No episódio de hoje, o Adriano Martins, que é DevOps Engineer, vai nos contar como ele foi trabalhar na Austrália, sendo que o primeiro passo foi o trabalho remoto ainda do Brasil.
Mais episódios
Adriano Martins
DevOps Engineer with 7+ years of hands-on experience in Platform Engineering and DevOps, Automation, supporting and optimizing mission critical deployments in AWS, leveraging configuration management, CI/CD pipelines, and Infrastructure as Code.
Créditos
Lista de Episódios
Palavras-chave:
Por Gabriel Rubens ❤️
The post "DevOps Engineer em Sidney, Austrália, com Adriano Martins - Trabalho Remoto e Mudança de País #101" first appeared on https://tudoproalto.com
Fala pessoal, bem-vindo a TPA Podcast. Aqui novamente o Gabriel Rubens e hoje a gente
Speaker:vai pela primeira vez falar sobre a Austrália, mais precisamente Sidney. E quem vai conversar
Speaker:com a gente aqui é o Adriano Martins, que tá trabalhando pra uma empresa australiana,
Speaker:uma empresa de fora que também gosta de ir na Austrália e trabalha há um tempo também
Speaker:Lá. Tudo bem, Adriano?
Speaker:Oi, tudo bem, gente? Eu sou o Adriano.
Speaker:Então, eu trabalho com infraestrutura desde 2015. Eu comecei estagiando em 2015.
Speaker:Na verdade, eu comecei como QA, numa empresa que chama Infoglobo, que é no Rio de Janeiro.
Speaker:Depois de um certo tempo, eu comecei a me interessar mais realmente pela área de infraestrutura.
Speaker:Eu já lidava muito com pipelines, ICD, Docker,
Speaker:aí acabou que foi o caminho natural de eu me interessar mais pelo lado de infraestrutura.
Speaker:Aí eu comecei a estudar AWS, comecei a tentar migrar mais para a área de infraestrutura cloud,
Speaker:Estudei alguns providers tipo Azure, AWS, Google Cloud.
Speaker:Aí eu pedi transferência, no caso de QA para a DevOps, em outra empresa que eu trabalhei.
Speaker:E estou aí atuando. DevOps, SRE, farei. Outra coisa é que eu te conheci aqui em Portugal,
Speaker:sei lá, um mês atrás mais ou menos, quando esse episódio vai pro ar vai ter talvez 2, 3 meses, mas a gente trabalhou na mesma empresa, né?
Speaker:A gente tava num encontro aqui, a gente pensou, eu trabalho nessa empresa da Concrete Solutions aqui em Portugal,
Speaker:e aí tu tava lá, e aí, poucas vezes tu falou, pô, eu trabalho em...
Speaker:Eu tô trabalhando agora na Austrália, tava lá agora, agora eu tô viajando,
Speaker:vou passar um tempinho no Brasil de novo, eu falei, pô, bora...
Speaker:Bora gravar um episódio do podcast, né? E aí, estamos aqui, então. Concrete Solutions. Já teve alguns aqui.
Speaker:É até engraçado que parece que quase todo mundo de TI que eu conheço veio da Concrete, né?
Speaker:É, é muita gente, é engraçado. Era uma empresa pequena, relativamente pequena, mas passou muita gente legal por lá.
Speaker:Sim, a primeira empresa que eu trabalhei, que foi a Infoglobal, que eu mencionei,
Speaker:assim, grande parte da galera de lá foi pra Concrete, então...
Speaker:Por exemplo, a Samanta, não sei se você conheceu ela. Eu fui estagiário dela, ela me chamou pra Concrete, eu fui com ela também, me ensinou bastante coisa.
Speaker:Quando eu estava na Concrete eu chamei vários amigos da Infoblobo e foi assim, fui conhecendo o meu networking lá na Concrete.
Speaker:Então Concrete, vamos dar um pulo aí, Austrália, né?
Speaker:Então eu queria que antes de passar sobre entrevistas e mudanças, eu queria saber sobre a tua vontade de morar fora ou trabalhar para fora,
Speaker:Se tu tinha essa vontade, buscou isso ou isso só aconteceu por indicação de alguém?
Speaker:Ou alguém te chamou no LinkedIn? Então, qual que é a história por trás disso?
Speaker:Então, cara, assim, como tudo na minha vida, as coisas acontecem um pouco assim, do nada, né?
Speaker:Por exemplo, a minha entrada na área de CTI foi meio que...
Speaker:Aconteceu do nada, assim, foi uma vontade. Eu tava fazendo, na verdade, eu tava fazendo técnico em administração.
Speaker:Aí me pintou a ideia de, tipo, acho que a ideia de 50% da galera de TI de
Speaker:Pô, gosto de computador, vou trabalhar com TI, aí eu entrei pra faculdade, comecei a estudar e tal.
Speaker:E aconteceu meio que a mesma coisa, assim, pra esse lance de eu tentar uma vaga fora, né
Speaker:Primeiramente, foi assim, um mês eu falei
Speaker:falei sempre tem alguém no LinkedIn me chamando para um emprego nos EUA ou no Canadá ou sei lá
Speaker:na Áustria porque não tentar né nunca foi minha vontade de ir para outro país não eu pensava
Speaker:vagamente mas nunca foi meu sonho aí basicamente eu pensei pô vou começar a tentar vai que aí eu
Speaker:da responder todo mundo, ah, tô interessado, tô interessado, tipo assim, tinha uma lista enorme de pessoas,
Speaker:me oferecendo vagas e eu tentei todas, assim, tive algumas feedbacks negativos, fui aprendendo, fui aperfeiçoando
Speaker:minha técnica de entrevista, porque eu tinha também muito da barreira da língua, né, não tava acostumado,
Speaker:Eu ficava nervoso, era inseguro, sempre pensei, nossa, meu inglês é muito ruim.
Speaker:Aí acabou que eu acho que por volta da quarta ou quinta Empresa que eu tentei, né?
Speaker:O processo seletivo Eu passei, era pra uma vaga remota Pra trabalhar pra essa empresa que eu tô atualmente que me levou pra Austrália,
Speaker:Só que a vaga na época era pra trabalhar remota para o Canadá,
Speaker:E assim eu fiquei trabalhando por volta de um ano Eu trabalhando em remoto para o Canadá, estando sediado no Brasil.
Speaker:E após esse período surgiu a necessidade da empresa de ter uma equipe de DevOps na Austrália.
Speaker:Eles já haviam tentado montar essa equipe anteriormente,
Speaker:mas acabou que as pessoas que foram para essa vaga acabaram saindo da empresa por alguns motivos
Speaker:um deles era que não tinha uma equipe tão presente lá, então era meio difícil a comunicação dos devops da Austrália com o resto do mundo
Speaker:porque a diferença do timezone é muito grande.
Speaker:Então eles tentaram uma nova tentativa me levando para lá quando eu cheguei lá eu comecei a entrevistar pessoas foi até uma experiência bem interessante,
Speaker:assim porque eu era uma pessoa insegura no inglês e lá eu tive que entrevistar pessoas em inglês né
Speaker:pessoas sei lá da índia ou da china e foi isso eu fui para lá para montar uma equipe hoje a
Speaker:estruturada. Eu tô no Brasil porque eu tive que voltar porque meu visto...
Speaker:Acabou, né, que quando eu fui pra lá, eu consegui entrar com visto de Short-Stay Specialist,
Speaker:que basicamente é a empresa tá precisando de alguém, não tem a mão de obra lá,
Speaker:eles conseguem emitir esse visto rápido pra você suprir uma demanda da empresa,
Speaker:e foi isso que eu peguei.
Speaker:Quando tu falou que agora você tá entrevistando, entrevistou algumas pessoas,
Speaker:antes tu tinha um pouco mais dificuldade então tu comentou também que você fez
Speaker:algumas foi aprendendo pelo feedback e eu queria entrar nesse ponto assim que,
Speaker:tu viu que tu errou nas primeiras e depois tu corrigiu e foi te ajudando acho
Speaker:que fica de lição já para quem quer tentar também então é a minha estrada assim eu sempre estudei assim tem duas a gente pode dividir em dois partes a parte.
Speaker:Técnica e a parte da língua. A parte técnica, dado que eu tenho bastante experiência, não era um
Speaker:problema para mim em português, mas quando trocou a língua da entrevista para inglês eu tive um
Speaker:pouco de dificuldade, né, porque até o seu raciocínio fica um pouco diferente outra língua.
Speaker:Então, com relação a parte técnica, realmente foi uma coisa empírica de eu praticar durante as entrevistas,
Speaker:entender como é que eles falam tecnicamente sobre as ferramentas.
Speaker:Eu lembro claramente uma entrevista que era uma coisa muito simples,
Speaker:era basicamente eu tinha que subir um Indianex e tinha que retornar uma página de erro,
Speaker:erro assim, era um hands-on assim, o cara pedia pra eu compartilhar a tela e eu me
Speaker:embolei muito assim na explicação, sabe? Aí ele me deu um feedback muito bem
Speaker:estruturado assim, ah, você foi bom nisso, seu inglês é legal, daria pra conversar
Speaker:com você tranquilamente no dia a dia, mas eu não gostei de como você procurou a
Speaker:que era até com consulta no Google, então realmente era muito fácil, eu já tinha feito isso mil vezes.
Speaker:Só que pelo fato de eu ter que ficar me comunicando em inglês, eu me enrolei muito.
