No episódio de hoje, eu me junto com a Paula Santanta, para bater um papo com a Carolina Cunha, que é Engenheira de Software e se mudou para Lisboa com o marido. Nessa conversa a Carolina vai nos contar como é ter filhos em Portugal e sobre a migração de carreira do seu marido, que também foi por lá.
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Carolina Cunha
Engenheira de Software, imigrante e mãe do Pedro, atualmente vivendo em Lisboa.
Paula Santana
Desenvolvedora Backend, trabalha com Tecnologia desde 2008, palestrante, lider de comunidade @devsjavagirl e organizadora no @soujava. Gosto de mentorar pessoas que estão começando na área e amo viajar. Mãe de um gatinho laranja lindo.
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Por Gabriel Rubens ❤️
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Fala pessoal, bem-vindos ao TPA Podcast. Aqui novamente o Gabriel Rubens, para falar de mais histórias de pessoas do Brasil que
Speaker:estão aí pelo mundo.
Speaker:E hoje estou aqui novamente com a Paula Santana para falar com a Carolina Cunha, que já está
Speaker:morando em Portugal há bastante tempo, quase o mesmo tempo que eu.
Speaker:Olá, primeiro, bem-vinda novamente. Vai ser o quarto episódio, o segundo aqui como co-host. Tudo bem?
Speaker:Tudo bem, pessoal. Obrigada mais uma vez aqui.
Speaker:É isso, bem-vinda. E Carolina Cunha, como que você está? Como estão as coisas por aí, por Lisboa? Olá, tá frio.
Speaker:Tá frio? Tá tudo bem. Tudo bem, muito obrigada pelo convite para falar sobre a experiência de morar por aqui,
Speaker:e ser mãe por aqui, que também estou aprendendo.
Speaker:Experiência e ser mãe, isso é importante porque não é fácil ter filho em lugar nenhum do mundo, né?
Speaker:Pode estar no Brasil, já não é fácil. Imagina ainda ter essa experiência quando você está fora.
Speaker:Então, antes de a gente começar a falar dessa experiência, eu queria que você falasse o que você faz, né?
Speaker:E quem que é você? Ok, quem que é você? Nossa né, esse momento é bom, eu sou Carolina né,
Speaker:sou mineira, de Juiz de Fora, Minas Gerais, comecei a trabalhar com TI lá mesmo,
Speaker:enquanto fazia faculdade, depois me mandei para o Rio, morei seis anos no Rio e aí em 2019,
Speaker:Eu vim pra cá, pra Portugal, eu vim através de uma consultoria.
Speaker:E depois estamos aí, né? Trabalhando por aí.
Speaker:Bom, eu vim... o meu processo foi muito assim...
Speaker:Eu não pensava muito em migrar. Na verdade, eu achava que não era pra mim, sabe?
Speaker:Aquela coisa de você achar que é muito inatingível, assim.
Speaker:Mas também nunca tinha procurado, só achava. E aí foram acontecendo no mundo algumas coisas em 2018, né?
Speaker:Políticas, basicamente, a minha motivação foi basicamente essa E aí, falei, sabe, vou tentar sim
Speaker:Aí comecei a fazer vários processos eletivos, etc E passei no Dica de Portugal
Speaker:Aí conversei com meu marido, que era meu namorado na época,
Speaker:Falei, o que você acha?
Speaker:Ele falou assim, ah, então vamos E assim a gente veio Não teve grandes planos não, assim.
Speaker:Mas aí a gente começou a pesquisar lá sobre o país e tudo, a gente achou interessante, achou que ia ser uma experiência legal pra gente, tá?
Speaker:E aí a gente resolveu vir.
Speaker:É, foi assim que eu cheguei aqui.
Speaker:E assim já são esses quase quatro anos, ainda falta pouquinho, acho que quando o episódio for lançado já tem quatro anos aqui em Portugal.
Speaker:Então deixou, tu falou do teu marido também e aí acho que é legal para dar o contexto, como que foi a tua vinda para cá, né?
Speaker:Você que conseguiu emprego aqui, quando bateu essa vontade, foi ele, então como que foi essa organização e até mesmo a conversa, né?
Speaker:Mudança gigante e tem que organizar com duas pessoas é mais difícil ainda.
Speaker:Sim, a gente só namorava na época, namorávamos juntos nem nada. O meu marido ele é formado
Speaker:em história e estava um pouco desiludido com a carreira dele, então estava buscando
Speaker:migrar para a área de TI mesmo. Então ele estava investigando ainda coisas que ele poderia
Speaker:fazer porque ele não é uma pessoa que ama programação sabe, ele sabe fazer alguma
Speaker:coisa, mas não é assim muito perfil dele. Então ele tava ainda pesquisando coisas que ele podia
Speaker:fazer e tem bastante área que ele poderia entrar com o background que ele tem, então ele tava ali,
Speaker:tentando, né, entender. Ele ia fazer isso no Brasil ou em outro lugar, ele tava nesse caminho mesmo
Speaker:lá no Brasil. E nessa época eu comecei a ter contato com muitas pessoas que estavam vindo pra
Speaker:fora não só portugal vários países assim muitas pessoas mesmo muitos conhecidos meus aí eu comecei a me dão aquela famosa
Speaker:poupa atrás da orelha né porque as pessoas estão querendo ir né
Speaker:que está acontecendo assim aí eu fui vendo aí fui pesquisando mais sobre como era viver eu já conhecia a europa algumas cidades que eu vim passear já eu.
Speaker:Vim em 2015 e em 2018 em 2015 eu fiz uma tour maior passei pela alemanha fui na
Speaker:na Holanda, fui na Inglaterra, em Londres e em 2018 eu fui só no Reino Unido, que eu
Speaker:tinha muita vontade de conhecer vários locais lá e aí fui só por lá.
Speaker:Então eu conheci mais ou menos como era passear, não conheci como era viver e comecei a conversar
Speaker:com as pessoas que estavam vindo, o que elas estavam buscando, como era a questão salarial,
Speaker:se era o custo de vida, como era viver e as questões de migração também, xenofobia,
Speaker:Isso sempre me interessou pra saber porque...
Speaker:Assim, eu tava saindo de um lugar onde eu me sentia minimamente confortável, né?
Speaker:Então eu precisava ter uma ideia. Eu gosto de ter um panorama geral.
Speaker:Mesmo que a experiência seja individual, eu gosto de ter um panorama individual,
Speaker:mais geral, assim, de como é.
Speaker:A mesma coisa pra mim, sim. Então eu perguntava sempre as perguntas difíceis.
Speaker:Eu fazia as perguntas fáceis, né? Que são as coisas boas. E pedia que as pessoas me dissessem o que era ruim nesses lugares.
Speaker:O que pra elas era ruim, né?
Speaker:Porque aí eu podia julgar se pra mim seria ou não Aí comecei a perguntar,
Speaker:dos países que eu me interessei mais eram a Alemanha.
Speaker:Alemanha eu acho um país muito legal porque eu gosto muito de história.
Speaker:Eu, inclusive, curiosidade, o meu marido fez história, né, mas eu sou doida pra fazer um dia um curso de história,
Speaker:porque eu sou apaixonada com história.
Speaker:E aí, Alemanha é um país muito legal, de equilíbrio de vida e trabalho também é interessantíssimo,
Speaker:a forma como eles lidam com isso, a Holanda também.
Speaker:Alemanha eu não conheço muito, mas eu conheci Amsterdã só na Holanda e fiquei encantada.
Speaker:A cidade é linda também, muito, muito linda.
Speaker:Então eu me interessei na Holanda e Portugal me interessou pela facilidade da língua, né?
Speaker:Pensei, a adaptação talvez fosse mais fácil e tal.
Speaker:Então, estava ali entre esses três. Então eu comecei, aí arrumei meu linkedin, né?
Speaker:Eu estava ouvindo o episódio com a Thais, não consegui terminar porque não deu tempo, mas...
Speaker:Mas como ela, primeiro passo foi botar em inglês mesmo e acompanhar,
Speaker:para ver se eu ia chegar nas perfis recrutadoras, como é que ia ser.
Speaker:Porque a minha experiência é muito diversa, eu não sou especialista em nada.
Speaker:Agora, eu tenho trabalhado só com Java e tecnologias afins, mas antes eu trabalhei com PHP, com C Sharp, eu não me preocupo muito com isso,
Speaker:não me preocupava muito com isso.
Speaker:Eu achava interessante a proposta do trabalho, Legendas pela comunidade Amara.org
Speaker:o que eu ia fazer e se era em outra linguagem eu ia aprendendo ali enquanto eu ia fazendo. Eu nunca tive isso.
Speaker:Agora que fico mais preocupada com essa parte da minha carreira, não era assim tão preocupada.
Speaker:Aí comecei a colocar e Java realmente tem muitas vagas. Quando eles veem lá as tecnologias que você trabalha, eles logo se interessam mesmo.
Speaker:É verdade que tem muita vaga.
Speaker:Aí eles começaram a entrar em contato comigo. Eu falo inglês, mas eu tenho muitos bloqueios, tenho muita vergonha de falar.
Speaker:Eu entendo muito bem, mas falar pra mim é sempre muito difícil.
Speaker:Mas conseguia, quando, às vezes, entrevistas, e aí fazer os testes e diversas provas.
Speaker:Aí você... Fiz muitas provas.
Speaker:Fiz aqueles... Como é o nome?
Speaker:Whiteboard, que você chega e tem que fazer alguma coisa na frente.
Speaker:Fazer o gorote monocuadro. Os primeiros eram terríveis, terríveis.
Speaker:Depois foi melhorando, assim.
Speaker:Mas mais porque eu ficava nervosa. Às vezes era uma coisa muito simples, mas eu não...
Speaker:E aí você tem que fazer isso, falar inglês, então me deixava meio...
Speaker:Mas depois você vai pegando e tal. Aí comecei a fazer vários e tudo.
Speaker:Aí no fim, eu passei nessa consultoria de Portugal, que foi uma prova, na verdade.
Speaker:Não foi nem teste de casa, nem desse quadro urbano.
Speaker:Foi uma prova.
Speaker:Aí quando eles me deram a salária, proposta e tudo, Quando eu comecei a pensar, já sabia mais ou menos quanto era necessário pra gente
Speaker:vir.
Speaker:Meu marido ainda estava nessa de migrar, ainda não tinha conseguido um emprego.
Speaker:Já tinha conseguido, assim, encontrar uma área que gostava, mas ainda não tinha conseguido
Speaker:um emprego e tudo. Então, assim, pra ele também podia continuar o percurso aqui.
Speaker:Aí a gente pensou, pensou um pouco, conversou Aí inicialmente a gente decidiu o seguinte Eu virei primeiro.
Speaker:Ele ia tentar mais um pouco, ver se ele conseguia alguma experiência Ele vira depois,
Speaker:Aí uma semana depois a gente conversou de novo Aí eu fiquei com medo Falei, ah, eu não quero ir sozinho,
Speaker:Aí ele falou assim, ah, então vamos pensar mais um pouco Aí nos dois ou três dias ele falou, então a gente vai junto
Speaker:Porque é difícil, né?
Speaker:Você... Por mais que ele, no momento, não tinha nenhum vínculo profissional
Speaker:É muito difícil você deixar tudo que você tem, tudo que é confortável pra você, pra
Speaker:você arrumar sua mala e ir embora. Não é assim tão simples.
Speaker:Por mais que muita gente diga assim, ah não, eu vou embora, que eu odeio aqui esse lugar,
Speaker:não sei o que, você chega e sente muita falta.
Speaker:Na hora que você chega, sabe, você sente falta do cheiro da comida da sua mãe, você
Speaker:sente falta dos seus colegas que você ficou de vez em quando.
Speaker:Então assim, não é mesmo fácil não. ele falou assim, então eu vou e pronto, aí decidimos isso e aí eu aceitei a proposta
Speaker:aí fui entrar com os trâmites do vício, não é rápido, demoraram acho que três meses
Speaker:ainda e a gente foi preparando os familiares e amigos etc para
Speaker:Todo mundo se acostumou com a ideia, a gente também, porque a gente sabia o que a gente pesquisou,
Speaker:mas você não sabe exatamente o que te espera até você chegar.
Speaker:E aí, quando chegou em junho, saiu o visto. Na verdade, meu visto saiu em maio, no inicio de maio.
Speaker:Aí a consultoria disse, então você pode vir o mais rápido possível.
Speaker:Então a gente acordou em junho e aí a gente veio.
Speaker:Basicamente foi mudar de país, casar, morar junto, tudo no pacote só, né?
Speaker:Não foi só... foi muita mudança ao mesmo tempo, assim, né?
Speaker:Imagina como foram os primeiros meses, porque é uma cultura nova, um novo país, novas regras...
Speaker:E aí um novo mundo em termos de relacionamento humano mesmo, né?
Speaker:Então foi muita coisa para os dois, né? Ao mesmo tempo.
Speaker:Sim. A gente tinha... a gente convivia muito tempo junto porque eu morava sozinha, então ele ficava...
Speaker:O fim de semana, por exemplo, ele ficava comigo.
Speaker:Às vezes eu ficava na casa dele também o fim de semana todo.
Speaker:Ele passava mais tempo comigo.
Speaker:Mas é muito diferente morar, né?
Speaker:Porque aí você encontra lá as manias da pessoa que você não via antes.
Speaker:Aí você tem que adequar isso. Mas a gente até que foi se dando muito bem.
Speaker:A gente tem uma vantagem que a gente tem bastante diálogo.
