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Desenvolvedor Java em Bucareste, Romênia, com Stênio Galvão - Natureza, Escaladas, e Motos #112
Episode 11228th June 2023 • TPA Podcast: Carreira Internacional & Tech • Gabriel Rubens
00:00:00 01:06:24

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Shownotes

No episódio de hoje, o Stênio Galvão, que é Desenvolvedor, nos conta como é morar e trabalhar em Bucareste, capital da Romênia. E vamos ouvir sobre as belezas naturais da Romênia, e como hobbies podem ajudar a fazer amigos no exterior.

Stênio Galvão

Desenvolvedor Java



Créditos

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Palavras-chave:

  • Dev no Exterior
  • Desenvolvedor Java
  • Programador
  • Trabalho na Europa
  • Trabalho em Bucareste
  • Trabalho na Romênia
  • Morando em Bucareste
  • Morando na Romênia

Por Gabriel Rubens ❤️

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Transcripts

Speaker:

Fala pessoal, bem-vindos ao TPA Podcast, onde semanalmente a gente ouve sobre como que é

Speaker:

morar e trabalhar fora do Brasil e trabalhando também em tecnologia.

Speaker:

Aqui quem fala é o Gabriel Rubens e pela primeira vez a gente vai para Romênia, mais

Speaker:

precisamente Bucarest, com o Stênio Galvão, que vai contar pra gente sobre esses mais

Speaker:

de quatro anos que ele já tá trabalhando e morando por lá.

Speaker:

Tudo bem Stênio? Tudo bom, Gabriel?

Speaker:

Ó, cara, vamos começar o papo e primeiro falando que você é desenvolvedor Java e eu já me identifico,

Speaker:

mas eu queria que você apresentasse melhor aí quem que é você, de onde você veio, né, e a gente vai saber depois como tu chegou aí.

Speaker:

Tranquilo. Então, meu nome é Stênio, eu sou de Terezina, Piauí,

Speaker:

Saí do calor de 40 graus para vir para o inverno romeno.

Speaker:

Sou desenvolvedor de Java já há uns 7 anos, eu diria.

Speaker:

E me adaptei bem aqui e não penso em voltar tão cedo. Olha aí, spoiler já, então dá para saber que tu gosta da tua experiência aí.

Speaker:

Então, sabendo que tu gosta, eu queria saber como que você foi parar a ir.

Speaker:

Qual que foi essa ideia de ir para um destino tão diferente assim como o Bucarest?

Speaker:

Então, minha primeira opção não era Romênia ou Bucarest até porque era meio que desconhecido para mim.

Speaker:

A única coisa que eu tinha ouvido falar da Romênia era Drácula e Ciganos.

Speaker:

Que é a imagem que é exportada daqui mas eu tinha esse sonho de morar fora do país, de ir trabalhar fora,

Speaker:

então eu comecei a correr um pouco atrás disso desde 2015 mais ou menos

Speaker:

ainda não tinham muita experiência, mas já almejava isso, por assim dizer.

Speaker:

Então, em 2016 mais ou menos, eu tive uma sacada para começar a fazer entrevistas fora, treinar o inglês também,

Speaker:

que foi usar o LinkedIn para conseguir essas entrevistas.

Speaker:

Mudei a localização do meu LinkedIn para Alemanha, para Berlim, que esse na verdade era o meu foco,

Speaker:

já tinha amigos lá, então estava tentando conseguir algo lá, mas pelo fato de eu ter mudado a

Speaker:

localização para a Europa, muitos recrutadores começaram a adicionar de todos os países,

Speaker:

não só necessariamente a Alemanha.

Speaker:

E um desses recrutadores foi da Romênia.

Speaker:

E fiz todo o processo de entrevistas e desafios e acabei topando, vim pra cá com a cara e a coragem

Speaker:

quando deu certo, no fim de 2018.

Speaker:

Caramba! Então, tipo... Mas nesse meio tempo assim não deu nenhum medo

Speaker:

de pensar, pô, tu vai pra Romênia, ou apostas que tu não conhecia ninguém aí, né?

Speaker:

Aham, não, cheguei aqui só com a cara e a coragem, não conhecia ninguém,

Speaker:

não tinha contato com nenhum brasileiro aqui, não sabia se tinha uma comunidade,

Speaker:

pra dar um apoio assim, e meus amigos no Brasil também botavam muito medo,

Speaker:

Cara, Romênia, como é que tu vai lá para o leste europeu, espera um pouco mais, tenta conseguir outro país mais desenvolvido

Speaker:

tipo a própria Alemanha ou ir para Portugal, tenta França, Espanha, mas eu estava decidido.

Speaker:

Cara, eu consegui essa oportunidade, é um custo-benefício bom, então eu vou tentar.

Speaker:

O máximo que pode acontecer é eu chegar lá, não gostar, não me identificar com alguma coisa,

Speaker:

eu tento outro lugar ou volto e tento novamente.

Speaker:

Então eu vim com essa mentalidade já, de ver se ia dar certo, se não desse certo, eu ia procurar um plano B.

Speaker:

Como foram as entrevistas? Tu mudou teu LinkedIn, então acho que tu fez algumas naquela época.

Speaker:

Sim, sim, fiz várias entrevistas. Perdi a conta de quantas foram, porque eu comecei a fazer entrevista muito cedo.

Speaker:

Ainda não tinha o nível técnico necessário, então eu penei muito nessa parte.

Speaker:

Fiz entrevista para Itália, Espanha, Portugal, Reino Unido, para Noruega...

Speaker:

Muitos países sempre tomando não ou nem chegando na parte técnica da entrevista.

Speaker:

Quando eles vinham, quando eu tinha toda a experiência necessária que eles queriam,

Speaker:

porque geralmente eles tentam trazer uma mão de obra que eles chamam de muito qualificada,

Speaker:

que o que eles olham é somente seus anos de trabalho, basicamente, antes de fazer qualquer teste.

Speaker:

E foram processos um pouco rigorosos, eu diria Eu não estava acostumado com a dinâmica de entrevista deles,

Speaker:

que eram aqueles sites de desafios,

Speaker:

que você tem questões de programação e você tem um certo limite de tempo.

Speaker:

E as questões, para mim, que não era acostumado com isso, no primeiro momento eram bem complicadas, tinha que parar, pensar, e eu perdia muito tempo

Speaker:

com o passar das entrevistas fui me acostumando com essa dinâmica,

Speaker:

e desenrolando mais, mas sempre odiando esses sites utilizavam muito o autocompletar, programando, e o autocompletar deles era bem falho,

Speaker:

Então eu sofri nessa parte um pouco.

Speaker:

Mas nas entrevistas novas também foi assim? Só a curiosidade, porque tu também mudou de emprego aí, né?

Speaker:

Nessa última aí, já teve que fazer esse teste.

Speaker:

Mudei de emprego, mas...

Speaker:

Mudei não mudando, eu diria. Porque eu vim contratado por uma consultoria.

Speaker:

E desde quando eu cheguei, eu tava trabalhando em um cliente, que era a General Electric.