Speaker:Inclusive, eu acho que foi a primeira ou segunda entrevista que eu fiz.
Speaker:Aí ele me deu feedback, ah, você deve... eu gostaria que você tivesse procurado na documentação, dessa forma.
Speaker:Por exemplo, eu usei Stack Overflow, sei lá, tipo, meio que errado assim, durante entrevista eu usar, eu acho.
Speaker:Porque o que se espera é que você consiga se virar com a ferramenta.
Speaker:Mas essa foi a parte técnica, eu fui aprendendo e fiquei bom nesse quesito.
Speaker:E com relação ao inglês...
Speaker:Eu sempre estudei desde pequeno, na minha família minha irmã é professora de inglês,
Speaker:o marido dela também é professor de inglês, então eu tenho meio que um...
Speaker:Com quem praticar, minha irmã me dava aula, mas eu nunca, por exemplo, antes de fazer as entrevistas,
Speaker:eu nunca tinha parado para falar com alguém em inglês, assim, ter um diálogo, por exemplo.
Speaker:Porque eu sempre fui meio que inseguro. Aí nesse instalo que me deu de, ah, eu vou tentar aplicar para vagas para fora,
Speaker:eu peguei o período de um mês, um mês e meio, e todo dia o que eu fazia era, eu acordava, trabalhava e tal,
Speaker:mas quando encerrava meu expediente, eu entrava num servidor no Discord de Ingrid.
Speaker:Basicamente eram várias salas que você podia entrar, divididas em níveis, e você entrava e começava a falar inglês com a galera.
Speaker:E quando eu tava dirigindo pra ir pra academia, por exemplo, eu sempre botava um podcast, eu ouvia bastante Joe Rogan.
Speaker:E foi isso. E paralelo a isso eu fazia aula de inglês com a minha irmã voltado para entrevistas em inglês.
Speaker:Então eram aulas totalmente direcionadas a... Realmente a entrevista, né? Como você se apresentar,
Speaker:como você falar do seu background, como se portar durante a entrevista em inglês.
Speaker:Então foi bem legal.
Speaker:Então é até um conselho que eu posso dar, né? Faça aulas particulares quando você for tentar pra fora, né?
Speaker:Porque um professor particular consegue desenhar uma aula específica para sua necessidade.
Speaker:Eu acho que é bem interessante.
Speaker:Como que é o nome do servidor? Eu achei interessante essa ideia do Discord.
Speaker:Então, o nome é bem fácil, é English.
Speaker:Então, se você procurar no Discord por English, você vai achar esse servidor
Speaker:e provavelmente você vai achar vários outros, né?
Speaker:Você meio que consegue procurar por tema, então... Talvez tenha até um melhor do que eu usei que realmente era muito bom.
Speaker:Além das salas de chat, tinha vários materiais.
Speaker:Dentro dos canais do Discord tinham dicas, material de estudo,
Speaker:como escrever textos ou gramática.
Speaker:Bem legal.
Speaker:São dicas boas. Foi uma coisa que eu fiz também. Foi antes de eu conseguir uma vaga ainda, mas eu fiz algumas aulas de inglês pelo Italk.
Speaker:E eu procurava também, eu procurava uma professora que eu pudesse praticar entrevistas.
Speaker:Antes de ir para o Canadá, eu fiz a mesma coisa, ela fazia um, tipo um teatrinho, né,
Speaker:tipo, tá, como que você vai passar no aeroporto, como que vai ser tal coisa.
Speaker:Na prática foi muito mais difícil, o meu inglês era muito básico do que o do professor,
Speaker:mas pelo menos eu não tinha um susto de, é uma situação completamente nova e outra língua.
Speaker:Tá bom, a pessoa não tá falando exatamente como ela falou, mas eu sei quais são as intenções,
Speaker:qual que é a interação aqui.
Speaker:Então acho que isso sempre ajuda a num momento deixar um pouco mais relaxado.
Speaker:Sim. No meu caso era muito da questão de... Ok, na aula eu consigo me virar bem,
Speaker:mas e falando com uma pessoa real, ou mais de uma pessoa, que são coisas que você não consegue praticar numa aula, né?
Speaker:Então... Essa questão do discord foi essencial pra mim, porque eu entrava numa sala com
Speaker:com seis pessoas e começava a falar, e cada um falava de um assunto diferente.
Speaker:É, não, e é mais difícil gerenciar a conversa, também porque assim, a entrevista tu sabe, né, e já facilita, mas uma conversa mais solta mesmo.
Speaker:Voltando à experiência no Canadá, eu tive num grupo de canadenses e eu não segui nada, assim, então pra mim é um bom até parâmetro de como, mas,
Speaker:era a parada de quando eu entendi o assunto já tava mudando, sabe, porque era uma conversa mais fluida, então era bem difícil, eu não conseguia,
Speaker:Eu não sabia, eu tava muito despreparado, parecia que eu tava meio chateado na situação,
Speaker:ali sabe, não tava curtindo, mas eu só não conseguia acompanhar o pessoal.
Speaker:E também assim, pelo menos no meu caso, eu sempre pensei, nossa, eu não vou conseguir
Speaker:falar inglês, porque meu inglês não é...
Speaker:Eu não sou fluente em inglês e acabou que eu me sabotei durante muito tempo por conta
Speaker:disso, né, por causa desse pensamento.
Speaker:Mas assim, quando você chega lá fora, você percebe que caramba, meu inglês é bom, assim, a galera não...
Speaker:Ninguém estrangeiro assim fala inglês tão bem, assim, você...
Speaker:Se depara com várias situações que você encontra...
Speaker:Eu diria que... 70% das pessoas não tem um inglês realmente muito bom.
Speaker:Então você tá no meio dessa galera, assim, você é normal, sabe, se você não fala inglês tão fluentemente.
Speaker:Um beijo. Um beijo. Até a próxima.
Speaker:Então deixa a gente... Então passando pelas entrevistas eu queria falar agora sobre o trabalho em si.
Speaker:Tu começou primeiro remotamente, mas já trabalhando em inglês.
Speaker:Passando a entrevista, como foram os primeiros meses de trabalho o tempo inteiro em inglês?
Speaker:Então, trabalhando remoto... Eu lembro das minhas primeiras impressões assim,
Speaker:foi sempre meu Deus eu vou entrar numa reunião em inglês tem que pensar tem que
Speaker:ter dificuldade mas é basicamente a mesma coisa que era você começa a ter reuniões assim você vê que é normal a galera ter dificuldade para falar inglês.
Speaker:E no início que você tem esse primeiro contato né com pessoas falando inglês
Speaker:no trabalho acaba que pelo menos pra mim no início eu pensava muito né antes de
Speaker:falar por exemplo era sempre traduzindo na minha cabeça né tipo a vou falar
Speaker:isso tá então é ela serve eu vou falar servidor então tem que falar server é,
Speaker:coisas assim mas com o tempo você vai passando por cima disso se não precisa
Speaker:mais ficar traduzindo na sua cabeça vai como se fosse se tivesse falando português né você não precisa ficar traduzindo seja pensa na língua e isso
Speaker:eu fui adquirindo conforme os meses foram passando, né?
Speaker:Diria uns 4, 5 meses.
Speaker:Hoje eu já tô muito confortável, já... Reunião pra mim é bem tranquilo, eu consigo apresentar alguma coisa,
Speaker:entrevistei pessoas, e, poxa, não tem nem dois anos, né?
Speaker:Então, eu acho que foi num período curto, assim.
Speaker:Uhum.
Speaker:Sim, dá uma acelerada boa, né? Quando você tá na prática.
Speaker:E aí, Dan, sobre a equipe, como que é trabalhar com a galera de fora?
Speaker:O que você sentiu diferente? E eu queria continuar nessa experiência remota e aí depois a gente vai de vez na Austrália,
Speaker:que já seria a imersão total, né?
Speaker:Saindo da tua casa e agora tá em um ambiente completamente novo, mas remotamente.
Speaker:O que você sentiu diferente das empresas que você trabalhava no Brasil?
Speaker:Foi a primeira experiência de trabalho 100% remoto que eu tive nas empresas anteriores.
Speaker:Eu diria que durante a semana eu fazia um dia remoto, talvez.
Speaker:Então, além de trocar a língua, também trocou o modelo de trabalho.
Speaker:Eu passei a trabalhar 100% remoto.
Speaker:Então, eu tive algumas impressões, por exemplo, a falta do escritório,
Speaker:a falta da galera pra você chegar na mesa e conversar e tirar dúvida.
Speaker:Eu acho que a troca pro modelo remoto me trouxe certas dificuldades junto com a dificuldade
Speaker:do inglês, né, entre as coisas.
Speaker:Mas o convívio com a galera de lá é um pouco diferente porque eu tava muito acostumado
Speaker:com brasileiro aqui, então eu não tinha muito que me preocupar com como eu falava
Speaker:com as pessoas, né, porque eu já faço parte dessa cultura.
Speaker:Lá fora eu sou... eu não conheço, pode ser que eu esteja falando com...
Speaker:Alguém da Índia e eu tenho que tomar algum cuidado pra falar sobre alguma coisa,
Speaker:ou, sei lá, alguém do Canadá e eu tenha que tomar cuidado pra falar sobre outra coisa,
Speaker:eu acho que você tem que meio que pensar um pouco, né, como se comportar lembrar que você não tá lidando com a galera do Brasil, que é mais zoeira, né,
Speaker:é... sempre respeitar e acaba que com o tempo isso se transforma numa coisa bem legal
Speaker:porque você vai conhecendo a cultura da galera vai entendendo que a brincadeira é um pouco diferente, eles brincam de outra maneira,
Speaker:e é uma experiência bem interessante.
