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OS CAMINHOS DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA PARA A SEGURANÇA CORPORATIVA.
Episode 7910th May 2024 • Hextramuros Podcast • Washington Clark dos Santos
00:00:00 00:23:39

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Shownotes

Na entrevista com LUIS FERNANDO BAPTISTELLA, autor do livro CONTRA&INTELIGÊNCIA 4.0 - OS CAMINHOS DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA PARA A SEGURANÇA CORPORATIVA, abordaremos como inteligência e contrainteligência se tornaram ferramentas fundamentais para a assessoria nos processos de tomada de decisões estratégicas dentro de uma organização, pontuando aspectos técnicos e práticos presentes na formação e nas atividades das agências estatais de inteligência.

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Transcripts

ANFITRIÃO 0:07

Honoráveis ouvintes! Sejam muito bem-vindos a mais um episódio do Hextramuros. Sou Washington Clark dos Santos, seu anfitrião. No conteúdo de hoje, com a ilustre presença de Luiz Fernando Batistela, autor do livro "Contra &Inteligência 4.0 - Os Caminhos da Atividade de Inteligência para Segurança Corporativa” abordaremos como inteligência e contrainteligência se tornaram ferramentas fundamentais para a assessoria nos processos de tomada de decisões estratégicas dentro de uma organização, pontuando aspectos técnicos e práticos presentes na formação e nas atividades das agências estatais de inteligência.

Comandante, com os meus cordiais agradecimentos pela aceitação do convite para abrilhantar a este canal, dou-lhe as boas-vindas, pedindo que se apresente e, de pronto, nos diga quais são os conceitos-chave abordados em “Contra&Inteligência 4.0” e como eles são aplicados na prática?