Speaker:Porque pra você fazer grandes mudanças assim, você tem que ter bastante diálogo com a pessoa.
Speaker:Porque se o relacionamento tiver alguma coisa que não tá bem resolvida, na hora que você chegar em outro país, em uma semana, vai aparecer.
Speaker:Porque é muita coisa junto.
Speaker:Se você não tivesse suporte, esse apoio, e tivesse essa ideia de que vocês estão fazendo algo junto,
Speaker:você não vai... vai assim... vai ficar muito difícil, sabe?
Speaker:E o relacionamento pode desandar um pouco.
Speaker:Então, a gente já tinha essa...
Speaker:Essa relação boa de diálogo. Então foi muito bom quando a gente chegou.
Speaker:E ele me conta em coisas que eu sou ruim também. A gente tem isso, por exemplo.
Speaker:Eu sou uma pessoa péssima de direção.
Speaker:E quando você muda de país, você tem que aprender a ser adulto de novo.
Speaker:Por exemplo, você quer ir no supermercado e você não sabe onde é.
Speaker:Você tem a menor noção do que é o supermercado no outro país.
Speaker:Você tem que achar onde é. Aí você...
Speaker:A gente, por exemplo, tinha muita pesquisa. Então a gente sabia o nome e sabia mais ou menos o produto.
Speaker:Depois a gente pesquisou, por exemplo, o custo de vida. Então a gente entrou no site dos mercados pra ter uma ideia.
Speaker:Hoje aumentou muito, mas dava pra ter uma ideia boa de como era.
Speaker:Aí a gente sabia o nome do mercado, botava no mapa. Ah, então tem um aqui perto. Então vamos lá.
Speaker:E eu não sou boa em decifrar mapas, sabe?
Speaker:Eu me perco um pouco.
Speaker:Ele é ótimo nisso, então ele me ajudava nessa parte. É muito bom você ter alguém pra te ajudar nisso,
Speaker:porque se fosse eu ia ficar rodando horas e não ia achar o lugar.
Speaker:E ele é mais direto, consegue achar as coisas.
Speaker:Eu acho engraçado que é pra você passar perrengue junto com outra pessoa,
Speaker:acaba que todo mundo ri, né?
Speaker:Do desastre, né? Das falhas. E se você passa sozinho, eu acho que é um pouco sofrido, assim,
Speaker:é um negócio muito mais triste.
Speaker:Então acaba sendo engraçado. Mas eu não entendi, ele acabou vindo por conta do seu visto.
Speaker:Isso, aí para... não falei, né? No caso dos cônjuges não tem visto, né? Aqui em Portugal.
Speaker:Então ele entra como turista mesmo, né?
Speaker:Bom, lá eles... pra nós eles perguntaram na migração quando viram o meu visto,
Speaker:perguntaram se ele era casado comigo, etc.
Speaker:Nós temos só união estável, pra que pra Portugal já resolve pra fazer regrupamento.
Speaker:E aí a gente explicou, ah, ele vai fazer regrupamento e tudo, então ele entrou com visto de turista, aí ele ficou, aí eu logo consegui uma rolada no SEF
Speaker:pra poder fazer a minha atualização de residência, logo depois ele conseguiu também
Speaker:então ele fica regrupado no meu visto
Speaker:agora, quando ele renovar, quando ele tá trabalhando porque na última que ele renovou foi automático, eles tão tentando aligilizar
Speaker:então, tão fazendo agora automático
Speaker:Então, acho que eles só viram que ele ainda tinha... pediram que...
Speaker:Não, dessa vez acho que nós nem mandamos documento. Não me lembro se a gente mandou algum documento pra eles revisarem, mas eles logo já deram pra ele.
Speaker:Agora, na próxima, talvez ele já faça com um artigo que fala sobre o trabalho,
Speaker:porque ele já tem um contrato, tudo direitinho, então talvez ele não precise mais do meu visto.
Speaker:Mas, inicialmente, ele veio regrupado comigo no meu visto.
Speaker:E você falou que ele já tem contrato de trabalho. Ele demorou um tempo pra... ele acabou se encontrando na área de TI? Sim.
Speaker:A pergunta... demorou muito? Demorou um pouco, demorou. A gente chegou, eu comecei a trabalhar, ele começou...
Speaker:Ele primeiro, inicialmente, tava incomodado de ficar em casa, foi tentar arrumar um emprego que não dependesse...
Speaker:Que não fosse TI especificamente, ia estudando em paralelo.
Speaker:Aí não tava dando muito certo, porque os empregos que as pessoas conseguem aqui ser residência
Speaker:não são assim muito... são bem precarizados, é uma palavra melhor.
Speaker:Então, não tava dando certo, sabe?
Speaker:Aí a gente fez um plano, falou assim, então vamos fazer o seguinte O salário que eu vim era bom pra gente, a gente viveu confortavelmente
Speaker:E a gente morava num apartamento pequeno, e os apartamentos pequenos mais baratos
Speaker:a gente não morava no centro de Lisboa, então a gente conseguiu um aluguel legal.
Speaker:Aí a gente combinou o seguinte, então você continua estudando, e aí ele continuava estudando
Speaker:e a gente fez assim durante dois anos mais ou menos, demorou bastante, porque aí entra aquela questão, né?
Speaker:Eles estão sempre procurando pessoas com experiência, então pra você conseguir a
Speaker:primeira oportunidade é sempre muito difícil.
Speaker:Aí ele gosta da área de testes, foi onde ele se encontrou, é o que ele faz hoje, ele,
Speaker:E aí ele continua estudando, bateu na trave muitas vezes, mas aí quando foi no fim do ano.
Speaker:Do ano passado não retrasado, 2021, ele conseguiu o primeiro emprego dele. Já tem um ano e pouquinho
Speaker:já que ele tá lá. Aí demorou um pouco, demorou um ano e tanto, quase dois anos, mais que dois anos,
Speaker:Demorou, demorou. Mas, assim, a gente fez um plano, né?
Speaker:A gente, como a gente faz um projeto de TI, a gente estabeleceu metas,
Speaker:ele foi cumprindo as metas e aí era esperar acontecer mesmo, não tinha jeito.
Speaker:Porque eles aqui, como no Brasil, esperam sempre alguém com experiência.
Speaker:O primeiro emprego é bem... é mais dificinho, assim.
Speaker:Se você não tiver uma faculdade pra você fazer um estágio, por exemplo,
Speaker:Esse primeiro emprego como júnior é sempre difícil.
Speaker:É legal, porque é um cenário de alguém que migrou de carreira.
Speaker:Sim, aqui. Fora do país. Sim.
Speaker:E ele é bem, por exemplo, ele é diferente de mim em algumas coisas.
Speaker:Ele é bem desenvolvido com o inglês, ele não tem vergonha, ele fala.
Speaker:A equipe dele é internacional, tem alguns indianos, tem belgas lá, e aí ele precisa
Speaker:conversar, ele não tem problema, ele fala, apresenta na reunião.
Speaker:Ele é bem desinibido, isso contou muito a favor dele também, quando ele fez as reuniões pra sala.
Speaker:Então foi bem legal, ele conseguiu logo de cara um emprego bem interessante pra ele desenvolver
Speaker:essa experiência também de falar inglês e etc.
Speaker:E a tua chegada aqui, voltando pra quando foi a chegada, o que tu achou?
Speaker:Tu falou que tu pesquisou bastante, ouviu várias pessoas, né?
Speaker:E o que era do que tu esperava pra quando tu chegou? O que tu sentiu?
Speaker:Eu tentava manter as expectativas baixas, para não frustrar.
Speaker:Eu faço isso a minha vida toda, com a migração não foi diferente.
Speaker:E aí, quando eu cheguei, eu fiquei muito encantada com a forma como eles conservam as coisas.
Speaker:Tem muito da história de Portugal, é muito legal você conhecer através dos museus, das ruas,
Speaker:eles tentam preservar isso, então eu me apaixonei por essa parte,
Speaker:do país assim, tal qual já tinha sido medido.
Speaker:Os aluguéis eram difíceis para os imigrantes, a gente passou por esse perrengue aí também.
Speaker:Quase todo imigrante, em quase todo país passa esse momento, não tem jeito.
Speaker:O que a gente achou foi que foi mais difícil, porque o que disseram para a gente era assim
Speaker:Você vai conseguir no final de uma semana, você deve conseguir visitar algumas casas.
Speaker:A gente custou um pouco, foi no final de duas semanas.
Speaker:E aconteceu casos assim, de a gente ir visitar, mas a pessoa já tá fechada.
Speaker:Então ela só recebeu a gente porque já tinha marcado. A gente já foi ver, nem precisava ter ido também.
Speaker:Quando cheguei, eu achei que ia ser mais fácil entender a língua também.
Speaker:Você pensa, poxa, português, né? Poxa, eu vou entender.
Speaker:Tranquilo, não foi tão simples pra mim, não.
Speaker:Demorei um tempinho pra poder acostumar. Inclusive, porque eles usam algumas palavras que a gente não conhece,
Speaker:e quando eles falam rápido demais, eu não pegava o que eles estavam falando comigo.
Speaker:Então, achei que fosse mais fácil, não foi.
Speaker:Eu gostei bastante, tive muitas boas experiências, não posso reclamar, desde que cheguei, encontrei pessoas legais no meu caminho,
Speaker:Quando eu precisei de ajuda eles sempre foram muito solícitos comigo, então assim, não tive grandes problemas nesse sentido,
Speaker:Quando a gente chegou, a consultoria também deixou a gente num Airbnb muito bacana, então a gente ficou num lugar muito legal
Speaker:pude conhecer uma parte da cidade muito legal também.
Speaker:E aí aquele início que você fica encantado pelo lugar assim foi muito legal porque a gente estava num lugar muito legal também de Lisboa e tal.
Speaker:Deixa eu ver o que mais eu me lembro. A gente ficava muito surpreso como a gente chegou no verão.
Speaker:A gente ficava muito surpreso com as pessoas ficavam na rua até tarde.
Speaker:E aproveitando mesmo o verão e saindo e passeando assim.
Speaker:Não sei se porque a gente morava no Rio, a gente não via tanto essas pessoas aproveitarem tanto a cidade.
Speaker:O que é uma pena, porque o Rio de Janeiro é uma cidade maravilhosa, bonita, mas...
Speaker:Não sei, parecia que as pessoas não curtiam tanto. Aqui a impressão que eu tenho é que as pessoas curtem mesmo a cidade, andam pela cidade.
Speaker:E se sentem bem, se sentem seguras. Foi a primeira coisa que a gente percebeu.
Speaker:A coisa que mais chamou a atenção da gente foi isso, assim. A gente andava pela cidade porque pra você conhecer, como eu falei, né, a gente...
Speaker:Virar adulto de novo, né? Você precisa encontrar tudo, você não sabe modificar nada, você não sabe,
Speaker:que documento você precisa, você não sabe mais de nada, tem que começar aí descobrindo.
Speaker:E aí a gente ia nos lugares, a gente se sentia bem andando, podia ir andando, não tinha grandes problemas.
Speaker:Aqui perto da minha casa, por exemplo, é mais vazio, vai dando seis horas da tarde, poucas pessoas na rua.
Speaker:Você não sente medo se você quiser descer, sabe? Foi uma das principais coisas que a gente sentiu diferença.
Speaker:A gente chegava tarde em casa lá, de olhar apartamentos, de passear e tudo assim,
Speaker:E tava tranquilo, a gente chegava, não tinha assim aquela Ai graças a Deus que eu cheguei em casa finalmente
Speaker:Não tinha assim, tava tranquilo Uma das primeiras coisas que a gente reparou assim,
Speaker:É...
Speaker:Muito diferente esse verão que escurece tarde também, esquisito pra caramba
Speaker:A gente ficava, nossa mas que sol essa hora e tudo Era a primeira coisa que a gente falava quando ligava pro Brasil.
Speaker:As pessoas, gente, mas que horas são? Tá esse calorzão aí.
Speaker:A gente, não, já são nove horas da noite, tá, assim.
Speaker:Então, umas coisas que a gente sentiu, assim, diferença. ♪ Acho que deu bastante diferença no quesito profissional, assim...
Speaker:Do ambiente de trabalho, assim. Como que foi a sua experiência aqui?
Speaker:Não sei se você tá na mesma empresa, em termos de carreira, o que que...
Speaker:O que que você achou, assim?
Speaker:Não sei se você trabalhou com times internacionais. Quando eu cheguei,
Speaker:como eu vim por consultoria, eu não tinha cliente definido ainda, no meu caso.
Speaker:Acontece muito que as pessoas virem com cliente definido, né?
Speaker:Tipo, ela já vai pra um projeto específico. Comigo não foi assim.
Speaker:Eu vim, e aí eu comecei e comecei a fazer vários testes em vários clientes.
Speaker:Aí, o que que aconteceu? Calhou de entrar num cliente que era muito tranquilo em termos da equipe,
Speaker:Todo mundo era muito legal, muito solícito, tudo certo Mas a tecnologia era muito velha Eu sofria muito.
Speaker:Eu trabalhava com o JTF Era dois já?
Speaker:Acho que era dois, ponto zero, sei lá, eu não me lembro mais Eu apaguei uma parte da minha memória porque eu sofria muito,
Speaker:Era isso, e a gente trabalhava com Glassfish lá, e aquele Glassfish assim, que dava problema todo dia, sabe, era complicado.
Speaker:Sobre dor de aplicação, né, já diz bastante sobre a ESSEC. Sabe, era uma coisa difícil. Então assim, eu não trabalhava com isso antes, eu trabalhava com Java, mas eu trabalhava com aplicações menores, mais pontuais, assim.