Speaker:E comparando agora já com a tua ida pra Austrália, né, foi...
Speaker:Foram diferentes as duas ou por tu já estar remoto com a galera quando tu foi trabalhar lá
Speaker:tu não sentiu nenhuma diferença?
Speaker:Bem diferente porque indo pra lá... assim, estando no Brasil eu não tinha tanto contato com a galera da Austrália
Speaker:porque a diferença da hora é muito grande, são 13 horas de diferença,
Speaker:então durante o dia eu não tinha muito contato.
Speaker:E além de eu ter mudado para a Austrália, para o Timezone de lá,
Speaker:eu frequentei bastante o escritório.
Speaker:Então, assim, voltou aquele sentimento de poder ir na mesa da galera, conversar,
Speaker:sair para almoçar, zoar com os outros.
Speaker:Então foi bem diferente assim de trabalhar remoto pra fora. A experiência do escritório foi muito legal pra mim.
Speaker:Deu saudade de trabalhar no escritório.
Speaker:E como que é trabalhar com os australianos?
Speaker:Vou dizer que não sou australiano, né? Eu apostaria que é bem internacional,
Speaker:mas conta aí como foi essa experiência, o que você sentiu de diferença, talvez,
Speaker:na forma de trabalho, na cultura das pessoas?
Speaker:Das brincadeiras também, tem alguma coisa assim que tu consegue dar de exemplo concreto
Speaker:Tu que tu falou, pai, isso aqui não era igual no Brasil, sabe?
Speaker:Então, é como você falou, né? Assim, eu fui pra Austrália, mas o contato com australianos, assim,
Speaker:pelo fato de eu estar lá em Seed, eu fui pra outros lugares também, como Melbourne, Brisbane,
Speaker:mas principalmente em Seed, né, é bem difícil de você achar australiano mesmo, assim,
Speaker:da minha galera, assim, do escritório, eu diria que 5% eram pessoas da Austrália.
Speaker:Eu lembro claramente que a galera combinou de sair, que tem muito isso, durante a semana a galera sai, deu 5 horas a galera vai pro bar beber
Speaker:e eu lembro claramente que eu tava numa mesa com... tava sentado eu, brasileiro, uma menina da Irlanda, uma da França, um cara da Índia, uma garota da Argentina, uma do Uruguai
Speaker:Ninguém era da... não tinha nenhum australiano e ninguém era do mesmo país, sabe?
Speaker:Então é bem... é bem internacional, né? O pessoal vem bem de fora, é bem...
Speaker:É... multicultural, né? Então, australianos mesmo lá era a maioria, posso dizer.
Speaker:Então é meio que aquilo que eu falei, né? Poxa, você tem que conhecer a pessoa antes de, por exemplo, cumprimentar.
Speaker:Eu lembro que eu cheguei assim uma vez pra uma menina, que era até francesa,
Speaker:e fui me apresentar, né? E brasileiro tem muito essa cultura do abraço.
Speaker:E ela falou, ah, não, a gente não abraça não, porque pra gente abraço é uma coisa muito íntima, é até mais íntimo que um beijo e tal, entendi.
Speaker:Eu já ficava com o pé atrás de cumprimentar os outros, de nossa, o que eu faço?
Speaker:Eu aperto a mão, dou um beijo na bochecha, eu abraço.
Speaker:Você tem que cumprimentar igual o Spock, né?
Speaker:De longe, é. É sempre complicado que cada pessoa... Acho que o que eu falo para as pessoas, o que eu faço hoje é esperar.
Speaker:E cobre, precisa muita atenção, né? O que a pessoa for fazer, eu copio, porque é difícil mesmo, né?
Speaker:A gente entender o que fazer, tu...
Speaker:Sei lá, não quer parecer muito seco, mas também não quer ser... Sim... Ou, sei lá...
Speaker:Fazer a outra pessoa se sentir desconfortável, né? É, mas aí é aquilo, você vai pegando com o dia.
Speaker:Tipo, ah, aquela pessoa ali eu tenho que cumprimentar de tal jeito,
Speaker:com aquela ali eu já posso brincar mais. É isso, é o empirismo, né?
Speaker:Todo dia você vai aprendendo.
Speaker:Em questão de organização de time, você se sentiu diferente também?
Speaker:Vamos supor que antes de trabalhar fora, a gente fica às vezes pensando o que vai mudar no dia a dia,
Speaker:como que é, além de falar inglês, pessoas diferentes, meu trabalho tecnicamente, organização de equipe,
Speaker:vai ser diferente, vai ser muito melhor, todo mundo vai estar de uma forma muito mais organizada,
Speaker:tecnologia de ponto, né? Mas tipo, na prática, o que que tu viu lá?
Speaker:Ah, é... Lá na Austrália especificamente é um pouco difícil de falar sobre isso porque eu comecei meio que a área de DevOps lá, né?
Speaker:Eu fui pra lá pra contratar a galera, então basicamente o que tem de estrutura lá que,
Speaker:basicamente eram três pessoas, eu e mais dois que eu contratei, um indiano e um brasileiro até,
Speaker:foi eu que construí, então assim, a organização tá começando, então a gente não tem tribo, squad, não, a gente é uma pequena equipe, a gente tem as deles, enquanto eu tô aqui no Brasil a gente combinou um horário mais tarde aqui pra mim e mais cedo pra eles
Speaker:a gente faz as deles e vai tocando o barco, assim, a gente tem um backlog e vai puxando as tasks, é isso, a nossa organização é essa,
Speaker:Mas o que eu já reparei dessa questão de organização trabalhando remoto pra fora,
Speaker:foi que no Brasil a gente não tá atrás da galera não, a gente é muito bom.
Speaker:Por exemplo, a gente mencionou a Concrete aqui. Cara, a gente tinha uma organização pra mim, assim, na meu ver, foi a melhor empresa que eu trabalhei com relação a isso.
Speaker:Então, a gente pode dar exemplo para muita empresa de fora estando no Brasil.
Speaker:Que legal. Isso é sempre bom ouvir.
Speaker:E além da organização, tu falou que também montou a equipe lá.
Speaker:Então, eu queria saber, tu já tinha entrevistado também no Brasil, já tinha contratado pessoas aqui?
Speaker:Esporadicamente. É, esporadicamente. Eu nunca fui manager de empresa nenhuma.
Speaker:Foi sempre esporádico do tipo, ah, meu manager, eu preciso entrevistar alguém.
Speaker:Você tá livre aí, Adriano? Você consegue entrevistar comigo? Sempre tem isso, né?
Speaker:Aí, a minha experiência era essa.
Speaker:E lá foi meio que assim, ah, tinha um manager lá de outra área e a gente combinou que eu faria as entrevistas, ele participava,
Speaker:mas eu ficava encarregado da parte técnica e de treinamento.
Speaker:Então foi isso, tanto na parte da entrevista quanto de treinamento,
Speaker:foi uma ótima experiência pra mim, aprendi muita coisa.
Speaker:Teve entrevistas, por exemplo, que até pelo fato de eu não ser tão fluente em inglês,
Speaker:eu apanhei muito de não entender o que o candidato falava.
Speaker:Eu lembro que eu tive muita dificuldade com um garoto que era chinês.
Speaker:Ele tinha o sotaque muito carregado, eu entendi.
Speaker:30% das coisas que ele falava assim. Tinha mais alguém contigo?
Speaker:Tinha, tinha. Inclusive um australiano, assim, que...
Speaker:Uma das coisas que te faz aprender inglês lá é ter que lidar com australianos, assim.
Speaker:Os 5% que eu falei que eram australianos me ensinaram bastante.
Speaker:Porque eles falam muito rápido, com um sotaque muito carregado.
Speaker:É um sotaque bem característico australiano, assim, que...
Speaker:Você tem que... Você dá uma apanhada pra aprender. o que você sentiu diferente nos candidatos que você estava entrevistando lá, além da dificuldade de entender o sotaque,
Speaker:que eu acho que é interessante a gente estar agora no ponto de vista diferente.
Speaker:Enquanto a gente vai ser entrevistado, a gente fica falando, será que o pessoal vai me entender ou não?
Speaker:A gente tem o outro lado agora.
Speaker:Então, eu queria saber como que foi essa experiência no geral, como que eram as pessoas,
Speaker:o que você viu tecnicamente dessas pessoas. Isso aqui vai ser uma mostragem pequena para dizer como é o mercado australiano, mas da sua experiência.
Speaker:E até antes disso, o que o australiano sentiu do inglês do chinês?
Speaker:Tu falou, ele entendeu muito mais que você?
Speaker:Com certeza. Assim, pelo fato, eu sempre foquei bastante na pronúncia, né.
Speaker:Então, assim, apesar de eu não ter um vocabulário muito extenso, o vocabulário que eu tenho
Speaker:assim eu sempre tentei aperfeiçoar um pouco a pronúncia.
Speaker:Então é fácil me entender.
Speaker:Mas no caso dele o sotaque era muito carregado. E falando dos candidatos de lá, que você perguntou.
Speaker:É muito difícil achar alguém bom mesmo, porque a galera boa, com 5 anos, ou 6, 7, em diante de experiência,
Speaker:eles são muito assediados, porque lá tá sofrendo,
Speaker:muito com a falta de mão de obra especializada.