CONVIDADO 1:34

Primeiramente, eu agradeço a oportunidade estar aqui no Hextramuros Podcast juntamente com os seus ouvintes e assim tentar contribuir não só com a sua reconhecida audiência mas com todo o ambiente de assuntos do universo da segurança pública, defesa social e defesa nacional ao qual você se dedica. Eu ingressei na Marinha em mil novecentos e oitenta e quatro, no Colégio Naval. Depois eu fui para a Escola Naval, onde me tornei oficial. Fiz uma carreira na área de operações. Tive a felicidade de ser comandante de navio-patrulha, a honra de ser Capitão dos Portos e a Marinha, depois, me brindou com a designação para ser Adido Militar no Senegal, Benin e Togo. Meu último cargo na carreira foi como Chefe do Estado-maior, no Comando do Oitavo Distrito Naval em São Paulo, que é minha terra natal! Mais especificamente, na minha carreira, no que tange a área de inteligência, ela começou mais ou menos no final do ano de dois mil sete, quando eu fui convidado, eu digo, então, recrutado, que é o termo técnico, para servir no Serviço de Inteligência da Marinha, em Brasília, e me tornei analista de inteligência e, em paralelo, eu fiz uma pós-graduação em inteligência estratégica e, depois, tive a chance em dois mil e nove de fazer curso na China que ampliou os meus horizontes, não só em termos de geopolítica mas, também, em termos da própria inteligência. Depois, em dois mil e treze e quatorze, eu tive a chance de atuar na área da contrainteligência, o que me deu a chance, então, de ver o outro lado da moeda! Então, eu tive a felicidade de aprender aspectos da inteligência e da contrainteligência. Eu ressalto que, como Adido, um cargo diplomático eu reforcei esses conhecimentos tanto pelo lado prático, da carreira militar, mas também por conta do viés diplomático, em função de interesses geopolíticos entre Estados e que envolvem interesses amplos, não só de governos, mas também como corporações privadas. É só para registrar um pouco, nessa minha trajetória, é nesse momento, por volta de dois mil dezessete, que eu me perguntei o que eu faria, caso eu não fosse promovido ao posto de almirante! Isso me fez começar a estudar e aprofundar o que seria uma possível atuação minha como consultor na área de Business Intelligence, de contrainteligência corporativa. É daí, depois de analisar o mercado, depois de estudar, que surge a concepção da BRAVUS Consultoria, que vai ser lançada em novembro de dois mil e vinte. Nesse meio de tempo, depois que eu fui para a reserva, em março de dois mil e dezenove, logo em seguida eu fui convidado para assumir o cargo de Superintendente da Guarda Portuária no Porto de Santos. Isso representou uma oportunidade ímpar para que eu incrementasse os meus conhecimentos sobre segurança corporativa e, não menos importante do que isso, a certeza que eu tive da relevância da inteligência e da contrainteligência no setor privado! Com relação aos conceitos-chave do livro “Contra&Inteligência 4.0”, eu friso, primeiramente, os propósitos são os próprios conceitos de inteligência e de contrainteligência, haja vista que esse tema, assunto, é sempre muito, na minha visão, maltratado aqui no Brasil! Invariavelmente, a mídia, em tudo o que se refere a algo que envolva casos que abordem, tratem de inteligência, já parte para o uso do termo pejorativo “arapongagem” e, também, quase que de forma recorrente, trata o assunto com um resquício do período do governo militar! Assim, a inteligência é uma ferramenta de assessoria ao processo decisório de uma organização, de uma empresa. Esse é o papel precípuo da inteligência. A contrainteligência, por sua sua vez, é a outra ferramenta, é o outro lado da moeda de assessoria que envolve dois segmentos: a segurança orgânica -ou a segurança que também chamamos de patrimonial- que compreende questões de segurança, relacionadas a fatores humanos, segurança física de áreas e instalações, a segurança cibernética que, hoje em dia, tem papel preponderante, e a segurança da própria documentação, seja ela física ou digital. Hoje há que se ter muita atenção com a manutenção de arquivos digitais! Outro segmento da contrainteligência é a segurança ativa, que vai tratar mais de contraespionagem, contrasabotagem, contrapropaganda e desinformação. Há um braço dentro da segurança ativa que fala de contraterrorismo. Pois bem; atividade de inteligência, resumindo, se divide em dois grandes pilares: inteligência e contrainteligência. São ferramentas. inteligência como uma ferramenta de assessoria ao processo decisório por meio da elaboração de estudos, análises, que geram estudos conhecimentos de inteligência que, de alguma maneira, vão assessorar uma pessoa no posto ter que tomar decisões. A contrainteligência é o braço que vai tratar da segurança. Indo um pouco mais além, quando a gente fala de segurança orgânica, nós pensamos em dois braços. Quando eu digo da segurança orgânica e da segurança ativa, a gente pensa na detecção e na neutralização de uma inteligência adversa ou de ator adverso, seja concorrente inescrupuloso, que pratica concorrência desleal. Quando a gente diz contrainteligência, o nome leva ao entendimento que você está se contrapondo a uma inteligência adversa. Sobre alguns conceitos, eu acho que um conceito pouco falado no Brasil é o de “Gray Zone”, que representa verdadeiramente uma área cinzenta de atuação de serviços de inteligência, “Insider Threat”, que é termo que vem ganhando alguma notoriedade principalmente por meio de pessoas que atuam na atividade de inteligência fora do Brasil, principalmente nos Estados Unidos. Outro conceito que é muito mal colocado, tem uma má interpretação no Brasil é o de “deception”! Primeiro; que “deception” não é decepção! Então, a tradução automática que muitas pessoas quando usam esse termo pelo viés atividade inteligência acabam utilizando o termo “decepção”. Não é! A “deception”, tecnicamente falando pelo viés tanto da inteligência e, ainda mais, da contrainteligência, está ligado a uma ação que leva ao ENGANO. Então, a tradução mais correta seria enganar, o engano ao terceiro, fazer com que uma outra pessoa seja enganada, ou seja: se pratica uma ação de “deception” para enganar alguém. Esses conceitos, eu entendo que permeiam o livro “Contra&Inteligência 4.0.” ANFITRIÃO 9:12

De que forma a teoria apresentada no livro se traduz em estratégias práticas para profissionais que atuam em assessoria estratégica e segurança corporativa?