Speaker:E então assim eu penei um pouco no início fiquei muito frustrada repensei a mudança
Speaker:apesar de estar gostando de tudo de tudo o resto estava legal assim é repensei bastante a mudança
Speaker:quando me deparei com isso assim mas o projeto mesmo da tecnologia isso porque porque a gente
Speaker:tem essa expectativa, que apesar de eu ter mantido baixa, eu também tinha, de que você
Speaker:vai fazer um grande upgrade na sua vida, né?
Speaker:Só que na minha vida profissional não foi um grande upgrade, entendeu?
Speaker:Em termos de carreira, não, não foi. Tira aquele desânimo, né?
Speaker:Aquela frustração. Fiquei, muito tempo.
Speaker:E eu já sofro com síndrome do impostor há muitos anos, né? Doeu novo.
Speaker:E aí, quando eu caí ali, aí pronto, né? Ah, não, só consigo fazer isso, não consigo trabalhar com coisa nova, nunca vou conseguir.
Speaker:Foi difícil. Aí a gente tenta sempre achar oportunidade de aprender nesses locais mesmo que
Speaker:você não esteja assim amando, né. Então, aprendi pouco sobre o JSTF, não conhecia muito, conhecia muito
Speaker:pouquinho, muito pouquinho. Conheci mais teoricamente, nunca tinha feito nada de fato, aí conheci um pouco,
Speaker:sentei, nunca tinha usado o Glass Fischer, usava mais outras coisas, então tentei aprender um pouquinho e tudo
Speaker:mas foi sofrido, não foi fácil não. Não encontrava motivação para estudar fora do trabalho porque.
Speaker:Era, tava meio assim...
Speaker:Tava tipo desanimada mesmo, tava chateada porque achei que ia ser uma grande coisa pra mim
Speaker:e profissionalmente não tava sendo, né? Então tava assim meio desanimada apesar de gostar muito tanto da consultoria quanto do cliente que eu estava
Speaker:que é um... é logo no governo português aqui, o pessoal era sempre bacana, assim
Speaker:Tinha pouquíssimos... pessoas que eram funcionárias do próprio órgão trabalhando com a gente
Speaker:A maioria dos funcionários eram de consultorias também.
Speaker:Então, fiz amizades ali, conheci o universo das consultorias em Portugal,
Speaker:que é uma coisa curiosa e tal. O Brasil teve esse mercado há um tempo, aí melhorou,
Speaker:agora parece que tem tido novamente algumas consultorias voltando.
Speaker:E aí, as pessoas que trabalham comigo eram muito legais, mas estava difícil a estaque.
Speaker:Aí eu comecei a... Aí veio a pandemia, aí fui ficando, né? Aí você vai ficando.
Speaker:Porque aí, quando veio a pandemia, todo mundo com medo, né? O que vai acontecer agora?
Speaker:A gente vai perder emprego? O que vão fazer com a gente?
Speaker:E você adiciona aí mais uns 100% de nervoso, porque você tá em outro país, meio que sentindo desamparado, né?
Speaker:Então, assim, aquele momento foi muito difícil, assim. A minha consultoria correu pra avisar todo mundo pra ficar tranquilo,
Speaker:que os projetos estavam garantidos e um projeto ligando ao governo era mais seguro também, né?
Speaker:Então, assim, teoricamente estava mais tranquilo.
Speaker:Então, logo eles resolveram a questão de você trabalhar de casa, logo eles forneceram equipamento pra todo mundo,
Speaker:logo eles já colocaram todo mundo, muito rápido, assim.
Speaker:Começou as notícias de que tava ficando ruim numa segunda, numa quinta, eles já estavam avisando que
Speaker:na próxima semana a gente ia buscar equipamento, foi tudo assim, muito rápido.
Speaker:Aí, foi ficando. Aí trabalhar de casa adiciona ali um conforto, né?
Speaker:Aí aquilo que te incomoda, incomoda menos, aí você vai ficando...
Speaker:Uma loucura, ninguém entendendo o que estava acontecendo Fecha o país, abre o país, fecha a cidade, abre cidade
Speaker:Foi ficando, foi ficando confortável, né?
Speaker:Todo mundo não sei, mas eu fiquei com o psicológico muito abalado Porque eu ficava com medo demais de sair de casa no início
Speaker:Depois foi melhorando, mas no início ali...
Speaker:Então fui ficando, fui ficando, fui ficando Até que as coisas começaram a melhorar
Speaker:Aqui o assédio dos recrutadores, especialmente de consultorias é muito grande, uma vez que eles veem que você está em Portugal, eles começam a te mandar
Speaker:e se você quiser fazer todo dia, você consegue fazer uma entrevista, porque o assédio é grande
Speaker:mesmo que não vá pra frente, aquela primeira muitas vezes você consegue fazer e tal
Speaker:Aí comecei a dar atenção, a ler, assim Eu sempre respondo não, obrigado, eu sou sempre muito educada com eles porque eu fico pensando
Speaker:ninguém sabe dia de amanhã, né? Se eu precisar falar com ele, eu sempre converso
Speaker:Aí comecei a aceitar, aí comecei a conversar com as pessoas e tudo assim,
Speaker:Aí uma proposta me interessou, me chamou a atenção,
Speaker:Porque era pra trabalhar com coisas bem mais novas do que eu trabalhava,
Speaker:Inicialmente falei, ah, não vou dar conta disso, não vão nem querer falar comigo
Speaker:Mas vou fazer essa primeira pra ver como é que é e tal, vou fazer Aí a proposta era pra trabalhar com quarcos.
Speaker:Numa empresa que tinha times internacionais, onde eu ia precisar desenvolver meu inglês
Speaker:eu fiquei bastante interessada, falei, olha, preciso perder essa vergonha,
Speaker:então vamos ver se agora vai, né?
Speaker:Aí imaginei, vai ter uma entrevista também em inglês, vai ser ótimo pra eu poder treinar também,
Speaker:Falei assim, então vou aceitar esse contato.
Speaker:Aí conversei, estiquei contato, tudo assim, aí marcamos a entrevista.
Speaker:Aí eu expliquei desde o início, expliquei que eu não tinha experiência com os destaques que eles estavam propondo.
Speaker:Tinha lá uma... eles estavam visando uma imigração pra AWS pra frente.
Speaker:E eu falei, olha, eu nunca trabalhei com a AWS, nem com o quarto, etc.
Speaker:Mas não me incomoda em aprender também, etc. E fui sempre deixando claro, achando que não ia dar, né.
Speaker:Porque eu falei, eu não tenho nada disso, eles não vão, né?
Speaker:Aí tudo bem, continuei, assim.
Speaker:Mas eu tava fazendo, essa é a primeira entrevista que eu fiz, inclusive.
Speaker:Foi mais, assim, pra testar, ver o que o mercado queria pra eu poder ver se eu conseguia
Speaker:achar dentro de mim a motivação para estudar, porque eu estava bem desmotivada com a carreira e tudo.
Speaker:Foi passando, aí fui pra entrevista com o cliente final, falei, olha Engraçado, quiseram fazer entrevista, aí fiz também entrevista
Speaker:Foi muito legal, a gente fez várias trocas Foi uma entrevista interessante porque ele foi conversando comigo sobre os pontos
Speaker:Me perguntando o que eu faria nas situações, o que eu não faria,
Speaker:Me mostrou um cenário, disse que uma decisão foi tomada, o que eu achava daquela decisão,
Speaker:Fizemos algumas... aí ele me fez umas perguntas em inglês e tal E eu sou muito sincera, teve uma hora que eu esqueci um termo,
Speaker:Falei assim, olha, eu esqueci como fala em inglês Aí ele me respondeu e eu continuei, continuei falando,
Speaker:E aí tudo bem, falei assim, foi legal, né?
Speaker:Foi uma troca legal, mas não vai dar nada Aí quando deu... Isso foi tipo duas horas da tarde
Speaker:Quando foi cinco horas, a menina me ligou Então, a gente gostou muito de você e tudo,
Speaker:E a gente queria que você viesse trabalhar com a gente Aí eu fiquei muito assim...
Speaker:Dividida, por quê? Não sei se todo mundo que veio por alguma empresa tem isso, mas eu fiquei muito assim
Speaker:Nossa, a empresa me tratou tão bem, cuidou tão bem de mim, agora eu vou deixar ele, sabe?
Speaker:Fiquei com esse sentimento, porque eu gosto muito deles, até hoje gosto muito mesmo.
Speaker:Mas também eu não tinha nenhuma previsão onde eu poderia mudar de projeto
Speaker:Porque eu entendi que eles estavam querendo de mim que eu estudasse antes ou adquirisse alguma competência antes,
Speaker:E eu realmente não estava conseguindo ali.
Speaker:E eu funciono melhor quando você me coloca num cenário onde eu preciso aprender rápido,
Speaker:do que se você combinar comigo e disser assim, olha, quando você aprender isso, eu te coloco lá.
Speaker:E isso é de perfil mesmo, né? Tem gente que funciona bem assim, tipo,
Speaker:ah, vamos marcar aqui uma meta, você adquire essa competência, e aí a gente...
Speaker:Eu funciono melhor quando você me joga lá e diz assim, olha, eu preciso que você faça isso.
Speaker:Então, assim, eu vou fazendo. Aí, uma hora, eu vou fazer meio ruim agora,
Speaker:Daqui a pouco eu volto ali e melhoro um pouquinho Aprendo uma outra coisa e completo, sabe?
Speaker:Eu funciono melhor assim Aí me bateu essa...
Speaker:Nossa, poxa vida, eles não trataram tão bem E tudo isso aqui e tal
Speaker:Mas aí depois eu resolvi ir porque eu achei que ia ser bom pra mim,
Speaker:Especialmente porque até como eu já era bem nova Eu conheci pouquíssimo de quartos
Speaker:Eu sabia que existia Era que eu sabia até ali,
Speaker:Eu achei, inclusive, que eu ia arrumar primeiro Alguma proposta que aceitasse Spring
Speaker:se espringue, porque tem muito, né? Muito mais do que o Quarkus hoje ainda e não é,
Speaker:que é mais fácil de aprender, mas tem mais coisa, né? Se você precisar aprender rápido,
Speaker:ele vai ter muito mais informação do que o Quarkus ainda tem. Então, achei que seria
Speaker:por ali. Mas ela falou, não, pode vir, gostar na mesa. Eu fui até um pouco incrédula quando ela me ligou.
Speaker:Eu falei, sério? O pessoal gostou mesmo? Ela falou, sim, sim, foi muito bom e tal.
Speaker:E aí, fiquei nessa tudo. Já tinha dois anos e...
Speaker:Isso foi no final de 2021, já tinha dois anos e meio mais ou menos que eu tava na empresa que eu cheguei,
Speaker:Você não precisou pagar a multa?
Speaker:Não, não, já tinha dois anos e meio. A multa lá na minha era um ano Era um ano ou seis anos? Um ano, era um ano
Speaker:Multa em contrato, né? Eles tinham essa multa Algumas pessoas dizem que isso não é legal, cobrar essa multa, mas enfim
Speaker:Todas as empresas fazem isso no contrato Então não sei como funciona se alguém me descumprir não.
Speaker:Aí eu conversei com eles eles até chegaram a fazer uma contra proposta mas eu tenho para mim que contra a proposta é complicado.
Speaker:Acho que quebra um pouco a confiança. Você tem uma vez e me arrependi.
Speaker:Quando eu falo assim tem que ser muito porque depois se depende do lugar mas eu fiquei com essa não mas já te demos um aumento
Speaker:e porque não sei o que a gente já te deu uma chance. eu falo assim.
Speaker:Então aí eu fiquei tenho meio que essa que quando eu vou falar que eu vou sair
Speaker:eu tomo muito cuidado porque eu tenho muito que falar que eu não quero ver contra proposta, sabe?
Speaker:Eu acho meio chato. Hoje já vai decidido pra recusar uma contra proposta.
Speaker:Se você já tomou a decisão já incitou o desejo de ir pra outro lugar se ficar por um salário
Speaker:você até pode ficar bem a Carol estava insatisfeita, uma hora a insatisfação ia voltar de novo.
Speaker:É como se fosse uma maquiagem, né? Um pouco de aumento, enfim.
Speaker:É, o que eu acho importante é deixar claros os motivos. Se eu falar que, assim, eu quero ganhar tanto,
Speaker:e aí se tanto só vinha porque eu vou sair, aí é chato.
Speaker:Porque se for pela tecnologia, também não tem o que fazer. É a tecnologia, né? Então...
Speaker:E quando é consultoria, eles têm outros projetos, mas eu já vi muitos casos das pessoas prometerem,
Speaker:não, a gente vai te trocar e isso não acontecer num período próximo, sabe?
Speaker:É muito complicado também você esperar que eles façam isso em dois meses.
Speaker:E era o que geralmente acontece, né? Tipo, você fica bem ali, passa um mês, dois meses, três meses e você já fica,
Speaker:Ai, que saco, devia ter ido e tal.
Speaker:Então, e o feedback da contraproposta que eu recebo é sempre isso.
Speaker:Todo mundo me diz, ah, olha, eu aceitei, não foi bom e tal.
Speaker:Fiquei chateado. Então, resolvi não aceitar e tudo.
Speaker:E aí, entrei pra essa outra empresa que eu tô hoje. É uma consultoria também.
Speaker:Mas eu entrei por um cliente específico, que foi o cliente que fez a entrevista final comigo, onde a gente trocou muitas coisas legais e tal.