Speaker:Até por isso que eu fui pra lá.
Speaker:Então é muito difícil achar alguém pronto. Até pela demora de achar alguém sênior, que era o nosso objetivo,
Speaker:a gente começou a diminuir um pouco o nível da vaga.
Speaker:Então acabou que a gente contratou um júnior e foi brasileiro,
Speaker:que é o Vinha, que também é um cara muito bom, se ele ver, até um abraço pra ele.
Speaker:Então foi isso, a gente tentou achar um sênior, não achou. A galera que se candidatava pra vaga, se fosse sênior, pedia um valor absurdo.
Speaker:Aqui a gente pode até falar sobre...
Speaker:Sobre como é o salário de lá, mas a galera que realmente era muito experiente pedia um salário muito absurdo,
Speaker:até pra realidade de lá e as outras pessoas que se candidatavam pra vaga de sênior não sabiam nada, era até esquisito
Speaker:porque aqui geralmente a galera pra vaga de sênior é realmente você que for sênior, que você se candidata a mais,
Speaker:Lá eu vi a galera que tava na faculdade se candidatando.
Speaker:E o Vinícius, ele também foi contratado do Brasil ou ele já tava lá quando vocês contrataram ele?
Speaker:O Vinícius já tava lá, ele já mora na cidade do Rio há 8 anos, ele já tem cidadania, já tem a filhinha dele que nasceu lá, tá casado já.
Speaker:Ele já foi com a esposa há oito anos atrás.
Speaker:Aí ele aplicou para a cidadania, já saiu, tem a vida dele lá.
Speaker:E eu o encontrei num grupo de TI no WhatsApp específico da Austrália,
Speaker:que é até uma boa dica.
Speaker:Se você procurar no Facebook por grupos de TI da Austrália, você vai achar um monte.
Speaker:Eu fiz o anúncio da vaga nesse grupo e o Vini chegou pra mim, falou comigo, falou
Speaker:que eu tô aqui no Australião, sou brasileiro, tenho experiência com isso, com isso, com isso, sou júnior.
Speaker:Aí a gente entrevistou ele e deu super certo. Ele é uma pessoa muito boa, super esforçada, inteligente, manja bastante e com certeza
Speaker:tem muito pra crescer dentro da empresa.
Speaker:Bom, que bom. Vamos ver se depois a gente não faz um com ele também.
Speaker:Com certeza, com certeza.
Speaker:Com certeza, tem muito pra falar. Tem o Tandoi, o Tanoi lá.
Speaker:Ele é de Brisbane.
Speaker:Tu comentou sobre o visto, né? Tu tava falando agora sobre o visto do Vinícius e eu queria saber sobre o teu.
Speaker:Quando a gente tava conversando aqui em Portugal, aqui em Porto,
Speaker:em Porto, tu mencionou que tava com visto que tu ficaria lá um tempo, aí voltaria pro Brasil e depois iria pra lá quando chegasse o outro, né?
Speaker:Então foram experiências de alguns meses, agora tem que esperar outra vez. Então, conta aí o que aconteceu, como que é isso,
Speaker:que tipo de visto que você ganhou, quanto tempo poderia ficar lá, então, qual que foi teu processo?
Speaker:Então, esse primeiro visto, eu apliquei pra ele com uma empresa que minha empresa contratou.
Speaker:A gente, basicamente, é porque a Austrália tem uma quantidade de vícios enormes, assim,
Speaker:você pode como estudante trabalhar, você pode como acompanhante, você pode como especialista,
Speaker:assim, tem uma lista enorme de vícios.
Speaker:Então, a gente sentou, viu qual fazia mais sentido e a gente achou esse short stay specialist,
Speaker:que basicamente era um que eu poderia ir rápido, assim, sairia por volta de 30 dias, não era
Speaker:muito exigente assim eu só tinha que fazer um comprovar a faculdade tive que fazer exame médico
Speaker:background na polícia e apliquei saiu rápido né mas ele só me permitia ficar até seis meses então
Speaker:bateu seis meses eu voltei né até parei em alguns países na volta porque a volta é muito longa tanto
Speaker:volta, a gente pode até falar sobre a viagem para lá.
Speaker:E agora eu tô aplicando para um que é para mais tempo, você pode optar por dois ou quatro anos.
Speaker:Eu tô tentando aplicar para o de quatro anos, que tem uma série de exigências, demora
Speaker:mais tempo para sair, mas aí quando eu estiver lá, ele vai valer por quatro anos, eu posso
Speaker:sair e voltar pra lá e não tem problema nenhum.
Speaker:Pra mim vai ser perfeito.
Speaker:É a menos preocupações, né? que é por um tempo maior
Speaker:é, e ele me permite, depois que esse visto vencer, ele me permite aplicar pra cidadania de lá
Speaker:são quatro anos pra aplicar pra cidadania?
Speaker:Se eu não me engano são dois, quando passa dois você já é elegível pra pra aplicar pra cidadania, mas o tempo total de visto são quatro, quatro anos,
Speaker:hum, entendi E a tua empresa já te contratou pensando nisso?
Speaker:Era para trabalhar só remoto e aí depois resolver chamar para lá ou era para ir para lá?
Speaker:E por que te contrataram com esse serviço temporário?
Speaker:Parece muito diferente, né?
Speaker:Sim, sim, sim. Então, a ideia da empresa era só me contratar remoto do Brasil mesmo.
Speaker:Aí eu lembro que teve uma reunião para falar a gente precisa de uma equipe de DevOps na Austrália, por isso, isso e isso,
Speaker:porque a gente tem uma galera que trabalha da Austrália.
Speaker:E dado que a gente não tinha uma equipe de DevOps lá, as demandas que eles tinham para a nossa área,
Speaker:eles tinham que esperar um tempo enorme.
Speaker:Eles faziam um pedido, a gente demorava 12 horas para responder,
Speaker:muitas vezes a gente respondia com uma coisa que não era o que eles queriam,
Speaker:então tinha um ruído na comunicação enorme.
Speaker:Aí foi falado nessa reunião, alguém quer ir lá pra formar essa equipe? Aí eu falei, ah eu.
Speaker:Aí foi isso, a gente viu qual era o melhor visto e me jogaram pra lá com esse visto temporário.
Speaker:Então eles já sabiam que seriam seis meses e que depois você ia ter que pedir o outro, né? um bom dia.
Speaker:Entendi, entendi. Boa, então cara, eu queria passar pra essa parte de morar na Austrália, né. Aí já é...
Speaker:É...
Speaker:Vamos dizer, já é uma experiência muito diferente do que só o trabalho remoto.
Speaker:Sim, vamos dizer que o trabalho remoto também não é lá tão comum, porque como você falou, né.
Speaker:É outra língua, então já é muito mais cansativo no começo, são outras culturas, então já tem tudo aprendizado.
Speaker:Mas não é a mesma coisa da imersão na cultura que tu vai ter também fora do trabalho quando você tá no país, né?
Speaker:Então, como que foi morar, viajar na Austrália, as pessoas que tu conheceu lá?
Speaker:Então eu queria saber aí a experiência australiana de seis meses.
Speaker:A gente pode começar pela viagem pra lá, né? Primeiro que é uma... ainda bem que te pagaram a minha passagem, porque é uma passagem bem carinha, assim, sabe?
Speaker:Foi o que cancelou o meu intercâmbio, quando eu fui fazer o orçamento de ir pra onde eu vou,
Speaker:eu olhei a passagem e falei, cara, a passagem é mais cara do que o tempo que eu quero ficar lá.
Speaker:É muito caro.
Speaker:Aí, eles me deram um budget, eu comprei minha passagem, e, cara, assim, você sempre pensa, nossa, primeira classe é uma parada que eu...
Speaker:Eu não peguei primeira classe, ao longe disso, eu peguei econômica, mas...
Speaker:Geralmente a galera pensa nossa primeira classe é um luxo e ou executivo é um luxo e você não precisa realmente da prévia econômica
Speaker:Mas caramba num voo de 42 horas assim deve fazer total diferença 42 horas
Speaker:Nossa muito difícil Caraca Que trajeto!
Speaker:Então, tem vários trajetos pra lá. O mais comum é do Brasil, no meu caso Rio, pro Catar e do Catar pra Austrália.
Speaker:E tem um outro caminho que foi o que eu peguei que é do Brasil pra Santiago, de Santiago pra Nova Zelândia e de Nova Zelândia pra Austrália.
Speaker:Então esse caminho, que no caso é pra esquerda do mapa, toma 42 horas e é bem... é um sacrifício enorme.
Speaker:Porque na classe econômica não tem muito como se ajeitar pra dormir, não inclina tanto, então assim...
Speaker:Complicado. E eu tomei a decisão ruim de sentar na janela, nunca passa isso num voông, sabe?
Speaker:Porque você quer levantar e tem a galera dormindo do seu lado, é complicado.
Speaker:Pia com o seu comigo também.
Speaker:Nossa, muito difícil. E dormir todo torto, assim, 42 horas.
Speaker:E é muito oceano, assim, então você dorme, acorda, dorme, acorda,
Speaker:olha na janela e não tá em cima do oceano. É muito longo.
Speaker:É... Mas você teve tempo de fazer alguma coisa entre nessas paradas, assim? Tipo...
Speaker:Não, não. Você tem 10 horas, não?
