No episódio, conversamos com Julia Baldissera, Desenvolvedora de Software que se mudou para Amsterdã em 2021 para trabalhar na VanMoof. A Julia falou sobre a sua decisão de mudar de país, das entrevistas em inglês, o planejamento da mudança, como é trabalhar e morar em Amsterdã, e também coisas para fazer na cidade.
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Julia Baldissera
Julia é desenvolvedora de software há quase uma década. Ela é do interior de Santa Catarina e se mudou para Amsterdã em 2021 para começar a trabalhar com e-bikes na VanMoof. Seu objetivo é auxiliar na resolução de problemas através de soluções tecnológicas de qualidade.
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Por Gabriel Rubens ❤️
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Fala pessoal, bem-vindos ao TPA Podcast. Aqui novamente Gabriel Rubens e indo mais uma vez para a cidade que eu nunca visitei,
Speaker:mas tenho muita vontade, que é Amsterdã, na Holanda.
Speaker:E hoje a gente vai ter o ponto de vista da Julia Baltzera, que já mora lá um tempinho,
Speaker:é desenvolvedora de software e vai contar pra gente como ela chegou lá, como que é
Speaker:trabalhar lá e como que é morar na cidade. Tudo bem, Julia?
Speaker:Oi, tudo bem, Gabriel? Muito obrigada por me receber aqui para falar um pouco sobre a minha experiência.
Speaker:Eu tô morando há um ano e meio aqui em Amsterdã, trabalhando com desenvolvimento de software.
Speaker:Então, queria compartilhar com a galera aí um pouquinho como é que foi a minha experiência,
Speaker:como que tá sendo e poder ajudar o máximo possível o pessoal que tem esses planos também, né?
Speaker:Sim, quem tem essa curiosidade. E a tua amiga, quem até te indicou, já participou, que foi a Marina Coelho,
Speaker:que falou como que é o trabalho de DevRel na Google, lá em Londres, e ela te indicou e falou
Speaker:olha, eu acho que tem mais uma pessoa que seria bem legal também de participar.
Speaker:Então, estamos aqui para fazer esse episódio. Bem feliz por isso.
Speaker:Muito obrigada, Marina, pela indicação. A gente troca muito a figurinha, eu e ela, porque foi mais ou menos
Speaker:na mesma época que a gente decidiu, tanto que foi uma coincidência mesmo, a gente não tinha compartilhado os planos.
Speaker:E a gente sempre troca muita figurinha sobre como a gente se sente, as dificuldades e também as partes boas, né?
Speaker:Sim, sim. Então, vamos... Eu queria começar com esse contexto, vocês já se conheciam da onde...
Speaker:Porque aí tu pode até falar de onde você é, o que você faz, e aí depois a gente entra assim, como vocês se conheceram?
Speaker:Você era porque moravam perto, trabalharam juntas, ou como que foi isso?
Speaker:Beleza, tá. Então, eu conheci a Marina na faculdade, em Florianópolis.
Speaker:Na verdade, eu sou do interior de Santa Catarina, numa cidade menor chamada Videira.
Speaker:E eu me mudei para Florianópolis justamente para estudar em sistemas de informação,
Speaker:na Universidade Federal de Santa Catarina.
Speaker:E lá eu encontrei a Marina. No nosso curso são pouquíssimas meninas,
Speaker:então a gente acabou se abraçando mesmo, porque é muito bom ter esse conforto
Speaker:ter outras meninas ali. E é isso, eu trabalhei com a Marina, tive a oportunidade de trabalhar
Speaker:no laboratório da UFSC.
Speaker:Eu morei em Florianópolis cerca de 7 ou 8 anos.
Speaker:E... porque eu fiz a faculdade toda ali e depois eu ainda trabalhei na área.
Speaker:Porque lá é um lugar muito, muito...
Speaker:Forte, né, pra tecnologia. Sim. E aí, é, encontrei meu marido na faculdade também.
Speaker:Daí, é, acabamos casando. Aí, acabei ficando por Floripa.
Speaker:Até a gente decidir, é...
Speaker:Tentar esse... morar fora, né? Tentar ter uma experiência de morar fora e
Speaker:trabalhar pra uma empresa mais global.
Speaker:Então já são quase 10 anos, contando pelo que tu tá falando aí de faculdade, trabalho no laboratório, já são uns 10 anos aí como desenvolvedora.
Speaker:Sim, então eu tava fazendo as contas e falei, caraca, quase uma década, meu Deus.
Speaker:É assustador olhar pro liquidinho, pra mim também, sei lá se eu tenho 12 ou 14 anos, eu pego, meu Deus, como passa rápido.
Speaker:Sim, é. E aí...
Speaker:É, aí... né, desde a faculdade eu tinha muita vontade de trabalhar fora, fazer estágio fora.
Speaker:Tinha aquela época, o Ciências Sem Fronteiras, que eu tava querendo muito participar, mas acabei não conseguindo.
Speaker:E aí sempre tinha aquele sonho adormecido, sabe? Tipo, ah, eu quero muito ter essa experiência de morar fora, conhecer outras culturas.
Speaker:Eu sou muito curiosa pra isso, então...
Speaker:Depois da pandemia, a gente acabou, eu e meu marido conversando,
Speaker:escutando um podcast sobre falar inglês.
Speaker:A gente tava escutando o Nerdcast Speak English, muito bom, recomendo altíssimamente, eles são muito bons.
Speaker:E eles sempre trazem depoimentos de pessoas que moram fora, ou trabalham fora, trabalham com empresas globais
Speaker:e precisam falar inglês no dia a dia.
Speaker:E aí foi um gatilho muito forte, a gente falou, Não, a gente precisa começar a aplicar, a gente precisa começar a colocar no papel a ideia.
Speaker:Que ano foi isso?
Speaker:Foi em 2019? Não, 2019.
Speaker:Mentira, acho que o podcast, o gatilho mesmo foi em 2021, que foi o ano que a gente começou a aplicar. 2021.
Speaker:2021. Tá bom, mas isso é porque tu queria trabalhar em inglês ou foi só uma coincidência de
Speaker:tipo, eu vou ver esse podcast aqui e agora eu quero morar fora.
Speaker:É, eu, a necessidade de falar inglês veio numa das empresas que eu trabalhei,
Speaker:que a gente tinha um escritório fora,
Speaker:nos Estados Unidos, e aí eu precisava muito falar inglês no dia a dia,
Speaker:e aí eu comecei a fazer curso de inglês, escutar esses podcasts, é, pra me aprimorar.
Speaker:Hoje em dia, na área de TI, é extremamente importante, sabe?
Speaker:Se tu quer visar algumas certas empresas pra trabalhar, tu precisa falar inglês.
Speaker:E aí, calhou de que nesse podcast tinha essa experiência de um cara que era designer gráfico, e ele tava explicando
Speaker:sobre como foi a experiência dele trabalhando numa empresa global.
Speaker:E tipo, tirando todos esses medos que a gente tem no começo de Ah, eu vou cometer algum erro aqui, eu vou falar uma palavra errada, o pessoal vai rir de mim, vai me debochar de mim.
Speaker:Cara, não!
Speaker:Tipo, é muito normal cometer erros, é normal ter sotaque.
Speaker:Tipo, hoje eu percebo no meu dia a dia muitos sotaques.
Speaker:E é normal, e tá tudo bem, e as pessoas se entendem, e elas se fazem entender.
Speaker:E o dia a dia acontece, não é um bicho de sete cabeças como eu achava que era no Brasil
Speaker:quando eu tava aprendendo inglês, sabe?
Speaker:Sim, mas como que era o teu inglês nessa tua experiência de trabalho com com colegas de fora? Você tinha que lidar com ele, tinha que conversar, fazer reuniões,
Speaker:esse tipo de coisa ou era mais contato por texto?
Speaker:Era mais texto mesmo, ticket inglês, o código também, geralmente a gente tem que fazer em inglês.
Speaker:E tinha uma reunião só que eu participava em inglês, que era com o pessoal, tipo uma daily,
Speaker:que aí eu precisava às vezes falar alguma coisa e entender também o que estava acontecendo.
Speaker:Mas o meu dia a dia era num escritório brasileiro, então todos os desenvolvedores eram brasileiros,
Speaker:a gente fazia tudo em português no nosso escritório.
Speaker:Só essas reuniões que afetavam a outra branch, que a gente tinha que fazer em inglês.
Speaker:Tá bom. Mas como que era o teu inglês? E aí a gente pode conectar com as entrevistas, né?
Speaker:Porque as entrevistas vão ter que ser em inglês.
Speaker:Exatamente. No momento que tu começou a fazer, o que tu sentiu, o que tu achava que seria, né, porque tu falou dos teus medos, e como que foi na prática, nas entrevistas?
Speaker:É, nessa época meu inglês era intermediário, assim, eu não tinha muito vocabulário, acho que o que me faltava mesmo era vocabulário.
Speaker:E aí eu comecei, aí teve um dia que um representante dessa branch externa veio pra Florianópolis
Speaker:e eu travei muito pra falar com ele, assim, eu ficava muito nervosa.
Speaker:Aí eu falei, não, eu vou começar a fazer alguma coisa pra melhorar meu inglês.
Speaker:Daí eu consegui uma professora pra me ajudar, isso eu e o meu marido, ele também tava com
Speaker:essa vontade de melhorar o inglês dele. Também é tech ele?
Speaker:Ele também é de tech. Ele é front-end e eu sou back-end. Ah, legal, tá bom.
Speaker:E aí a gente pegou uma professora de inglês pra começar a praticar.
Speaker:Ajudou muito, assim. Principalmente porque a gente conseguia trazer vocabulários.
Speaker:Tipo, ah, eu quero vocabulário desse assunto.
Speaker:Aí ela ajudava a fortalecer nossas fraquezas, né.
Speaker:Bem específico. E aí em 2021, ouvindo esse podcast, a gente falou não, vamos começar a aplicar, é isso aí.
Speaker:Todo mundo fala pra ti que tu tá pronto, mas você não acredita, sabe?
Speaker:A professora de inglês falava, não, vocês estão prontos para fazer entrevista?
Speaker:Tipo, aí a gente, ah, então vamos dar a cara a tapa.
Speaker:Vamos começar!
Speaker:Tá. E quantas entrevistas você fez até conseguir essa vaga? Eu acho que foram umas... cinco processos seletivos.
Speaker:Cinco. E como você se sentiu? Então agora, na prática, você tem que falar com eles e qual que foi?
Speaker:Porque muitos desses recrutadores ou people team, eles são de outros países, né?
Speaker:Às vezes eles são do próprio país, mas muitas vezes tem outros sotaques envolvidos.
Speaker:Ou quando você fala com o pessoal da equipe também, né? Tem muitas...
Speaker:Tem muita multiculturalidade lá, então são vários sotaques. Então como que você sentiu participando do processo seletivo?
