância de são pessoas diferentes, culturas diferentes, e agora vira uma coisa um pouco mais normal, né?

Speaker:

Eu consigo ver isso com as crianças aqui. O jeito que elas são criadas, assim, elas brincam na chuva, sabe?

Speaker:

Você olha pra fora o tempo tá horrível e elas tão lá brincando super felizes

Speaker:

porque elas têm um período muito tenso de chuva se elas não aprenderem a brincar na chuva.

Speaker:

Tipo, elas vão ficar limitadas ao apartamento, ao quarto, ao sei lá, à casa,

Speaker:

e não, elas aprenderam que é isso aí e elas, eu vejo muita criança andando de bike com os pais

Speaker:

aqui tem muita bicicleta cargo que os pais levam as crianças

Speaker:

faça chuva, faça sol,

Speaker:

e aí quando ela cresce o que ela pensa?

Speaker:

Eu vou andar de bicicleta, faça chuva ou faça sol E é essa mentalidade que eu também tento puxar pra mim, assim.

Speaker:

Cara, no Brasil, chuva era uma desculpa pra eu não sair de casa. Aqui não vai rolar.

Speaker:

Aqui eu tenho que aprender a viver do jeito que eles vivem, me adaptar, pra eu ser mais feliz, inclusive, né?

Speaker:

Pra eu conseguir me adaptar à região, né? À temperatura, enfim.

Speaker:

E é muito legal, assim, ver as criancinhas brincando na chuva. Muito maneiro.

Speaker:

Eu acho que você não é a primeira pessoa que fala isso. Se não me engano, não foi o episódio da Holanda,

Speaker:

mas foi também na Europa, mas alguém falou a mesma coisa de que as crianças brincam na chuva,

Speaker:

tá no playground também na chuva, e eu acho que isso é curioso, porque é diferente do que a gente

Speaker:

espera no Brasil, né? Sobre a cultura daqui, eu acho legal mencionar alguns feriados específicos

Speaker:

daqui que eu achei muito maneiro, que é o Kings Day, o dia do aniversário do rei, eles têm um dia

Speaker:

é feriado e todo mundo vai para a rua de laranja, que é a cor oficial da família real aqui.

Speaker:

E é um carnaval holandês, todo mundo para a rua com a sua térmica, com vários palcos com música.

Speaker:

Uma grande festa, é o mais próximo do carnaval que eu já vivenciei aqui.

Speaker:

E todo mundo de laranja para comemorar o aniversário do rei.

Speaker:

É bem bacana. E aqui o Natal também é diferente. Eles têm o Sinterklaas, que é o Papai Noel deles, que acontece essa festividade no dia 5 de dezembro.

Speaker:

Então, perto do dia 5 de dezembro, tem barquinhos chegando com o Sinterklaas, que ele é um velhinho, de cabelo branco, barba branca, enfim, com saco de presentes.

Speaker:

Ele chega de barquinho assim, com seus ajudantes, que são chamados de Xarpit, e as crianças ficam enlouquecidas.

Speaker:

Mais cedo, no começo de dezembro, enfim. São dois feriados que me chamaram muito a atenção, e eu achei bem bacana.

Speaker:

Nossa, que diferente. Mas eles têm alguma lenda macabra também sobre crianças que não se comportam no Natal?

Speaker:

Não? Não, acho que não.

Speaker:

Tem um pouco de polêmica desse Kzar Pity, porque esse Kzar Pity é o ajudante do Papai Noel,

Speaker:

e eles têm a cara pintada de preto.

Speaker:

Alguns dizem que é foligem da Chaminé. Alguns dizem que é porque antigamente era pra ser uma pessoa negra mesmo,

Speaker:

porque seria alguém de origem...

Speaker:

Então, hoje em dia, às vezes eles colocam um pouco de fuligem ainda assim, mas eles estão tentando...

Speaker:

Tirar esse blackface mesmo pra não é... não é... como é que eu posso dizer? É não é...

Speaker:

Atingir ninguém, né? Não ser uma coisa... Ofensiva, sim. Todo ano eu vejo notícias sobre isso. Diminui, né?

Speaker:

Com frequência, mas sempre tem grupos mais resistentes. ♪ Tu tinha falado também que tem um fun fact sobre o Mr. Duh, certo?

Speaker:

O que era isso? Ah, então, aqui é proibido fogos de artifício, a venda não é legalizada, né?

Speaker:

Olha só que interessante.