Speaker:E aí chegou lá, muito legal, a gente teve... Eu não tinha tido, por exemplo, eu tive algumas experiências que as pessoas têm no início da carreira, eu tive tarde.
Speaker:Por exemplo, um onboard legal, te contando tudo o que a empresa oferece, o que é que você vai trabalhar,
Speaker:os conceitos que você precisa saber para trabalhar naquela empresa.
Speaker:Foi a primeira vez que eu tive, não tinha tido ainda. Eu não tive sorte de cair nessas empresas mais estruturadas, ainda não tinha tido ainda.
Speaker:E aí, de você conhecer as pessoas que vão trabalhar com você, ou então eles fazerem uma...
Speaker:De forma onde várias pessoas passam juntas e aí você já possa fazer alguma amizade ali no início,
Speaker:foi muito legal. Mesmo a gente estando remoto, fluiu muito bem, foi muito legal.
Speaker:Então, a empresa é de Coimbra, mas tem escritório aqui em Lisboa, tem escritório no Porto.
Speaker:Com a pandemia eles expandiram bastante as equipes, agora nem devem caber as equipes mais nos escritórios deles,
Speaker:também, muitas empresas passaram por isso e tal. E aí, cheguei lá, a minha equipe era nova,
Speaker:entramos todos juntos, então fomos nos conhecendo ali, para poder trabalhar junto,
Speaker:e a gente deu muito certo, a gente combina bem, trabalhamos juntos bem,
Speaker:não tivemos problemas, tipo assim, uma pessoa mais sênior não quer ajudar
Speaker:um outro, sempre todo mundo participa, então foi muito legal, foi uma troca que eu tava
Speaker:com bastante medo, porque eu tinha ficado na mesma empresa durante dois anos e pouco,
Speaker:mas foi muito legal, muito mesmo, gostei bastante.
Speaker:E aí comecei a trabalhar com coisas novas, sim, comecei a trabalhar com coisas novas
Speaker:finalmente, fiquei mais animada.
Speaker:É, foi realmente uma mudança para a sua carreira, né? Eu fico pensando o quanto mudar de emprego
Speaker:quando você tá fora do país, ainda mais a primeira troca. Eu acho que depois que você já mudou,
Speaker:já tá muito tempo, se torna natural, mas eu acho que a primeira troca deve dar muito medo,
Speaker:deve dar um medo diferente.
Speaker:É porque a gente se sente, eu me sentia, muito desamparado, sabe?
Speaker:Se desse errado, entendeu? Mas no Brasil, tá a nossa família, né?
Speaker:Não sei se todo mundo tem, falando por mim, mas a minha família tá falando pra me ajudar. Tudo é diferente.
Speaker:Você tá uma chance de errar menor.
Speaker:Diria que essa é a minha sensação quando estava precisando mudar que eu não posso fazer cagada aqui.
Speaker:Eu minha esposa e fazer bobagem significa por isso que é legal se preparar antes financeiramente também mas até isso tem
Speaker:um certo limite de quanto tempo a gente consegue segurar uma cagada.
Speaker:Cagada é uma palavra muito forte mas dizer assim é uma escolha que depois se arrepende é mais difícil.
Speaker:É, porque nada impede, por exemplo, de você acabar caindo numa empresa pior, né?
Speaker:Ou até mesmo a empresa, sei lá, agora que tá tendo essa onda de layoffs.
Speaker:Já teve casos que eu ouvi, né? Que a pessoa trocou por uma empresa e passou alguns meses,
Speaker:ela tava numa empresa super estável, foi pra uma outra empresa,
Speaker:passou dois meses e foi mandada embora.
Speaker:Nossa, deve ser algo inesperado. É.
Speaker:Eu penso sempre nisso e eram as coisas que eu pensava na época.
Speaker:Na época a gente não tava tendo essas coisas do layoff, assim, mas eu pensava muito isso.
Speaker:Se eu for pra um lugar que for pior, né?
Speaker:Porque, pra eu sair de um lugar ruim, mas que eu gosto das pessoas com as quais eu interajo.
Speaker:Pra ir pra um lugar ruim e eu não gostar das pessoas, eu ter que conhecê-las, sabe?
Speaker:Pensava bastante. Mas, por fim, eu tenho essa coisa de não conseguir ficar incomodada há muito tempo.
Speaker:Eu preciso mudar, porque senão eu vou ficando muito ansiosa, afeta meu trabalho,
Speaker:não dá, sabe? Então eu resolvi trocar, falei assim, não, vou trocar porque não vai dar,
Speaker:Então troquei e fui feliz, graças a Deus fui feliz Sou, né? Eu gosto muito dele
Speaker:Vou aproveitar e perguntar, você teve filho a pouco tempo?
Speaker:É isso.
Speaker:Aproveitando, você engravidou quando você estava nessa nova empresa?
Speaker:Foi muito recente porque eu acho que deve ter mais assim aquela coisa...
Speaker:Eu acabei de mudar para a empresa e tô grávida. Eu não sei, a gente vive se cobrando, então assim, eu pelo menos eu fico com muito receio, sabe assim?
Speaker:É... de... Ai, porque aqui tem um tempo de experiência, né? Tem um tempo de experiência.
Speaker:Quando você mudou conta esse tempo de experiência né? Eu não sei como que é por exemplo, como que
Speaker:funciona se existe alguma estabilidade né? Por exemplo, você ainda tá nessa nesse período de
Speaker:experiência e se você engravidar a empresa não pode mandar embora, eu não sei, eu sei que no
Speaker:Brasil eu entendo como funciona, mas aqui eu já não saberia como que é. Como que foi pra você?
Speaker:Agora eu vou te contar essa história.
Speaker:Como é que foi a minha história? Eu tinha... Eu entrei em janeiro, em 6 de janeiro de 2022.
Speaker:Aí comecei a trabalhar.
Speaker:E aí, na minha vida pessoal, a gente já tinha tido alguns marcos pra poder pensar na ideia de ter filhos.
Speaker:Que era o meu marido que tava empregado.
Speaker:Eu já tava numa idade... Já cheguei numa idade que a mulher começa a desconfiar
Speaker:de que não vai conseguir mais.
Speaker:A gente se mudou pra uma casa maior porque quando chegamos a gente morava num T1,
Speaker:que pra quem não é daqui é um apartamento de um quarto.
Speaker:E ele era muito pequeno, muito, muito pequeno. Então não tinha possibilidade de a gente inventar isso, sabe?
Speaker:E a minha mãe ainda ficou com a gente um tempo nesse apartamento pequeno.
Speaker:Então assim, meu maridão é um santo, sabe? Vocês não conhecem ele, se eu tivesse aqui ele contava, mas é um santo.
Speaker:Então, assim, ficamos ali apertadinhos, aí foram vários marcos acontecendo.
Speaker:Aí a gente decidiu, bom, tá tudo indo, correndo bem. Tudo dentro do que a gente planejou.
Speaker:Nós decidimos parar de evitar.
Speaker:Mas o que você pensa? Vai demorar um tempo, né? Tipo, eu já era mais velha, eu tenho 35 anos, já tava numa idade
Speaker:onde as mulheres já começam a perder fertilidade.
Speaker:Falei, ah, não vai. No primeiro mês eu engravidei.
Speaker:Entendeu? Eu fiquei muito surpresa. A gente parou de evitar e no primeiro mês eu engravidei.
Speaker:Eu acho que ninguém espera isso. Ninguém espera.
Speaker:Não, não tem como. Você nunca vai esperar isso no primeiro mês.
Speaker:Eu falei, gente, tanto é que quando eu estava fazendo tratamento intradicional,
Speaker:porque eu estava com umas vitaminas baixas, eu estava com algumas coisas importantes para a gravidez mesmo,
Speaker:com essas coisas assim, eu tava com isso baixo, então assim, eu já tava fazendo
Speaker:tratamento, sabe? Aí um dia eu fiz um exame de sangue e eu suplementando ferro e minha ferritina deu baixa. Aí meu marido riu e falou assim, eu acho que você já tá grávida
Speaker:deve ser o ferro, porque é uma das primeiras coisas que abaixa. Aí eu falei, ah, não é possível
Speaker:não pode. Aí passou. Nisso eu falei assim, vou fazer um teste, comecei a ver que podia ser
Speaker:Quando eu fiz o teste deu, falei não é possível, aí fiz outro deu, aí eu fiz o de sangue, aí deu.
Speaker:Então realmente foi isso.
Speaker:Aí, o que eu fiz? Primeiro eu fiquei com esse medo, né? Falei, nossa, eles vão me mandar embora.
Speaker:Eu tô na experiência ainda. Foi um tempo de presa mesmo?
Speaker:Quando eu descobri, eu tava com dois meses e meio.
Speaker:Dois meses e meio. Eu falei, não, não tem menor possibilidade, eles vão me mandar embora, tô na experiência, tudo assim.
Speaker:Esperei eu fazer os três meses, que é o que é recomendado mesmo pra você poder comunicar
Speaker:Peguei o telefone todo sem graça, né?
Speaker:Falei, vou ligar pra lá e vou explicar Expliquei, falei, exatamente como eu tô falando aqui com vocês mesmo
Speaker:Expliquei toda a história Aí ela, ah, mas parabéns e tudo assim, já achei estranho, né?
Speaker:Ela não deu os parabéns, não teve, não modificou a voz, não nada, não ficou surpresa em nada,
Speaker:Falei, não, mas parabéns e tudo assim Eu sei que você deve estar um pouco apreensiva de falar com a gente, mas não se preocupe,
Speaker:Toda mulher vai passar por isso algum dia se ela quiser passar Foi muito receptivo para mim.
Speaker:Ali eu já pensei, estranho né? Porque...
Speaker:Deixa eu pegar esse ponto, isso, porque tá estranho, mas tu fala do receoso né?
Speaker:E esse já começa errado aí né?
Speaker:Porque tem medo né? É, tu sente medo de falar que engravidou, porque o que vai acontecer, o que vão falar é só parte da vida.
Speaker:Na noite que eu decidi contar assim, falei assim, amanhã eu vou ter que contar porque já tô com 3 meses.
Speaker:Eu não tive grandes sintomas, tipo assim, eu não tive muitos enjôos, não tive muitas
Speaker:coisas, então as pessoas que trabalham comigo não percebiam que eu estava grávida, até eu contar pra elas.
Speaker:Porque se eu tivesse que sair das minhas entradas reunidas pra vomitar, por exemplo, mas não
Speaker:aconteceu comigo, sabe?
Speaker:Então assim, eu falei assim, amanhã eu preciso falar, porque realmente já deu os dias e
Speaker:aí eu não acho justo também ficar enrolando com as pessoas.
Speaker:Eu falei assim, eu vou ter que avisar. Aí eu não dormia aquela noite, eu fiquei, meu Deus, eles vão me mandar embora
Speaker:E apesar do meu marido estar trabalhando, a maior renda ainda é a minha na casa,
Speaker:Eu disse, não, não posso, assim Porque aí você já pensa um milhão de coisas
Speaker:Acabei de mudar para um apartamento maior, o apartamento é mais caro, sabe?
Speaker:Aí, meu Deus, como é que vai fazer e tal?
Speaker:Então eu fiquei com muito medo, muito mesmo Mas aí eles foram muito bem, muito receptivos comigo, assim
Speaker:Não, fique tranquila, são coisas que acontecem as coisas acontecem bem na hora que tem que acontecer e tal.
Speaker:O meu gestor lá no cliente final não, mas as coisas acontecem na hora que elas têm que acontecer, não se preocupe.
Speaker:Um bebê é sempre bem-vindo e etc. Eu me senti muito acolhida, muito, muito, muito acolhida.
Speaker:Muito mesmo. Eu tava com muito medo, mas desde o primeiro momento nunca teve assim, nenhum...
Speaker:Nunca senti nenhum desconforto pra falar sobre isso, nunca. Nem depois disso, assim, você sentiu que... Vou dar um exemplo lá.
Speaker:Ok, passamos. Durante a gravidez em algum momento você foi preterida assim de tipo olha ela não é uma
Speaker:não vamos considerar ela para isso porque ela daqui a alguns meses vai estar fora sabe? Não sei se isso aconteceu.
Speaker:Não aconteceu conosco. A gente tinha, eu tinha uma, a minha equipe tinha uma viagem para Munique e poderiam ir duas pessoas,
Speaker:para o cliente, porque a gente trabalha para um cliente alemão.
Speaker:E aí, eu falei, aí no dia, assim, eles queriam que alguém se oferecesse, né?
Speaker:Porque eles não queriam, tipo, ditar quem é que vai. O líder da minha equipe não queria ditar quem é que ia.
Speaker:Ele já tinha ido, então ele falou, então vocês veem se vocês veem se dentro de vocês.
Speaker:Aí eu rindo, né? Descontraindo a minha... Falei, ah, eu não vou, né gente, porque daqui a pouco eu vou sair de licença e tal.
Speaker:Aí o líder da minha equipe falou assim, mais um motivo pra você se quiser ir, pode ir
Speaker:Você vai sair agora, você vai lá e conhece lá o cliente e tudo Aí eu achei que ele tava brincando, né?
Speaker:Falei, se ele tá brincando comigo Aí eu falei assim, ah tá, agora que eu fui
Speaker:Ele falou assim, ah claro, depois, a hora que você voltar já pode estar tudo diferente, agora que você tem que ir
Speaker:Sabe, eles sempre foram muito, assim, muito receptivos comigo Quando eu precisava me adiantar pra ir ao médico,
Speaker:Vez ou outra que eu não tava me sentindo muito bem, precisava dar um tempinho e tudo assim
Speaker:sempre foram muito, muito receptivos. Fiquei muito surpresa. Eu percebia que na.