Speaker:Não, você tem...
Speaker:Uma hora e é melhor você correr. Eu lembro até que na descida em Santiago tinha uma mulher lá da Latam, uma menina da Latam
Speaker:Esperando a gente na porta do voo porque tipo, é muito rápido Você tem que sair e ir correndo para outro terminal, embarcar e ir embora,
Speaker:E na Nova Zelândia demora mais um pouquinho, eu acho que se eu não me engano é por volta de 3 ou 4 horas,
Speaker:Mas é porque tem uma coisa que acontece que é muito estranha que é basicamente você desce do avião, você tem que passar na imigração...
Speaker:E voltar para o mesmo avião. É só para isso que você sai. Você sai, passa na imigração e volta para o mesmo avião.
Speaker:Ele é baixo teste, mas o esquisito é que você tem que descer e passar na imigração
Speaker:para voltar para o mesmo avião, não é só uma parada.
Speaker:Aí tem isso, aí são por volta de quatro horas, então basicamente nas paradas você desce do avião,
Speaker:corre para fazer alguma coisa e volta.
Speaker:Aí é puxado mesmo.
Speaker:Se vins pra andar um pouco, tu, sei lá, vamos dizer, tem 9 horas no país, né.
Speaker:Já aconteceu comigo, 9 horas não é muita coisa, porque tem que estar no aeroporto cedo, né, demora de sair,
Speaker:aí depois tem todo o processo, passa pela segurança, então...
Speaker:Mas tu tem, sei lá, dessas 9, 3, 4 horas, e se não for muito longe do centro, né,
Speaker:cara, você sair é muito bom. Eu já fiz isso, eu já visitei um país assim, tinha, sei lá, 10 horas,
Speaker:e deu pra andar e relaxar um pouco, esquecer que tava no meio do processo.
Speaker:Ajuda agora 40 horas, assim, de reto. Inclusive foi a estratégia que eu adotei pra volta, né?
Speaker:Na volta eu parei em alguns países pra não ter esse sacrifício.
Speaker:Aí na volta eu aproveitei, né? Eu tinha um budget de passagem, aí eu pô, onde eu tiver parado
Speaker:eu vou passar alguns dias.
Speaker:Aí eu parei uns dias em Dubai e parei uns dias em Portugal.
Speaker:E de Portugal fui para a Espanha, né? Então aproveitei a volta e descansei um pouco, né?
Speaker:Para não pegar esse voo tão longo. Mas você tinha perguntado da vida, né? Na Austrália.
Speaker:É, isso que eu ia falar. E a vida lá na Austrália, o que tu achou?
Speaker:Então, na minha chegada lá, eu não parei em Sidney. Eu peguei uma escala em Sidney e fui para Melbourne.
Speaker:Então meu primeiro contato com Austrália assim foi um frio extremo. Eu lembro que eu não fui
Speaker:preparado para ter um frio né, se eu não me engano eu cheguei lá e estava por volta de 0 graus.
Speaker:Então para mim, que eu sou carioca, que estou acostumado com 40 graus, era um frio terrível.
Speaker:E no primeiro dia eu tomei uma chuva assim, sem guarda-chuva, nossa foi um vento gelado,
Speaker:enriquecedora, vamos dizer. É para começar já lá embaixo, aí depois só melhora.
Speaker:Melhorou tudo. Aí eu fui para lá, eu tinha alugado um Airbnb para mim.
Speaker:Aí eu morei durante dois meses, se eu não me engano.
Speaker:Foi meu primeiro contato, então eu tive muitas experiências novas. Eu lembro que...
Speaker:É até o que te ajuda muito no inglês que eu falei do empirismo, né?
Speaker:Por exemplo, eu não sabia lidar com diversas situações. Por exemplo, uma das primeiras que eu consigo lembrar era eu ter dor de garganta.
Speaker:Eu tive dor de garganta, eu pensei, tá bom, eu tô com dor de garganta, o que eu vou fazer?
Speaker:Eu vou na farmácia, como é que eu falo que eu tô com dor de garganta?
Speaker:Ah, ok, aí eu fui lá, aí eu pratiquei, então essas que eu já desbloquei, né?
Speaker:Eu já consegui ter uma dor de garganta na Austrália.
Speaker:Mas a vida em Melbourne, muito boa, assim, é um lugar que o transporte público é muito bom,
Speaker:eles têm um trem de superfície lá, como se fosse um VLT, que a gente tem no Rio,
Speaker:nome é Tren. Eles têm um cartão de passagem que você consegue usar em tudo, em ônibus.
Speaker:Nesse trem, no trem mesmo. Até o ônibus é curioso, eu acho que em várias partes do
Speaker:mundo é assim, mas você passa o cartão na entrada e na saída e ele meio que calcula
Speaker:o preço pelo trajeto que você fez, não é um preço fixo. Então a infraestrutura
Speaker:da cidade é muito boa de transporte, é uma cidade muito limpa, assim, eu lembro que isso
Speaker:foi um choque pra mim, ver que a galera não joga lixo na rua.
Speaker:Eu acho que até pelo exemplo, tem um estudo que fala sobre isso, de países civilizados
Speaker:pra países que a galera não respeita muito e joga lixo no chão, eu acho que é muito
Speaker:exemplo, você vê tudo bonitinho, você não quer sujar o lugar, então, assim, você vê
Speaker:todo limpinho, todo mundo preserva, todo mundo respeita o sinal.
Speaker:Lá até você passar no sinal vermelho, pra pedestre, você é posto uma multa.
Speaker:Então a galera respeita.
Speaker:É bastante frio é o mercado é muita opção de tudo você eu acho que é comum em Portugal também
Speaker:né você é você passa a sua própria compra nessa não precisa de um atendente é é isso é
Speaker:infraestrutura de tudo, é muito fácil fazer esporte, você encontra quadra de
Speaker:tudo quanto a esporte em todos os lugares. Eu que gosto de escalar, lá tinha muita
Speaker:escalada indoor, então meus amigos de lá eu conheci na escalada indoor, ia praticamente
Speaker:todo dia da semana após o trabalho. Em falar nisso, uma coisa muito interessante
Speaker:interessante sobre a Austrália é que a galera leva uma vida muito não tão focada no trabalho. Eu acho, eu acredito muito que é porque lá tem muitas
Speaker:oportunidades, né? É fácil arrumar um emprego por conta da... que as empresas
Speaker:precisam de muita mão de obra e tá em falta, mas eles têm uma cultura muito
Speaker:forte de tipo assim, eles trabalham de 9 às 5, 5 horas vai todo mundo fazer alguma
Speaker:coisa vai pra praia vai praticar um esporte vai pro bar beber socializar.
Speaker:Então a Austrália toda meio que assim e pós Melbourne eu fui pra Síria.
Speaker:Foi até ali no período do natal se eu não me engano a gente teve uma festa na empresa que eu lembro claramente que a empresa alugou
Speaker:um barco grande e foi ali do lado do Opera House, então a gente ficou andando de barco
Speaker:no Opera House refogando. Foi uma das melhores festas que eu já fui. Em Sydney o clima
Speaker:já é um pouco mais quente, mas é bem mais frio do que Rio, fica por volta de 10 graus,
Speaker:35 graus. Em dezembro, né? Sim, isso. Agora, isso, agora é frio, mas não tão frio como Melbourne.
Speaker:Agora, no verão, lá é bem quente, assim, alguns dias fica mais ou menos igual Rio, aqui 30, 35
Speaker:Eu acho que é bom lá que as praias lá são bem legais e era perto do escritório.
Speaker:Mas Sidney já é uma cultura um pouco mais diferente de Melbourne.
Speaker:Eu acho que Melbourne é uma coisa mais, vamos dizer, parece mais Europa, assim.
Speaker:Por ser mais quente, me lembra um pouco mais aqui a América do Sul.
Speaker:Também tive uma experiência em Brisbane, onde é bem mais quente, se não me engano tem muito mais brasileiro,
Speaker:E uma das coisas que me marcou em Brisbane foi ver que lá tem uns pássaros que te atacam na rua
Speaker:Então você anda na rua e você vê umas placas de perigo pedindo pra tomar cuidado
Speaker:né, que pode ser que, sei lá, o pássaro arranhe o seu olho, não sei.
Speaker:Tem muita, tem muita... Mas tipo, gaivota ou pássaro menor?
Speaker:Não, é um pássaro que se chama magpie. Lá tem muito bicho, muito diferente, assim, eu tenho várias experiências com bicho lá.
Speaker:É... então é um pássaro que ele, em determinada época do ano, ele, mais perto do verão, se eu não me engano, ele põe uns ovos, assim, na rua,
Speaker:se você chegar perto ele vai te seguindo, te bicando e é isso assim, não adianta correr que ele vai atrás,
Speaker:aí é até interessante que se você pesquisar no Google é magpie helmet, sei lá,
Speaker:você vai ver que a galera que é ciclista lá, eles usam capacete normal de ciclismo
Speaker:só que eles botam várias antenas assim que é pra espantar os bichos, os magpies.
Speaker:E eu tenho um cara, por exemplo, aranha, a galera fala muito de aranha da Austrália né
Speaker:Cara, eu vi um monte, mas não nas cidades principais.
Speaker:Porque no meu último mês, que foi de dezembro pra janeiro, que pegou o ano novo e o início de janeiro,
Speaker:eu fui pra uma cidadezinha no interior de New South Wales, que é perto de Seed, né?