Speaker:

Então, quando eu consegui essa vaga, já tinha no meu contrato que durante os três primeiros anos eu ia ter um aumento no salário todo ano,

Speaker:

e esse ia ser o primeiro ano que eu não ia ter aumento,

Speaker:

e era meio difícil negociar alguma coisa com eles, porque quem estava vendo o meu trabalho era o cliente, não a consultoria,

Speaker:

Então, não me sentia parte da empresa por essas questões e reclamava muito com minha gerente do cliente

Speaker:

que sempre perguntava como é que estavam as coisas, como é que...

Speaker:

A gente sempre teve um x1, um 101 Então ela sempre foi mais atenciosa nessas questões

Speaker:

e eu me sentia mais parte do cliente do que da consultoria.

Speaker:

Até que, um tempo atrás, ela fez essa proposta.

Speaker:

Sênior, se tu não tá contente com a consultoria, por que que tu ainda tá lá?

Speaker:

Tu não quer que a gente tente te internalizar aqui pra tu ficar trabalhando diretamente pra gente,

Speaker:

já que eles nunca te mudaram de cliente, E tu tá satisfeito aqui?

Speaker:

E daí a gente começou a conversar e negociar e acabei sendo internalizado.

Speaker:

Então foi uma mudança sem realmente mudar.

Speaker:

É, sem todo o processo de entrevista, né? Porque faz três anos lá, faz muito sentido.

Speaker:

Exato. Isso foi uma boa questão, porque se eu fosse...

Speaker:

Se não tivesse dado certo essas negociações, Eu ia ter que voltar a rever conceitos, estudar para as entrevistas, porque é algo bem específico.

Speaker:

Eu não sei como é que eles estão fazendo hoje em dia, mas acredito que eles ainda têm essa mesma dinâmica desses sites de desafios.

Speaker:

E uma coisa interessante é que justamente essa consultoria que me contratou aqui na Romênia,

Speaker:

eles não tinham essa ferramenta, o desafio deles foi diferente, eles realmente me deram um pdf

Speaker:

com um problema para resolver, fazer uma aplicação, não lembro agora o que era,

Speaker:

mas fazer tanto o back-end quanto o front-end dela, e eles me deram um fim de semana para fazer,

Speaker:

Era algo relativamente simples e eu implementei o back-end, peco muito no front-end ainda.

Speaker:

Mas acabou dando certo. Pelo fato de ser uma consultoria, eu acho que é mais tranquilo

Speaker:

que eles podem ver o teu trabalho, como tu desenrola o desafio e também eles tem vários clientes,

Speaker:

Então eles não estão te procurando pra algum...

Speaker:

Talvez eles estejam mirando um cliente específico, mas não necessariamente.

Speaker:

Se eles acham que tu tem algum potencial, depois eles podem te colocar em um cliente que tu se identifique mais nesse perfil.

Speaker:

No meu caso era mais desenvolvedor back-end, então eles me botaram mais nesse papel.

Speaker:

Tá bom. Vamos agora para a parte de chegar aí. Tu passou pelas entrevistas e aí teve o positivo deles e como que foi lá atrás, né?

Speaker:

Tu já contou que teus amigos ficaram um pouco preocupados, né?

Speaker:

E como que foi chegar aí em Bucareste, principalmente na parte de trabalho,

Speaker:

depois eu volto na parte da cidade, como tua primeira experiência fora do Brasil?

Speaker:

Então, chegar aqui e entrar na empresa pela primeira vez e começar a trabalhar pra mim foi um pouco, eu diria que, assustador

Speaker:

porque eu tinha uma visão muito exagerada do que seriam as coisas aqui fora

Speaker:

Ficava imaginando, não, poxa, todos os programadores lá devem ser animais, os caras devem, sei lá, dormir com um livro de algoritmo debaixo do travesseiro, toda noite lendo alguma coisa.

Speaker:

Então eu vim com essa ideia e um pouco assustado também sobre o nível, a carga de trabalho deles,

Speaker:

não tinha nenhuma ideia de como seria, então estava muito ansioso por essa parte,

Speaker:

tanto que nos primeiros meses o meu ritmo ainda estava muito frenético saindo do Brasil,

Speaker:

porque a empresa que eu estava trabalhando aí no Brasil, eles tinham uma carga muito pesada e eles cobravam muito,

Speaker:

Então, isso acabou me deixando nesse ritmo, e quando eu cheguei aqui, continuei nesse ritmo, trabalhando, querendo mostrar serviço e mostrar que eles tinham feito uma boa contratação,

Speaker:

até o ponto da minha gerente chegar para mim e falar.

Speaker:

Calma, relaxa. Leva teu tempo pra fazer as coisas, tu não precisa fazer nessa pressa toda, não tem nada pegando fogo

Speaker:

venha.

Speaker:

Então relaxa mais, tu tá muito tenso e querendo terminar as coisas logo e...

Speaker:

Então ela meio que me fez puxar o freio de mão, eu diria Com o ritmo de trabalho aqui

Speaker:

Apesar de ser um sistema muito grande, ainda não tava em produção,

Speaker:

Então o ritmo era bem mais lento, bem mais calmo, dava pra resolver as coisas com mais tranquilidade

Speaker:

E também o gerenciamento de pessoas dele era algo diferente do que eu tinha no Brasil,

Speaker:

No Brasil a gente tinha essas conversas um a um, mas era mais pra eles darem um feedback

Speaker:

tipo, não, a gente tá esperando mais de você, ou você...

Speaker:

Era basicamente isso, você tá atendendo as expectativas ou você não tá atendendo as expectativas.

Speaker:

E aqui não, eles se preocupam mais com o ser humano, não só com o recurso da empresa,

Speaker:

mas como você como pessoa, o Stênio, como é que ele tá no dia-a-dia, tá tudo bem?

Speaker:

Porque eles entendem que se você tem algum problema, você não vai performar bem.

Speaker:

Então eles têm esses dois lados. Que bom né, é muito melhor alguém te parar do que você chegar e não ter expectativas e alguém te acelerar mais né.

Speaker:

Isso, exatamente. Isso me surpreendeu positivamente quando eu cheguei aqui.

Speaker:

Em geral, tu tava com essa expectativa muito alta sobre como seria tecnicamente, né?

Speaker:

Tu comentou do pessoal dormir com o livro de algoritmos.

Speaker:

Fora isso de eles terem te segurado um pouco mais, né? Pra relaxar, mais um trabalho...

Speaker:

Não sei se relaxar é a melhor palavra, mas não ficar correndo tanto como você falou, né? Sim, sim.

Speaker:

O que mais te sentiu diferente trabalhando na equipe aí?

Speaker:

Além dessa cultura diferente, de eles pensarem mais nas pessoas, até mesmo tecnicamente, assim,

Speaker:

sentiu alguma diferença chegando aí? Senti uma diferença, eu percebi que o pessoal, pelo menos

Speaker:

para o nível que eu estava acostumado, eles são bem mais preparados tecnicamente, em termos de.

Speaker:

Estudos mesmo. Eu vim só com minha graduação, não tenho mestrado e também abandonei a

Speaker:

especialização e a galera aqui eles perdem mais tempo com essas qualificações, eu diria.