Speaker:Minha equipe o líder, por exemplo, ele dividia a guarda da filha dele, então
Speaker:quando ela estava com ele em casa, às vezes ele precisava se adentrar, quando ela
Speaker:adoecia ele precisava sair. Isso nunca gerou desconforto também.
Speaker:Então eu percebia que eles tinham uma cultura interessante nessa coisa de lidar com pais de filhos pequenos e tudo. Mas como eu tinha muito pouco tempo de
Speaker:empresa, né, falei, ah, não vai acontecer comigo. Mas aconteceu, eles sempre foram muito
Speaker:receptivos, muito, muito, muito. E sempre me ligavam pra perguntar como é que tava, se tava indo tudo bem.
Speaker:A minha gravidez não foi a minha gravidez.
Speaker:Vamos dizer assim, normal, porque eu tive uma gravidez de risco, eu tinha alguns fatores de risco,
Speaker:Então a minha gravidez foi muito mais acompanhada, eu precisava ir no médico
Speaker:Tinha época que eu ia de duas em duas semanas pra ele poder me acompanhar, pra ela poder me fazer outra ação e acompanhar,
Speaker:E nunca foi um problema, sempre pude sair e...
Speaker:Tinha dias que eu não conseguia voltar e não tinha problema, sempre era tranquilo demais, assim,
Speaker:Sempre fui muito acolhida. Depois que o bebê nasceu, eles sempre perguntam notícias e tudo.
Speaker:Então, assim, eles não sentiam em nenhum momento nenhum desconforto.
Speaker:Nesse momento, você tá de licença? Tô.
Speaker:Não, ainda tô. Aqui, a gente pode tirar... Tem vários tipos de licença.
Speaker:Você pode tirar uma de 120 dias, que é a igual do Brasil, de 4 meses.
Speaker:De 150 dias. Você pode tirar, partilhada com o pai. Você tira 150 e o pai tira 30 dias depois que você tira os 150.
Speaker:E tem uma licença largada, que aí, acho que são... Depois dos 150, você tira mais 60 dias, algo assim.
Speaker:Mas tudo depende dos rendimentos. Porque, por exemplo, na licença de 120 dias, você vai receber 100% do seu salário bruto.
Speaker:Que tá lá definido na segurança social, que é o que sobrevincide os seus impostos.
Speaker:Se você for 150, são 80%. Na licença alargada, são...
Speaker:Depois dos 150 dias, são tipo 20%. Aí você tem que ver quanto que você pode dispor
Speaker:do dinheiro e do tempo ali pra você decidir a sua licença.
Speaker:Ele não sentia assim nenhum...
Speaker:Nenhum momento alguém falou assim, é, olha, essa licença aqui pra você tirar é melhor, hein? Não.
Speaker:Sempre eu só tinha que decidir por mim mesma e comunicar a eles quanto tempo eu queria
Speaker:Nunca tive nada de... uma questão,
Speaker:nesse tempo que eu tô de licença.
Speaker:Ninguém nunca... Não sentindo nenhum desconforto. Eles ligam pra mim, por aí, de canete, pra saber se tá tudo bem, como eu tô me sentindo, etc.
Speaker:É...
Speaker:Mas nunca senti nenhuma pressão, nada, assim. Sempre muito tranquilos também. Sobre o salário...
Speaker:Tu tem que decidir qual tipo de licença na hora que você vai tirar, ou tipo, tu tá nos 120, 130 dias,
Speaker:aí depois tu vai lá, se estende mais, e mesmo assim o desconto já vem desde o começo,
Speaker:eu vou tirar a licença atendida então já vou receber 80%
Speaker:desde o primeiro mês ou é tipo 100%
Speaker:que tu recebe e aí daqui pra frente vai ser 80%.
Speaker:Não, no início. Quando você vai se meter aqui é possível você fazer isso tudo pela internet
Speaker:na segurança social direta daqui.
Speaker:E aí quando você vai decidir você tem lá o requerimento e aí você decide quantos dias você quer.
Speaker:Se o pai vai tirar junto, você pode fazer tudo no mesmo requerimento.
Speaker:Meu marido não tinha direito de tirar a licença junto porque na época que eu ganhei o Enem
Speaker:ele estava recebendo os verdes, que não tem direito.
Speaker:Tipo PJ. Isso, estilo do PJ.
Speaker:E aí, ele teve alguns dias que a empresa dele deu também pra ele ficar em casa, acho
Speaker:que foram tipo três dias. Os dias que ele esteve no hospital comigo, mas uns três dias eu acho.
Speaker:Mas foi isso. Não teve licença. Como ele trabalha remoto, ele pôde participar bastante do início da vida, mas assim, não
Speaker:teve licença.
Speaker:Mas eu quando botei o requerimento, já tive que escolher ali, e ali eles já calculam, eles pagam por dia
Speaker:Aí eles calculam em cima do seu salário o dia de trabalho, e aí eles pagam, aí por exemplo.
Speaker:Esse mês de fevereiro que foi 28 dias, é 28 vezes aquele dia No mês que é 31 dias, é 31 vezes aquele dia, e eles pagam pra você,
Speaker:Faz então, com bastante salada. Mas aí você já diz logo no início.
Speaker:Você optou por qual licença? Eu tirei de 150 Vou ficar com ele em ETL e fazer 5 meses,
Speaker:E depois... Aí a minha mãe tá aqui com a gente, né?
Speaker:A gente vai ter que segurar ele até um ano pra botar na creche.
Speaker:Eu... Ó... Eu botaria com 5 meses, assim A minha mãe é que tá mais apaixonada
Speaker:Que é que ele fica em casa Então ele vai ficar com a gente
Speaker:Mas será que é fácil colocar crianças na creche aqui?
Speaker:Não, a creche... Não sei, estou perguntando porque tem países que é bem difícil. A creche é outra novela.
Speaker:Existem creches públicas, né? Eu cheguei a olhar algumas, mas o problema são as vagas.
Speaker:Para você conseguir, tem uma lista de espera imensa. Você se inscreve lá e aí você vai ter
Speaker:para ver se vai ter ou não vaga. O ano letivo inicia em setembro, então você vai saber só lá em setembro
Speaker:os planos que você se inscreve agora em março, numa pré-inscrição. Você vai saber só lá mais próximo de setembro
Speaker:se você conseguiu vaga ou não, porque aí vai depender das crianças que saíram, que cresceram, etc.
Speaker:As privadas acontecem também de não haver vaga, por incrível que pareça, porque no Brasil a gente tem uma ideia
Speaker:que se for privado sempre tem. Eu tinha essa ideia, por exemplo. E não, aqui não é sempre não.
Speaker:Eles têm lá o tamanho, eles não aumentam aquele tamanho que eles podem comportar só porque você
Speaker:quer possuir ele lá. Então, o que a gente fez? A gente conseguiu olhar algumas crestas aqui perto da minha casa.
Speaker:E aí nós fomos lá, conhecemos, gostamos, e aí escolhemos uma e já fizemos uma pré-inscrição
Speaker:pra ele entrar em setembro ou novembro.
Speaker:Novembro ele faz um ano.
Speaker:Mas em setembro ele vai ter 10 meses. Se...
Speaker:A gente não tem certeza como ele vai estar, se ele vai estar bem desenvolvido, se ele já vai estar...
Speaker:A moça mesmo da creche diz que é mais interessante colocar eles quando eles começam a andar
Speaker:porque eles interagem mais, é melhor e tudo assim, mas se a gente precisar colocar ele
Speaker:com 10 meses e talvez ele não esteja andando, também é possível.
Speaker:Então a gente fica o inhaberto ainda da data que ele vai entrar, mas já escolhemos a creche e tudo.
Speaker:Mas não é fácil não, você precisa olhar isso das vagas com bastante antecedência,
Speaker:às vezes perto da sua casa não vai ter, você vai ter que procurar uma mais longe de casa.
Speaker:Quando você trabalha fora, você pode tentar perto do seu trabalho, né?
Speaker:Mas quando não, você vai ter que tentar em outro lugar.
Speaker:A crédito que vocês escolheram, ela é paga, então? Privada, nós vamos pagar.
Speaker:É privada? Sim. A empresa que vocês trabalham tem esse tipo de auxílio? É muito caro?
Speaker:Eu não sei se o governo também dá algum tipo de auxílio para a criança.
Speaker:Tem alguns lugares que tem esse tipo de ajuda?
Speaker:Sim, aqui nós temos... Eles têm alguns abônus, que eles chamam, né?
Speaker:O pré-natal todo mundo recebe, que é o abono antes da criança nascer, do terceiro mês ao nono mês você recebe.
Speaker:Eu não lembro qual foi o valor para entender. Mas sim, recebe. Recebe um valor?
Speaker:Por mês você vai receber um valor que é calculado de acordo com o seu escalão de rendimentos.
Speaker:Eles utilizam a sua declaração de imposto de renda para descobrir qual é o seu escalão de rendimentos.
Speaker:Se você pode ser do primeiro, segundo, terceiro, quarto ou quinto, se não me engano.
Speaker:Aí tem uma lista de valores.
Speaker:E aí, dos seus rendimentos, dividido pelo seu agregado, que são as pessoas que dispõem daquele rendimento, como você.
Speaker:Aí eles fazem um cálculo e dizem qual é o seu agregado. Aí, constante aquele agregado, você vai receber um valor do governo todo mês.
Speaker:Quanto maior o seu escalão, significa que você tem mais rendimentos,
Speaker:menor esse valor. E se você tiver um quinto escalão, que seriam os rendimentos mais
Speaker:mais alto você não recebe nada.
Speaker:Aqui nós caímos no quarto escalão, então a gente recebeu um pouquinho.
Speaker:Quanto foi? Eu não lembro. Acho que foram 50 euros.
Speaker:Algo assim. Não foi muito, assim. Foi mais de 50 euros. Durante todo o período de gravidez.
Speaker:Se você entrar depois de um tempo, você recebe ele retroativo, direitinho lá.
Speaker:Depois com a criança nasce, tem o que eles chamam aqui de abono-família,
Speaker:que aí é algo parecido com esse pré-natal.
Speaker:Eles também calculam de acordo com o seu escalão, só que ele tem outros valores.
Speaker:Esse a gente caiu também no 4º escalão, acho que foi... acho que é 60 e poucos.
Speaker:É 67, alguma coisa assim, o valor que a gente recebe. Até atualizou recentemente, aumentou um pouquinho, porque daí muda o índice que eles usam para calcular,
Speaker:aí atualiza esse valor e às vezes você muda de rendimentos e aí você muda de escalão,
Speaker:você para de receber, provavelmente é o que vai acontecer com a gente,
Speaker:porque quando... como o meu marido começou a trabalhar, vai mudar o nosso rendimento final lá pra Segurança Social,
Speaker:provavelmente a gente não vai mais receber, mas...
Speaker:Depende do seu escalão. E aí você recebe por mês esse valor.
Speaker:Aí, depende do seu rendimento, tá qual o valor das creches. As creches públicas você também paga de acordo com o seu rendimento também.
Speaker:Se você tiver o primeiro escalão, que são as pessoas que têm um rendimento menor, você não paga, mas depois você paga valores, vamos dizer, simbólicos
Speaker:você não paga muito, mas paga. A creche que nós escolhemos aqui, a gente vai pagar 300 euros por mês.
Speaker:Não é barato, mas... é, pra Portugal é um valor bem pesado é alto, é alto, não é barato, mas por que a gente escolheu? Ela é bem perto da minha casa,
Speaker:É uma criança pequena, não tem muitas crianças, não vai ter crianças grandes, porque...
Speaker:Aí eu tô falando do que eu li, porque eu ainda não tinha sido mãe, né?
Speaker:Não sei como vai ser, mas pelo que eu li, é melhor que você tenha crianças menores,
Speaker:a sua criança vai ter mais atenção.
Speaker:Se tiver crianças muito grandes, podem brincar juntos, pode acontecer alguma coisa, pode,
Speaker:machucar e etc. Então, se você puder, para ser uma criança menor e etc.
Speaker:A gente escolheu essa e a gente mora numa região que não é assim...
Speaker:Não tem muita criança, vamos dizer assim. E aí, corri o risco de não ter nem muita vaga lá também.
Speaker:Então a gente já fechou pra já deixar resolvido, sabe? E Portugal tem isso, né? Portugal quer muito
Speaker:que as pessoas tenham filhos, porque eles têm problemas com a natalidade, mas não tem vaga nas creches.
Speaker:Como é que faz, né? Não sei. Tem que só resolver essa conta aí.
Speaker:Tem uma estrutura, né? Pra que se...
Speaker:As pessoas queiram ter, né? Porque se uma mãe, por exemplo, se você não tivesse uma rede de apoio.
Speaker:Como que faria, né? Quem é que não tem uma rede de apoio, como que faz, né?
Speaker:E é muito comum... Se não tem onde deixar a criança. É muito comum que as crianças entraram novinhos, com 4 meses, na creche mesmo.
Speaker:Eu acompanho várias mães que precisaram porque elas não tinham opção.
Speaker:Tinha mesmo que ser. Tem uma outra coisa que eles têm aqui, que são as amas.
Speaker:Que são as babás, que é o que eles chamam de alma.