Speaker:Os primeiros foram mais difíceis, porque aí você... Por mais que você tente se preparar ao máximo, você fica nervoso, enfim, né?
Speaker:Pelo menos pra mim, eu tentava me preparar.
Speaker:E depois acaba sendo meio repetitivo. Então nos últimos processos seletivos era muito repetitivo.
Speaker:As perguntas, o que eu tinha que falar sobre mim.
Speaker:E aí eu acabava pegando confiança. E também eu tentava assim não criar muita expectativa em cima de uma empresa.
Speaker:Então eu tinha vários processos seletivos acontecendo ao mesmo tempo.
Speaker:E aí eu pensava assim se não é pra ser não vai ser e tá tudo bem.
Speaker:E vamos para o próximo processo seletivo sabe.
Speaker:E eu acho que daí isso me deixou calma e eu consegui eu consegui me dar bem assim me expressar bem e ficar mais tranquila.
Speaker:Sim, isso tira o peso. Então tu não chegou a travar como quando o representante de fora tinha ido para Florianópolis.
Speaker:É, eu, quando ele foi, eu não travei, mas eu tive muita dificuldade de achar vocabulário pra certos assuntos. Sim, sim.
Speaker:E aí, eu tinha pessoas ao meu redor me ajudando, né. Então, quando eu dava aquela engasgada, assim, no que falar, meus amigos me ajudavam.
Speaker:Tipo, eles continuavam o assunto, a gente contornava o assunto, faziam...
Speaker:Que é o que acontece hoje em dia também, né. Se você não tem vocabulário, você dá uma contornada, explica de outra forma, e aí as pessoas entendem.
Speaker:E tá tudo bem, não é?
Speaker:Eu acho que o nervosismo me atrapalhava mais do que a falta de vocabulário, sabe?
Speaker:Sim, sim. Ah, interessante. Não, mas é isso mesmo. Acho que no geral a gente tem que...
Speaker:Eu tenho no meu dia a dia também.
Speaker:Às vezes eu não sei a palavra, às vezes eu tô pronunciando errado e tenho que falar novamente.
Speaker:E eu pronuncio bastante errado, sim.
Speaker:Mas eu só entendi no geral. Mas às vezes tem que dar uma volta, né?
Speaker:O que muda é que eu acho que eu consigo ser muito mais prático em português do que em inglês.
Speaker:Que eu consigo falar exatamente o que eu quero. fala algumas vezes, como que eu falo isso aqui?
Speaker:Eu preciso explicar uma coisa, outra coisa, outra coisa, agora chegar no ponto que eu queria, porque eu não sei,
Speaker:uma, duas palavras específicas.
Speaker:Eu sinto a mesma coisa. Tem um episódio do Modern Family que é
Speaker:que a mulher fala assim, sabe como eu sou inteligente no espanhol.
Speaker:É isso aí.
Speaker:Ela fala pro Jay, é a...
Speaker:Nossa, faltou o nome dela. Eu também não lembro. É, mas é muito bom, é. Sim, sim, sim, total.
Speaker:Porque a personalidade muda, ainda mais quando você...
Speaker:Mas no começo, né? Tipo, tu fala, putz, eu tenho uma piada aqui pra fazer,
Speaker:eu não consigo fazer, eu não tenho time pra fazer, ela já passou, né?
Speaker:Mas depois vai acostumando, né?
Speaker:Sim, é. Com o tempo, melhora muito. Essa questão de timing pra piada, pra reunião também,
Speaker:pra você dar o teu feedback, melhora muito com o tempo.
Speaker:Tá, e agora tirando o página de inglês, tu fez cinco processos seletivos e queria saber como que eles eram,
Speaker:você mudou dos que você já tinha feito no Brasil ou se foram diferentes?
Speaker:É, teve alguns diferentes do que eu fiz no Brasil. A estrutura basicamente é a mesma, mas aí o technical assignment,
Speaker:que é o desafio técnico, é diferente dependendo da empresa.
Speaker:Tem empresa que gosta de fazer live code, então você tem que resolver o problema ao vivo,
Speaker:com mais desenvolvedores olhando para ti, né?
Speaker:E aí tem empresas que não, que dão um desafio fechado para ti,
Speaker:dizem que você tem tantos dias para devolver esse desafio solucionado.
Speaker:Aí eu tive esses dois modelos, né? Eu, particularmente, não me deu bem com live code,
Speaker:porque eu fico muito nervosa. E aí.
Speaker:E aí, esse da empresa que eu aceitei a oferta não foi assim, foi o desafio com uma semana.
Speaker:Eu tinha uma semana para resolver um problema e devolver para eles.
Speaker:Então, basicamente era assim, a primeira reunião era com o RH alinhando a vaga com o que eu quero,
Speaker:com o que eles querem, aí eles vêm se tem match para a vaga.
Speaker:Também com o currículo, eles dão uma revisada e eles vêem se está alinhado,
Speaker:o que eles querem com o que eu tenho a oferecer.
Speaker:Aí depois eu tive uma reunião com... Geralmente é o pessoal mais técnico, né?
Speaker:Algum tech lead, manager, PO...
Speaker:Pessoas mais técnicas pra conversar comigo sobre a vaga e mais detalhes técnicos.
Speaker:E aí eu recebo esse desafio técnico, geralmente.
Speaker:Aí eu tenho os dias pra resolver ou eu resolvo na hora. E aí tem mais um, o próximo passo seria tipo, eles avaliam o que você solucionou, né?
Speaker:Se foi bom o suficiente, o que eles acharam que não foi bom, e se você passa ou não pra próxima etapa.
Speaker:Que daí geralmente é a oferta, né? Tem algumas empresas que tem mais algumas etapas, mas geralmente é isso, né?
Speaker:Aí acaba sendo bem cansativo se você faz muitos ao mesmo tempo.
Speaker:Porque você tem, às vezes, vários desafios técnicos pra resolver,
Speaker:no mesmo período, aí fica bem cansativo, né?
Speaker:É, verdade. Do momento que tu tomou a decisão de eu quero morar fora,
Speaker:a conseguir uma oferta, ou até a oferta que tu aceitou, quanto tempo demorou assim? Foi quanto tempo de busca?
Speaker:Ah, foram meses. Porque o processo seletivo em si demora uns um mês a dois meses, né?
Speaker:Nessa empresa que eu tô, eu comecei em julho de 2021 e a minha oferta só chegou em agosto.
Speaker:Demorou quase dois meses com as reuniões, com o desafio.
Speaker:E... É, acho que foram bastante meses. E também, é... Acho que foi bem no começo do ano mesmo que a gente resolveu começar.
Speaker:No começo do ano 2021.
Speaker:Então... É, é um processo. Sim, é verdade.
Speaker:Tem algumas pessoas que é mais no susto, assim. Alguém mandou oferta, tem que... E aí...
Speaker:Alguém mandou oferta, você faz um teste, tem que se mudar.
Speaker:Eu acho meio...
Speaker:Meio arriscado, assim, sabe? Tipo, tu não tem tempo de processar, pensar, eu acho...
Speaker:Por mais que dá uma certa ansiedade, às vezes, né, quando você quer sair e aí começa a fazer as entrevistas,
Speaker:fica, putz, quando eu vou passar? Eu acho que é melhor quando as coisas é assim, mais passadas,
Speaker:tem esses um mês, né, todo o processo, que você já vai pensando, vai acostumando, pensando no que vai ter que mudar na vida,
Speaker:se ele acertou ou não. Acho que acaba sendo uma mudança mais tranquila do que faz tudo no susto, né?
Speaker:Sim, foi iniciativa minha, eu apliquei para as vagas específicas que eu queria.
Speaker:E aí a gente decidiu quais lugares a gente quer aplicar, para quais lugares a gente moraria.
Speaker:A gente começou a elencar todos os países primeiro, os prós e contras, imposto de renda.
Speaker:A gente tentou se preparar ao máximo para saber o que estava esperando da gente.
Speaker:Custo de vida também, até para você ter uma noção de o que você vai aceitar como oferta, se é baixo, se é alto,
Speaker:então a gente deu uma estudada, aí acabou no final ficando entre Canadá e a Holanda.
Speaker:A Holanda aqui a gente tem um casal de amigos que ajudou a gente muito a gente tinha considerado a Alemanha porque a gente sabe que a Holanda e a Alemanha
Speaker:eles têm cidades que são mais internacionais e que aceitam bem o inglês.
Speaker:Então, por isso que a gente considerou.
Speaker:Mas, conversando com esse casal de amigos, a gente pensou, eu acho que a Holanda é mais... é o ideal.
Speaker:Porque aqui eles são muito receptivos com expatriados, sabe?
Speaker:Eu não sei se é porque, ao longo da história da Holanda, eles têm muito isso de tolerância e liberdade, e aceitar a diversidade,
Speaker:muito antes dos outros países, eles são muito receptivos.
Speaker:Aí a gente pensou, então, vamos aplicar para esses dois lugares, né?
Speaker:Para Vancouver e para Amsterdam.
Speaker:E a gente falou, o primeiro que aparecer é isso aí. E calhou que foi Amsterdam, mas a primeira oferta veio de Amsterdam.
Speaker:E era o que a gente queria realmente, no fundo do coração, sabe?
Speaker:Quando você joga a moeda e você já sabe qual que tu quer que caia, sabe?
Speaker:Sim.
Speaker:Tu já tinha tido alguma experiência fora? Ou com intercâmbio?
Speaker:Porque férias é diferente, mas tipo, passando mais tempo em algum outro país?
Speaker:Não. E eu nunca tinha vindo pra Europa também. Foi a primeira vez pra me mudar mesmo, nunca tinha vindo à visita.
Speaker:Ah, tá. Mas tu já tinha viajado pra fora do Brasil, pra outros lugares?
Speaker:Fora da América do Sul, por exemplo?
Speaker:Sim, eu já tinha ido pros Estados Unidos. Aham.
Speaker:E essa viagem pros Estados Unidos me ajudou a também identificar que eu não queria aquele estilo de vida, sabe?
Speaker:E aí, por isso que eu...
Speaker:O que que tu viu lá? Eu vi nos supermercados aqueles pacotes gigantes de comida, fast food,
Speaker:o pessoal só anda de carro e tipo é o é o,
Speaker:É aquele capitalismo absurdo, né? E aí, conversando com o pessoal aqui da Europa,
Speaker:um estilo de vida totalmente diferente, aí eu falei, é, acho que eu não... acho que eu vou preferir ir pra Europa do que ir pros Estados Unidos, sabe?
Speaker:Aí tem também algumas restrições de visto, né? Como a gente precisa de visto de trabalho pra se mudar, é...
Speaker:Hoje, a gente tem um visto... eu tenho visto de partner, então quem é o meu sponsor é a empresa do... que o meu marido trabalha,
Speaker:e eu posso trabalhar com o visto de partner.