Speaker:

Mas no final de ano, na virada do ano, eles toleram os fogos de artifício.

Speaker:

E é assim, é incrível a quantidade de pessoas estolando fogos de artifício.

Speaker:

É criança na rua.

Speaker:

A prefeitura tem que até fazer uma propaganda pro pessoal se cuidar e tomar cuidado com as crianças, porque eles são um pouco inconsequentes, digamos.

Speaker:

Eles jogam fogo de artifício contra árvore, contra lixeira, enfim.

Speaker:

Eles são muito loucos por fogos de artifício.

Speaker:

E aí o mistério que fica, aonde que eles conseguem, né? aonde que eles compram, tipo, eles vão para outros países para comprar.

Speaker:

E é muito, muito fogos de artifício. A prefeitura em si, eu acho que ela não tem nenhum show,

Speaker:

de fogos de artifício de final de ano.

Speaker:

Seria bizarro se é proibido e a prefeitura tivesse.

Speaker:

Seria engraçado, seria outro nível.

Speaker:

E aí eu não sei o que acontece. A gente estava num bairro afastado passando a virada do ano

Speaker:

e teve muitos fogos, assim ó, como é um Amsterdã, é um lugar muito plano, você vê muito longe.

Speaker:

E era muitos fogos, era difícil.

Speaker:

Pra um lugar que proíbe, sabe?

Speaker:

Aham.

Speaker:

E eu tava falando com a minha... Com o pessoal holandês aqui, que mora aqui.

Speaker:

E é uma cultura deles, assim. Desde cedo, eles são... A tipo, virada do ano é pra soltar fogos.

Speaker:

Assim, acho que é... Porque eles seguram o ano todo pra não soltar.

Speaker:

Eles soltam no final do ano. Na virada.

Speaker:

Pra mim também, como eu sempre morei em Santos, a gente tem essa tradição de ir na praia também, né?

Speaker:

Mas é muito mais show da...

Speaker:

Quer dizer, na cidade inteira, mas é muito mais chão da prefeitura.

Speaker:

Mas o que os holandeses falavam sobre a proibição e essa quantidade?

Speaker:

Qualquer explicação deles.

Speaker:

É, eles vão para outros países realmente comprar, né? Eu não sei se aqui tem alguma tolerância, algum lugar que você consiga comprar.

Speaker:

Mas é...

Speaker:

É isso, não sei de onde eles conseguem. É muito, muito fogos de artifício.

Speaker:

É, no episódio com a Alana Pacheco, ela falou a mesma coisa.

Speaker:

Ela falou que viu vendendo, né?

Speaker:

E aí quando ela falou isso, como curiosidade também, engraçado,

Speaker:

mas eu fiquei pensando porque uma semana antes da gente gravar aquele episódio,

Speaker:

nessa minha gestora agora, a holandesa.

Speaker:

Como foi ano novo, ela falou muito barulho por causa dos fogos.

Speaker:

E ela começou a rir e falou que é proibido.

Speaker:

Aí eu falei, ué, mas como assim? Ela falou, é, vai entender os holandeses.

Speaker:

Ela é holandesa, né? Ela falou, vai entender os holandeses, é proibido, mas tá tudo bem e tá em todo lugar.

Speaker:

Eu fiquei meio perdida, porque eu achei que...

Speaker:

Ela falou assim, esse ano teve uma campanha muito forte antes do Natal, do ano novo.

Speaker:

Então eu falei, eu achei que esse ano não ia ter, mas foi tudo normal.

Speaker:

E aí, mesma coisa você falando agora, né? Sim, tanto que a dica que eu dou pra quem tá aqui na virada do ano é

Speaker:

evite sair de casa depois das 8 da noite, porque eles vão à loucura com fogos.

Speaker:

Heineken e fogos. É, então pra evitar você se machucar por algum fogo de artifício que foi mirado pro lado errado

Speaker:

é melhor ficar em casa e aproveitar vendo da sua janela os fogos.

Speaker:

Cara, que interessante. Agora eu tô curioso pra ver o Ano Novo em Amsterdã.

Speaker:

Talvez de uma janela ou de algum prédio mais alto, né? É lindo, é muito lindo. Só não recomendo passar na rua.

Speaker:

E o que é o lado difícil de morar fora?

Speaker:

O que tu sente falta do Brasil ou dificuldade de se adaptar?