Speaker:

Isso tem um impacto muito positivo no nível deles, que é algo que hoje eu tento correr mais atrás,

Speaker:

para tentar equiparar, ter esse know-how, eu diria, até porque aqui, pelo que eu entendi,

Speaker:

quando você faz a universidade, é meio que padrão ou meio que obrigado a você também fazer uma,

Speaker:

ou uma especialização ou um mestrado.

Speaker:

A maioria das pessoas que eu trabalho aqui têm um mestrado ou alguma especialização por conta disso.

Speaker:

É, eu acho que aqui em Portugal também tem o pessoal emendar muito.

Speaker:

Porque eu acho que tu acrescenta poucos anos né, pra pegar o mestrado. Isso, exatamente.

Speaker:

Então é parecido. Mas tu tem algum caso assim na prática, pra falar assim, eu acho que o pessoal é mais preparado em tal coisa porque eles estudam mais ou não?

Speaker:

Porque uma coisa que eu fiquei com a impressão aqui, é que o pessoal começa a trabalhar um pouco mais tarde né, até por causa dos estudos.

Speaker:

E aí, às vezes eu ficava pensando, será que isso muda no quanto eles conhecem

Speaker:

tecnicamente, por ter menos tempo prático, né?

Speaker:

Por exemplo, no Brasil, normalmente com 25 anos, 26, você já tem bastante experiência na programação.

Speaker:

Porque a gente já começa um pouco mais cedo que os tágenos, né?

Speaker:

E eles começam mais tarde.

Speaker:

Então, eu queria entender, deixa eu colocar a pergunta assim,

Speaker:

como fica esse balanço pra ti na prática, assim?

Speaker:

Porque tu falou que o pessoal tem, talvez, a teoria muito forte, e tu tenta correr atrás,

Speaker:

mas na prática mesmo tu sente que eles são mais fortes por isso, por estudar mais tempo?

Speaker:

Na prática eu acho que isso reflete, de certo modo, mas eu vejo que isso engessa muito

Speaker:

outras habilidades deles, como,

Speaker:

eles não são muito resolutivos, eu diria.

Speaker:

Isso foi uma coisa que eu consegui me destacar aqui, conseguir desenrolar mais as coisas,

Speaker:

num primeiro momento, por exemplo, quando chegava algum problema pra mim resolver,

Speaker:

eu tentava primeiro fazer aquela coisa funcionar pra acalmar os ânimos, eu diria

Speaker:

e depois disso, eu aproveitava esse embalo para iniciar essas discussões mais técnicas com ele

Speaker:

de quais seriam as melhores formas para resolver aquele problema agora que a gente já tem uma solução e as coisas estão mais estáveis

Speaker:

e as coisas estão mais estáveis. Então é mais essa a minha visão que eu tenho aqui sobre eles.

Speaker:

Eu já ouvi algumas vezes no podcast sobre a mesma coisa, que é sobre a gente desenrolar mais, de achar problemas, contornar os problemas.

Speaker:

Então, é uma das coisas que eu tenho ouvido com frequência, então é interessante eu ouvir que no Last Europeu a tua percepção também foi parecida, e isso contou positivamente pra ti.

Speaker:

Sim, legal. E aí eu fico pensando sempre se isso é só culturalmente mesmo, de como eles são,

Speaker:

ou se isso influencia do meio acadêmico também, que eles passam mais tempo, né?

Speaker:

Eu acho que isso influencia muito, eles pegam muito isso do meio acadêmico,

Speaker:

porque quando você passa muito tempo na academia, você cria essa linha de raciocínio mais...

Speaker:

Eu vou usar uma palavra aqui, mas não sei se é uma boa conotação.

Speaker:

É um pouco mais lenta, mas que levam a resultados mais sólidos.

Speaker:

Então, eles levam esse tempo para analisar, para desenvolver melhor as coisas

Speaker:

e que no fim tenha um resultado mais sólido.

Speaker:

E o que eu vejo muito dos brasileiros, ou pelo menos nos casos que eu conheço,

Speaker:

é que a gente tenta resolver as coisas não da melhor forma possível no primeiro momento,

Speaker:

e depois melhorar aquilo.

Speaker:

Solucionar, depois refatorar. Isso, exatamente. Seria a linha, tá.

Speaker:

E agora, culturalmente, como que foi chegar na equipe fora do Brasil, né, como primeira experiência?

Speaker:

E aí, até antes disso, né, são duas partes da pergunta, que é, primeiro, como é composta a tua equipe,

Speaker:

se são mais, se é mais a galera da da Romênia mesmo, ou é mais internacional,

Speaker:

E aí, em seguida seria de como foi chegar nisso, no relacionamento em geral, né?

Speaker:

Porque eu acho que tem algumas coisinhas pequenas que a gente não percebe no dia a dia,

Speaker:

mas quando você tá fora, você acaba sentindo falta de algumas coisas,

Speaker:

ou percebendo coisas diferentes, tu vai começando a se perceber como brasileiro, né? Como que era trabalhar em outro lugar.

Speaker:

Então, quando eu cheguei aqui, A minha equipe é composta exclusivamente de romanos, a nível local.

Speaker:

A gente tem os projetos que já envolvem mais pessoas, gerentes de projetos, arquitetos,

Speaker:

esse tipo de pessoal, aí já engloba mais gente e geralmente tem um pessoal de fora.

Speaker:

Geralmente franceses Francês?

Speaker:

Aham, isso. Eu trabalho... A nível gerencial tem...

Speaker:

O francês domina Pelo menos na General Electric Eles tem uma sede lá e outra aqui

Speaker:

Então eles usam mais desenvolvimento aqui e infraestrutura e gerenciamento lá na França.

Speaker:

E o primeiro contato que eu tive com os romenos foi positivo.

Speaker:

Eles são bem receptivos por ter esse sangue latino também.

Speaker:

O romeno é uma língua derivada do latim, então dava para eu entender uma coisa ou outra quando eles falavam romeno.

Speaker:

Mas era muito estranho a sensação de pessoas falarem e você só entender blá blá blá.

Speaker:

Mas depois de um tempo eu senti a falta desse calor brasileiro, eu diria.

Speaker:

Por exemplo, quando eu trabalhava no Brasil, que chegava para cumprimentar o pessoal do meu time,

Speaker:

do meu time, não só do meu time, a empresa toda eu diria, é que eu tinha várias amizades dentro

Speaker:

da empresa e todo dia eu chegava ia falar com todo mundo abraçava, dava um beijinho do lado e do

Speaker:

outro e europeu ou pelo menos os romanos eles só tem isso com pessoas que são realmente próximas,

Speaker:

eles não têm esse contato de abraçar ou algo do tipo. No máximo um aperto de mão ou um tchauzinho de longe e é isso.

Speaker:

Então, depois de um tempo isso estava fazendo muita falta, muita falta.

Speaker:

Outro grande impacto também foi a questão dos sotaques. Eu não era acostumado de jeito nenhum com...

Speaker:

Éééééé...

Speaker:

Essa variação de sotaque das pessoas falando inglês e eu tive que me acostumar com isso.

Speaker:

Para mim o romeno era bem ok falando inglês, mas como eu tinha esse gerenciamento a nível

Speaker:

com os franceses, o francês falando inglês era muito complicado para mim entender,

Speaker:

Ainda mais por conta que eram pessoas não tão jovens nesses cargos,

Speaker:

então já tinham um francês bem carregado, que dificultava um pouco para entender.