Speaker:Nos Estados Unidos as regras são diferentes, acho que não rola trabalhar com vício de partner.
Speaker:Então não era uma opção também, os dois irem pra lá e um não poder trabalhar, sabe?
Speaker:Claro, claro, tá. Então o teu marido conseguiu o emprego primeiro, ele foi o primeiro que passou. Sim, aham.
Speaker:Tá. Boa, mas aí depois tu foi pra aí, certo? E quanto tempo tu demorou estando aí pra conseguir também a vaga como deve?
Speaker:Então eu tive muita sorte, eu consegui a minha oferta ainda no Brasil, porque logo que ele recebeu a oferta,
Speaker:deu menos de um mês eu recebi a minha oferta também, e isso ajudou muito no imposto de renda,
Speaker:porque nós dois caímos na regra dos 30% que tem aqui na Holanda, que quem vem de fora para trabalhar como High Skilled,
Speaker:que é o visto de pessoas qualificadas, né?
Speaker:Sim, sim.
Speaker:Tem essa regra de 30% livre de imposto de renda. Então, 30% do teu salário vem livre de imposto.
Speaker:E ajuda muito, assim, no final do mês faz uma diferença.
Speaker:E aí, nós dois conseguimos, porque eu fechei o meu contrato no Brasil.
Speaker:Ah, tu tem que fechar o contrato antes de se mudar? Isso. Nossa, então não sabia disso.
Speaker:É, talvez tenha algum tempo de tolerância. Eu não tenho muita certeza, porque pra mim, eu fechei no Brasil ainda, então deu tudo super certo.
Speaker:Talvez quem se muda ainda tenha alguma tolerância para conseguir fechar contrato.
Speaker:Tá bom, porque isso faz muita diferença mesmo no salário. Eu também tenho aqui.
Speaker:Acho que trava em 20%, se eu não me engano, por alguns anos.
Speaker:Só que até cair isso demora um tempo, sabe? Então no começo não era.
Speaker:Nossa, faz uma diferença muito grande, né?
Speaker:Quando você se muda, qualquer... Quando você se muda, o comecinho é mais difícil.
Speaker:Então, eu acho que o salário faz mais diferença ainda.
Speaker:Sempre faz, né? É melhor receber mais.
Speaker:Mas enfim, acho que no começo que é mais complicado ter que comprar algumas coisinhas pra casa, se acomodar.
Speaker:Então quando saiu isso, eu falei, nossa, ainda bem que eu fiz.
Speaker:Porque eu nem sabia, na real.
Speaker:Eu fui saber mais no meio do processo seletivo, quando eu já tinha falado.
Speaker:E eles que me falaram até, sabe?
Speaker:Então foi melhor ainda que foi uma surpresa positiva. Porque teve a surpresa negativa que Portugal era mais caro o posto do que o que eu via na internet, que eu comparava.
Speaker:Então isso acabou compensando um pouco.
Speaker:Ah, entendi. É, a gente ficou sabendo porque esses nossos amigos já comentaram,
Speaker:ó, tenta pegar essa regra aí.
Speaker:E ajuda muito mesmo. No final do mês. Sim, não, faz muita diferença.
Speaker:Tu comentou como que foram as entrevistas, né? Que teve pequenas diferenças.
Speaker:E eu queria saber, na prática.
Speaker:Bom, passou o tempo, tu conseguiu, tem todo o estresse emocional de mudar de país, como que vai ser,
Speaker:e eu queria saber de como que foi na prática, no trabalho.
Speaker:Ou vamos dar um passo atrás, eu falei uma coisa aqui que eu acho que é legal também, né.
Speaker:Vocês se procuraram ativamente, então tu criou a expectativa de mudar, né, então como que foi essa fase de
Speaker:Agora falar com a família, a gente vai se mudar, ter que sair do trabalho atual, ir pra um novo, como que vai ser, achar casa,
Speaker:então conta com... são esses meses aí entre conseguir alfaz de trabalho e pisei na Holanda.
Speaker:É, então foi loucura, né? A primeira coisa que eu fiz foi levar meus gatos no veterinário e falar assim,
Speaker:eu preciso levar eles junto. E aí eu comecei o processo dos gatos, que inclusive eu recomendo
Speaker:quem tiver interesse em se mudar do país, fazer isso com mais antecedência.
Speaker:Eu deixei muito para a última hora, foi bem mais difícil.
Speaker:Então, porque você tem que pôr chip nos gatos, dar as vacinas.
Speaker:Se você quer levar eles contigo no avião, você tem meses de quarentena para vacinar da raiva.
Speaker:Então, eles tiveram que esperar dois meses de quarentena e eu já tinha que vir trabalhar.
Speaker:Então, eu tive que deixar eles para trás por um tempo e eles vieram depois com um avião de carga.
Speaker:Aí eu avisei a minha mãe, quando eu avisei a minha mãe, ó, é...
Speaker:Aceitamos a oferta, foi aquela choradeira, né? Porque a gente acha assim, é...
Speaker:A gente já tinha a distância entre Videira e Florianópolis, que eram seis horas de carro, mas agora é tipo, é...
Speaker:Mais, assim, 12 horas de avião, enfim.
Speaker:Então, foi... Triste por essa parte da família, dos amigos e tal,
Speaker:mas todo mundo incentivou muito a gente a fazer...
Speaker:A ir atrás desse sonho, é...
Speaker:Todo mundo sabia que a gente tinha essa ansia de viajar, de conhecer outras culturas e tal.
Speaker:E aí, esse casal de amigos nosso, eles ajudaram muito. Eles já davam todas as dicas.
Speaker:A empresa que o meu marido aceitou a oferta, eles também ajudaram com o pacote de mudança.
Speaker:Mas tem coisas que tu tem que se virar, né?
Speaker:Bem no fim, a gente acabou pegando um hotel aqui por uns dias.
Speaker:Depois a gente foi ficando em casa de amigos, até conseguir encontrar um apartamento.
Speaker:Aí... Que tempo demorou pra encontrar um apartamento? Aí foi questão de três semanas, eu acho. Três semanas.
Speaker:Aqui em Amsterdam tem uma demanda muito grande por moradia. É que nem a situação de Dublin.
Speaker:Se tu encontrou um apartamento livre, você tem que correr pra pegar ele,
Speaker:porque é muita pessoa procurando apartamento e é muito caro também.
Speaker:É uma das partes mais pesadas do custo de vida que é o aluguel.
Speaker:Então...
Speaker:Mas voltando ali pra sair do Brasil, aí a gente teve que vender todas as nossas coisas,
Speaker:anunciar pra todos os amigos, assim, ó, tamo vendendo o Electrodoméstico.
Speaker:Foi um desapego, né? Vender tudo. Limpar a casa e...
Speaker:E arrumar só duas malas, assim, de 32kg com a tua vida. É bizarro.
Speaker:Tu tinha casa própria ou não? Não, não.
Speaker:É um pouquinho mais fácil, mas mesmo assim é meio difícil.
Speaker:Olha ao teu redor, acho que é um exercício pra todo mundo que estiver ouvindo.
Speaker:Se tu tá no Brasil ainda, olha ao teu redor e pensa, tu tem que desfazer de tudo.
Speaker:Exatamente. Rápido, né, pra sair. Tu não dá tempo nem de pensar o que eu quero ou não quero, tem que ser o máximo possível.
Speaker:Porque se eu não vender alguma coisa aqui, ou vai ter alguém da família que vai vender, ou tu vai ter que...
Speaker:Sim. Que se desfazer só, né.
Speaker:É, teve um detalhe importante que não foi tanto nas pressas, porque a gente precisava do visto, né, pra vir pra...
Speaker:Foi no final da pandemia, então não tava aberta as fronteiras pra turismo.
Speaker:Era só pra quem tinha visto de trabalho ou morava, né, passaporte europeu, que não é o nosso caso.
Speaker:O nosso caso é visto de imigrante que tem alta qualificação, né.
Speaker:Então, a gente teve um tempão pra esperar pra pegar esse visto.
Speaker:A gente teve que ir pra São Paulo pra fazer esse visto.
Speaker:Então, eu acho que a nossa situação foi diferente. Foi mais demorada do que normalmente seria sem a pandemia.
Speaker:Aí, conseguindo esse visto, depois, acho que demorou um mês e meio,
Speaker:tipo, quase dois meses pra conseguir esse visto no passaporte,
Speaker:conseguir marcar a viagem.
Speaker:E pra o padrão holandês isso é demorado, uns dois meses?
Speaker:É, eu não faço ideia, porque agora se as pessoas querem vir pra cá trabalhar, acho que elas conseguem vir como turista, e aqui elas conseguem pegar a permissão de residente, né? Sim, entendi.
Speaker:Eu acho que naquela época... Eu não sei se pode, mas pela minha empresa eu tive que esperar, então foram seis meses talvez, sabe?
Speaker:Então foi isso, foi antes da pandemia. mas eu sei que isso era o normal eu não sei se dá para fazer isso em portugal
Speaker:tu vem como turista e consegue eu acho que sim mas não é uma coisa que a minha
Speaker:empresa pelo menos fazia no passado e outros que eu conheço também não fazem
Speaker:né então acho que quem tiver ouvindo pesquisem mais a gente tá falando só pelas nossas experiências é que é assim porque essa parte disso muda com muita
Speaker:frequência então pesquisem mas interessante nosso foi um pouco diferente e eu tive muito mais tempo então o meu gerava foi ansiedade tipo de,
Speaker:quando vai sair não tem previsão de quando saiu visto então eu ficava naquela por seu peço de missão do meu emprego atual não eu falo
Speaker:que vou sair e ou não que eu até falei para algumas pessoas né tipo gestora,
Speaker:Mas fica aquela situação estranha, né? Tipo, tá, quando você vai sair ou não?
Speaker:Então, é...
Speaker:Acho que os dois meses é mais o ideal, né? Tipo, dá pra ter tempo de tu fazer tudo, de vender as coisas, se preparar, mas...
Speaker:Menor que isso, eu acho que é muito rápido, e maior que isso gera ansiedade pelo outro lado.
Speaker:Sim... É...
Speaker:É, eu acho que foi uns dois meses mesmo, porque... A minha oferta veio em agosto, e eu cheguei em Amsterdã em outubro.
Speaker:E a gente aplicou o visto um pouco antes da minha oferta, né?
Speaker:Porque o meu marido recebeu a oferta antes, né?
Speaker:Então, deve ter sido uns dois, três meses. Então, aí ficava naquela expectativa que você falou, né?
Speaker:A gente deixou os passaportes na Embaixada dos Países Baixos.
Speaker:E aí a gente ficava naquela, quando que a gente vai receber por correio,
Speaker:o passaporte com o visto, né?
Speaker:Sim, sim. E o medo de não estar em casa no dia que vai chegar.