Speaker:E a segurança social credencia algumas AMAs pra você deixar o seu bebê lá Elas podem pegar no máximo 4 crianças, se não me engano,
Speaker:É um valor um pouco mais barato que a creche,
Speaker:Você só tem que confiar na pessoa e deixar lá Aí é uma escolha sua
Speaker:Porque nos lugares onde a creche não tem vaga e você não pode pagar o valor da creche privada
Speaker:As vezes é o que tem que fazer, é a alma. Se você não tiver como rede de apoio, vai ter que ser a alma mesmo.
Speaker:E aí tem essas que são denunciadas pela segurança social. Se não me engano, no site eles mesmos te dão uma listagem pra você avaliar e tudo lá.
Speaker:E as crianças que são novinhas mesmo, com 4 meses, porque a maioria trabalha, a maioria
Speaker:esmagador do trabalho.
Speaker:Eu queria voltar um pouquinho, porque a gente falou da sua gravidez, mas não falou muito como que foi essa parte do acompanhamento.
Speaker:Você até falou que a sua gravidez foi de risco, né? Sim, sim.
Speaker:Que teve que ter um acompanhamento.
Speaker:Isso foi pela saúde paga, particular ou pública? Como que é o sistema aqui?
Speaker:Bom, a saúde pública em Portugal, ela tem passado por alguns momentos difíceis agora.
Speaker:Mas no modo geral ela é boa, eu conheci muita gente que teve muita experiência boa, mas também teve experiência ruim.
Speaker:A imigração é assim, é muito individual a experiência
Speaker:Mas eu escolhi a privada porque eu queria uma obstetra O acompanhamento aqui, em geral é feito num centro de saúde
Speaker:Ou então, enquanto a gravidez é de risco, eles encaminham já pro hospital da sua residência
Speaker:E o hospital da minha residência não era um hospital que eu gosto, assim.
Speaker:Eu pesquisei muito sobre os hospitais, sobre os hospitais que te oferecem parques humanizados, etc.
Speaker:E o da minha residência não era um deles.
Speaker:Então, eu não estava satisfeita com essa ideia de ter o bebê lá.
Speaker:Aí, pesquisando possibilidades, eu encontrei uma obstétrica privada, que atendi por meu seguro-saúde.
Speaker:Aqui é seguro saúde, não é plano de saúde como a gente conhece no Brasil, né?
Speaker:A gente precisa sempre pagar uma parte do tratamento, mas é uma parte bem pequena, assim.
Speaker:E aí, aí eu decidi ir na obstetra privada pra ver se eu ia gostar dela, porque o acompanhamento do centro de saúde ia ser com o hospital já.
Speaker:Eu nem ia passar pelo centro de saúde, porque quando a sua gravidez não é de risco, você é acompanhada pelo centro de saúde por uma médica de família.
Speaker:Nem é um obstetra. Você vai ter contato com o obstetra, mas no fim da gravidez, que é quando eles vão olhar quando é que você vai ter o bebê,
Speaker:se tá tudo bem com o bebê pra ele nascer, qual via vai nascer e tudo, eles sempre preferenciam
Speaker:Então, aqui é o passo natural também.
Speaker:Só fazem cesariana em casos onde realmente é muito necessário Então, não tinha... eu não estava satisfeita assim, não estava me sentindo segura com esse acompanhamento
Speaker:Aí, conheci uma observatória privada, que eu gostei bastante.
Speaker:E eu tive que ser acompanhada também por outra médica Que era uma médica de... aqui tem uma especialidade que chama Medicina Interna
Speaker:Eu não lembro no Brasil alguma coisa que seja correspondente,
Speaker:Mas ela era uma médica que foi... que trabalhou muitos anos aqui numa das maternidades públicas aqui.
Speaker:Eu descobri ela pesquisando em fóruns de grávidas.
Speaker:Eu sou pessoa que pesquisa muito, infelizmente, não é bom sempre.
Speaker:Mas eu encontrei ela... Então, deixa eu pegar...
Speaker:Senhora, você precisa por causa do tipo de médica.
Speaker:Quando a gente fala médico da família, é o nosso clínico geral, né?
Speaker:É, sim. É, certo?
Speaker:Eu nunca perguntei, mas eu sempre assumi.
Speaker:Porque quando a gente vai fazer alguma coisa sempre com o médico da família, sempre te vê como o mesmo.
Speaker:Então é isso. Eu acho que sim.
Speaker:É um conceito, eu acho, na verdade, que em São Paulo tinha esse conceito. Ah, tá.
Speaker:No hospital, quando eu trabalhava lá em São Paulo, tinha clínicas dentro da empresa e tinha o conceito de médico de família.
Speaker:Que é um médico que ele realmente vai ter toda a história, que ele vai fazer exames desde o coração até...
Speaker:E ele que vai redirecionar seria o clínico geral? Mais ou menos.
Speaker:Só que tem um acompanhamento para cada pessoa. Aquele médico vai ter um grupo de famílias.
Speaker:É, acho que é por aí.
Speaker:Mais ou menos. Tá bom, tá bom. Aqui eles têm esse perfil também.
Speaker:E a medicina interna é como se fosse um médico de família, assim, que ele consegue ver todo o contexto.
Speaker:Mas ele olha bastante aquelas doenças que são mais, vamos dizer assim...
Speaker:Relacionadas. Por exemplo, quem tem problemas circulatórios geralmente tem algum problema no
Speaker:sangue, geralmente tem colesterol, geralmente tem ali uma outra coisa junto, então ele olha todas
Speaker:as doenças, entendeu? A minha, no meu caso, foi porque eu já sou hipertensa já, há muitos anos,
Speaker:de família, e eu tinha diabetes gestacional, que é uma doença que às vezes aparece durante a,
Speaker:gravidez. E eu tinha desde o primeiro trimestre, então eu precisava controlar bastante os meus,
Speaker:e aí eu podia só com obstetra, mas é legal você ter uma outra médica que olhe tudo isso junto,
Speaker:porque já era hipertensa também. E aí eu fui procurar uma obstetra também que fosse bastante
Speaker:experiente, porque eu queria alguém que estava bastante insegura, com medo e tudo assim. Então.
Speaker:Eu fui acompanhada por essas duas. Então eu tinha todo mês as duas. No início da gravidez eu tive
Speaker:bastante dificuldade com a diabetes sensacional, então eu ia mais vezes na medicina interna,
Speaker:porque ela precisava me ajudar, a gente precisava trocar o tratamento quando não dava certo,
Speaker:então assim, tinha muito a ver com alimentação, mas eu precisava tomar medicamentos, etc
Speaker:então a gente ia lá e trocava o medicamento, a dosagem certa, então eu precisei ir mais vezes,
Speaker:depois que eu cheguei ali pelo quarto, que tudo mesmo assim, aí ficou tudo estável e fui bem até o final da gravidez Não precisei mais...
Speaker:Assim, foi bem tranquila, bem mesmo mas sempre fui bem acompanhada e todo mês fazia os exames,
Speaker:fazia ultrassons, que é o que eles chamam de ecografias,
Speaker:fazia as ecografias Se você faz acompanhamento pelos médicos particulares, os exames também são pagos?
Speaker:Tudo fica no particular? Sim, fiquei tudo no particular, sim Eu acho que se eu fosse...
Speaker:Eu acho que se fosse o oposto, se você fosse na clínica e o médico de família, que é público, te recomendasse, você poderia ir no particular com a co-participação do governo.
Speaker:Isso. O oposto pode ser feito. Mas quando já vem direto do particular, você tem que pagar por tudo, certo?
Speaker:Sim. Você gastou um dinheirinho.
Speaker:Foi uma gravidez um pouco cara. Foi sim, gastei um dinheirinho sim.
Speaker:Mas olha, com o seguro saúde eu consegui levar bem, assim, porque eu gastava, vou botar uma média de valores assim,
Speaker:as consultas eram 15 euros toda vez que eu ia.
Speaker:As ecografias eram mais 8 euros por aí, porque na minha gravidez, como a minha obstetra tinha
Speaker:com aparelho de ecografia no próprio consultório, eu fazia toda vez que ia lá.
Speaker:Então, fiz ali mais 8 euros assim e exames mais uns 20, porque eram sempre as mesmas análises sanguíneas, sabe?
Speaker:Então, eles repetiam as mesmas análises de vez em quando pra poder ir acompanhando.
Speaker:E então, era mais ou menos uns 50 todo mês, não foi tão caro, poderia ser muito mais, mas não foi.
Speaker:É, é. É o valor de um ginásio bom, hein? Ginásio mais caro.
Speaker:Não foi nem o...
Speaker:Creche né? creche, a creche, sim. acabou saindo o valor que o governo te deu todo mês,
Speaker:sim, foi para pagar os exames. o que pesou para nós foi o parto, que eu paguei uma parte,
Speaker:tive que pagar uma parte de parto. então, eu queria perguntar, o parto foi pago e foi no hospital particular
Speaker:porque eu tô aí, tô perguntando, tô fazendo um mini curso aqui com a Carol agora no podcast, tá gente?
Speaker:É a pergunta, já aproveitando para fazer o minicurso, mas é no sentido de que eu ouvi e até portugueses já me falaram isso, o pessoal do meu time, que aliás é muito experiente, eles têm muitos filhos, e eles falaram assim, se você for ter filho um dia você tem que ir para o hospital público.
Speaker:Não, mas e se eu quiser pagar? Não, não adianta. Eu fiquei sem entender. Eles basicamente explicaram,
Speaker:que mesmo que você se você passar mal ou precisa de algum socorro, eles não têm a estrutura no
Speaker:particular que tem no público, então eles vão te encaminhar para o público no final das contas.
Speaker:Mesmo você pagando. Eu fiquei sem entender nada. Tudo bem que o seu caso era um caso já que ia
Speaker:de cesárea por conta dos riscos, né? Diabetes gestacional, geralmente, a maioria é cesárea.
Speaker:Não, então, não. Aí que tá. Todo mundo é enganado nessa. Não. A minha via de parte
Speaker:preferencial era a parte natural mesmo. Porque pra você fazer uma cirurgia numa pessoa que
Speaker:tem diabetes gestacional é pior, sabe? A questão do diabetes gestacional é, que a
Speaker:minha obseta começou comigo. Quando você tem que tomar medicamento, se você não entrar
Speaker:trabalho de parto naturalmente até as 39 semanas, aí é preciso induzir o parto.
Speaker:Porque aí começa a ficar perigoso. Mas até as 39 semanas, se o bebê não estiver crescendo demais, porque o grande problema da diabetes assassinal são os
Speaker:bebês grandes, são os bebês enormes, muito grandes. Como o meu bebê não estava, estava
Speaker:dando os parâmetros para a idade dele e tudo, então assim, não tinha perigo, a gente
Speaker:A gente podia levar até os 39.
Speaker:Aí, qual é a questão do público aqui? Os hospitais particulares, inclusive, aqui, eles não aceitam receber grávidas,
Speaker:com menos de 32 semanas, por causa das UTIs neonatais.
Speaker:Eles não aceitam, inclusive porque as UTIs neonatais ficam muito caras no privado.
Speaker:Muito, muito caras. A minha obstética mesma não tinha me dito.
Speaker:Se você entrar em trabalho de parto antes das 32 semanas, você vai pro público.
Speaker:A gente conversou sobre isso, escolhemos um hospital, cheguei aí, conheci um hospital
Speaker:público para poder me direcionar lá caso fosse preciso e tudo. Mas em termos de
Speaker:vamos dizer assim, de estrutura, é mais para criança, para as UTIs neonatais,
Speaker:porque para fazer a cirurgia, se fosse necessário ou ter o parto normal, os.
Speaker:Os privados também têm. É uma questão que, nos privados, existem mães que escolhem a via de parto,
Speaker:elas escolhem fazer cesariana, entendeu?
Speaker:E no público, não é possível escolher a via de parto.
Speaker:Você vai sempre ser assim, vai ser...
Speaker:Se chegar a data, vai induzir ou você vai entrar em trabalho de parto naturalmente.
Speaker:Se o parto estiver sendo complicado, se houver indicações ali no meio do trabalho de parto,
Speaker:Você vai fazer uma cesariana, mas você não tem como escolher a via de parto
Speaker:E os obstetras privados, se você combinar com ele, ele vai aceitar Ele vai marcar a cesariana e fazer, entendeu?
Speaker:É por isso que as pessoas, às vezes, escolhem o privado Eu só escolhi o privado, mas porque eu queria ficar com a minha obstetra,
Speaker:Porque o que ia acontecer?
Speaker:Eu fui acompanhada no privado e a minha obstetra já não atende nenhum hospital público,
Speaker:Então, eu não tinha como encontrar ela em algum hospital público,
Speaker:e eu ia ter que ter o meu parto com uma obstetra que eu não conheço, não foi ela que me acompanhou, sabe?
Speaker:Então, era mais uma segurança minha, mesmo sabendo que eu ia ter que pagar uma parte do parto,
Speaker:e eu decidi fazer só porque eu fiquei insegura mesmo.
Speaker:Cheguei a conhecer um hospital... O seguro, ele cobre, então, uma parte?
Speaker:Cobre uma boa parte. Não necessariamente que você precisa pagar tudo.
Speaker:Dependendo da sua modalidade de seguro, inclusive, ele paga quase tudo.
Speaker:A franquia é baratinha, 200 euros, algo assim, baratinha, né?
Speaker:É um valor pagável, sabe? Não são 10 mil euros, né? Não, é um valor pagável.
Speaker:O seguro que eu tenho pela empresa é que não pago tudo. Então eu paguei mil e poucos, 1200 euros, algo assim.