Speaker:

E fica à vontade pra dizer assim, não, não tem nada. Porque tem pessoas que falam que não tem nada, não me arrependo, não voltaria, não quero voltar.

Speaker:

Tem pessoas que tem tipo, ok, e tal, essas coisas sobre o Brasil.

Speaker:

Tem pessoas que gostam muito mais do Brasil, então, sinta totalmente a vontade pra tua opinião sincera de o que é mais difícil.

Speaker:

Na tua opinião, todo mundo sabendo que isso é sempre muito pessoal, né?

Speaker:

Sim. É, na minha opinião, ter essa distância da família e dos amigos é difícil.

Speaker:

É uma coisa que eu queria resolver no futuro, um teletransporto, quem sabe?

Speaker:

É difícil ficar longe, é difícil você não ter o contato do dia a dia, porque aqui você tem que se esforçar pra puxar papo, entender o que tá acontecendo lá, ser mais participativo na vida de quem ficou lá.

Speaker:

Então esse é um dos contras que me pega bastante e eu tento trabalhar em cima disso, né?

Speaker:

Eu tento melhorar e visitar eles com certa frequência, que nem agora eles estão vindo me visitar.

Speaker:

Então isso acalma um pouco o coração, né? Tipo, essa saudade e essa distância.

Speaker:

E ir para o Brasil em visita é muito legal também, porque você pega todas aquelas partes boas de que você morava lá

Speaker:

E você vive naquelas duas, três semanas, ou enfim, quanto tempo você fica lá.

Speaker:

Você vive aquela parte boa e é muito reconfortante.

Speaker:

Mas tem prós e contras também, né? Viver lá, viver aqui, eu acho que todo lugar que você vive tem prós e contras, você tem que pôr na balança,

Speaker:

põe no papel, ver o que faz melhor pra ti.

Speaker:

Nenhuma decisão é definitiva também, eu penso assim.

Speaker:

Não é definitivo que eu tô morando aqui, que eu vou morar pra sempre aqui.

Speaker:

Tipo, o que é melhor pra mim hoje é estar aqui.

Speaker:

Na minha carreira, na minha vida social, enfim.

Speaker:

O que tá alinhado com o meu futuro é estar aqui. Então não é uma decisão definitiva, mas hoje faz sentido.

Speaker:

Ótimo, excelente, excelente. Faz todo sentido.

Speaker:

Antes de fechar, eu queria primeiro de tudo te agradecer pela conversa, é bem legal.

Speaker:

Eu aprendi muito mais coisa de Amsterdã. Vou esperar pela lista e as pessoas também vão ver na newsletter.

Speaker:

Acho que já vou me preparar para quando eu for visitar.

Speaker:

Então, obrigadão mesmo. E queria deixar o espaço para ti.

Speaker:

Agora, quiser deixar algum link, mensagem final,

Speaker:

mandar recado para alguém, sei lá, o espaço é teu.

Speaker:

Tá bom. Muito obrigado de novo, Gabriel, por me receber aqui,

Speaker:

poder falar um pouco sobre a minha experiência.

Speaker:

Eu queria muito agradecer o pessoal da VanMoof, o pessoal do meu time, eles me ajudam muito no meu dia a dia

Speaker:

e a crescer profissionalmente.

Speaker:

E é claro, agradecer aos meus amigos aqui de Amsterdam, minha rede de apoio, né, que a gente fala que tem aqui.

Speaker:

Eles também são essenciais para fazer a minha experiência ser melhor aqui.

Speaker:

E para quem ficou no Brasil também, minha família, meus amigos, é um abraço para eles, que eu sinto muitas saudades.

Speaker:

Realmente é apertado, o coração fica bem apertado, mas é a vida, é decisões, é prós e contras, você sempre tem consequências que você tem que lidar.

Speaker:

Então, eu amo muito todos vocês que eu mencionei e é isso, muito obrigada, Gabriel, pela conversa, foi bem bacana. Não, eu agradeço.

Speaker:

E pra quem estiver ouvindo, repita novamente mais informações na newsletter, vai estar aqui o link.

Speaker:

Estiver ouvindo, assistindo no YouTube, não esquece de seguir aí YouTube, Apple, Google, Deezer, qualquer outra plataforma.

Speaker:

E compartilha com mais alguém que está pensando em morar fora, que tem ideia de morar fora, até que mora fora pra ouvir as experiências de mais pessoas também.

Speaker:

Julia, novamente, muito obrigado mesmo e até a próxima!

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