Speaker:

E isso já era algo conhecido dos romanos aqui, da minha equipe.

Speaker:

Tanto que depois da minha primeira reunião com eles,

Speaker:

A minha gerente chegou pra mim, botou a mão no meu ombro e perguntou E aí, tá tudo bem? Conseguiu entender tudo?

Speaker:

Eu falei, não, eu me esforcei muito pra entender o que eles estavam falando

Speaker:

E, nossa senhora, eu espero que isso melhore, porque eu tive muita dificuldade,

Speaker:

E ela falou, não se preocupa, no começo eu também era assim, vai ficar mais fácil.

Speaker:

Ah, que legal. E como que é hoje?

Speaker:

Realmente hoje é bem tranquilo. Hoje a gente não tem mais problema de comunicação nesse sentido e já tô acostumado com o sotaque deles.

Speaker:

Mas era bem difícil, assim, por conta de ser carregado.

Speaker:

É... eu falo sempre nessa... pra todo mundo que me pergunta, eu falo que é sempre isso, né, que eu acho que o sotaque em geral é acostumar.

Speaker:

Porque eu também conheci outras pessoas de outros países, né, e aí sempre dá aquele tempinho, né, de começo.

Speaker:

E ao contrário, um cara do meu time, que é da Inglaterra, ele falou que tinha dificuldade de me entender.

Speaker:

Eu comunico brasileiro do time, e aí ele me deu um feedback agora que meu inglês melhorou muito,

Speaker:

e aí eu até falei, é difícil saber se melhorou se tu acostumou com sotaque, né.

Speaker:

É, a gente nunca sabe. Aí eu fiquei, eu acho que não, cara.

Speaker:

Eu acho que tu deve ter acostumado com o meu sotaque mesmo

Speaker:

e agora tá melhor, porque...

Speaker:

Eu duvido que tenha evoluído tanto em... Em...

Speaker:

Nesse pouco tempo a gente tá trabalhando junto, né? Mas é o mesmo caso, é sempre o contato

Speaker:

e tu vai pegando os erros de pronúncia, assim.

Speaker:

E aí, depois vai ficando mais óbvio.

Speaker:

Você também aprende muito com o erro dos outros, você vê alguém falando alguma palavra com um sotaque diferente

Speaker:

que acaba ficando errado ou pronunciando algo errado, mas com o tempo você aprende a identificar isso e até se adaptar,

Speaker:

corrigir os seus erros.

Speaker:

E outra coisa interessante sobre os sotaques, é que você acaba pegando o sotaque das pessoas que você conversa mais.

Speaker:

Por exemplo, no Brasil, eu, por ser do Nordeste, tinha um sotaque muito carregado do Nordeste,

Speaker:

mas acabei fazendo muita amizade com o pessoal do Sul, Sudeste, então, pro pessoal do Nordeste,

Speaker:

eu perdi mais o sotaque de Nordestino, mas pro pessoal do Sul, ainda eles conseguem identificar bem.

Speaker:

E é a mesma coisa com o inglês. Pelo fato de eu estar aqui no Leste Europeu e conversando em inglês com o pessoal daqui,

Speaker:

que eles têm esse sotaque mais carregado para o russo, eu diria...

Speaker:

Com os R's muito forte, né? Isso. Quando eu estou em alguma chamada com alguns amigos e outros amigos brasileiros também,

Speaker:

e eles falam que o meu inglês ficou mais russo depois que eu vim morar aqui.

Speaker:

Achei isso bem interessante. Eu já ouvi falar sobre isso também, já ouvi outras pessoas comentando.

Speaker:

Não sei se o meu agora parece mais com o espanhol, porque boa parte do meu time é da Espanha.

Speaker:

Curioso, mas eu não sei, eu acho que o meu sotaque é forte o suficiente pra blindar de qualquer coisa assim, o teu sotaque brasileiro assim, muito forte de a galera conseguir identificar que eu sou brasileiro,

Speaker:

numa conversa assim, algum estrangeiro, sabe? De conhecer outros brasileiros só pela conversa, eles conseguem já saber de onde eu sou, então o meu deve ter ficado.

Speaker:

Consegue identificar, aham.

Speaker:

Cara, eu queria saber agora, tu já comentou um pouco sobre pessoas né, então eu queria saber sobre como tá sendo a morar aí, né, e aí vou dar aqueles passos atrás e queria saber da experiência de chegar aí também, né, se foi fácil quando tu chegou, conseguir o apartamento, né, as pessoas falavam inglês pra tu conseguir se virar com as coisas, né, toda aquela burocracia de começo,

Speaker:

ou teve que penar aí, porque, tipo, dependendo do país, né, a quantidade de pessoas falando inglês pode ser menor?

Speaker:

Sim, sim. O começo foi bem difícil, não nego. Primeiro por conta de eu ter chegado no inverno.

Speaker:

Cheguei no final de novembro, começo de dezembro, então já estava com temperaturas negativas aqui, um pouco de neve do lado de fora.

Speaker:

Saindo do verão, né? Isso, saindo do verão.

Speaker:

Saindo do verão do nordeste, um calor de 40 graus para chegar aqui em Bucarest com menos 10.

Speaker:

E a única adaptação que eu tive foi a conexão que eu tive em Portugal.

Speaker:

Tive que passar o dia esperando o voo em Portugal, então foi lá que eu decidi comprar um...

Speaker:

Não tinha levado roupas pro frio no Brasil porque não tinha muito onde comprar.

Speaker:

Então cheguei em Portugal, sabia que ia ficar um tempo aí, consegui ir no shopping e comprei alguns agasalhos por frio.

Speaker:

Quando eu saí de Portugal para vir para Romênia, cheguei aqui, era noite, já era perto de meia-noite, eu diria,

Speaker:

e desembarcando num frio de menos 10, tudo escuro sem celular sem chip, sem sinal de nada.

Speaker:

Estava procurando o cara que estava me esperando com uma plaquinha com meu nome escrito

Speaker:

uma coisa boa foi que a empresa que me contratou,

Speaker:

eles me deram alojamento por dois meses e ia ser translado dentro da Europa,

Speaker:

então eu tive que pagar minha passagem do Brasil pra Portugal e de Portugal pra Bucarest eles pagavam

Speaker:

me reembolsavam depois,

Speaker:

Então eles já deixaram um táxi esperando, já...

Speaker:

Deixar um apartamento que eles têm, da empresa, preparado, entre aspas, para mim.

Speaker:

Pelo menos foi isso que eu pensei até chegar lá.

Speaker:

Quando o Táxi me deixou no apartamento com a senhorazinha que cuidava do alojamento lá,

Speaker:

a senhora não falava nada de inglês e eu não falava nada de romeno.

Speaker:

Então, isso foi um dos primeiros choques que eu tive, como é que eu vou explicar pra ela que isso eu precisar de alguma coisa.

Speaker:

Mas, nesse primeiro momento ela só me mostrou como era que eu entrava no prédio, onde era que eu ia ficar,

Speaker:

abriu a porta, ligou o aquecedor e tchau e bênção.