Speaker:Foi me preparando pra isso, enquanto eu era grávida, porque eu sabia que eu ia ter que pagar.
Speaker:É possível você saber antes também, sabe?
Speaker:Você liga lá no seguro, ou então você acompanha as suas coberturas,
Speaker:você tem como entrar em contato com o hospital descobre quanto é que é o valor ele te fala
Speaker:isso também é um ponto né você mudou de empresa quando você mudou de empresa trocou o seguro?
Speaker:Trocou o seguro mas eu não tive carência não tive
Speaker:aqui eles tem uma coisa interessante que se você trocar de seguro mas você pegar uma carta,
Speaker:não sei o nome declaração da saúde uma coisa você é isento dessa carência Então eu não tive carência
Speaker:Aí, você é possível saber o valor antes, então você vai se preparando se for o caso, sabe?
Speaker:Os públicos são bons os hospitais aqui, isso é verdade Os hospitais são bons,
Speaker:Mas eu só fiquei insegura porque a minha biceps não ia estar lá, sabe?
Speaker:Eu me afeiçoei muito a ela, eu passei uma situação...
Speaker:Enquanto eu estava grávida, a minha cunhada, esposa do irmão do meu marido, estava grávida também
Speaker:E ela sofreu pré-câmpus com 29 semanas, o meu sobrinho nasceu com 29 semanas,
Speaker:E eu estava grávida, e eu já tinha pressão alta E aí, assim, o que aconteceu comigo? Fiquei doida, né?
Speaker:Falei, vai acontecer comigo, certamente, vai acontecer, não vai dar certo e o neném vai, sabe?
Speaker:Meu sobrinho tá super bem, graças a Deus, mas foi uma barra, sabe?
Speaker:Foi uma barra. Ele ficou dois meses na UTI e na Natal. Foi uma barra mesmo.
Speaker:Então eu fiquei muito insegura nessa época. Então eu me ofecioei muito a minha obstécula porque ela me tranquilizava
Speaker:de todas as formas possíveis pra eu ficar calma.
Speaker:Que a gente tava acompanhando tudo, que tava dando tudo certo, etc.
Speaker:Então eu não queria que ela não estivesse lá, sabe? Eu tava assim, bem...
Speaker:Estava bem assim, com medo mesmo de ela não estar lá. Então foi por isso que eu optei pelo privado,
Speaker:porque eu conheci os hospitais públicos e eles são bons, eles têm boas, boas...
Speaker:É possível escolher qual o hospital que você vai se direcionar, né? Eles não podem te recusar,
Speaker:porque você não é daquela área, né? Exatamente. Eles têm que te atender. Deixa eu perguntar uma
Speaker:o teu filho nasceu já com a cidadania portuguesa já ele é português sim ele é português já foi
Speaker:registrado direitinho ele é português curiosamente tem aqui para você registrar o bebê você tem que
Speaker:levá-lo ao cartório então com cinco dias de vida o meu bebê foi um bebê assim não é isso sabe
Speaker:Fiquei pensando nisso exatamente quando tive que levá-lo.
Speaker:Mas eu cheguei lá no cartório, ele se chama Pedro, aí ela...
Speaker:Ah, esse é o bebê, como ele chama a gente? Ele chama Pedro, então ela olhou pra ele, ela olhou de fato pra ele, assim, tipo, realmente tem um bebê ali dentro
Speaker:Aí ela foi explicar pra gente como funcionava e tudo, porque ela tem que explicar que a gente tá concordando em registrar o bebê,
Speaker:Que ele vai ser português, que a gente não tá a serviço do Estado brasileiro, porque acho que não poderia se fosse,
Speaker:e então tem que fazer tipo um discurso, sabe?
Speaker:Pra gente concordar e depois você assina lá e diz que concorda sim, eu concordo com aquilo ali,
Speaker:e aí ela faz o registro dele ele tem aquele cartãozinho da União Europeia?
Speaker:Ele tem o cartão cidadão, esse que você tá falando é, é, de europeu mesmo
Speaker:isso, e teve que tirar a foto recém-nascida, muito bonitinha a foto, inclusive porque ele tava dormindo.
Speaker:E a gente não conseguia direcionar ele na foto.
Speaker:Costou conseguir, mas ele tem tudo. Aí ele já sai com todos os números que a gente, quando chega, precisa fazer, sabe?
Speaker:Já tem o cartão cidadão, já tem o utente, já tem tudo. O número da saúde, já tem o NIF, já tem tudo.
Speaker:Tudo certinho.
Speaker:Mas ele tem a... ele também tem a certidão brasileira? Eu não sei como que...
Speaker:Ó, a gente não fez ainda, né? Mas a gente vai fazer.
Speaker:A gente não fez... Mas ele tem direito, né? Sim.
Speaker:Sim, pelo que eu li. Mas tecnicamente se você entrar com ele no Brasil ele entra como turista, então.
Speaker:Ele é portugues. Ele não tem passaporte ainda, mas...
Speaker:Flamoça, ele só pode ficar aqui durante três meses, senão ele vai estar ilegal no país.
Speaker:Curioso, né? Sim, ele já tem. Interessante, interessante.
Speaker:É, e aí que tem toda uma burocracia, e esse processo de volta pra pegar a certidão brasileira, né, o CPF,
Speaker:É um processo humoroso que também a gente não percebe, mas a gente nasceu no Brasil, isso já tava lá,
Speaker:Mas que eu percebo quando a pessoa tem o filho fora e vai tentar fazer esse processo ao contrário é bem complexo.
Speaker:Aqui nós precisamos ir ao consulado, não precisa levar o bebê, é melhor.
Speaker:E aí você vai lá e precisa preencher o formulário, levar os documentos dos pais e pronto. E aí levar.
Speaker:Aqui tem uma questão também, se você tiver o filho no hospital público,
Speaker:a maioria deles tem um balcão cidadão, que é o nome, onde você pode ir lá mesmo registrar.
Speaker:Os hospitais privados aqui não tem.
Speaker:E aí você precisa ir lá no cartório, aqui chama notário, né?
Speaker:Que é o... Como é? Registro de... Registro natural, algo assim que é o nome.
Speaker:E aí você leva o bebê lá pra ver.
Speaker:E quantos meses que teu filho tem? Ele vai fazer quatro meses semana que vem.
Speaker:Tem três mesinhos... Quatro meses.
Speaker:Music.
Speaker:Que a sua mãe tá aí, né? Ainda tem a questão da sua mãe, né?
Speaker:É, sua mãe, eu não sei se ela tá morando aqui ou não, mas acaba sendo uma rede de apoio e eu imagino,
Speaker:que seja uma grande rede de apoio pra um casal, né? Que trabalha e, enfim, pra rotina, né?
Speaker:São seis mãos ao invés de quatro e tudo se torna um pouco melhor.
Speaker:Eu não sei o quanto isso, como que tá sendo a questão perpério, porque por mais que você tenha a sua mãe próxima,
Speaker:eu acho que rede de apoio não é só você ter alguém que você conhece, porque às vezes as opiniões não são as mesmas,
Speaker:o que você quer pro seu filho às vezes não é o que a sua mãe quer, enfim, a convivência não deve ser,
Speaker:a mesma situação aqui, então assim, por mais que meu marido seja um santo, se dê super bem com a minha mãe, enfim,
Speaker:é uma pessoa diferente, né, ali do casal, opinando, dando, né, e como que tá sendo, se você tem rede de amizades,
Speaker:de, você fala que você lê, mas como que é essa questão do ser mãe, né, se você procura,
Speaker:Aonde você procura apoio e como tá sendo essa fase do Puerpério?
Speaker:Olha, o Puerpério é muito doido, viu? Muito doido, é um sentimento muito doido, assim.
Speaker:No início, quando eu cheguei em casa com o bebê, uma sensação enorme de meu Deus, o que que eu faço com esse bebê aqui agora, sabe? Meu Deus do céu.
Speaker:E aí vai passando, você vai aprendendo, vai entendendo. A minha mãe ajuda super.
Speaker:Nossa, é uma... sabe? Especialmente no gerenciamento da casa, porque se eu tivesse que fazer tudo,
Speaker:eu não sei como seria, sinceramente. E Diego não teve licença. Então, assim, ia ser difícil.
Speaker:A gente ia conseguir, certamente, mas ia ser mais difícil. Ela ajuda muito.
Speaker:Mas, né, como toda mãe, opina bastante.
Speaker:Mais, de sofrer não é o sucesso.
Speaker:E nós somos criados de modos muito diferentes também, né? Tipo assim, hoje em dia a gente tem vários...
Speaker:A gente tem mais estudos sobre o que funciona pro bebê, o que não funciona.
Speaker:A minha mãe não tinha tanta informação na época, sabe? Então ela fez de acordo com as informações que ela tinha, sabe?
Speaker:Então hoje em dia, ela acaba que aprende muitas coisas também comigo.
Speaker:Porque assim, eu pesquiso sobre o assunto, converso com a minha pediatra.
Speaker:A minha pediatra, encontrei a minha pediatra brasileira, que eu gosto bastante também.
Speaker:A nível cultural faz diferença, ser uma pediatra brasileira, sabe?
Speaker:Faz bastante diferença. E ela é muito, assim, atenciosa.
Speaker:Eu, como mãe de primeira viagem, o neném dá uma tosse e eu já fico, né?
Speaker:Meu Deus, o que que tá acontecendo?
Speaker:A gente já começa a perceber se ele tá bem, se ele não tá e tal.
Speaker:Então, assim, ela me responde, eu mando o vídeo, ela vê, ela avalia, fala não, não precisa trazer, se ela achar que precisa levar, ela fala, traz ele aqui.
Speaker:Então, assim, não é fácil não, sabe? É uma rede de apoio que custa alguma coisa.
Speaker:Custa sim, mas ajuda muito. Não vou dizer pra você que não ajuda, porque ajuda.
Speaker:Eu conheço muitas mulheres que foram mães junto comigo, com diferença de poucos meses,
Speaker:então a gente conversa bastante. Muitas delas eu só conheço pela internet,
Speaker:porque elas moram no Brasil. Outras moram em outros países, então, assim,
Speaker:conheço elas pela internet, mas ajuda muito escutar.
Speaker:Quando a gente tá ali preocupado, ansioso, sabe? Por exemplo, eu tive muitos problemas com a amamentação no início,
Speaker:foi muito difícil a amamentação pra mim, tudo.
Speaker:Então foi legal conversar com outras mães que tiveram também as mesmas coisas,
Speaker:Porque tem coisas que ninguém te conta, sabe?
Speaker:Você pode estudar muito, ler sobre tudo e etc. Mas tem coisas que ninguém te conta.
Speaker:Por exemplo, o bebê chora muito nos primeiros meses. Isso é normal.
Speaker:E eu ficava, meu Deus, esse bebê tem alguma coisa errada. Ele chora muito.
Speaker:Meu Deus, por que ele chora tanto? Eu tô fazendo alguma coisa errada.
Speaker:E aí você pensa, não, é normal, ele vai chorar. Ele não sabe fazer outra coisa.
Speaker:Fica calmo. Você vai entendendo o que ele vai precisando. Calma, tudo.
Speaker:Então, assim, é um sentimento muito doido, assim.
Speaker:O que eu fiz agora que o bebê tá chorando? O que eu fiz agora? Agora ele dormiu muito, agora ele dormiu pouco. E agora? Tá certo, tá errado, sabe?
Speaker:Essa mente, esse sentimento muito doido, assim.
Speaker:A minha mãe ajuda muito, mas é uma ajuda que custa às vezes, viu?
Speaker:Mas tem que encontrar, tá? É aquilo que você falou, encontrar uma profissional, que nem você encontrou
Speaker:uma pediatra brasileira, eu acho que faz total diferença, assim.
Speaker:Sim, faz. Porque realmente, se você vai pra um médico que... É uma outra cultura, né?
Speaker:Existe muito aquela coisa de dizer que existe o jeito da mãe latina.
Speaker:Eu não sei o que é, mas existe, não sei se as mulheres que são da América Latina são mais preocupadas,
Speaker:o que que acontece, mas existe uma mudança cultural e aí você encontra,
Speaker:acaba sendo também parte de sua rede de apoio esse tipo de profissional.
Speaker:Sim, foi, foi sim. Eu não sei dizer pra você se eu senti diferença nesse sentido assim, de como as portuguesas tratam os filhos ou... não sei, assim.
Speaker:Mas eu sinto diferença no quanto é atenciosa a minha pediatra.
Speaker:Porque é muito comum, por exemplo, os pediatras não darem o contato para os pais.
Speaker:Do telefone ou só responderem por e-mail, sabe? Mas eu acho que eu ficaria bem nervosa se eu tivesse que,
Speaker:tratar com o pediatra do meu filho sentindo alguma coisa só por e-mail, sabe?
Speaker:Eu acho que eu ia ficar, meu Deus do céu, ele não vai ler isso? Não?
Speaker:Pelo amor de Deus, qual hora ele vai me responder? Eu acho que eu ficaria, sabe, bem agitada.
Speaker:Então ela é super solista. Sempre que ela vê, ela...
Speaker:No início, a gente teve uns probleminhas de ganho de peso, então eu levei lá mais vezes.
Speaker:Um dia ela me ligou, ó.
Speaker:Tá tudo indo bem, pode ficar tranquila, eu tenho acompanhada aqui os pesos, sabe?
Speaker:Então assim, fez diferença pra mim sim, me tranquilizou bastante.