CONVIDADO 9:27

Eu diria que a bibliografia de suporte que foi utilizada no livro, realmente, se reveste de conceitos teóricos bastante atualizados, como é o caso do livro "CounterIntelligence. Theory and Practice" da autoria de Hank Prunckun. É livro recente, de dois mil e dezenove, rico de conceitos específicos, inclusive da contrainteligência! Tem o livro que eu cito da Amy Zegart, "Spies, Lies and Algorithms", que é livro recente de dois mil e vinte e dois, que eu digo que é indispensável para quem quiser falar da atividade inteligência, sem contar o livro, também, que é o "To Catch a Spy" de James Olson, que foi chefe da contrainteligência da CIA em determinado período da carreira dele. Livro recente também! Essa bibliografia dá suporte a algo que a gente traz para o mercado brasileiro, que fundamenta essa discussão, considerando que a literatura brasileira é carente de livros, de apontamentos bibliográficos conceituais para a atividade inteligência. O livro "Contra&Inteligência 4.0" tem um dos seus propósitos apresentar essa bibliografia para que os profissionais da atividade estejam bem atualizados. O livro além de conceitos teóricos sobre, por exemplo, fundamentos da contrainteligência, entre eles a questão de uma contrainteligência ofensiva, vai abordar a importância do papel do analista de inteligência. Eu creio que a teoria que o livro apresenta seja, primeiramente, fator de apoio para os profissionais que atuam tanto na inteligência quanto na contrainteligência. Digo isso por conta de uma relativa carência bibliográfica, como eu mencionei, aqui no Brasil, que se disponham a abordar o assunto de uma maneira técnica e sem viés ideológico. O livro em si pode não se traduzir em uma estratégia direta para a formulação de assessoria estratégica como perguntou, mas, eu creio que ele seja fator de estímulo para que os profissionais procurem se aperfeiçoar cada vez mais ao tratar de inteligência, tendo como uma ferramenta de assessoria para o processo decisório. Isso vale tanto para inteligência quanto para a contrainteligência. E é por isso que eu reforço o papel do analista em Business Inteligence, BI, termo que é muito falado, BI, ou seja, inteligência de negócio, que eu friso: BI não é sinônimo de dashboard, de BI ou de Power BI! É uma carência ou uma tratativa, no Brasil, muito simplista de, hoje em dia, chamar inteligência de negócio como sinônimo de dashboard, porque isso apresenta um conjunto gráfico de dados. Sim! Ok! Ótimo! Apresentação gráfica de dados, mas, o que fazer? Eu pergunto: e daí? Se você tem o dado, qual é a análise resultante desses dados? O dado é uma pepita de ouro! Ele é fundamental na atividade de inteligência! Sem o dado, não há muito como se progredir! A fonte do dado e o dado em si, são duas coisas essenciais na atividade de inteligência mas, sem o analista, ou o que fazer com o dado, se não houver uma boa análise? Então essa é uma das provocações que o livro pretende fazer para o mercado. Quanto ao “Contra&Inteligência”, em termos de estratégia para os profissionais, para as organizações que atuam na segurança corporativa, eu tenho que dizer, com sinceridade, que o principal objetivo do livro, talvez, não tenha sido o de trazer uma estratégia efetivamente, mas, sim, de quebrar uma grande barreira: falar de contrainteligência no mercado brasileiro, onde esse tipo de ferramenta e, consequentemente, de profissional, é uma raridade! Nós ouvimos falar de inteligência no Brasil, sim! Existem grandes empresas, existem bons profissionais de inteligência no Brasil, empresas brasileiras, profissionais brasileiros que conhecem inteligência. Isso é indiscutível, em que pese ainda seja um mercado que, na minha humilde opinião, tem bastante a crescer no Brasil, mas, contrainteligência, isso é uma raridade! Então, antes de falarmos de uma estratégia direta que possa ser derivada do livro, eu acho que a primeira provocação é: nós estamos tentando quebrar uma barreira! Eu ouso, até, afirmar que, tirando os serviços de inteligência das Forças Armadas, da própria ABIN -é claro!-, das polícias e de alguns órgãos ligados ao Ministério da Justiça, eu digo que, no setor privado brasileiro, esse termo ainda é até pouco conhecido e, consequentemente, muito pouco explorado como uma ferramenta de assessoria para segurança! Nesse sentido, ao idealizar o livro, é trazer essa provocação para o mercado, pensando no mercado brasileiro, para despertar o interesse por isso!

ANFITRIÃO:

Qual é a importância da contrainteligência no contexto corporativo e como ela pode ser aplicada para proteger os interesses e informações sensíveis das organizações?

CONVIDADO:

Se eu fiz a provocação na resposta anterior, eu diria agora que esta pergunta é crucial, principalmente, por causa da cultura de contrainteligência no setor corporativo brasileiro que, como eu afirmei, entendo como ser muito carente! Como eu apontei no livro, vindo inclusive de outras bibliografias, em função da importância da contrainteligência, primeiro, é reafirmar que contrainteligência não é sinônimo de segurança! isso poderia até parecer contraditório, mas, a contrainteligência, dentro do contexto da atividade inteligência está alicerçada, aí sim, em dois grandes pilares que envolvem diretamente os conceitos de segurança! Um, é o da segurança orgânica, que alguns podem chamar de patrimonial que, no nosso mercado, já é bem solidificado nessa questão, falando de implementação de uma série de dispositivos de segurança como monitoramento por imagens, controle de acesso, o uso de seguranças e vigilantes, até mesmo, armados, além dos recursos de cibersegurança, onde o brasil vem progredindo. Acontece que a contrainteligência envolve, além disso, uma outra questão fundamental; a questão da mentalidade! Então, o outro braço da segurança, da segurança ativa, que vai tratar de contraespionagem, contrasabotagem, contrainformação, “deception”, contrapropaganda, aí, há uma relativa carência, também, de profissionais que se debrucem com essa visão! E, é óbvio, segurança orgânica -segurança patrimonial- está totalmente relacionada com a segurança ativa! Elas caminham juntas. Por exemplo, eu pergunto de que adianta você ter uma sala blindada para a realização de reuniões sigilosas se, depois, um desses participantes faz uma postagem em rede social que dá pistas da realização reunião ou, até do local, ou faz comentários em público, ou mantém uma conversa aparentemente despretensiosa com uma pessoa até mesmo desconhecida, que se utiliza de técnicas de engenharia social e de elicitação para extrair informações sigilosas? Aquilo que aconteceu dentro da sala blindada acaba perdendo a sua verdadeira validade! Por isso que eu remeto à questão da mentalidade. Não são só os recursos físicos, mas, são também, a questão da cultura! De que adianta o CEO de uma grande empresa se valer dos sistemas mais avançados de controle de acesso à sua sala, salas de reuniões se, quando ele viaja para um país estrangeiro, ele trata de assuntos sigilosos ao celular no táxi e se utiliza da rede wi-fi do hotel? Pode até parecer exagero da minha parte, mas essas falhas de segurança acontecem! Isso tudo recai naquela questão da mentalidade, cultura e, obviamente, de preservação de informações e de segurança como um todo. Mais além, na questão da segurança ativa, que trata especificamente da contraespionagem, o que você como CEO de uma empresa faria se você soubesse que está sendo espionado? Essa pergunta parece simples, mas ela não é! Essa é uma das atividades que a BRAVUS CONSULTORIA tenta apoiar as empresas. É o que a gente tenta ajudar as pessoas, as empresas, a lidarem com esses temas muito delicados. Portanto, esses dois pilares estão diretamente conectados e o profissional de segurança corporativa deve ter em mente sobre a importância de pensar estrategicamente, em nível superior, não só no nível tático, com o olhar de quem efetivamente está dominando esses conceitos de contrainteligência. É por essa razão que eu reforço, sempre, o tripé – Pessoas, Processos e Tecnologias - todos têm a sua devida importância, sem dúvida alguma! Quando a gente pensa em projeto de segurança para uma empresa, corporação, há uma série de aspectos técnicos. Só que, tem um detalhe importante, o elo mais fraco desse tripé, invariavelmente, é o elo humano!

ANFITRIÃO:

Quais são os desafios específicos que as corporações enfrentam em relação à inteligência e contrainteligência e como o livro aborda essas questões?

CONVIDADO:

Eu diria que o principal desafio, principalmente no setor corporativo brasileiro, ele se deve à carência de profissionais com vivência. Ou seja, não é só ter experiência! É ter, efetivamente, trabalhado na atividade de inteligência! Ainda, mais, na contrainteligência! Isso, eu vejo como um desafio! Como consequência, o outro desafio, derivado, é a falta de mentalidade e a cultura de segurança, quanto à importância das empresas em conseguirem compor nos seus quadros de colaboradores profissionais com esse tipo de perfil. Em tese, não seria razoável que essas empresas admitissem que tenham, também, capacidade de contrainteligência, o que eu entendo como até correto e, obviamente compreensível, de não mencionar isso, justamente por causa da discrição que isso tudo envolve! Nessa linha de raciocínio, na área corporativa não se pode deixar de mencionar o termo complexo industrial de inteligência, que é um dos aspectos que o livro aborda, bem como outro tema bastante sensível, que é a questão da espionagem de aluguel! O que eu quero dizer com isso é que, principalmente, nos Estados Unidos e na Europa, depois da queda do Muro de Berlim, no final dos anos de mil novecentas e oitenta, início da década de 90, muitos analistas e agentes de campo da CIA, MI-5, MI-6 e da KGB, perderam seus empregos com o esfriamento do conflito entre Estados Unidos e a ex-União Soviética e acabaram, na verdade, sendo absorvidos pela iniciativa privada, ou seja, nós estamos falando de profissionais altamente treinados por essas agências de inteligência, que passaram a prover seus conhecimentos, inclusive os conhecimentos de caráter operacional, para as empresas do setor privado. Então, entre outros fatores, isto reforçou a existência de grandes empresas de inteligência, e claro, que prestam serviços de contrainteligência também, inclusive com a atuação global e que estão presentes obviamente aqui no Brasil. E o livro permeia alguns exemplos em que a atividade de inteligência estatal norte-americana foi terceirizada para empresas privadas de grande porte nos Estados Unidos. Isso está relatado na bibliografia que o livro apresenta.

ANFITRIÃO:

Honoráveis Ouvintes! Feitos os primeiros esclarecimentos, faremos uma pausa, nos preparando para, no próximo episódio, explorarmos a questão ética que envolve a prática da inteligência e contrainteligência no contexto corporativo. Acesse www.hextramurospodcast.com! Confira detalhes das indicações e citações do episódio nos links de pesquisa e compartilhe nosso propósito. Será um prazer ter a sua colaboração. Pela sua audiência, muito obrigado e até a próxima!

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