Speaker:

E ela ficou te explicando tudo em romano, de qualquer forma?

Speaker:

Sim, ela tentava falar as coisas em romano, mas naquela comunicação mais gestual, eu diria.

Speaker:

Falando, ah, chave para isso, chave para aquilo, tá, tá, tá. Mas mostrando as coisas.

Speaker:

Então, essa comunicação não verbal ajuda muito no começo.

Speaker:

Mas continuando com o alojamento, foi um local que eu achava que ia ser ok, eu já tinha visto a localização antes pelo maps,

Speaker:

e o prédio por fora era bem bonitinho, era uma avenida movimentada e tal, mas esse era o pulo do gato,

Speaker:

O prédio era em uma localização central, o que é bom, mas prédios no centro da cidade são muito antigos, muito antigos.

Speaker:

São da época do comunismo ainda e eles não tem uma manutenção muito boa.

Speaker:

Então, eu cheguei quando eu estava andando no corredor para entrar no apartamento.

Speaker:

Era uma plataforma de metal e estava já não bem cuidada, corroída, e cada passo que dava aquela plataforma mexia.

Speaker:

Então era bem assustador, eu diria.

Speaker:

Foi um primeiro contato que eu pensei, putz, onde é que eu vim parar?

Speaker:

Onde é que eu me enfiei?

Speaker:

E eu cheguei no apartamento, o apartamento tava muito frio, muito, muito frio.

Speaker:

Eles não ligaram o aquecedor com antecedência, deixaram pra ligar quando eu cheguei no apartamento,

Speaker:

e o aquecedor não tava funcionando direito.

Speaker:

Só tinha aqueles aquecedores móveis os de parede não estavam funcionando, e só eles não eram suficientes para o frio que estava

Speaker:

e para aquecer o apartamento, ainda mais para mim, acostumado com o calor,

Speaker:

então, a primeira noite, do jeito que eu cheguei, eu só me enfiei debaixo das cobertas e tentei dormir

Speaker:

mas ainda assim, com o casaco que eu comprei em Portugal Mesmo assim, eu sentia muito frio.

Speaker:

E no outro dia eu tinha que acordar cedo, porque... Eu tinha uma entrevista presencial no cliente, na General Electric.

Speaker:

Caramba, já no outro dia da viagem? No outro dia. Pesado.

Speaker:

Exatamente. Não me deram um dia de descanso. Mas é isso, acho que o foco deles era lucrar o máximo possível em cima de mim, então eles não queriam dar essa folga.

Speaker:

Também não me atentei a esse detalhe, me deixei levar pela coisa.

Speaker:

Mas é, esse primeiro contato foi bem, bem, bem trash mesmo, um prédio da época do comunismo

Speaker:

sem manutenção, caindo aos pedaços e um frio de matar.

Speaker:

Mas passado esse tempo, esse primeiro perrengue e susto aí, como que tem sido morar em geral?

Speaker:

Conseguiu achar um apartamento melhor, um pouco mais quente, funcionando?

Speaker:

Isso, isso.

Speaker:

Depois de um tempo, depois de alguns dias, o apartamento lá realmente esquentou, mas ainda era muito frio.

Speaker:

Não conseguia ficar com roupas de verão dentro de casa, eu diria.

Speaker:

Sempre ficava com um moletom ou algo do tipo.

Speaker:

É...

Speaker:

Mas depois disso, isso foi o que estava me dando gás para procurar logo um apartamento bom para mim.

Speaker:

Mas também tinha o lado de que eu não queria sair dali e queria usar o máximo de tempo possível,

Speaker:

porque ali eu não estava pagando nada. Era tudo por conta da empresa.

Speaker:

Então eu queria ver se eu passava esses dois meses para economizar alguma coisa.

Speaker:

Então cheguei a ficar lá até o ponto deles começarem a cobrar e já achou alguma coisa

Speaker:

a gente tem que trazer outra pessoa, a gente tem que liberar o apartamento e tal.

Speaker:

Então o segundo apartamento que eu achei foi bem melhor, era um pouco mais distante do centro,

Speaker:

Mas aqui tem um transporte público muito bom comparado ao Brasil, eu diria.

Speaker:

A gente tem os trams, que é aquele tipo de trem que anda pela cidade nos trilhos.

Speaker:

O ônibus é bom e tem metrô também pra quase todo canto da cidade, bem integrado.

Speaker:

Então dava uns 30 minutos até o trabalho, 40 minutos meu segundo apartamento e já era bem mais ok.

Speaker:

Ah legal, e como que é a cidade em si? Como que é morar aí, o que que tu tá achando? Experiência positiva?

Speaker:

Sim, sim. A cidade é bem bonitinha, é bem atrativa, tem essa mistura de arquitetura mais antiga do comunismo com uma arquitetura mais moderna.

Speaker:

Quando você vai andando pelo centro, você vê aqueles prédios não tão altos e todos muito cinzas, da época do comunismo.

Speaker:

Mas à medida que você se afasta um pouco do centro, você já começa a ver os prédios mais comerciais.

Speaker:

Quando a cidade começou a expandir, depois que o comunismo também acabou em 1991,

Speaker:

eles começaram a renovar essa infraestrutura. Não renovar, mas construir coisas novas.

Speaker:

Então você já consegue ver aqueles prédios com a fachada toda de vidro, espelhado, esse tipo de coisa mais moderna.

Speaker:

A cidade eu diria que ela é bem cuidada, como eu já falei, a questão do transporte também é bem incômodo.

Speaker:

Você tem essas ligações do metrô para quase todos os cantos da cidade.

Speaker:

E a questão de comida aí, porque isso influencia demais na vida da gente, né? Sim, sim.

Speaker:

Como que é a culinária romana?

Speaker:

A comida aqui é bem diferente, eu diria, pelo menos para o que a gente está acostumado no Brasil.

Speaker:

Dá para encontrar algumas coisas similares, como, por exemplo, no Nordeste a gente comia muito cuscuz.

Speaker:

Aqui a gente já encontra algo bem parecido com isso, não feito da mesma forma,

Speaker:

Porque no Brasil a gente faz no vapor, como quem cozinha vegetais, e é que eles só jogam dentro d'água, então fica meio diferente.

Speaker:

Mas de milho mesmo?

Speaker:

De milho mesmo, é o mesmo gosto, eu diria. Então isso me surpreendeu muito, mas acaba por aí, as semelhanças.

Speaker:

Você tem que... faltou empreender com as coiseiras aí, né?

Speaker:

Sim, sim. Ai galera, você consegue jogar na água.

Speaker:

Inclusive, aceita aí quem quiser me enviar de presente.

Speaker:

Ah, você não tem por aí? Não. Ah, caramba, que bom que eu tenho.

Speaker:

Eu tava conversando com o meu primo quando ele viesse trazer uma pra mim,

Speaker:

porque aqui é difícil achar coisas do Brasil.

Speaker:

Abriu um foodtruck agora com...

Speaker:

Com comidas brasileiras, comidas entre aspas. Eles estão fazendo brigadeiro, coxinha, esse tipo de coisa.

Speaker:

É, mas é um absurdo.