Speaker:Nas consultas ela conversa muito comigo também, porque assim, a mãe é meio que esquecida, sabe?
Speaker:Tipo, todo mundo tá preocupado com o bebê, a mãe é meio que, tá ali só dando mamar, resistindo, sabe?
Speaker:Então, ela conversa muito comigo, como é que eu tô me sentindo, como é que vai ser a minha volta ao trabalho
Speaker:se a gente vai ter que dar leite artificial, se a gente vai conseguir manter a amamentação.
Speaker:Aqui eu fui fazer uma consulta pré-natal, pra conhecer ela antes de ele nascer, pra
Speaker:saber se eu queria continuar com ela.
Speaker:Então ela sempre foi muito aberta comigo, você vai querer amamentar, você não vai,
Speaker:como vai ser pra você a volta do trabalho, ele vai logo pra creche, você trabalha como
Speaker:autônoma, pra gente poder montar uma... pra gente poder mandar uma rotina pro bebê, sabe?
Speaker:Ter um plano de como vai acontecer essa volta.
Speaker:Então assim, me senti muito apoiada por ela também, gosto muito dela.
Speaker:Eu não tenho muitas amizades aqui, eu falhei nesse ponto. Mas na verdade, logo que eu ia começar a encontrar as pessoas, eu conheci muita gente que mora aqui,
Speaker:mas eu não encontro com eles, inclusive com você, não encontrei ainda, por exemplo.
Speaker:Encontro com as pessoas, sabe?
Speaker:Mas, quando eu ia começar a se solidificar mais, veio a pandemia.
Speaker:Ficamos todos presos, né?
Speaker:Então, agora a gente tá voltando aí devagar pra fazer essa...
Speaker:Sim, e agora teve o bebê, o Puerperi, toda uma rotina nova.
Speaker:Agora você vai voltar em breve a trabalhar mais uma coisa na rotina,
Speaker:até orquestrar tudo, né?
Speaker:Sim. casa, serviço, filho...
Speaker:Com certeza somos privilegiados de poder trabalhar de casa, então assim, não tem nem como imaginar, né, o tanto de privilégio, mas com grandes poderes, vem grandes responsabilidades.
Speaker:Já dizia lá o moço do Homem-Aranha. E aí, com o fato de você estar trabalhando de casa com uma criança, também implica que o seu cérebro está o tempo inteiro sendo requisitado de dois caminhos, né, diferentes.
Speaker:Então, sobrecarrega muito mais, você imagina E como você deve estar agora pensando, né?
Speaker:Porque daqui a pouco volta aquela rotina, né? Então dá aquela ansiedade, aquela coisa,
Speaker:Todos os dias eu peço, todos os dias Porque ao mesmo tempo que eu tô sentindo muita falta de ser alguma coisa além de ser mãe, sabe?
Speaker:Hoje em dia eu sou mãe 24 horas por dia, sabe? Então, eu sinto falta de ser outra coisa, de ser profissional,
Speaker:Também, ao mesmo tempo que eu sinto falta disso, eu fico me perguntando que tipo de profissional eu vou ser,
Speaker:Porque eu vou ter uma outra grande parte da minha vida, né?
Speaker:Eu vou ter duas coisas ali concomitantes Muitas vezes o meu filho vai ser a minha prioridade, como que vai ser essa volta, sabe?
Speaker:Então eu penso muito nisso,
Speaker:Tava brincando com uma colega outro dia que, inicialmente, no início eu ficava pensando assim
Speaker:Ai meu Deus, será que eu ainda sei fazer um IFE?
Speaker:Hoje em dia eu não sei nem se eu sei ligar o computador mais Porque realmente a minha cabeça já está toda tomada por outros assuntos, etc.
Speaker:Então não sei como vai ser. É o meu grande desafio agora, pensar como vai ser essa volta.
Speaker:Me tranquilizar para que essa volta seja o melhor possível também.
Speaker:Porque a gente fica muito ansiosa e às vezes não é tão ruim como foi quando eu contei com a gravidez, como é que foi.
Speaker:Então às vezes nem vai ser tão ruim quanto eu penso.
Speaker:Mas tenho pensado todos os dias.
Speaker:Sim, tem o episódio com a Thaisa. Tu falou que está no meio, no final ela vai contar a experiência dela
Speaker:de como que foi essa volta ao trabalho e como, dependendo da cultura do país e também da
Speaker:empresa, acaba influenciando positivamente ou negativamente.
Speaker:Então espero que a tua continue positivo como foi no primeiro momento da gravidez.
Speaker:E pra fechar, eu queria que tu deixasse também, avaliasse tua experiência em geral em Portugal,
Speaker:tem bastante coisa diferente em quatro anos.
Speaker:E o que que tu aprendeu nesse tempo falando de e aí fica totalmente aberto para te pensar,
Speaker:se foi a chegada, foi a pandemia, foi a gravidez, foi o pós gravidez.
Speaker:O que que tu deixaria de conselho para se fosse a Carolina lá atrás que estivesse pensando em vir para o Portugal agora, o que que tu aprendeu
Speaker:que tornaria a experiência um pouco diferente ou melhor?
Speaker:Eu acho que eu devia confiar mais no meu instinto também, principalmente, de achar que... de estar
Speaker:sentindo que vai dar certo, fica calma, vai dar certo, porque dá certo. Às vezes parece que não
Speaker:dá, mas dá certo, sabe? A preparação que eu fiz foi muito importante quando cheguei, porque não
Speaker:cheguei com as expectativas elevadas e não me frustrei tanto. O que me frustrei era possível,
Speaker:assim que era a vida profissional é possível a gente recalcular a rota e encaminhar mas com o
Speaker:país eu não me frustrei fiquei feliz eu gosto muito daqui é ter uma vida confortável gosto bastante
Speaker:das pessoas, tive sempre boas experiências.
Speaker:O que eu diria pra mim mais? Deixa eu ver. Eu acho que eu diria ficar calma, porque,
Speaker:nesse turbilhão de coisas que foram acontecendo, muitas vezes eu me sentia um pouco desamparada, desesperada e deu certo.
Speaker:Eu podia ter aproveitado mais o caminho, não só o destino final, vamos dizer assim.
Speaker:Acho que era isso que eu diria pra mim. Fica de lição pra o que tu tava falando antes, né?
Speaker:É agora que tá gerando essa ansiedade.
Speaker:É fácil falar, é difícil colocar na prática, senão ninguém tinha ansiedade na vida, né?
Speaker:Mas acho que fica a experiência pra ti, que eu tenho certeza que vai dar certo,
Speaker:ainda mais tendo uma empresa legal.
Speaker:Não sei como que era a outra, que tu gostava bastante das pessoas também,
Speaker:então talvez fosse a mesma, né? Mas acho que sempre que a gente tá num lugar
Speaker:que as coisas são boas, eu fico muito nesse momento gratidão, né?
Speaker:De pensar, cara, que legal que tô passando por isso nesse lugar que faz as coisas um pouco mais fáceis.
Speaker:Sim.
Speaker:É bom relembrar que tudo que tentamos fazer, conseguimos fazer.
Speaker:Achamos que não íamos conseguir, mas olha pra trás, deu tudo certo até aqui.
Speaker:Então, às vezes, a gente tem que ficar meio que usando isso como um mantra, principalmente
Speaker:quando você tá nessa vida de imigrante, que é uma coisa que não é tão simples,
Speaker:E tudo é aquilo que você falou, né? Não é fácil ter filho em nenhum lugar do mundo, mas quando você não está no seu lugar de origem,
Speaker:eu acho que sempre gera várias outras situações novas, porque você realmente tá num ambiente novo, né?
Speaker:Então, acho que você repetir isso e com certeza vai voltar. Eu achei interessante, teve um cara que ele pegou uma licença pra cuidar da filha.
Speaker:E ele voltou agora há pouco tempo e é o mais sênior do time, ele já é quase principal.
Speaker:E eu conversando com ele, ele falando, super tranquilo, ah, eu nem liguei o computador, ou ah, eu não lembro como que faz isso, sabe, muito tempo sem codar,
Speaker:Então assim, meu, muito legal assim, porque você vê quando a gente tem a oportunidade de ter licença, paternidade, maternidade, né?
Speaker:Ele ficou, acho que três ou quatro meses fora. Então assim, isso acontece com qualquer pessoa, assim.
Speaker:Você vai ficar sem codar, você vai esquecer uma coisa ou outra.
Speaker:Você vai passar pelo processo de novo. Tem que ter, tipo, paciência, né?
Speaker:Music.
Speaker:Antes de fechar, eu queria deixar agora para as duas deixar a mensagem final, falar o
Speaker:que vocês quiserem, sei lá, deixar... fica à vontade as duas para falar qualquer coisa.
Speaker:Eu vou deixar então primeiro a Paula e depois a Carolina é contigo.
Speaker:Eu queria dizer que eu já fiz meu mini curso aí pra quando eu quero engravidar e que quero engravidar na mesma velocidade que Carolina engravidou.
Speaker:Com um mês assim? Decidiu um mês e acabou.
Speaker:É, decidi um mês, já engravidei, pronto, bola pra frente, segui a cartilha lá das orientações de Carolina e tá tudo certo.
Speaker:Descobriu os médicos, né?
Speaker:É, já tenho contato, já tenho contato aqui pertinho de casa, vou ir lá fazer meu cursinho.
Speaker:Carol, por favor, arranja um tempinho que eu preciso fazer aí um...
Speaker:Só um checklist com você aqui, que eu engravidei em um mês e preciso aqui das orientações.
Speaker:Mas obrigado, Carol, pela participação, acho que muita informação é legal nesse episódio.
Speaker:Interessante ver todo o suporte que você deu para o seu marido, mudar de carreira, uma carreira nova, uma nova relação, morar junto, emigrar junto.
Speaker:Ter um suporte para ele poder ser essa pessoa numa nova profissão, que legal que depois de dois anos, imagino também a pressão para você de ter sido essa pessoa que está trazendo ali a única fonte de renda.
Speaker:Um monte de renda, né, e a gente sabe que isso não é fácil. Ter que lidar ali com aquele medo, aquela
Speaker:frustração de que o que tá fazendo não serve pra nada, tecnicamente. Ter a coragem de mudar, né, de,
Speaker:sair da zona de conforto, de uma certa forma, de um lugar que parecia ser mais seguro para ir para,
Speaker:uma outra totalmente mais avançada, né, e ter que lidar com todo esse mundo novo da maternidade
Speaker:no novo país. Muito obrigada.
Speaker:Ai, eu que agradeço, nunca tinha tido a oportunidade de falar sobre isso, gostei bastante.
Speaker:Tudo novo, muito novo, mas dá certo no final.
Speaker:A gente fica nervoso no caminho, mas dá certo. Mas tem muito mais coisa de informação pra você precisar, pra te passar, muito mais coisa.
Speaker:Eu fiz um resumo, mas muita coisa acontece quando você tá em outro país, engravido.
Speaker:Então, tem muito mais coisa. Se você quiser, somos as outras.
Speaker:Você deixou seu contato também, tinha passado o LinkedIn, se quiser aproveitar para falar.
Speaker:E aí, qualquer outra pessoa na mesma situação?
Speaker:Eu passei meu LinkedIn para ficar bem mais bonitinho, porque o meu Twitter é bagunça.
Speaker:Ah, porque é seu Twitter, né, Carol?
Speaker:Carol mora no Twitter.
Speaker:Eu moro, é. Melhores tweets da sua semana.
Speaker:Pois é, então. É porque eu não falo nada de tecla a não ser reclamando das pessoas, etc.
Speaker:Mas eu posso passar, meu Twitter é bagunça, meu LinkedIn é mais organizado, vamos dizer assim, mais sério e tal.
Speaker:Mas eu vou passar o meu Twitter também.
Speaker:E se alguém quiser falar sobre morar aqui também, fica à vontade pra falar comigo também.
Speaker:Eu sempre dou as informações reais, as boas e as ruins.
Speaker:Cada um tem que decidir o que quer, mas tem que entender do bom e do ruim.
Speaker:É isso, então vão ficar todos aqui na descrição do episódio e uma coisa muito importante, né?
Speaker:Se estiver ouvindo até aqui, não esquece de seguir, deixar o like, se estiver no YouTube ou seguir também no Spotify, Apple, Deezer, qualquer plataforma, porque 70% ou 80% das pessoas que ouvem não seguem.
Speaker:Então, galera, tem muita gente aí que tá ouvindo, então não esquece de seguir que isso é muito importante para não perder os próximos episódios.
Speaker:Carolina e Paula, muito obrigado, muito legal. Novamente, acho que completa muito a experiência da Thais agora tua aqui, de países diferentes, né, dá pra gente comparar um pouco.
Speaker:Existem certas tendências, né, nos dois. Acho que foram duas gravidezes tranquilas pelo local.
Speaker:Não vou dizer que foi tranquilo porque foi gravidez de risco, né, mas que teve suportes
Speaker:legais e eu fico feliz, né, tipo, eu fico ouvindo a história e às vezes eu vou ficando
Speaker:aflito, tu falou gravidez de risco no começo, aí já comecei a ficar aqui o coração,
Speaker:já passou, né, mas mesmo assim eu vou ouvindo a história e eu meio que me envolvo aqui,
Speaker:então que bom que deu tudo certo, que tá dando certo, né, eu fico muito feliz mesmo.
Speaker:Muito obrigado e as duas estão em Portugal, então não vou falar tchau, é até a próxima,
Speaker:que dá pra se encontrar fácil quando estiver aqui pelo porto ou por aí por aí.