Speaker:Meio destraviar, porque teve colega que foi extraviado, que chegou depois de mim.
Speaker:Acho que perderam o passaporte dela. Depois acharam. Mas perderam o passaporte, então é... Nossa, aja coração.
Speaker:Aja coração. E o dela foi muito bom, foi na pandemia também.
Speaker:Chegou em Portugal na pandemia. Começou a trabalhar do Brasil mesmo, né.
Speaker:Mas a gente ficava... Foi uma novela. O dela foi pior que o meu.
Speaker:Tipo, o que acontece, quando vai ser, não sabe. Aí o que tá acontecendo? Tá demorando demais.
Speaker:Ah, descobriram que perderam o meu passaporte. Quando que acha, não sei.
Speaker:Então... Sim. substâncias.
Speaker:Agora, eu queria saber na chegada aí. Então eu vou dividir em duas partes, que é o trabalho,
Speaker:você já tá trabalhando aí um ano e meio, então já é mais que tempo suficiente
Speaker:pra ir se adaptando, né, de qualquer forma das pessoas daí.
Speaker:E depois a vida em Amsterdã, né, porque eu acho que nos episódios que a gente tem sobre Amsterdã, todo mundo,
Speaker:a maioria das pessoas são maravilhadas na quantidade de coisa que tem pra fazer,
Speaker:enfim, então a gente pode explorar mais aí.
Speaker:Mas trabalho, tu já tinha uma carreira no Brasil, então já estava há um tempo, já sabia a forma de trabalhar que era lá, como lidar com as pessoas, já tinha trabalhado em empresa internacional também,
Speaker:mas agora tu tá num contexto diferente, tu mudou de país, tu tá dentro da cultura do país, mas não só disso, a cultura da empresa também, que muitas vezes tem gente do mundo inteiro, né,
Speaker:Eu queria saber qual que é o teu contexto de equipe e pessoas de outros lugares
Speaker:e depois como tem sido trabalhar com essas pessoas.
Speaker:Tá bem, então eu vim pra cá pra trabalhar numa empresa holandesa,
Speaker:então isso já é um diferencial, que também é global.
Speaker:E nessa empresa eu trabalho hoje com um time mais focado em back-end e na bike,
Speaker:Então é um pouco internet of things também, né?
Speaker:Internet das coisas. E a estrutura, ela é parecida com o que eu já trabalhei no Brasil.
Speaker:Tipo, tem PO, que é Product Owner.
Speaker:Tem alguém de QA, pra te ajudar a direcionar a qualidade do projeto.
Speaker:Backend, full stack. Um diferencial legal é que aqui eu tenho um Engineering Manager.
Speaker:Para me ajudar no meu processo do trabalho e também eu respondo diretamente a ele, né?
Speaker:Então, lá no Brasil isso era meio vago, o papel desse engineer manager pra mim.
Speaker:Aqui eu vejo mais as coisas acontecerem e é basicamente isso, essa é a estrutura.
Speaker:E aí são pessoas do mundo todo, né? Eu trabalho com pessoas que são da Rússia, da Ucrânia, pessoas de Londres, vários sotaques, né?
Speaker:Também trabalho com brasileiros, que é legal, a gente sempre fecha um canal no Slack pra trocar ideia.
Speaker:Quantos no canal do Slack?
Speaker:Ah, eu acho que deve ter uns 10. 10, tem bastante. E outros setores, não só do setor de TI.
Speaker:Eu trabalho com holandeses também, né? Então é muito bacana ter pessoas do próprio país pra te...
Speaker:Até. Tipo... Tchau!
Speaker:Como é que eu posso dizer? Eles mostram pra ti a cultura, né? E como é que era na infância deles, e é legal você ter essa experiência também do país que você tá morando, né? Alguém nativo.
Speaker:E o que eu senti de diferente é que eles são bem diretos, assim. Eles não fazem aquela conversinha que brasileiro faz pra ir chegar ao ponto.
Speaker:Eles falam, são extremamente diretos, o que eu gosto.
Speaker:Economiza tempo, você não leva pro teu pessoal, porque é assim com todo mundo, sabe?
Speaker:E as coisas acontecem.
Speaker:Então eu gosto muito disso, deles serem diretos ao ponto.
Speaker:Como eu já falei, aqui a galera é muito receptiva, tanto os holandeses quanto os expatriados.
Speaker:Tem muitos expatriados aqui, então eles são muito receptivos.
Speaker:Eles falam inglês contigo, eles são muito bons em falar inglês.
Speaker:O idioma oficial é Dutch, mas a maioria das pessoas fala inglês.
Speaker:É muito difícil encontrar alguém que não fale, sabe?
Speaker:E aí no meu dia a dia do trabalho, é parecido com o que eu trabalhava no Brasil,
Speaker:tipo, minha rotina de desenvolver tarefas, usar as mesmas ferramentas que eu usava, né?
Speaker:Mas o que modifica um pouco, o que muda um pouco é a questão de saúde mental.
Speaker:Aqui eles se preocupam muito com a sua saúde mental, se você está se sentindo bem, o que eles podem fazer para te ajudar.
Speaker:Eles prezam muito por isso.
Speaker:Aqui também tem o esquema de se equilíbrio, que se você não está se sentindo bem, você só pede o seu dia de folga para descansar, para se recuperar,
Speaker:sem precisar testar do médico, provar que tu tá doente, enfim.
Speaker:Eles são super tranquilos quanto a isso. É claro que depois de certa recorrência, você tem que mostrar a testar dos médicos, mas tipo,
Speaker:peguei um resfriado, não tô conseguindo...
Speaker:Não tenho energia pra trabalhar hoje. É super compreensível.
Speaker:E... ninguém faz hora extra, assim. Eu fiquei realizadíssima quando na sexta-feira às 5 da tarde eu estava saindo da empresa da VanMoof,
Speaker:e eu encontrei o CTO saindo comigo no mesmo horário.
Speaker:E eu fiquei assim, cara, é isso! A gente tem vida depois do trabalho, sabe?
Speaker:Foi o meu momento de realização profissional, assim. Eu não ter que fazer hora extra, deles prezarem isso da saúde mental.
Speaker:É muito, muito bom.
Speaker:Ele não te perguntou se você estava desmotivada não? Tá saindo mais cinco? Não.
Speaker:E nós dois de bike ali, né? Tipo, saindo. É muito legal. Todo mundo usa bike. É muito maneiro.
Speaker:Tipo, é muito comum aqui você ver pessoas importantes, tipo o primeiro-ministro,
Speaker:indo trabalhar de bike.
Speaker:Sabe? É muito massa. Sim. Tem um vídeo interessante do primeiro-ministro.
Speaker:Não sei se ele é assim, mas pelo menos é o vídeo de ele derrubando um café no lobby do...
Speaker:Talvez era um hotel. E aí ele vai limpar, e a mulher vem pra limpar, sabe?
Speaker:E ele fala, não, não, tá tranquilo.
Speaker:Eu não sabia desse vídeo, mas eu acredito totalmente. Não sei se é só porque tinha câmera lá, mas achei legal.
Speaker:E também quando ele foi falar...
Speaker:Numa entrevista, foi agora, sobre a guerra.
Speaker:Tavam vários primeiros ministros ou presidentes de alguns países num lugar.
Speaker:E tinha... Uma repórter cadeirante, sabe?
Speaker:E aí ele se abaixou, se ajoelhou pra falar com ela, sabe? Também, eu falei, puts, esse cara parece bem legal mesmo.
Speaker:Ele parece mesmo. Eu vou falar de política, não sei como que ele é, não sei o partido, não sei.
Speaker:Mas falando, a pessoa parece bem legal.
Speaker:Foram duas coisas que eu vi dele, assim, por coincidência, né, caiu no YouTube.
Speaker:Foi essa do cafezinho que ele foi, limpou, quando derrubou. E da cadeirante, tava todo mundo falando com ela, né.
Speaker:E a mulher tinha até como se fosse um...
Speaker:Que ele, sei lá, o microfone era mais longo, ela tinha tipo um braço assim pra fazer mais longo
Speaker:e aí ele falou, não, não precisa, ele se ajoelhou pra falar, e eu falei, putz, que atitude legal de qualquer pessoa
Speaker:mas às vezes quando é alguém que tá mais alto na cadeia, né, assim, da hierarquia do trabalho
Speaker:e vamos dizer ele como primeiro-ministro, juntam com o que você fala do teu CEO, né, porque.
Speaker:Eu já trabalhei em alguns lugares que as pessoas falavam, não precisa trabalhar muito, não precisa fazer horário extra
Speaker:mas eu ficava, mas se o gestor tá fazendo, sabe, se o dono da empresa tá fazendo,
Speaker:gerava uma pressão. Por mais que eu sei, eu sei que eu tô ouvindo, eu sei que eles estão dizendo,
Speaker:mas não sei, eu acho que faltava um alinhamento na mensagem, né. Pelo menos é o que eu sentia na época, sim.
Speaker:É, tanto essa situação que eu falei como essa situação do primeiro-ministro,
Speaker:quem tá nesses cargos mais altos e tem mais visibilidade tem que dar exemplo.
Speaker:Sim, sim. Que nem tem empresas hoje que incentivam tanto a licença paternidade, mas aí o manager acaba não tirando direito a licença paternidade pra trabalhar.
Speaker:Pô, tu tem que dar o exemplo, sabe?
Speaker:E não é assim, não falta comprometimento né, porque eu tenho, minha empresa também ela é holandesa né, eu trabalho pra uma, e eu tava com reunião com minha manager porque
Speaker:eu tinha feito hora extra e ela queria saber o porquê né, a gente tem reunião a cada duas semanas, e aí eu falei não, porque tinha que acabar tal coisa, ela falou tudo bem, mas na hora do trabalho você tem tempo pra fazer suas coisas?
Speaker:Então eu falei sim, porque o que eu falo, eu não tenho problema com hora extra nenhum,
Speaker:desde que haja esse equilíbrio, essa troca justa de que, como você comentou do quando
Speaker:você tá doente, não ter que falar nada, mas ó, não vou fazer hoje, alguém pode
Speaker:segurar isso aqui pra mim, né?
Speaker:Claro que sim, sem a recorrência.
Speaker:Mas quando eu vejo um gestor fazendo hora extra ou dando um gás a mais em um mês específico,
Speaker:algo assim, acho que é normal quando você vê que ao contrário também acontece, tipo,
Speaker:a pessoa tá saindo mais cedo agora.
Speaker:E eu não sei como é na tua experiência, mas pra mim pelo menos,
Speaker:na empresa anterior já era assim também, mas eu ainda me sentia desconfortável, sabe?
Speaker:Mas as coisas não são tão oficiais, né? Tipo, tanto quando eu vou sair mais cedo, por algum motivo,
Speaker:quando eu vou ficar mais, a gente não registra em lugar nenhum isso.
Speaker:E como que é pra ti aí?