Speaker:

Outra coisa do Brasil que você encontra aqui é açaí. Tem um restaurante que vende açaí. É muito bom também.

Speaker:

Como que eles chamam?

Speaker:

Só curiosidade, eu tava assistindo um filme e ouvi o pessoal falar acai. É, aham. Acai?

Speaker:

É, aqui eles sempre me perguntam a pronúncia, então eles tentam falar um pouco semelhante, mas se eles só lerem, eles vão falar A-CHAI.

Speaker:

Porque o C aqui tem som de CHE.

Speaker:

Então tem essa diferença. Mas a comida aqui, eu diria que ela é bem específica.

Speaker:

A galera come muito pão como carboidrato. Pelo fato de eles não consumirem muito arroz, eles tentam incluir pão em todas as refeições.

Speaker:

Acho que era uma forma mais comum pra eles.

Speaker:

Pão e batata.

Speaker:

E eles comem, acho que como toda a Europa, muita carne de porco.

Speaker:

Carne de vaca é mais difícil não é eu diria que não difícil de encontrar mas

Speaker:

acaba sendo mais caro é para o pessoal aqui,

Speaker:

e eles têm várias similaridades com brasileiro tipo gostar muito de churrasco

Speaker:

Mas é uma coisa diferente que eles fazem no churrasco.

Speaker:

Não é aqueles pedaços de carne espetado.

Speaker:

Eles botam... Tentam botar vegetais, cogumelo. Eles comem muito cogumelo aqui.

Speaker:

É cogumelo até tranquilo, assim. Também comi aqui em Portugal cogumelo, porque no meu trabalho tinha bastante vegans.

Speaker:

E eu achei bom até.

Speaker:

Achei surpreso.

Speaker:

Mas tem umas verduras assim que fica meio estranha mesmo. Acho que fica melhor cozida até do que na grelha.

Speaker:

Aqui eles tem o costume de comer muito repolho.

Speaker:

Muito repolho. Salada de repolho. Inclusive eles tem uma comida tradicional que é,

Speaker:

carne ou frango ou alguma coisa enrolada em folha de repolho.

Speaker:

Que eles botam, eles chamam de Sarmara.

Speaker:

Ah, mas eu provei isso e não é para o meu paladar. Mas é popular aí? Ou é só comida de carne?

Speaker:

É comida típica. Eles se tem no restaurante, geralmente eles pedem isso ou meat, que é como se fossem umas bolinhas de carne.

Speaker:

É, é como se fosse uma carne moída que eles fazem de uma forma parecida com salsicha, não fazem uma bolinha,

Speaker:

fazem mais parecido com uma salsicha, eu diria. Tipo um croquete. Aham, isso.

Speaker:

É, acaba virando uma espécie de quibe ou algo parecido. Isso também é bom. Eles consomem muito aqui.

Speaker:

Inclusive, quando você está viajando pelo país, Em alguns pontos da estrada você encontra várias barraquinhas que fazem isso, eles realmente param lá pra dar um tempo e comer, porque eles realmente amam aquilo como mostarda.

Speaker:

Não é que nem no Brasil que tem alguém pulando na porta da janela do ônibus pra...

Speaker:

Não, não. Vendendo... Exatamente. O que era?

Speaker:

Milho? Sei lá, tipo, eu lembro do Nordeste tinha uma fruta específica.

Speaker:

Cara, eu moro a criança, não consigo lembrar o nome agora, mas que na estrada, né, tipo,

Speaker:

eu viajei da minha cidade, na Bahia, pra Santos, né, onde eu morei, de ônibus, né.

Speaker:

E aí eu lembro que na estrada e em vários lugares aí no Nordeste tinha uma frutinha,

Speaker:

tá faltando o nome agora.

Speaker:

E eu acho que era um bú mesmo, se eu estiver errando aqui, peço perdão a todos.

Speaker:

Mas no Brasil tem muita essa questão de vender as coisas na beira da estrada e eles sempre

Speaker:

tentam enfiar aquilo goela abaixo pra você.

Speaker:

Se você não fechar o vidro do carro eles tentam empurrar aquilo ali.

Speaker:

Mas aqui não, é algo tipo como se fosse barraquinhas mesmo na beira da estrada e eles só esperam que você pare lá.

Speaker:

E cara, como que são os romanos? Como que tá aí tipo, saindo... pensando mais na vida pessoal, né?

Speaker:

Amizade aí, tu acabou encontrando grupos de brasileiros, fez amizade com os locais aí ou se juntou com os expats?

Speaker:

Ou tipo, os estrangeiros morando aí mesmo?

Speaker:

Então, no primeiro momento, eu tentei fazer amizades, ponto, com brasileiros ou com romanos,

Speaker:

porque chegar aqui e você não conhecer ninguém, você não ter um amigo pra sair, pra tomar

Speaker:

uma cerveja, pra conversar, jogar papo fora, falar, cara, hoje foi foda no trabalho, alguma

Speaker:

coisa do tipo, é bem difícil.

Speaker:

Então, rapidão, antes de tu falar sobre a amizade geral, eu queria que tu contasse sobre esse período e quanto tempo demorou mais ou menos.

Speaker:

Fico curioso porque é uma coisa que eu ouvi pergunta de um cara que conheço aqui em Portugal, que chegou a pouco tempo e que me fez essa pergunta.

Speaker:

E uma outra amiga, morando na Alemanha, me perguntou a mesma coisa.

Speaker:

Tipo, quanto tempo tu demorou pra ter alguns, vamos dizer, amigos ou até mesmo colegas, né?

Speaker:

Que não seja só colegas de trabalho, mas que tu já consegue ter uma conversa.

Speaker:

Conversa. É, tu tem ideia mais ou menos assim e eu queria ouvir de ti como foi esse

Speaker:

comecinho aí, com essa que tu falou e depois quanto tempo já vou se sentindo.

Speaker:

Ok. Agora tem uma galera aqui que eu consigo, ou uma pessoa né, que eu consigo.

Speaker:

Conversar já é meu amigo mesmo.

Speaker:

Então cara, a partir do momento que eu cheguei aqui, que eu não conhecia ninguém, até formar um grupo que eu diria que eu podia contar com eles

Speaker:

Eu diria que uns 3, 4 meses. Eu não sei se isso é rápido ou devagar, não tenho noção,

Speaker:

para o meu ritmo de como as coisas funcionam como amizade.

Speaker:

Eu faço amizade bem lentamente com as pessoas, mas também a empresa que ajudou nessa questão.

Speaker:

Porque à medida que iam chegando mais brasileiros, eles iam falando,

Speaker:

ah, a gente já contratou um brasileiro,

Speaker:

manda uma mensagem para ele, quem sabe vocês não viram amigos,

Speaker:

não compartilham alguma coisa, então eles sempre contratavam brasileiros, sempre, mas

Speaker:

sempre que eles contratavam eles faziam essa rede, quem sabe vocês formam um grupo e tal.