Speaker:Que se chama Lyra.
Speaker:Ela fica em Blue Mountains e é bem no interiorzão, nas montanhas.
Speaker:Então, cara, todo dia eu via umas aranhas gigantes, cobra, muito bicho.
Speaker:Eu, eu, eu, eu, eu, há muito tempo atrás eu via, eu gostava de ver o G1 Plantas Bizarros,
Speaker:e eu brincava com o meu irmão, né, a gente ia, assim, toda semana ia ter algum bicho da Austrália, sabe,
Speaker:toda semana ia ter alguma história sobre a Austrália lá, e acho que, pelo tempo que a gente viu, assim,
Speaker:alguns meses, não sei como começou essa piada, toda semana tinha, mas uma coisa que eu percebi,
Speaker:você vê que tu falou, era sempre em cidades menores né, nunca era as coisas na...
Speaker:Na... tipo nunca era em Sidney, era falar nesse subúrbio de tal cidade, então né,
Speaker:acredito que por causa da população deve ser menos, então não deve ser tão assustador,
Speaker:Sim, toda cidade que eu fui, eu fui no zoológico pra ver os bichos diferentes
Speaker:tem até um bicho que não é comum de se pesquisar aqui no Brasil, que é o crocodilo de água salgada,
Speaker:Se você pesquisar foto dele no Google, você vai ver que é do tamanho de um micro-ônibus, é enorme assim.
Speaker:E eu vi num zoológico, eu vi ornitorrinco, eu vi coala, canguru.
Speaker:Até uma curiosidade dos cangurus é que tem mais canguru do que gente lá na Austrália.
Speaker:Se eu não me engano, é dois pra cada pessoa, ou três pra cada pessoa.
Speaker:E outra curiosidade é que lá se come a carne do canguru também.
Speaker:É bem normal de ver no mercado, eu até tentei uma vez assim, mas não gostei muito não.
Speaker:É, é, não sei. É difícil imaginar, né, pode, novamente, por causa da cultura, né, de ver cangurus só na TV ou filme e tal, acho que aí...
Speaker:Soa estranho mesmo, mas tudo é estranho aos olhos de quem tá, né, não acostumado a ver isso no mercado.
Speaker:É, muito bicho que só tem lá.
Speaker:Inclusive o canguru lá, é até interessante eles venderem a carne dele porque é uma
Speaker:espécie de uma peixe lá, né? Eles se espalham muito, se reproduzem muito rápido.
Speaker:Eu acredito que é até por isso que eles tentam consumir a carne dele, né?
Speaker:Pra meio que se livrar um pouco da população, né?
Speaker:Dado que ela é tão reservada assim ela causa alguns impactos ambientais.
Speaker:E como são os australianos no dia a dia? O que você sentiu morando lá e diferente?
Speaker:Eu não tive tanto contato com a galera australiana mesmo, mas poucos que eu tive.
Speaker:É isso que eu esperava de resposta. Eu perguntei mesmo nessa nessa linha,
Speaker:Como foi a experiência com o australiano, sabendo que, como tu começou a falar, não tem muito né?
Speaker:Mas eu tive algumas experiências, por exemplo, todos os Airbnbs que eu fiquei, os donos eram australianos,
Speaker:então eu tive alguma experiência assim.
Speaker:Por exemplo, nesse último mês que eu fiquei em Lyra, eu não aluguei um Airbnb todo pra mim, foi só um quarto e um lugar.
Speaker:Então o James, que era o proprietário da casa, cara, o cara nota mil, assim, ele se propunha a me levar nos lugares,
Speaker:sei lá, se eu precisasse fazer compra ele ia comigo, socializava sempre que dava, é bem solista, né, uma pessoa bem solista.
Speaker:E uma característica dos australianos, e acaba que quem vai pra lá, acaba pegando um pouco dessa cultura, é beber.
Speaker:Eles bebem muito, todo dia, as vezes no trabalho.
Speaker:Eu tinha um rapaz da minha empresa que era australiano, as vezes eles bebem no trabalho.
Speaker:E sai do trabalho 5 horas e vai pro bar.
Speaker:E o ir pro bar lá, eu não sei se foi só minha experiência, mas pelo que eu percebi é que a galera não para muito em um bar pra beber não.
Speaker:A gente para um bar, bebe alguma coisa, caminha, vai, bebe em outro, caminha mais, bebe em outro e até acabar a noite.
Speaker:E o teu gestor também não é australiano? Ele era de fora também?
Speaker:O meu gestor, se eu não me engano, ele é americano, ou ele é americano ou ele é cada um deles.
Speaker:Então ele não estava presente comigo e o tempo que eu fiquei lá,
Speaker:eu não me reportava muito a ele, eu me reportava a um manager de outra equipe, uma equipe de data australiano.
Speaker:Tu conseguiu criar amizade com o pessoal de lá a ponto de tu já era parte dos que vão
Speaker:de bar em bar depois do trabalho?
Speaker:Exatamente, assim, cara, teve um... eu fiquei, assim, seis meses, foi minha primeira experiência fora do...
Speaker:Tão longe de casa, né? Foi minha primeira experiência tão longe de casa.
Speaker:E eu senti muita falta da minha família, então teve certos momentos assim que eu...
Speaker:Que eu pensei, não, tipo, agora eu tenho que socializar bastante, porque eu tô começando a ficar um pouco
Speaker:deprimido de casa. Aí eu comecei a interagir mais com a galera do escritório mesmo
Speaker:e arrumei ótimos amigos lá, então,
Speaker:era, pô galera, tô precisando sair, vamos sair? Aí a gente ia pro,
Speaker:pro kart, por exemplo, até em Sydney tem um kart muito legal que é elétrico
Speaker:é totalmente diferente assim a experiência,
Speaker:então era, pô galera, vamos beber, aí a gente ia pro bar, bebia, conversava
Speaker:bastante cada pessoa de um lugar diferente, então cara, muito assunto, cada um contava como era seu país.
Speaker:E a gente fazia muitas festinhas também dentro do escritório comprava pizza, fazia eventos
Speaker:muito legal assim, viraram meus amigos eles já estão perguntando qual o dia que eu vou voltar pra lá
Speaker:então tu falou sobre a família né, e aí eu acho que isso entra no que muitas pessoas falam que é a parte mais difícil.
Speaker:Então eu queria saber como foi a tua experiência com isso E depois, qual seria a próxima coisa que você também achou difícil em estar morando na Austrália?
Speaker:Com relação à família, o fato de eu ir para a Austrália criou uma distância enorme.
Speaker:Porque a diferença de horário, como eu falei, são 13 horas.
Speaker:Então, basicamente, quando a galera aqui estava indo dormir, eu estava acordando e vice-versa.
Speaker:Então, durante a noite eu mandava um oi, ligava um pouquinho, de vez em quando, não todo dia.
Speaker:E durante a manhã mandava uma mensagem, mas basicamente minha comunicação durante seis meses com a minha família foi essa.
Speaker:E... Muito difícil pra relacionamento também, eu deixei uma namorada aqui e acabou que, dada a distância, não deu certo.
Speaker:Então, também foi uma coisa que impactou bastante minha...
Speaker:Minha estadia lá, né, essa coisa do término.
Speaker:Então, assim, você tem que ir preparado mentalmente que pode acontecer muita coisa, né?
Speaker:Até uma coisa que eu sempre pensei muito, que realmente é uma dificuldade enorme pra mim, era no caso de alguém falecer-se aqui, no Brasil.
Speaker:Como é que eu faço? O que é que eu faço? Tipo, eu tenho que comprar uma passagem que muito provavelmente vai estar caríssima, de, sei lá, 20, 30 mil reais, muitas vezes, se você comprar em cima da hora.
Speaker:E além disso eu vou demorar 40 horas pra chegar no Brasil, então o que eu vou fazer?
Speaker:Se morrer alguém eu não posso ir, eu não posso estar lá presente.
Speaker:Então isso sempre esteve nos meus pensamentos.
Speaker:Então, assim, pelo que eu me recordo a minha maior dificuldade era isso, esse meu pensamento na distância da minha família.
Speaker:Não imagino, porque mesmo sem ir para lá foi uma das coisas que pesaram assim para
Speaker:mim quando eu estava com toda essa ideia de quero morar em algum lugar.
Speaker:E o mais que tu podes se preparar para estar com dinheiro ali fácil para conseguir uma viagem rápida.
Speaker:Mas eu consigo imaginar que é uma pressão muito maior de quem está, por exemplo, na
Speaker:Europa né? Sim, é até uma das coisas que as pessoas sempre imaginam é nosso
Speaker:agora pra fora vai ser tudo uma maravilha e eu vou ser muito feliz mas
Speaker:assim tem um lado negativo também que você tem que abrir mão de muita coisa.
Speaker:Então assim vale muito a pena ir mas você também tem que estar preparado mentalmente eu não recomendo para uma pessoa que seja muito dependente
Speaker:emocionalmente da família, porque a distância é um pouco cruel.
Speaker:É, não, a mesma coisa que eu acho também, eu tenho amigos que eu acho que são muito dependentes, assim, de estar com a família.
Speaker:Eu diria sempre, cara, vai, mas fica... vai com isso na cabeça e vai preparado pra ter que voltar também.
Speaker:Porque, talvez, né, você vai mudar e aí isso muda, né, corta o cordão, de certa forma, assim, mas acho que é...