Speaker:É, no começo eu achei muito estranho. Eu também ficava, se eu achava que eu precisava, eu fazia hora extra pra entregar alguma coisa e tal.
Speaker:E eu ficava muito, será que é verdade assim? O pessoal parece tão de boa com tudo.
Speaker:Eu ficava ali naquela mentalidade do Brasil, sabe?
Speaker:De ter que trabalhar até acontecer aquilo, se não tentando provar o meu valor, provar que eu, enfim...
Speaker:E aí com o tempo que eu comecei a ver as pessoas ao meu redor que elas não faziam hora extra, que elas não deixavam...
Speaker:Saiam no horário certo, enfim... Quando ficavam doentes e não mandavam atestado, só davam aquela avisadinha ali no Slack, né?
Speaker:Que nem você falou lá, cobre pra mim, por favor.
Speaker:Aí que eu fui desencanando. Daí eu fui pensando, pô, é isso aí mesmo, né?
Speaker:A gente tem que cuidar da nossa saúde mental e ter esse balanço de vida profissional e vida pessoal.
Speaker:Mas tu consegue fazer naturalmente isso? Hoje sim.
Speaker:Ah, eu demorei muito, mas...
Speaker:É. Que é uma pena. Acho que foi ruim pra mim porque ninguém ligava, sabe?
Speaker:E até conversando com minha gestora, ela até falava que eu estava preocupado com isso. brincava que é.
Speaker:E tem alguma coisa urgente? Alguém vai morrer se você não fizer isso?
Speaker:E assim, claro que existia cobrança por performance e entrega.
Speaker:Também não quero pintar a imagem, porque existiam sim, e depois quando a gente fazia
Speaker:as reuniões, revisões, a gente olhava praquilo, né?
Speaker:Mas às vezes, acho que era a coisa de um dia não vai fazer diferença nenhuma no seu trabalho
Speaker:que a gente tem que entregar nesse trimestre, sabe?
Speaker:E era essa mensagem que ela tentava falar, tipo, esse um dia não vai mudar em nada.
Speaker:Se você ficar essa uma hora a mais não vai mudar em nada. Uma coisa é, sua reunião é importante amanhã e você quer acabar as coisas agora.
Speaker:Ela fala, ok.
Speaker:Mas fora isso, eu não vejo situação nenhuma de que você precisa fazer.
Speaker:E, tipo, pra mim era um pouco mais difícil entrar na cabeça.
Speaker:Mais que eu ouvia, mais que eu saía.
Speaker:Mas eu não consigo dizer que eu não ficava com aquilo na cabeça.
Speaker:Puts, não acabei essa paradinha aqui, sabe?
Speaker:Então, aí novamente, acho que bom que pra Tilda esse um ano e meio já virou a chave, mas pra mim demorou.
Speaker:Eu acho que nessa empresa nova, que eu já... e já são quatro anos depois, né?
Speaker:Que eu consigo mais falar assim, galera, como a pessoa faz,
Speaker:não dormir bem, vou começar daqui a duas horas, sabe?
Speaker:Então, se precisar de mim, manda uma mensagem, Mas eu não vou estar online agora, sabe?
Speaker:É, é isso aí. Tem que... Que nem você falou, não vai mudar nada, você vai sobrecarregar.
Speaker:Tipo, trabalhar doente também, você não tá ajudando o teu corpo a se recuperar,
Speaker:então provavelmente no dia seguinte tu ainda não vai estar recuperado.
Speaker:É melhor você tirar esse tempo pra você mesmo se recuperar, o teu corpo trabalhar pra ti, né?
Speaker:Sim, sim.
Speaker:Parece utópico, mas eu não... eu tenho gostado, assim. Parece utópico pra o Gabriel de 5 anos atrás, esse tipo de pensamento.
Speaker:Eu gosto de reforçar que eu trabalhava em empresas legais, mas mesmo assim não é
Speaker:exatamente a mesma coisa para o meu contexto.
Speaker:Tu comentou que trabalha com crânianos e russos. E eu acho que é uma cultura que a gente tem menos contato no Brasil.
Speaker:Talvez a gente tenha um pouco da europeia, talvez não por convivência, mas pela cultura
Speaker:em si, pelo que a gente vê na TV, pelo que a gente ouve de notícias com mais frequência.
Speaker:Talvez a Rússia e a Ucrânia, a gente ouve muito mais agora por causa da guerra, da invasão russa e ucrânia,
Speaker:mas eu queria saber como foi para ti trabalhar com eles, porque está um pouco mais distante do que normalmente a gente está acostumado.
Speaker:Eu acho que foi bem tranquilo, o pessoal é muito querido, muita gente boa, eu não tive nenhuma dificuldade.
Speaker:Eu também trabalhei com pessoas de outras origens do Oriente Médio, então eu tenho um casal de amigos turcos aqui muito queridos também.
Speaker:Eu acho que o pessoal aqui que vem pra cá pra trabalhar com esse objetivo, eles são muito abertos a outras culturas, então...
Speaker:Não tenho o que dizer, é muito legal porque, eu não sei se todo mundo sabe, mas aqui em Amsterdã, na Holanda,
Speaker:tem uma cultura de que no teu aniversário você que traz o bolo.
Speaker:E é muito legal, tipo, cada cultura eles trazem uma sobremesa, sabe? Aí você...
Speaker:Todo mundo muito aberto pra experimentar coisas novas, pra conversar sobre coisas como era no teu país, como que é no meu país, sabe?
Speaker:É bem bacana. Legal, acho que só acaba enriquecendo mais a vida da gente e aprender mais culturas. Sim.
Speaker:E aí tu comentou da cultura da Holanda de trazer o bolo, então eu queria já entrar
Speaker:agora na vida em geral, né?
Speaker:O trabalho são 8 horas no nosso dia, mas todo o resto a gente tá vivendo nesse país
Speaker:novo e talvez eu vou até isolar um pouco a Amsterdã, né?
Speaker:Porque eu ouço com muita frequência que Amsterdã é um mundo à parte do resto da Holanda, né.
Speaker:Então, como que tem sido essa mudança de morar aí? O que no teu dia a dia tem mudado,
Speaker:o que você tem gostado? E depois a gente vai mais para o lado do que tem sido mais difícil.
Speaker:Beleza. Então, sobre morar aqui, no começo foi muitos aprendizados,
Speaker:Eu tive que aprender desde a como contratar a luz internet aqui, porque é diferente,
Speaker:até como é funciona as compras aqui no mercado, porque é tudo em holandês,
Speaker:usar a bicicleta como o principal meio de locomoção também.
Speaker:Não sei se aqui em Portugal também é assim, mas aqui as geladeiras são muito pequenas, o freezer é muito pequeno.
Speaker:A minha é. Eu não sei se é parte da cultura, mas a minha é.
Speaker:Então eles têm esse hábito de ir muito para o mercado e assim, todo mundo vai lá com a bicicletinha, com a sua cestinha na bicicleta, né?
Speaker:Para comprar comida quase que com muita frequência, assim.
Speaker:Sem compras do mês, né? É, não tem compras do mês e...
Speaker:Você geralmente compra tudo fresco, né? A carne fresca, a verdura fresca, tudo super fresco.
Speaker:É... E além disso, o que eu posso falar... Aqui tem uma burocracia muito forte por cartas também, que isso foi diferente pra mim.
Speaker:Tudo por carta.
Speaker:Por exemplo, eu tive que criar o meu CPF aqui na prefeitura e chegou por carta.
Speaker:Aí se você tem acesso a um portal aqui que liga todas as suas informações, tipo teu endereço, teu CPF, teu visto, tudo tá linkado a esse portal.
Speaker:Se você esquece o seu usuário e senha, você tem que pedir por carta. É muito bizarro.
Speaker:Não sei como é que é em Portugal. Eu sei que Alemanha também é assim, muita carta para tudo.
Speaker:Tem algumas também. Acho que a senha para o portal das finanças chega por carta.
Speaker:É verdade, eu não tinha pensado, mas aqui a gente também tem.
Speaker:Talvez menos, porque eu ouço isso com recorrência sobre a Alemanha, e aí eu acho que aqui pode
Speaker:um pouquinho menos mas também tem algumas cartas que no Brasil a gente já não recebia né ou era
Speaker:Você vai no lugar e tá na hora, né? Já tem o acesso.
Speaker:Ou você receberia por e-mail, né?
Speaker:É, é muito...
Speaker:E fora isso, aqui eles têm muito costume de comer sanduíche no almoço também, então no escritório é muita opção de sanduíche.
Speaker:Não tem uma culinária holandesa muito forte, tipo a francesa, que é pratos muito elaborados.
Speaker:Aqui é muito aperitivo, tem alguns croquettes que são específicos aqui da região, tem uma bolinha frita que eles chamam de Bittenballen,
Speaker:que é tradicional daqui também, que todo mundo que vem precisa provar.
Speaker:De manhã cedo eles gostam de comer pão com manteiga e chocolate granulado.
Speaker:É tipo outra tradição deles, que é muito estranha. Manteiga e chocolate ok.
Speaker:É, enfim.
Speaker:Mas você gosta? Experimentou já? É, eu experimentei, mas não fez minha cabeça não.
Speaker:Não. O sanduíche no almoço é o que a empresa disponibiliza, eu como e tal, mas eu ainda fico pensando,
Speaker:ah, mas não é comida de verdade. Brasileiro tem isso, né? Tipo, comida de verdade é arroz, feijão, salada, carne.
Speaker:E aí eu como aquele sanduíche pensando, mas não é muito comida de verdade, né?
Speaker:Mas o pessoal leva o almoço? Ou leva os sanduíches deles pra tua empresa? Ou eles sempre comem os da empresa mesmo?
Speaker:É, a empresa tem tipo um self-service, aí você monta o teu sanduíche como você quer e a maioria das pessoas come ali, né?
Speaker:Faz o próprio sanduíche. E tem dias que a gente tem pratos diferentes, tipo, ah, hoje vai ser risoto.
Speaker:Aí tem alguns pratos de outros lugares, né?
Speaker:Tu tá indo mais pra empresa ou teu trabalho é parte remoto?
Speaker:Eu tô híbrida, eu vou duas vezes na semana pro escritório, trabalho mais em casa.
Speaker:Depois da pandemia, a maioria das empresas tech estão voltadas a isso, né?
Speaker:A fazer meio a meio. Explicivel, né? Pra mim, eu acho muito bom, assim.
Speaker:Principalmente aqui, no inverno, é muito frio. Amanhece às 9 da manhã, então...
Speaker:Zero vontade de sair da cama pra ir trabalhar. sair no escuro e voltar no escuro, sabe? É muito deprimente.
Speaker:Tá, então eu acho que eu vou pegar esse gancho pra saber o que dá pra fazer aí no inverno.
Speaker:Você já tá um ano e meio, então passou por tudo.