Speaker:

Então a gente acabou formando esse grupo no whatsapp com os brasileiros que estavam,

Speaker:

vindo. Até antes deles virem, a gerente daqui que estava contratando as pessoas

Speaker:

falavam se tu quiser conversar mais tem um brasileiro que a gente já

Speaker:

contratou. Manda mensagem pra ele, tira suas dúvidas que ele pode falar como

Speaker:

realmente são as coisas e tal. Então foi isso que ajudou muito. Depois de ter esse

Speaker:

grupo com os brasileiros, eu estava tentando fazer mais amizades locais,

Speaker:

Propostalmente mesmo, né?

Speaker:

Justamente porque eu vim pra me inserir nessa cultura e conhecer como eram as coisas diferentes

Speaker:

Pra mim, vir morar aqui e só ficar próximo de brasileiros não era uma coisa válida, eu diria.

Speaker:

Tem gente que prefere estar só em contato com os brasileiros, mas pra mim eu gosto de expandir essas amizades,

Speaker:

ter contato com diferentes culturas e diferentes pontos de vista.

Speaker:

Então, eu diria que com os 3, 4 meses, depois de ter chegado aqui,

Speaker:

conseguir me familiarizar com esses brasileiros que estavam vindo, até porque,

Speaker:

quando a gente sai do Brasil, a gente tá bem mais aberto a fazer amizades quando chega num local.

Speaker:

Até pra dividir as dificuldades que a gente teve, os macetes, ah, como é que tu resolveu isso, como é que,

Speaker:

resolve aquilo, tal, então isso ajuda muito a deixar as pessoas mais próximas,

Speaker:

E também, outra coisa que eu fiz foi reativar o meu Facebook.

Speaker:

Eu não usava o Facebook há alguns anos no Brasil, mas o pessoal aqui é muito aficionado pelo Facebook.

Speaker:

Então eu reativei meu Facebook para adicionar o pessoal do trabalho e tentar me aproximar mais deles também.

Speaker:

Mas no trabalho foi algo bem mais lento, porque além dessa diferença cultural ainda tem a diferença de idade.

Speaker:

As pessoas que eu trabalho já são mais velhas e com outro mindset, outra ideia de vida, eu diria.

Speaker:

Eles já são casados e têm filhos

Speaker:

eu cheguei e era solteiro e tal, então não combinava muito a vida fora da empresa

Speaker:

mas com o Facebook eu consegui achar grupos de expats vivendo aqui.

Speaker:

E através desses grupos eu achei um meio que um intercâmbio de línguas que eles faziam.

Speaker:

Por exemplo, ah eu sei...

Speaker:

É romeno e eu quero aprender romeno inglês eu quero aprender francês ou alguma coisa do tipo

Speaker:

eu encontrei um desses grupos sobre português então cheguei para um dos meus amigos brasileiros

Speaker:

aqui e falei cara vamos dar um pulo lá nesse grupo ver quem são esses romenos que querem

Speaker:

aprender português ou que sabem português se pá a gente encontra outro brasileiro perdido lá,

Speaker:

E a gente acabou indo para esse grupo, só fui uma vez, não gostei muito do pessoal, mas percebi que tinha um dos romanos lá que não falava nada de português,

Speaker:

mas que estava lá só ouvindo e tentando interagir em inglês mesmo.

Speaker:

E eu puxei ele para conversar, para entender mais qual era e tal e ele acabou falando que só estava lá para conhecer gente,

Speaker:

e eu aproveitei a oportunidade, ah eu também e tal e ele falou que estava começando um hobby novo, que era escalada.

Speaker:

E perguntou se eu não queria ir eu falei, cara, pode ser, nunca fiz escalada na minha vida,

Speaker:

vou lá ver qual é. Ele falou que tinha alguns amigos fazendo e tal, que iam me apresentar ao pessoal,

Speaker:

e eu sempre gosto de aprender esses hobbies novos e eram oportunidade para conhecer pessoas,

Speaker:

então acabei indo, gostando do esporte e por tabela fazendo mais amizades com romanos lá,

Speaker:

Hoje, depois de alguns anos, a minha maior base de amigos aqui, mais próximos, são romanos e não brasileiros.

Speaker:

Acabei me aproximando muito deles a ponto de combinar viagens aleatórias.

Speaker:

A gente descobriu que faziam muitas coisas em comum,

Speaker:

Como por exemplo...

Speaker:

Eu diria que eu fiz cinco amigos lá, três deles eram desenvolvedores também.

Speaker:

A gente estava escalando, eles são desenvolvedores, a gente gosta de moto.

Speaker:

Então a gente descobriu várias coisas em comum e acabou virando amigos próximos.

Speaker:

Cara, hobbies sempre ajudam, né? Tipo esporte, qualquer coisa assim, né?

Speaker:

Quem gosta de cantar ou tocar alguma coisa, consegue achar outras pessoas, porque...

Speaker:

Vamos dizer que é uma linguagem universal, né?

Speaker:

Isso. Mesmo que tu não fale a mesma língua, não tenha a mesma cultura,

Speaker:

você tá praticando algo em comum, então...

Speaker:

Você encontra afinidade com alguém, consegue puxar uma conversa inicial,

Speaker:

um papo, alguma coisa do tipo.

Speaker:

Inclusive esse foi um dos conselhos que eu dei pra minha gerente aqui, que é romena

Speaker:

Ela se mudou agora pra... não lembro qual país, mas enfim, ela decidiu sair da Romênia no ano passado,

Speaker:

E uma das conversas que eu tive com ela foi justamente isso Ela gosta de jogar tênis, eu falei, olha, se tu gosta de jogar tênis, tá indo pra outro país,

Speaker:

Na hora que tu chegar lá já procura um clube de tênis.

Speaker:

Tem uns aplicativos, na Espanha eles usam muito aplicativo pra combinar partida, por exemplo.

Speaker:

É justamente pra ter esse contato com pessoas que já tem alguma afinidade com você

Speaker:

que já é meio que a minha dado pra criar uma amizade.

Speaker:

Ou simplesmente conhecer a cidade, eu diria.

Speaker:

É isso mesmo. O aplicativo na real é para jogar paddle. É parecido, mas eu vi,

Speaker:

um colega do trabalho que joga e eu perguntei como que tu acha pessoas para jogar

Speaker:

ele falou, ele abriu o aplicativo e falou basicamente eu tenho aqui meu nível,

Speaker:

escolhe, não sei se é o local e acabou.

Speaker:

Eu falei, mas como assim? Tu nem conhece pessoas. Ele falou, não, não, tipo faço isso toda semana.

Speaker:

Jogo com meus amigos, eu quero jogar mais, eu acho alguém, vou no horário lá, a gente joga, se cumprimenta, acabou.

Speaker:

E é isso, então...

Speaker:

E aí eu fiquei pensando... Pra estrangeiro...

Speaker:

E aí na hora que ele falou isso eu fiquei pensando cara, deve ser sensacional pra estrangeiros

Speaker:

ou pra quem tá se mudando pra outra cidade porque tu pratica teu esporte e conhece alguém mais, né.

Speaker:

E cara, o que que é difícil morando por aí?

Speaker:

Qualquer coisa que tu falasse pô, isso aqui eu gostava mais do Brasil,

Speaker:

sinto saudade do Brasil por esse motivo.

Speaker:

O que eu sinto falta no Brasil? Comida, sem sombra de dúvidas. Isso não tem muito pra onde correr.

Speaker:

Ainda sinto falta desse calor humano e da receptividade dos brasileiros.