Speaker:O melhor é estar preparado, tem que saber, não é tipo a gente fica muito nessas
Speaker:povo mora fora, vai ser maravilhas, é fácil tá morando fora, já ouvi, e tá reclamando,
Speaker:não, tudo tem vantagens e desvantagens, a gente tem que escolher o que é que tá fazendo mais sentido nesse momento.
Speaker:Verdade, até no meu caso assim, eu sempre na minha vida, eu nunca tive tanta necessidade de fazer terapia,
Speaker:E assim, pra minha vida eu não enxergava como uma coisa benéfica.
Speaker:E eu tive que fazer quando eu tava lá. Foi uma coisa que me ajudou bastante.
Speaker:Eu encontrei uma profissional online que me ajudou nessa minha dificuldade da distância da minha família.
Speaker:Então super recomendo também fazer terapia.
Speaker:Cara, acho sensacional tu falar nisso porque essa é uma coisa que muitas pessoas têm repetido no episódio.
Speaker:Às vezes offline, não quando tá gravando.
Speaker:Então fica até pra quem estiver ouvindo que algumas pessoas mencionaram durante o episódio,
Speaker:várias pessoas, acabaram falando em algum momento assim, ou num papo onde começaram a gravar, ou depois que,
Speaker:fazer terapia ajudou muito.
Speaker:E fala que ajudou muito mais, às vezes até antes de sair ainda.
Speaker:Pô, tô procurando trabalho, consegui, agora tem isso pra ouvir, você começa a dar ansiedade como que eu vou lidar com tudo, né, então,
Speaker:acho que é melhor. E até quando tu tá fora, né, pra tu não acabar voltando por impulso, porque tá
Speaker:caindo numa espiral, né, de,
Speaker:de coisas negativas e ter uma decisão um pouco mais com o pé no chão, acho que vai ajudar muito mesmo.
Speaker:Sim, com certeza. Muito provavelmente se não fosse...
Speaker:Pelo fato dessa terapeuta me ajudar, eu teria voltado, porque eu tive algumas oportunidades de voltar,
Speaker:a ideia original não era eu ter ficado seis meses inteiro, era eu ter ficado três meses
Speaker:aí venceu os três meses desse plano original e me ofereceram, ah, quer ficar mais um mês?
Speaker:Aí eu falei sim, aí me ofereceram de novo, aí no caso foram quatro meses, aí me ofereceram, ah, quer ficar mais um mês?
Speaker:Aí eu já pensei, poxa, tô sentindo muita dificuldade aqui, teve esse lance de relacionamento,
Speaker:a distância da minha família, aí eu, poxa, preciso de ajuda, aí eu fui procurar com uma terapeuta.
Speaker:Aí eu consegui ficar renovando até dar os três meses, aí eu fiquei impossibilitado
Speaker:de continuar, dado que o visto venceu, eu voltei e agora eu já tô com planos de ir
Speaker:pra lá e talvez eu fique pra cidadania e é isso.
Speaker:Residência. Então, a gente vai para outra ponta aqui que é o que...
Speaker:Agora tu tá de volta no Brasil, né? Eu acho que dá para tu até fazer uma comparação.
Speaker:Tu ficou lá um tempinho, tá no Brasil e tu mesmo mencionou que tu quer voltar e até
Speaker:a cidadania, normalmente isso é quando a gente tá pensando em mais longo prazo, né?
Speaker:E de volta no Brasil, qual que é a tua sensação de ter morado fora, tá no Brasil e tu quer voltar?
Speaker:Então, por quê? Eu acho que a principal coisa que me vem na cabeça quando você pergunta isso é a segurança.
Speaker:É uma coisa, assim, pra mim, que eu moro no Rio, é uma coisa inacreditável a segurança lá.
Speaker:Eu me lembro claramente de noites que eu cheguei em casa 3 horas da manhã, falando no celular no meio da rua,
Speaker:rua deserta e nada acontecia, sabe? Você pergunta para as pessoas, ninguém ouve falar de nada sobre,
Speaker:violência. Raramente você vê alguma coisa, sei lá, um policial sendo morto na TV, é uma coisa que choca
Speaker:o país inteiro. Aqui no Rio, onde eu tô, é uma coisa muito normal, assim, é anormal se você...
Speaker:Algum dia você não ouvir falar sobre alguém que morreu. É uma coisa inacreditável. E eu lembro,
Speaker:Claramente, meu primeiro foi dia 11 de fevereiro, que eu voltei para o Brasil.
Speaker:No dia 12 de fevereiro eu fui para a rua, tive que resolver alguns problemas, comprar um chip novo de celular.
Speaker:E no meu caminho até o shopping, primeiramente o Uber que eu peguei.
Speaker:Ele pegou um trânsito enorme e da cabeça dele ele subiu em cima do canteiro, foi pra contramão
Speaker:Andou 10km na contramão e voltou pra rua direita.
Speaker:Eu olhei pro lado dentro do Uber e vi um cara dirigindo com uma pistola na mão
Speaker:Ameaçando o cara na frente
Speaker:E mais na frente eu vi a polícia parando esse cara apontando um fuzil pra ele
Speaker:Então, é tipo assim, isso demorou 48 horas pra acontecer, desde que eu voltei pro Brasil.
Speaker:Então, é basicamente isso, assim.
Speaker:Óbvio que eu não tô reclamando do Brasil de forma geral, assim,
Speaker:porque tem lugares que são ótimos, que não são violentos, mas aqui no Rio de Janeiro tá uma coisa terrível, assim.
Speaker:E o lado positivo foi reencontrar minha família, assim, porque eu estava precisando muito, sem dar um abraço aos meus avós, aos meus pais.
Speaker:Era isso que eu estava sentindo falta. A parte que a gente falou no começo foi sobre o salário, né?
Speaker:E acho que isso também cai no custo de vida.
Speaker:Não adianta ter um salário muito alto se o custo também é alto.
Speaker:Então, como que foi a tua experiência por lá, com o salário que tu tinha?
Speaker:Então eu queria saber de forma geral como que é e se dá pra fazer mais coisas,
Speaker:depois de pagar conta básica ou não, apesar de a qualidade de vida ser muito boa,
Speaker:transporte bom, mas tipo, tu vive de forma mais modesta.
Speaker:Então, eu posso começar a falar sobre o salário mínimo lá. O salário mínimo lá são 3.600 ou 3.700 dólares australianos,
Speaker:que já dá mais de... dá por volta de 11 mil reais.
Speaker:Só que essa comparação é um pouco injusta, então a gente pode comparar o poder de compra.
Speaker:O gasto mínimo, tipo de aluguel, mas essenciais como luz, água.
Speaker:Aluguel é um caso à parte, mas vamos comparar, por exemplo, compra no mercado.
Speaker:O salário mínimo lá são 3.700 dólares e um litro de leite custa 1 dólar.
Speaker:Aqui no Brasil o salário mínimo tá R$1.300, se eu não me engano, e um litro de leite custa R$6, R$7 talvez.
Speaker:Então, na parte do consumo você pode ver que tem uma diferença enorme, sabe?
Speaker:Um iPhone, por exemplo, eu comprei o meu lá por... um iPhone 14 Pro, 256GB eu comprei por R$2.000 de lá.
Speaker:Ou seja, com menos de um salário mínimo de lá você consegue comprar um iPhone,
Speaker:enquanto aqui você tem que juntar um ano de salário mínimo pra comprar um iPhone,
Speaker:o que é um absurdo. Então a parte de consumo lá é muito barato e muito justo.
Speaker:Todo mundo lá ganha um salário mínimo, pelo menos.
Speaker:Mas com relação ao aluguel, tem havido uma corrida, assim, muito imigrante tentando alugar então os preços dispararam bastante nas áreas centrais.
Speaker:Se você procurar alguma área mais afastada da cidade você consegue achar por um valor mais justo.
Speaker:Eu diria que se você for e pesquisar mais ou menos você consegue pagar talvez uns 300
Speaker:dólares semanais por um quarto lá, alguma coisa assim do tipo.
Speaker:Então tu paga o aluguel lá por semana? Lembra que você avisou algo do tipo?
Speaker:É, assim, geralmente...
Speaker:Não que você pague semanalmente, mas tudo que você faz lá, assim, que envolva...
Speaker:Digamos, mensalidade, né? Ou pagamentos... Ou é quinzenal ou é semanal.
Speaker:Geralmente, aluguel eles falam semanal. Então, 300 dólares semanais, 1.000 dólares semanais.
Speaker:Entendi, mas tu dá o dinheiro uma vez por mês? Depende, depende bastante.
Speaker:Geralmente o que eu vejo a galera fazendo é quinzenal, mensal.
Speaker:Eu sempre morei em Airbnb lá, então eu pagava mensal. Eu chegava, quero esse quarto aqui por um mês, reservava lá e pagava.
Speaker:Aí a minha empresa me reembolsava.
Speaker:Mas contrato de aluguel mesmo, eu acredito que seja quinzenal.
Speaker:Não, não tenho certeza.
Speaker:Tá. E a parte de lazer? Ainda dá com salário? Esse aluguel ainda dá pra aproveitar por lá?
Speaker:Dá, com certeza sim. E quem ganha salário mínimo lá, você consegue viver bem, pagar seu aluguel.
Speaker:Se você não quiser viver num lugar muito no centro, você paga um aluguel relativamente ok.
Speaker:Você consegue juntar dinheiro, você consegue fazer seu lazer e mandar dinheiro para a família tranquilamente.