Speaker:Então eu vou começar pelo mais difícil, que é o inverno. Como que você sobrevive no inverno, o que dá pra fazer, o que a cidade tem de estrutura nesse período.
Speaker:Ou talvez tenha estrutura, mas você fica mais em casa, né? Mas como que é a tua vida aí no inverno, mais frio do que você estava acostumado antes?
Speaker:É, aqui pra sobreviver ao inverno eu tenho um kit de sobrevivência, né?
Speaker:Que é vitamina D, tem que tomar, não adianta, você não consegue muito sol aqui no inverno.
Speaker:Capa de chuva, porque chove bastante.
Speaker:Uma capa de chuva boa, ou casaco à prova d'água, né? porque o guarda-chuva não funciona aqui, tem muito vento,
Speaker:e além disso é roupa térmica, meia térmica, segunda pele térmica e tal ajuda muito, faz muita diferença.
Speaker:E aí, tendo esse kit de sobrevivência, o que eu gosto de fazer no inverno é...
Speaker:Aqui tem vários mercadinhos de Natal, então em dezembro tu consegue ir nos mercados de Natal.
Speaker:Tem as pistas de patinação no gelo, que eu descobri que eu gosto de patinar no gelo, então...
Speaker:Eu acho que aqui, esses países, principalmente que não é na Europa, esses lugares frios, na verdade, né?
Speaker:Eles têm os esportes de inverno como uma motivação para as pessoas saírem e socializarem e,
Speaker:fazerem algum tipo de exercício físico, né?
Speaker:E eu achei aí muito legal a patinação no gelo.
Speaker:E fora isso, tem algumas opções de teatro em inglês também, que dá pra ir, mas não é tanto quanto Londres, né?
Speaker:Londres é muito bom as opções de teatro e de musical.
Speaker:É... A gente tem muitos amigos que a gente se encontra pra...
Speaker:Jantar um na casa do outro. É...
Speaker:Tem uma rede de amigos, é muito importante no inverno, assim, porque...
Speaker:Porque você fica, tipo, muito solitário, né? Muito deprimente, porque é escuro, é chuvoso, enfim.
Speaker:Então, a gente acaba marcando jantinhas nas casas dos outros.
Speaker:A gente tem muito board game pra passar tempo também. Eu não sei se eu comentei, mas quando eu cheguei, teve outro lockdown em novembro, né?
Speaker:Então, o primeiro inverno que eu passei aqui teve lockdown.
Speaker:E a gente encheu o nosso armário de jogos, assim, pra passar tempo, pra convidar amigos e...
Speaker:Porque não tinha como sair, né? Não tinha como ir em restaurantes, enfim.
Speaker:Você jogava no Brasil também? Eu curtia, mas eu não era tão viciada assim, né?
Speaker:Não tinha tantas opções. Agora eu tenho várias opções e...
Speaker:Mas você já tinha em casa, né? Alguns. É. Agora eu tenho várias opções também.
Speaker:Eu também virei um jogador de board games, jogos de tabuleiro.
Speaker:Agora no inverno daqui... Não, no inverno não. No lockdown daqui também.
Speaker:Nunca fui fã mais do que War, jogo de banco imobiliário e sei lá.
Speaker:Tinha esses mais famílias né mas eu não tinha muita paciência porque quando demora muito pandemia
Speaker:mudou agora também tem alguns em casa tava jogando ontem inclusive ontem a noite que tava precisando
Speaker:sair por causa do frio também então tava eu e a vitória aqui jogando então é uma coisa que mudou
Speaker:e hoje à noite eu tô indo em casa de um amigo para jogar a gente não fica tanto então é totalmente
Speaker:A gente também hoje de noite planejou jogar Tickets to Ride.
Speaker:Ah, sim, eu tenho esse.
Speaker:Esse demora. Demora, demora. E você vê, né, a gente tá gravando num sábado e a gente vai sábado à noite jogar board game.
Speaker:Outra coisa que eu consegui imaginar cinco anos atrás, eu falando,
Speaker:olha, eu vou sábado à noite jogar board game na casa de amigos.
Speaker:Com os amigos. Sim, foi o que salvou o lockdown, foi para manter a sanidade mental. Sim, e agora eu gosto bastante.
Speaker:Vamos sair do inverno, né? Vamos pensar primavera, verão e até outono. Amsterdã, os episódios de Amsterdã
Speaker:são bem curiosos porque tem uma variedade muito grande de coisa para fazer e o que eu que tenho
Speaker:legal mesmo, e eu acho que a Espanha aparece um pouco nisso, é na variedade de coisas.
Speaker:Dependendo do estilo da pessoa, você tem milhares de coisas, desde do space cakes até os cafés.
Speaker:Café também eu descobri no episódio anterior, no que foi pro Até Agora, que quando você
Speaker:fala em café, já é mais o lugar pro space cake, né?
Speaker:Até pessoas que gostam muito de parque, pessoas que gostam muito de andar, então tem uma
Speaker:variedade que eu fiquei muito surpreso e nunca fui e a vontade vai aumentando.
Speaker:Então eu queria saber pra ti quais são os pontos altos de Amsterdã e o que se
Speaker:se dá pra fazer mais durante todos esses meses que não é inverno.
Speaker:Ah, então, tô preparando até um roteiro pra minha família que vai me visitar agora em março. Ótimo timing.
Speaker:É, sim. Ah, então, os canais são muito fofos, então, tu tem vários lugares ali no centro de Amsterdam
Speaker:que você pode andar de barco, principalmente no verão, é muito gostoso, sabe?
Speaker:Andar de barco com os amigos, tomar uma cervejinha.
Speaker:Tem um lugar muito legal que se chama Winkle 43, que tem uma torte de maçã caseira super gostosa, que é bem típica daqui.
Speaker:Se você vem na primavera, tem os campos de tulipa, que são muito maravilhosos. De longe parece um tapetão super colorido.
Speaker:Que daí eles fazem uma faixa de cada cor, né? Então é uma faixa vermelha, uma faixa rosa, uma faixa branca.
Speaker:É o clássico do Instagram, exato. É, mas é lindo, lindo, lindo. Eu fui no parque de diversão perto dos campos de tulipa.
Speaker:Isso é fora de Amsterdã, né? É Flavel Park, eu acho.
Speaker:E aí, em cima das montanhas russas, tu via de longe os tapetes coloridos, assim. Muito massa.
Speaker:Que legal, que legal. Sim, é... deixa eu ver o que mais. Tem vários museus muito legais aqui.
Speaker:E recomendo muito o do Van Gogh, que tem o áudio guia pra tu entender a trajetória dele como artista, até a tragédia que aconteceu no final, mas enfim.
Speaker:Você entende como ele teve esse progresso e as principais obras dele, os motivos por trás delas.
Speaker:Eu achei muito legal também o museu da Anne Frank. Eu já tinha assistido o filme, e aí você entra lá no esconderijo deles e tem todos os recortes do diário dela lá.
Speaker:Eu achei bem emocionante, acho que as pessoas têm que ir lá também.
Speaker:Deixa eu ver. Eu vou até abrir aqui o roteiro, porque tem muita coisa que eu tô colocando.
Speaker:Posso te pedir esse roteiro também?
Speaker:E aí eu coloco na newsletter? Então quem estiver ouvindo, vai estar o link na descrição do episódio com a newsletter,
Speaker:e lá vai ter o roteiro também do que fazer Amsterdã, né?
Speaker:E legal que é um roteiro pra tua família, então certeza que tu pensou com carinho, né?
Speaker:Sim, esse roteiro é family friend, porque aqui em Amsterdã é muito conhecida por outras coisas também.
Speaker:Tem um turismo mais voltado para adolescentes, jovens querendo outras coisas.
Speaker:Então, tem um Amsterdã Boss aqui que é um parque gigante, que acho que tu pode comparar com o Central Park, lá em New York.
Speaker:Ele tem umas 400 cerejeiras que foram doadas por um instituto de mulheres japonesas.
Speaker:E aí, quando essas cerejeiras florescem, parece que é um monte de árvores de algodão, assim.
Speaker:É lindo. E cada cerejeira tem um nome.
Speaker:Metade das cerejeiras tem nomes de mulheres japonesas e a outra metade tem nomes de mulheres holandesas.
Speaker:Então, tipo, é uma coisa bem bacana.
Speaker:E se você vai na época que elas florescem, tem muita gente lá, tipo, pessoas orientais.
Speaker:Celebrando, sabe, as cerejeiras florescendo.
Speaker:É bem bacana. No outro episódio com a Alana Pacheco, eu comentei que tinha um jardim japonês,
Speaker:e eu não sabia o que eu tava falando.
Speaker:Foi só que eu vi fotos e eu vi muitos orientais, e eu acho que talvez era esse lugar.
Speaker:Eu já vi algumas fotos em algum parque que sempre tinham bastante pessoas com aquela roupa oriental, eu não sei o nome,
Speaker:mas algumas parecendo geishas, assim, sabe?
Speaker:E eu vi por essas fotos, na época que eu vi várias delas, pelo Instagram tu consegue clicar e vai ver mais parecidas,
Speaker:e eu achei que era tipo jar de japonês, então...
Speaker:Quase 100% certeza que é esse parque. Eu acho que é, aham. Eu tenho quase certeza que é esse parque, aham.
Speaker:E eles florescem na época da primavera, né, ali por março, abril, então...
Speaker:Se você tá por aqui na primavera, tu vai ver muitas flores, assim, tulipas, cerejeiras e...
Speaker:Inclusive tem um parque que tem várias...
Speaker:Flores, enfim... É um jardim chamado Kinkof?
Speaker:Kukenof? Eu não sei pronunciar, a pronúncia aqui das palavras em holandês é um pouco complicada pra mim ainda.
Speaker:É, que é bem bacana. A Heineken Experience aqui é muito bacana também, eu recomendo altíssimamente, é muito bom.
Speaker:Você passa por dentro da fábrica da Heineken, que é uma empresa de origem holandesa, e aí explica como é que foi a origem.
Speaker:É uma empresa familiar, então passou de pai pra filho, o que cada filho contribuiu pra empresa, sabe? É bem bacana.
Speaker:Bacana. Tu também tem umas experiências interativas assim que eles fizeram no final
Speaker:do museu pra tu brincar com as coisas da Heineken. Porque a Heineken tem um marketing muito forte,
Speaker:né? Então eles fazem umas experiências interativas no final bem legais. Deixa eu.
Speaker:Ver o que mais... É, aí tem a Red Light, que é aquele bairro das luzes vermelhas,
Speaker:isso aí é mais para o pessoal mais adulto, né, enfim.
Speaker:É uma cultura, assim, que desde antigamente, né, que tem essas vitrines com as mulheres que trabalham.
Speaker:E eu fiquei sabendo que tem até sindicato pra elas.
Speaker:Tipo, que elas são bem... É tipo como se fosse uma profissão mesmo, né.