Speaker:

Apesar dos romenos serem bem abertos, mas nada substitui o brasileiro ou chega aos pés do brasileiro.

Speaker:

É...

Speaker:

E eu diria que só. Não sinto falta de muita coisa de lá. Eu diria que eu me adaptei bem aqui.

Speaker:

Uma coisa que eu não gosto aqui é o inverno, porque os dias são mais curtos.

Speaker:

E eu gosto muito do sol, mas dá pra aproveitar muito agora nesse primavera-verão,

Speaker:

que os dias são bem mais longos.

Speaker:

Então isso é um ponto bem positivo.

Speaker:

Uhum. E quais são as coisas que tu gosta mais, além do verão?

Speaker:

Que tu, tipo, as pessoas que pensaram assim, pô, eu moro aqui e isso aqui é top.

Speaker:

Então qual é que vem primeiro na tua cabeça? Ah, sobre as coisas que eu mais gosto de morar aqui,

Speaker:

eu diria que é a possibilidade de fazer diversas coisas,

Speaker:

coisas diferentes que pelo menos na região que eu morava no Brasil eu não tinha essa possibilidade,

Speaker:

como por exemplo escalada que é um dos hobbies que eu tenho, tem a questão de ir para as montanhas

Speaker:

só o fato de você ir para as montanhas fazer uma caminhada, um hiking e ter uma vista maravilhosa,

Speaker:

Tem muitas montanhas bonitas, tem paisagens fenomenais, eu amo isso, quase todo fim de semana tem alguma coisa pra fazer,

Speaker:

Ou eu viajo e dou um pulo na Bulgária pra escalar, porque lá é mais próximo aqui de Bucarest, é quase fronteira.

Speaker:

Ou eu vou para as montanhas da Romênia, que já são um pouco mais distantes aqui da capital,

Speaker:

ou para escalar, ou só para fazer um hiking ou viajar mesmo, mudar os ares, sair desse ambiente de cidade,

Speaker:

Fora... os parques daqui, dentro de Bucarest mesmo, são bem legais me mudei agora para um local que é 5 minutos a pé de um parque

Speaker:

é bem interessante, são parques bem amplos com lagos

Speaker:

apesar de não poder nadar no lago, isso é uma frustração que eu tenho aqui mas eles são bem bonitos para correr, para andar de bicicleta, andar de patins.

Speaker:

Essa questão da tranquilidade da Europa que você não tem no Brasil, de você poder andar

Speaker:

despreocupado, sem se preocupar com violência, com assalto. Apesar da Romênia ter uma má fama

Speaker:

por causa dos ciganos, aqui é muito seguro. Você pode sair em qualquer hora do dia, da noite,

Speaker:

com celular na mão e não se preocupar. Claro que aqui tem casos de assalto, esse

Speaker:

tipo de coisa, mas é bem menor que o Brasil. São bem raros mesmo. O que acontece mais é pickpocket, aqueles pequenos furtos num transporte público

Speaker:

público, lotado, coisas desse tipo e esse tipo de coisa que morar fora, ter essa outra

Speaker:

oportunidade, ter essa mudança de vida, ter uma condição financeira melhor, lhe proporciona.

Speaker:

E falando em condição financeira, tu acha que o curso de vida aí, o curso de vida de

Speaker:

sabendo que é maior do que a média geral normalmente.

Speaker:

Vale a pena?

Speaker:

Aqui vale muito a pena. Sempre tento convencer meus amigos a se mudarem para cá justamente por causa desse balanço de custo-benefício.

Speaker:

O nível dos salários aqui eu diria que é bem bom. Não é uma Alemanha da vida, mas também o custo de vida é bem mais baixo.

Speaker:

Em questões de dia a dia, supermercado e transporte, eu diria que o custo de vida é comparado ao Brasil.

Speaker:

O transporte público aqui é bem barato. A moeda também não é o euro, é o leo, ou ouron, e é comparável com o real.

Speaker:

Mas a economia aqui é bem mais estável, eu diria. Eles ainda estão tentando entrar na zona do euro,

Speaker:

em Sheng também, mas ainda estão sendo barrados, ainda tem uns passos para conseguir. Mas é um bom

Speaker:

atrativo porque você consegue juntar uma grana boa aqui, não tem esse mercado imobiliário tão

Speaker:

como tem no resto da europa que acaba deixando os aluguéis um absurdo

Speaker:

aluguel aqui tá ficando caro mas ainda é um preço aceitável.

Speaker:

É cara, antes de fechar, queria deixar duas coisas, passo para duas coisas um, deixa mensagem final, pode falar o que tu quiser e depois os links

Speaker:

se tu quiser que alguém te ache, onde seria o melhor lugar.

Speaker:

Então, a mensagem seria para vocês virem conhecer a Romênia, seja para tentar vir daqui ou seja só para conhecer o país.

Speaker:

Eu diria que vocês vão se surpreender positivamente, assim como eu me surpreendi.

Speaker:

Eu vim com poucas expectativas, e hoje em dia eu não penso em sair daqui, não penso em me mudar ou voltar para o Brasil.

Speaker:

É um país com muitas belezas naturais e tem pessoas amigáveis, calorosas, por causa do sangue latino.

Speaker:

E se vocês ainda quiserem bater um papo, tirar alguma dúvida sobre ou a Romênia ou sobre o mercado de trabalho aqui,

Speaker:

vocês podem me inscrever no Instagram, no LinkedIn, esteniogalvão,

Speaker:

que eu posso responder as perguntas, posso conversar com vocês sem problema nenhum.

Speaker:

Os links vão ficar aqui na descrição. E galera, antes de fechar, eu queria também falar que o podcast tem crescido bastante.

Speaker:

E para continuar crescendo, continue compartilhando.

Speaker:

Se compartilhar me marca também.

Speaker:

Às vezes demoro de responder, mas respondo todo mundo.

Speaker:

Então, continue compartilhando para que a gente consiga crescer ainda mais.

Speaker:

E não esquece de seguir também.

Speaker:

Se quiser ver, tem a janela ali no stand, mostrar no fundo, porque vai ser um pouco de boca leste.

Speaker:

Dá pra ir lá no YouTube, ou se quiser ouvir, Spotify, Apple, Google Deezer, todas as plataformas.

Speaker:

Steniel, muito obrigado. Primeiro episódio sobre Bucharest.

Speaker:

Acho que ficou... Acho não, ficou excelente. Então, brigadão mesmo pelo tempo aí.

Speaker:

Espero não ter tirado tempo de nenhuma das tuas trilhas ou escaladas.

Speaker:

Nada, não se preocupe. No que precisar, estou à disposição.

Speaker:

E última coisa, a escalada ficou, o amigo também? Aquele lá da língua?

Speaker:

Não, ele parou de escalar. Mas a amizade acabou? É, eu nunca mais tive contato com ele.

Speaker:

Mas aí, ficou a escalada, chegaram outros amigos graças a escalada e viagens.

Speaker:

Então acho que valeu a pena ter saído de casa e ido pra aquela situação Conhecido alguém que te trouxe coisas boas depois.

Speaker:

Muito bom, então brigadão cara e até a próxima.

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