Speaker:E para a área de TI, dado que está um pouco mais aquecido, você consegue viver muito bem.
Speaker:O que eu vejo, mais ou menos, falando de valores, que eu acho que não tem muito problema falar sobre isso,
Speaker:é a galera mais júnior ganhando a partir de 100 mil dólares de lá E a galera mais senior ganhando até 200, 220 talvez, mil dólares australianos.
Speaker:Então assim, dá pra ganhar um dinheiro muito superior que você ganha no Brasil.
Speaker:Interessante, interessante. Então dá pra pagar o básico, dá pra aproveitar por lá e ainda dá pra juntar um dinheiro?
Speaker:Dá pra fazer tudo.
Speaker:Alguns serviços, tudo que envolve mão de obra lá, humana, direta, por exemplo, se você precisar,
Speaker:pagar um encanador ou alguém para consertar seu telhado, geralmente é bem caro.
Speaker:Porque mão de obra lá é bem escassa, então, por exemplo, uma das coisas que sempre me falaram é que
Speaker:encanador lá é uma profissão que te deixa muito rico.
Speaker:Você provavelmente vai ganhar tanto dinheiro quanto alguém que faz medicina.
Speaker:Então coisas que envolvam um monte de obras são geralmente caras. Uma coisa que eu achei bem caro foi Uber.
Speaker:Óbvio que eu tô achando caro porque eu tô convertendo. Você recebendo dinheiro de lá é mais ou menos o que eu pago aqui no Brasil.
Speaker:Uma corrida rápida você paga 20 dólares australianos. Então é caro se você converter, mas recebendo com dinheiro de lá é super de boa.
Speaker:Quando eu estava aqui em Portugal tu comentou das viagens também, né, que dá pra fazer por lá.
Speaker:Queria que tu explorasse um pouco mais esse assunto. Então, dado que o salário mínimo são 3.700 dólares, mais ou menos,
Speaker:é bem barato viajar dentro da Austrália, porque as passagens são 80 dólares numa promoção,
Speaker:Ou se você for para um lugar mais longe, você acha por 300 dólares, então é muito barato.
Speaker:Inclusive viajar para lugares como Tasmânia. Se você... assim, você não precisa pesquisar por muitos dias, você acha uma promoção por 100 dólares.
Speaker:Assim, você viaja para Tasmânia, é um lugar incrível.
Speaker:Ou, sei lá, uma promoção de 400 dólares, você vai para Nova Zelândia, passa um período lá super perto.
Speaker:E, cara, é incrível, assim.
Speaker:Eu acho que eu viajei mais dentro da Austrália em seis meses do que a minha vida toda no Brasil.
Speaker:O poder de compra com o salário de lá é maravilhoso. Até o meu plano de voltar pra lá agora, deve ser por meados de junho ou julho,
Speaker:é eu ficar lá seis meses por ano, porque tem uma questão de taxação do salário que você...
Speaker:Se eu não me engano, para ser considerado residente e pagar menos taxa, você tem que ficar pelo menos seis meses ao ano.
Speaker:Então meu plano é ficar seis meses lá e seis meses viajando, incluindo o Brasil.
Speaker:Então o primeiro país que eu quero visitar é a Tailândia, estou indo lá perto.
Speaker:Vou passar um ou dois meses trabalhando remoto da Tailândia.
Speaker:Eu estou indo para lá muito por causa disso, para conhecer diversos lugares em volta.
Speaker:Também pretendo ir pra China, sei lá, tenho vários planos.
Speaker:É, abre um leque diferente de possibilidades, né, porque quando você tá por lá, as viagens que a gente tem aqui,
Speaker:como muito longe do Brasil até da Europa, passam a ser as viagens mais próximas, né,
Speaker:então acho que mudou um pouco o estilo.
Speaker:E vamos ver, quem sabe no futuro fazer um sobre, né, trabalho remoto lá por volta da Austrália.
Speaker:Fica aí já o convite para o episódio futuro também.
Speaker:Sim, já pensei em várias coisas, vou alugar um motorhome, vou viver no motorhome.
Speaker:Eu acho que o trabalho remoto recentemente está proporcionando essa possibilidade, né?
Speaker:E avanços de tecnologia, como por exemplo, eu vi agora aquela internet Starlink.
Speaker:Tem uma Starlink que você consegue alugar para motorhome, então por que não viver no motorhome?
Speaker:Eu tive essa experiência do motorhome em Portugal, né? fui de Portugal para a Espanha e super possível. Vamos ver o que o futuro reserva.
Speaker:Sim, o ideal é tentar né? Alguma coisa para apartamento, casa padrão.
Speaker:Sim, meu dilema agora é esse né? Será que eu vou pra lá pra ficar de vez? Será que eu volto pro Brasil?
Speaker:Assim, se você botar numa equação, né, eu acho que a única coisa que pesa no Brasil realmente é a família, porque o resto, assim, na minha opinião, óbvio, longe de mim ser a voz da razão, mas na minha cabeça, a segurança não tem dinheiro que pague.
Speaker:Sim, sim, mas é, como tu falou na tua opinião, cada um é individual, eu também acho a mesma coisa, mas eu acho que cada pessoa tem uma e eu acho que essa é a beleza.
Speaker:Eu não sei se eu vou ficar aqui pra sempre, eu sempre falo isso, eu acho pouco provável eu voltar a morar no Brasil, muito pouco provável, mas se me der na telha no futuro,
Speaker:Se a minha esposa quiser ir também, cara, não passa nem duas vezes, sabe?
Speaker:Eu acho que é o que eu sinto no momento, assim, o que eu quero no momento e acabou.
Speaker:O que tiver pesando no lado melhor. E eu continuar tendo condições de estar onde eu quero, né?
Speaker:Não tiver nenhum motivo diferente que me puxe pra eu ter que fazer, não é vontade própria.
Speaker:Enquanto eu puder, eu vou escolher e quando eu escolher pro Brasil, eu vou tranquilo, né?
Speaker:Você é de São Paulo, né?
Speaker:Sim, eu nasci na Bahia, mas passei a minha vida inteira em Santos.
Speaker:Sim, São Paulo, eu como carioca, eu vejo como um lugar super tranquilo.
Speaker:Super tranquilo. Eu sei que é violento, mas como carioca, eu vejo que é 10 vezes melhor do que o Rio.
Speaker:Entendi, mas também é complicado. Tu comentou sobre a sensação e é diferente.
Speaker:É diferente, não dá pra comparar. Eu espero muito que mude isso.
Speaker:Todo mundo pode viver mais tranquilo, mas não dá pra comparar.
Speaker:É mas eu lembro assim eu posso dizer de cabeça assim pelo menos sei lá 5 10
Speaker:ocasiões que eu me vi assim no perigo extremo de morrer aqui no rio assim e
Speaker:é e quando e quando eu fui para o estrada eu sem eu fiz questão de
Speaker:perguntar para todo mundo meu Deus ele já ouviu alguma coisa de violência assim
Speaker:A única coisa que a galera fala lá é sobre furto, assim, que é muito improvável de
Speaker:acontecer, mas às vezes acontece.
Speaker:Alguém deixa uma bicicleta dando mole, assim, fora de casa e some.
Speaker:Mas é uma coisa que no Brasil aqui é tranquilo.
Speaker:Aqui a galera tá roubando o portão de casa.
Speaker:Amanhece, você vai no portão de casa e não tem mais portão. Para fechar, deixa o espaço aberto para dicas, deixa alguma mensagem final, fica à vontade.
Speaker:Eu acredito que muita gente sempre sonhou em ir para fora.
Speaker:Provavelmente 90% delas estão bloqueadas por algum motivo que geralmente é em lei.
Speaker:Assim, tentem não se sabotar, é super possível. Pratique, tente falar com outras pessoas em inglês,
Speaker:vê como é que é o visto, vai com visto de estudante, tenta uma vaga, se candidata no LinkedIn,
Speaker:se é seu sonho, é possível, eu sou a prova disso, porque mesmo não sendo o meu plano, eu fui, deu certo
Speaker:e eu quero voltar. E é isso, a gente geralmente tende a ser um pouco negativo com relação a essas coisas,
Speaker:acreditar que não é possível, mas eu tô aí a provável que dá certo.
Speaker:Assim embaixo também nunca achei que eu saria do Brasil assim, sabe?
Speaker:Primeira viagem de férias, de férias, eu tava sei lá com 25 anos,
Speaker:a primeira vez que eu viajei dentro do Brasil pra ir, sei lá, acho que foi pra...
Speaker:Foi pro litoral norte de São Paulo e tal, e agora eu fico, sei lá, fazendo algumas viagens por ano então, né?
Speaker:Dá pra fazer, acho que cada um, né, tem diferentes oportunidades sim,
Speaker:também não dá para subestimar a sorte que eu tive assim mas no geral dá para tentar construir
Speaker:ainda mais a gente vai falando da tecnologia então cara se embaixo muito bom muito obrigado
Speaker:pela conversa cara e até a próxima quando tiver por Portugal aí a gente combina outra coisa outra
Speaker:reunião dos pessoas do pessoal que trabalha na concrete né tem vários que não foram então dá
Speaker:para ter o dobro ali naquele grupo e por quem sabe um dia também na Austrália né aí eu ficaria bem,
Speaker:se conseguisse fazer isso. Quem sabe. Então, Adriano, muito obrigado mesmo, até a próxima. Obrigado, Gabriel.