Speaker:E o bairro em si, ele fica bem bonito, com todas as luzes vermelhas, assim, é bem...
Speaker:E é um alvo de turismo gigante também, né?
Speaker:Se você vai no verão, você quase não se mexe. A Prefeitura tem que fazer uma estrutura
Speaker:pras pessoas passarem, porque é muita gente, sabe?
Speaker:Na beira dos canais. É, e aqui tem várias cervejarias também.
Speaker:Ah, tem uma cidade aqui perto que tem vários moinhos na beira do canal também, muito legal.
Speaker:Que é Zansche Schans.
Speaker:Eu já fui lá.
Speaker:A única cidade que eu já fui na Holanda.
Speaker:Também tá no roteiro aqui. É o New Tret, sim.
Speaker:Tem umas feirinhas de rua, também tem várias feirinhas de rua aqui no fim de semana.
Speaker:Aí você pode passar lá pra comer Strip Waffle, que é aqui...
Speaker:Eu não sei se você já ouviu falar no Strip Waffle.
Speaker:É uma bolacha redonda assim, bem fininha. Sim, já comprei de aeroporto.
Speaker:Então já me falaram que não é tão bom.
Speaker:Mas eu gostei.
Speaker:Essas feirinhas são especiais, elas são muito boas. Eles fazem na hora, eles fazem o waffle na hora, eles cortam no meio e colocam caramelo ou Nutella, o que você escolher.
Speaker:E é bem gostoso.
Speaker:E aqui tem um peixe também que você consegue nessas feiras, que é o Harin.
Speaker:Que tu come tipo um peixinho...
Speaker:Cru? É, cru, em conserva. Em cebola?
Speaker:Isso. Parece muito bom.
Speaker:É, eu nunca prometei. Eu tô brincando sendo irônico, porque deve ser ruim tu sair com a galera e todo mundo comer isso, deve estragar a noite.
Speaker:É, enfim, eu ainda não tive coragem de provar, mas é uma coisa típica.
Speaker:Eu vou, eu vou. Sim, se eu for eu vou.
Speaker:Levar um house não, né, não sei se tem aqui, acho que tem, mas algum chiclete, né, pra depois comer.
Speaker:Um mini xaguante bucal depois.
Speaker:É, tem vários passeios de barco aqui. Imagina, aqui é o lugar que mais tem canais no mundo, né?
Speaker:Tipo, passa a Veneza.
Speaker:Tem muito passeio de barco, muitos passeios bacanas. Tem passeio de barco pra família, tem passeio de barco pra quem gosta de usar...
Speaker:Como é que é?
Speaker:Substâncias legais. Substâncias recreativas, né? negativas e legais na Holanda.
Speaker:Isso, tem barcos temáticos, é bem bacana.
Speaker:E eu acho que é isso assim basicamente do meu roteiro. Tem vários outros museus também, além dos museus que eu comentei.
Speaker:Então na Muse and Plane tem vários museus, inclusive o do Van Gogh.
Speaker:E esse Rijksmuseum também ele é muito famoso, tem várias peças muito importantes.
Speaker:Que também o pessoal fala, recomenda assim, ir lá.
Speaker:Então o pessoal que gosta mais de cultura, arte, enfim, tem muita opção também.
Speaker:Que legal. E esse espaço que tu falou é um espaço com vários museus?
Speaker:Isso, é uma praça. Se você for traduzir Muse and Plane é praça dos museus.
Speaker:Então, era onde antigamente ficava o letreiro do Amsterdam, mas aí eles moveram pra perto do aeroporto agora.
Speaker:Então, quando tu desembarca do aeroporto, tu tem o letreiro lá perto.
Speaker:E agora esse Muse and Plane só tá um gramadão bem bonito, É bom pra ir no verão, tipo, ficar ali curtindo o solzinho.
Speaker:E no inverno, eles fazem uma pista de patinação bem legal ali também.
Speaker:Com várias... tipo, uma feirinha de rua com várias opções pra comer, tipo, de Natal.
Speaker:Fica bem bonitinho, assim. Eu, sinceramente, não sei o que eu prefiro, ser inverno ou verão aqui.
Speaker:Porque eles sempre deixam tudo super bonitinho, enfeitadinho.
Speaker:O inverno é mais charmoso, né? O inverno é charmoso, por mais que a natureza esteja morta, eles compensam com luz, com enfeites de natal, enfim.
Speaker:E o verão é calor e muitas flores, assim, você vê flores em todas as ruas, é bem bonitinho também.
Speaker:Tu comentou de várias coisas aí, tipo, tanto trabalho, como coisas pra fazer, e aí eu queria saber,
Speaker:então, essa mudança de ambiente, né, que você tem, eu queria saber de mudanças internas, vamos dizer,
Speaker:pessoais, assim, o que que tu sente que você mudou nesse um ano e meio que você tá morando aí?
Speaker:E eu sei que é uma pergunta muito aberta, filosófica, mas o que você sente que você é diferente de antes?
Speaker:Eu acho que eu sou muito mais tolerante agora as coisas fugirem das minhas mãos.
Speaker:Porque desde o começo foram muitas situações que eu nunca tinha parado pra pensar no Brasil.
Speaker:Toda decisão exigia de mim muita energia e eu ficava muito preocupada porque aqui era tudo diferente, sabe?
Speaker:Então eu acho que agora eu tô mais resiliente a novidades e a coisas que eu não esperava, porque é o que acontece, né?
Speaker:Não dá pra fantasiar que tudo vai funcionar perfeitamente nos primeiros meses, porque você vai se deparar com muita surpresa.
Speaker:Por mais que eu tentei me planejar o máximo possível, teve muitas surpresas e coisas que eu não esperava, que eu tive que aprender a lidar.
Speaker:A terapia me ajudou muito a trabalhar com isso. Desde o começo, desde antes no Brasil, quando eu estava fazendo os processos seletivos,
Speaker:eu também estava com a terapia em dia, para manter a minha calma e lidar com essas circunstâncias.
Speaker:Eu acho que também ter mais empatia com outras culturas, ter contato com essas outras culturas e aceitar que as pessoas são diferentes, mudou muito para mim também. Posseu!
Speaker:Você vê o dia a dia das pessoas e você entende que elas tiveram uma forma de...
Speaker:Cresceram de uma forma diferente, né? É, cresceram, foram ensinadas e, enfim, cada país tem as suas peculiaridades, então...
Speaker:Eu acho que isso é muito bacana.
Speaker:Sim, total.
Speaker:Tava falando nisso hoje, né? Eu tava brincando que o meu pai fala que não almoça sem feijão,
Speaker:E aí a gente já foi em outros restaurantes com ele, talvez eu fui duas vezes na vida,
Speaker:eu falei nunca mais, tipo, sei lá, foi num italiano e aí ele ficou resmungando, pá,
Speaker:não tem arroz e feijão, sei lá.
Speaker:A gente foi no árabe, mesma coisa, ele não pegou nada. Não, foi três, aí foi uma vez no japonês, mesma coisa, resmungando, falei, ok, meu pai,
Speaker:se for sair com ele é só nesse lugar, né.
Speaker:E porque ele fala que não se deve comer sem feijão, assim. E eu só lembrei disso porque eu tava falando hoje com minha esposa também disso de diferenças de como que é a alimentação de diferentes países, né.
Speaker:E...
Speaker:E acho que o que a gente tem na cabeça de... Pra comer tem que ter arroz e feijão vem do que a gente vem fazendo sempre, né.
Speaker:Mas, tipo, eu tento fazer... Eu vi isso num livro. O nome do livro é...
Speaker:Think Again, já tem em português, que ele fala que é uma das formas de...
Speaker:Quando você se vê nessa de...
Speaker:Tua visão política é diferente, tu torce pra um time e você não gosta da pessoa,
Speaker:ele fala que o exercício mental bom de fazer é...
Speaker:Se eu tivesse nascido naquele lugar, será que eu torceria pro mesmo time?
Speaker:Teria a mesma opinião política? Como iria da mesma forma, sabe?
Speaker:E acho que é isso que a gente tá mais exposto morando em algumas outras cidades, né,
Speaker:não é um saque São Tom como cosmopolitan como Amsterdã, que é. Tá bom, sanduíche estranho. Eu
Speaker:acho que no Brasil eu teria uma versão muito grande. Eu lembro que até quando eu comecei a,
Speaker:trabalhar, uma equipe que eu tinha, a gente almoçava fora uma vez por semana, com frequência
Speaker:McDonald's ou Burger King, no começo eu tinha uma versão muito grande, porque ficava, cara, isso é,
Speaker:errado, isso tem que ser almoço, sabe? E depois eu fui, beleza, flexibilizando. Isso me lembra o que
Speaker:também do sanduíche, de ok, essa é a cultura das pessoas, qual que é a parte da alimentação deles que é mais importante, o porquê, né?
Speaker:E talvez se tivesse crescido lá, isso que tu acreditaria também, né? Então, acho que isso conecta um pouco com o que tu tá falando,
Speaker:essa tolerância de são pessoas diferentes, culturas diferentes, e agora vira uma coisa um pouco mais normal, né?
Speaker:Eu consigo ver isso com as crianças aqui. O jeito que elas são criadas, assim, elas brincam na chuva, sabe?
Speaker:Você olha pra fora o tempo tá horrível e elas tão lá brincando super felizes
Speaker:porque elas têm um período muito tenso de chuva se elas não aprenderem a brincar na chuva.
Speaker:Tipo, elas vão ficar limitadas ao apartamento, ao quarto, ao sei lá, à casa,
Speaker:e não, elas aprenderam que é isso aí e elas, eu vejo muita criança andando de bike com os pais
Speaker:aqui tem muita bicicleta cargo que os pais levam as crianças
Speaker:faça chuva, faça sol,
Speaker:e aí quando ela cresce o que ela pensa?
Speaker:Eu vou andar de bicicleta, faça chuva ou faça sol E é essa mentalidade que eu também tento puxar pra mim, assim.
Speaker:Cara, no Brasil, chuva era uma desculpa pra eu não sair de casa. Aqui não vai rolar.
Speaker:Aqui eu tenho que aprender a viver do jeito que eles vivem, me adaptar, pra eu ser mais feliz, inclusive, né?
Speaker:Pra eu conseguir me adaptar à região, né? À temperatura, enfim.
Speaker:E é muito legal, assim, ver as criancinhas brincando na chuva. Muito maneiro.
Speaker:Eu acho que você não é a primeira pessoa que fala isso. Se não me engano, não foi o episódio da Holanda,
Speaker:mas foi também na Europa, mas alguém falou a mesma coisa de que as crianças brincam na chuva,
Speaker:tá no playground também na chuva, e eu acho que isso é curioso, porque é diferente do que a gente
Speaker:espera no Brasil, né? Sobre a cultura daqui, eu acho legal mencionar alguns feriados específicos
Speaker:daqui que eu achei muito maneiro, que é o Kings Day, o dia do aniversário do rei, eles têm um dia
Speaker:é feriado e todo mundo vai para a rua de laranja, que é a cor oficial da família real aqui.
Speaker:E é um carnaval holandês, todo mundo para a rua com a sua térmica, com vários palcos com música.
Speaker:Uma grande festa, é o mais próximo do carnaval que eu já vivenciei aqui.
Speaker:E todo mundo de laranja para comemorar o aniversário do rei.
Speaker:É bem bacana. E aqui o Natal também é diferente. Eles têm o Sinterklaas, que é o Papai Noel deles, que acontece essa festividade no dia 5 de dezembro.
Speaker:Então, perto do dia 5 de dezembro, tem barquinhos chegando com o Sinterklaas, que ele é um velhinho, de cabelo branco, barba branca, enfim, com saco de presentes.
Speaker:Ele chega de barquinho assim, com seus ajudantes, que são chamados de Xarpit, e as crianças ficam enlouquecidas.
Speaker:Mais cedo, no começo de dezembro, enfim. São dois feriados que me chamaram muito a atenção, e eu achei bem bacana.
Speaker:Nossa, que diferente. Mas eles têm alguma lenda macabra também sobre crianças que não se comportam no Natal?
Speaker:Não? Não, acho que não.
Speaker:Tem um pouco de polêmica desse Kzar Pity, porque esse Kzar Pity é o ajudante do Papai Noel,
Speaker:e eles têm a cara pintada de preto.
Speaker:Alguns dizem que é foligem da Chaminé. Alguns dizem que é porque antigamente era pra ser uma pessoa negra mesmo,
Speaker:porque seria alguém de origem...
Speaker:Então, hoje em dia, às vezes eles colocam um pouco de fuligem ainda assim, mas eles estão tentando...
Speaker:Tirar esse blackface mesmo pra não é... não é... como é que eu posso dizer? É não é...
Speaker:Atingir ninguém, né? Não ser uma coisa... Ofensiva, sim. Todo ano eu vejo notícias sobre isso. Diminui, né?
Speaker:Com frequência, mas sempre tem grupos mais resistentes. ♪ Tu tinha falado também que tem um fun fact sobre o Mr. Duh, certo?
Speaker:O que era isso? Ah, então, aqui é proibido fogos de artifício, a venda não é legalizada, né?
Speaker:Olha só que interessante.
Speaker:Mas no final de ano, na virada do ano, eles toleram os fogos de artifício.
Speaker:E é assim, é incrível a quantidade de pessoas estolando fogos de artifício.
Speaker:É criança na rua.
Speaker:A prefeitura tem que até fazer uma propaganda pro pessoal se cuidar e tomar cuidado com as crianças, porque eles são um pouco inconsequentes, digamos.
Speaker:Eles jogam fogo de artifício contra árvore, contra lixeira, enfim.
Speaker:Eles são muito loucos por fogos de artifício.
Speaker:E aí o mistério que fica, aonde que eles conseguem, né? aonde que eles compram, tipo, eles vão para outros países para comprar.
Speaker:E é muito, muito fogos de artifício. A prefeitura em si, eu acho que ela não tem nenhum show,
Speaker:de fogos de artifício de final de ano.
Speaker:Seria bizarro se é proibido e a prefeitura tivesse.
Speaker:Seria engraçado, seria outro nível.
Speaker:E aí eu não sei o que acontece. A gente estava num bairro afastado passando a virada do ano
Speaker:e teve muitos fogos, assim ó, como é um Amsterdã, é um lugar muito plano, você vê muito longe.
Speaker:E era muitos fogos, era difícil.
Speaker:Pra um lugar que proíbe, sabe?
Speaker:Aham.
Speaker:E eu tava falando com a minha... Com o pessoal holandês aqui, que mora aqui.
Speaker:E é uma cultura deles, assim. Desde cedo, eles são... A tipo, virada do ano é pra soltar fogos.
Speaker:Assim, acho que é... Porque eles seguram o ano todo pra não soltar.
Speaker:Eles soltam no final do ano. Na virada.
Speaker:Pra mim também, como eu sempre morei em Santos, a gente tem essa tradição de ir na praia também, né?
Speaker:Mas é muito mais show da...
Speaker:Quer dizer, na cidade inteira, mas é muito mais chão da prefeitura.
Speaker:Mas o que os holandeses falavam sobre a proibição e essa quantidade?
Speaker:Qualquer explicação deles.
Speaker:É, eles vão para outros países realmente comprar, né? Eu não sei se aqui tem alguma tolerância, algum lugar que você consiga comprar.
Speaker:Mas é...
Speaker:É isso, não sei de onde eles conseguem. É muito, muito fogos de artifício.
Speaker:É, no episódio com a Alana Pacheco, ela falou a mesma coisa.
Speaker:Ela falou que viu vendendo, né?
Speaker:E aí quando ela falou isso, como curiosidade também, engraçado,
Speaker:mas eu fiquei pensando porque uma semana antes da gente gravar aquele episódio,
Speaker:nessa minha gestora agora, a holandesa.
Speaker:Como foi ano novo, ela falou muito barulho por causa dos fogos.
Speaker:E ela começou a rir e falou que é proibido.
Speaker:Aí eu falei, ué, mas como assim? Ela falou, é, vai entender os holandeses.
Speaker:Ela é holandesa, né? Ela falou, vai entender os holandeses, é proibido, mas tá tudo bem e tá em todo lugar.
Speaker:Eu fiquei meio perdida, porque eu achei que...
Speaker:Ela falou assim, esse ano teve uma campanha muito forte antes do Natal, do ano novo.
Speaker:Então eu falei, eu achei que esse ano não ia ter, mas foi tudo normal.
Speaker:E aí, mesma coisa você falando agora, né? Sim, tanto que a dica que eu dou pra quem tá aqui na virada do ano é
Speaker:evite sair de casa depois das 8 da noite, porque eles vão à loucura com fogos.
Speaker:Heineken e fogos. É, então pra evitar você se machucar por algum fogo de artifício que foi mirado pro lado errado
Speaker:é melhor ficar em casa e aproveitar vendo da sua janela os fogos.
Speaker:Cara, que interessante. Agora eu tô curioso pra ver o Ano Novo em Amsterdã.
Speaker:Talvez de uma janela ou de algum prédio mais alto, né? É lindo, é muito lindo. Só não recomendo passar na rua.
Speaker:E o que é o lado difícil de morar fora?
Speaker:O que tu sente falta do Brasil ou dificuldade de se adaptar?
Speaker:E fica à vontade pra dizer assim, não, não tem nada. Porque tem pessoas que falam que não tem nada, não me arrependo, não voltaria, não quero voltar.
Speaker:Tem pessoas que tem tipo, ok, e tal, essas coisas sobre o Brasil.
Speaker:Tem pessoas que gostam muito mais do Brasil, então, sinta totalmente a vontade pra tua opinião sincera de o que é mais difícil.
Speaker:Na tua opinião, todo mundo sabendo que isso é sempre muito pessoal, né?
Speaker:Sim. É, na minha opinião, ter essa distância da família e dos amigos é difícil.
Speaker:É uma coisa que eu queria resolver no futuro, um teletransporto, quem sabe?
Speaker:É difícil ficar longe, é difícil você não ter o contato do dia a dia, porque aqui você tem que se esforçar pra puxar papo, entender o que tá acontecendo lá, ser mais participativo na vida de quem ficou lá.
Speaker:Então esse é um dos contras que me pega bastante e eu tento trabalhar em cima disso, né?
Speaker:Eu tento melhorar e visitar eles com certa frequência, que nem agora eles estão vindo me visitar.
Speaker:Então isso acalma um pouco o coração, né? Tipo, essa saudade e essa distância.
Speaker:E ir para o Brasil em visita é muito legal também, porque você pega todas aquelas partes boas de que você morava lá
Speaker:E você vive naquelas duas, três semanas, ou enfim, quanto tempo você fica lá.
Speaker:Você vive aquela parte boa e é muito reconfortante.
Speaker:Mas tem prós e contras também, né? Viver lá, viver aqui, eu acho que todo lugar que você vive tem prós e contras, você tem que pôr na balança,
Speaker:põe no papel, ver o que faz melhor pra ti.
Speaker:Nenhuma decisão é definitiva também, eu penso assim.
Speaker:Não é definitivo que eu tô morando aqui, que eu vou morar pra sempre aqui.
Speaker:Tipo, o que é melhor pra mim hoje é estar aqui.
Speaker:Na minha carreira, na minha vida social, enfim.
Speaker:O que tá alinhado com o meu futuro é estar aqui. Então não é uma decisão definitiva, mas hoje faz sentido.
Speaker:Ótimo, excelente, excelente. Faz todo sentido.
Speaker:Antes de fechar, eu queria primeiro de tudo te agradecer pela conversa, é bem legal.
Speaker:Eu aprendi muito mais coisa de Amsterdã. Vou esperar pela lista e as pessoas também vão ver na newsletter.
Speaker:Acho que já vou me preparar para quando eu for visitar.
Speaker:Então, obrigadão mesmo. E queria deixar o espaço para ti.
Speaker:Agora, quiser deixar algum link, mensagem final,
Speaker:mandar recado para alguém, sei lá, o espaço é teu.
Speaker:Tá bom. Muito obrigado de novo, Gabriel, por me receber aqui,
Speaker:poder falar um pouco sobre a minha experiência.
Speaker:Eu queria muito agradecer o pessoal da VanMoof, o pessoal do meu time, eles me ajudam muito no meu dia a dia
Speaker:e a crescer profissionalmente.
Speaker:E é claro, agradecer aos meus amigos aqui de Amsterdam, minha rede de apoio, né, que a gente fala que tem aqui.
Speaker:Eles também são essenciais para fazer a minha experiência ser melhor aqui.
Speaker:E para quem ficou no Brasil também, minha família, meus amigos, é um abraço para eles, que eu sinto muitas saudades.
Speaker:Realmente é apertado, o coração fica bem apertado, mas é a vida, é decisões, é prós e contras, você sempre tem consequências que você tem que lidar.
Speaker:Então, eu amo muito todos vocês que eu mencionei e é isso, muito obrigada, Gabriel, pela conversa, foi bem bacana. Não, eu agradeço.
Speaker:E pra quem estiver ouvindo, repita novamente mais informações na newsletter, vai estar aqui o link.
Speaker:Estiver ouvindo, assistindo no YouTube, não esquece de seguir aí YouTube, Apple, Google, Deezer, qualquer outra plataforma.
Speaker:E compartilha com mais alguém que está pensando em morar fora, que tem ideia de morar fora, até que mora fora pra ouvir as experiências de mais pessoas também.
Speaker:Julia, novamente, muito obrigado mesmo e até a próxima!